NÃO É O TEXTO QUE VC BUSCA? ELE PODE ESTAR MAIS ABAIXO.
No ano de 1969, no dia 20 de Julho, o homem pisava pela primeira vez no solo da Lua, honra que coube a Neil Armstrong.
Neil
Armstrong, e seus companheiros Edwin 'Buzz' Aldrin e Michael Collins,
compunham a missão Apolo 11, parte integrante do Projeto Apolo, a
tentativa americana de conquista do espaço na disputa contra a URSS, no
contexto da Guerra Fria.
Apesar do número, a Apolo 11 foi a quinta missão tripulada do projeto e a primeira a pousar no solo da Lua.
A nave Colúmbia decolou em 16/07/1969 do Centro Espacial Kennedy, em Cabo Canaveral, Flórida, às 13:32hs.
Seu objetivo era a região lunar conhecida como Mar de Tranquilidade, “uma grande área plana, formada de lava basáltica solidificada, na linha equatorial da face brilhante do satélite”.
A alunisagem ocorreu às 20:17hs de 20/07/1969. Neil Armstrong avisou a base: “Houston, aqui Base da Tranquilidade. A Águia pousou”. Uma das maiores audiências televisivas de toda História acompanhava o momento a partir de quase todos os cantos do mundo.
Somente depois de seis horas e meia após o pouso ocorreu o primeiro contato físico do homem com a Lua.
Neil
Armstrong desceu os degraus do módulo lunar e saltou para o protetor de
patas. Dali ele testou a consistência do solo e o pisou pela primeira
vez, pronunciando a frase imediatamente gravada na História:
“É um pequeno passo para o homem, um salto gigantesco para a humanidade.”
A URSS colocara o primeiro homem no espaço. Os EUA colocavam o primeiro homem na Lua. E a Guerra Fria seguia seu curso...
Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Apollo_11
Imagens:
http://www.reconstruindoopassado.com.br/apollo11.php
http://moonpans.com/prints/wall_size_prints.htm
http://pics-about-space.com/apollo-11-launch?p=1
http://www.bbc.co.uk/programmes/p01cgb3g/p01cg9v8
https://www.linkedin.com/topic/future-now
http://www.bbc.co.uk/programmes/p01cgb3g/p01cg9v8
No ano de 1932, no dia 09 de Julho, ocorria o início da rebelião armada dos paulistas contra o governo federal chefiado por Getúlio Vargas.
A revolta vinha no ambiente da crise econômica mundial de 1929 e no início do governo Vargas, que ascendera ao poder pela Revolução de 1930.
Para responder à queda das exportações de café, o principal produto brasileiro, Vargas criara o Conselho Nacional do Café, que decidira pela compra do grão aos produtores e a subsequente queima, como forma de pressionar os preços para cima.
Apesar deste apoio, a elite paulista se ressentia pela perda do poder político, posto que Vargas governava por decretos na ausência de um texto constitucional que o limitasse.
Em 1931 começou a organização de um movimento em prol da promulgação de uma nova constituição que se espalhou por RS, SP, MG e RJ. A oposição começou a formar associações entre os partidos políticos para pressionar.
Do outro lado o movimento dos tenentes pressionava pela não realização de eleições, pois isso significaria a volta das elites da República Velha e do coronelismo ao poder.
Atendendo aos apelos por uma nova Carta Magna, em 24/02/1932 Getúlio Vargas publicou o anteprojeto da Constituição, que previa grandes mudanças, e o novo código eleitoral.
Este projeto era um grande avanço, pois permitia o voto das mulheres e de classes tais como sindicatos de patrões e empregados, que poderiam eleger deputados que os representassem.
Isso, obviamente, não agradava as elites, especialmente de São Paulo, pois a mudança do sistema eleitoral que permitira a política do café com leite não garantia que retomassem o poder. E uma onda de boatos começou a se espalhar, inflamando a população, principalmente em São Paulo.
Quando, em 22/05/1932, Osvaldo Aranha foi a São Paulo, espalhou-se o boato de que ele vinha fazer imposições ao Interventor Pedro de Toledo, que governava o estado.
