terça-feira, 3 de novembro de 2015

A ROMA DO GLADIADOR - IV

A ROMA DO GLADIADOR – FICÇÃO E HISTÓRIA - IV
MARCUS AURÉLIUS – GOVERNANTE FILÓSOFO
A nosso ver Marcus Aurelius foi um exemplar quase perfeito do governante filósofo que Platão idealiza em “A República”!
O Imperador

No filme "Gladiador" Ridley Scott apresenta um imperador já bastante envelhecido, parecendo ter bem mais que os 59 anos de idade que tinha em 180 d.C., talvez para acentuar um ar filosófico e meditativo, tão bem interpretados pelo falecido Richard Harris.
O filme retrata um Imperador cansado das batalhas, exausto pela distância de casa, preocupado com questões existenciais, morais, e com a imagem que projetaria para a posteridade. Vemos seu auto-reconhecimento como pai ausente e a reprovação ao comportamento de seu filho Cômodus.

É histórico que Marcus Aurélius escreveu suas famosas “Meditações” durante os anos de duração das Guerras Germânicas, e representando estas passagens temos a cena em que Maximus vai à sua presença e o encontra escrevendo. Leia a obra de Marcus Aurelius clicando aqui.
Menções são feitas a Lucius Vero, falecido em 169 d.C. e que foi co-imperador junto com Aurelius. Pouco se sabe sobre ele, apenas que foi pessoa de pouco brilho, se comparado ao colega, e falecido vítima de uma peste, durante uma campanha militar. O filme corretamente o menciona como marido de Lucila, casamento de conveniência política, e pai do segundo herdeiro na linha de sucessão do trono.

Conheça o Edital de Publicação clicando aqui.

A História sai de cena quando vemos o Imperador combinando, com seu general vitorioso, uma transferência de poder temporária após sua morte, e posterior entrega do governo ao Senado, tornando Roma novamente uma República.
Semelhante situação só pode ser encarada como uma tentativa dos roteiristas em tornar mais palatável aos gostos atuais pela democracia, a história de um homem que, apesar de destacar-se largamente de quase todos os demais imperadores, exerceu o poder com todos os pressupostos e que usava os títulos de César e Augusto.
Sem contar que, historicamente, Marcos Aurelius nomeou Cômodus como seu sucessor e co-imperador ainda em 177 d.C., portanto, 3 anos antes do período retratado no filme.
A Morte de Marcus Aurélius

Nada como uma conspiração para compor a base de uma boa aventura. A história também não está em cena quando o imperador é assassinado pelo próprio filho.

Mas esta cena serve para mostrar como as sucessões dos imperadores eram momentos delicados. No filme vemos que Cômodus busca imediatamente o apoio do exército ao pedir a fidelidade de Maximus, coisa que já havia insinuado na festa da vitória sobre os germanos.
Ele já havia conseguido a fidelidade de Quintus, o segundo em comando, então, sem Maximus, (que a partir de sua recusa deverá ser eliminado por constituir-se perigoso obstáculo), nomeia Quintus chefe da temida guarda pretoriana, o corpo de segurança do imperador, sobre cuja força baseará seu poder.

E é, de fato, historicamente sabido que muitos imperadores deveram suas vidas e governos à fidelidade da guarda pretoriana, assim como tantos outros foram traídos e assassinados por ela.
Na verdade Marcus Aurelius também foi vítima da peste, provavelmente o sarampo, à época chamado Peste de Antonine, que grassou entre 165 e 180d.C., falecendo na cidade de Vindobona, atual Viena, Áustria, mencionada no filme por um dos gladiadores, dentro do Coliseu.

Continua...

Para conhecer, clique aqui.


Perdeu as primeiras partes do texto? Clique aqui.
Para navegar mais por este blog, clique aqui.
Para ler outros textos na seção "A Semana", clique aqui.
Para ir ao nosso site, clique aqui.

Nenhum comentário:

Postar um comentário