Com isso uma multidão saiu às ruas para protestar e, quando tentaram invadir a sede do Partido Popular Progressista (tenentista), a reação policial resultou na morte de quatro jovens, Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, cujas iniciais formaram o nome de uma entidade que simbolizou o movimento dali em diante: o MMDC.
O MMDC começou a arrecadar doações para compra de armas visando combater o governo Vargas. Em 09/07/1932 eclodiu a luta armada na qual as tropas paulistas eram comandadas pelos Generais isidoro Dias Lopes e Bertoldo Klinger e pelo ex Interventor Pedro de Toledo.
Os paulistas contavam com o apoio dos gaúchos, cariocas e mineiros, mas o RS e MG mudaram de lado e, no RJ, o líder revoltoso Agildo Barata e seus seguidores foram presos, de modo que SP ficou sozinho na luta e acabou cercado.
Menos de três meses depois, após muitos combates e a perda de 633 homens, São Paulo se rendeu. Getúlio venceu mas atendeu aos apelos por uma nova Constituição, promulgada em 16/07/1934. A primeira mulher eleita para um cargo público no Brasil, Drª. Carlota Pereira de Queirós, participou de sua confecção.
Fonte e Imagens:
http://reino-de-clio.com.br/Hist-Brasil.html
DOIS DE JULHO
INDEPENDÊNCIA DA BAHIA
No ano de 1823, no dia 02/07, ocorria a entrada, em Salvador, de quase nove mil militares que travaram a guerra pela antiga capital do Brasil, após a Proclamação da Independência.
Quando as cortes portuguesas retornaram a Lisboa em 26/04/1821, a Bahia já estava dividida entre os que apoiavam a manutenção do status do Brasil como Reino Unido a Portugal e os que desejavam a volta do país à condição de colônia.
Os conflitos na Bahia começaram antes do Sete de Setembro. Em 12/07/1821 os portugueses residentes em Salvador já se aquartelavam para a luta e em 12/11/1821 ocorreu um confronto com soldados brasileiros na Praça da Piedade, com vários mortos de saldo.
Quando foi nomeado um Comandante das Armas contrário aos desejos dos brasileiros, o Brigadeiro Inácio Luís Madeira de Melo, a situação se tornou irreversível.
A posse do comandante foi atrasada enquanto a população demonstrava seu apoio ao Brigadeiro Manuel Pedro. Mas Madeira de Melo conseguiu ser empossado como membro de uma junta militar e em 18/02/1822 desfilou provocativamente pelas ruas da cidade.
No dia 19/02/1822 os conflitos começaram. Inicialmente os portugueses saíram em vantagem, tomando um quartel e chegando mesmo a invadir o Convento da Lapa, onde foi assassinada a abadessa Joana Angélica. O Forte São Pedro foi tomado e o Brigadeiro Manuel Pedro foi preso e enviado a Lisboa. Madeira de Melo triunfara.
Mas foi uma vitória que não trouxe a paz. Alguns dias depois, em 21/03/1822, os portugueses foram apedrejados na procissão de São José. Com o passar das semanas os brasileiros foram organizando a resistência no Recôncavo Baiano com a adesão de várias cidades.
Mas, enquanto os portugueses recebiam reforços, os brasileiros não podiam contar com o apoio de D. Pedro, ainda preso aos laços de Portugal. Somente após a Proclamação da Independência o Rio de Janeiro enviou reforços aos brasileiros.
Obrigados a desembarcar em Maceió, as forças do General Labatut conseguiram arregimentar reforços na marcha feita por terra de Alagoas até a Bahia.
Vários combates ocorreram, com destaque para a Batalha do Pirajá, onde os portugueses quase obtiveram uma vitória devastadora. Os brasileiros já receberiam a ordem de retirada, mas o Corneteiro Luis Lopes mudou o toque para Carga de Cavalaria. Só que não havia uma cavalaria!
Os portugueses, pensando que seriam atacados pelos cavalarianos, assustaram-se e recuaram, ao passo que os brasileiros contra-atacaram, vencendo a batalha!
Com esta derrota e o bloqueio naval de Salvador pela armada do Almirante Thomas Cochrane, o destino dos portugueses comandados por Madeira de Melo estava selado.
Em 02/07/1823 eles embarcaram em 83 barcos rumo a Portugal. As tropas vitoriosas no Pirajá, sob comando do Coronel João de Souza Meira Girão, foram as primeiras a adentrar triunfantes a capital, Salvador, passando sob o arco de flores feito pelas freiras do Convento da Soledade. Viva a Bahia e o Brasil!
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Fontes e Imagens:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Independ%C3%AAncia_da_Bahia#2_de_julho:_data_m.C3.A1xima_da_Bahia
Antônio Parreiras: O Primeiro Passo para a Independência da Bahia, Palácio do Rio Branco, Salvador, Bahia.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Independ%C3%AAncia_da_Bahia#/media/File:Parreiras_O_Primeiro_Passo_para_a_Independ%C3%AAncia_da_Bahia.png
Presciliano Silva. Entrada do Exército Libertador
http://www.cms.ba.gov.br/memorial_fato_int.aspx?id=4
http://manualdoturista.com.br/bahia-independencia-do-brasil/
http://www.luizmotivador.com.br/materia/educacao/11187/Hoje+%C3%A9+celebrado+o+2+de+julho,+Dia+da+Independ%C3%AAncia+da+Bahia
PASSEATA DOS CEM MIL
Em 1968, no dia 26 de Junho, acontecia
no Rio de Janeiro a Passeata dos 100 Mil contra a Ditadura Militar implantada
no Brasil em 1964 com a deposição do Presidente João Goulart quatro anos antes.
A passeata foi o ponto alto das manifestações que já vinham
ocorrendo antes e que eram reprimidas pela polícia com violência, dentre elas a
invasão ao restaurante universitário Calabouço (em 28/03), onde os estudantes
protestavam contra o aumento do preço das refeições, ocasião na qual foi morto
o estudante Edson Luís de Lima Souto com tiro no peito, à queima-roupa,
disparado por um policial; a repressão após a missa de 04/04 na Igreja da
Candelária, quando a cavalaria investiu violentamente contra o público que
deixava a igreja; a prisão de 300 estudantes após reunião na UFRJ (19/06) e a
morte de 3 pessoas e mais de mil prisões em manifestação em frente ao Jornal do
Brasil.
A passeata foi autorizada
pela ditadura, mas monitorada por dez mil policiais. O evento começou às 14hs
na Cinelândia e terminou por volta de 17hs em frente a ALERJ.
Após a passeata o ditador
Médici recebeu uma comissão de estudantes e rejeitou todos os pedidos deles. As
manifestações seguiram aumentando assim como a repressão. Em dezembro a
ditadura publicou o AI-5, com o que tirava as últimas máscaras e se revelava em
toda sua brutalidade.
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MORTE DE MUMTAZ MAHAL
No ano de 1631, no dia 17 de junho,
morria a princesa Arjumand Bano Begum, persa-muçulmana, casada com o Imperador
Mogol Shah Jahan.
Ela nasceu em 1593 e se casou
em 1612, quando recebeu o nome de Mumtaz Mahal, que ficou famoso e significa
"A Jóia do Palácio".
É provável que tenham
existido outras mulheres mais amadas na História, e lembramos aqui de
Nefertari, para quem Ramsés II construiu um templo, mas poucas, ou talvez
nenhuma, tenha ganho do marido um mausoléu tão belo e impressionante.
Após sua morte (de parto) e
pelos próximos vinte anos, o esposo Shah Jahan construiu, para honrá-la, um dos
mais belos monumentos de todos os tempos.
Referimo-nos ao Taj Mahal,
situado em Agra na Índia, imenso mausoléu de mármore branco "incrustado
com pedras semipreciosas, tais como o lápis-lazuli entre outras. A sua cúpula é
costurada com fios de ouro. O edifício é flanqueado por duas mesquitas e
cercado por quatro minaretes".
Mumtaz Mahal não foi a
primeira esposa de Shah Jahan, na verdade ela foi o segundo casamento do
Imperador, mas logo se tornou sua principal esposa, a mais amada, amiga,
confidente e conselheira.
Consta que Mumtaz Mahal
acompanhava Shah Jahan a todos os compromissos, inclusive as campanhas
militares.
Consta ainda que ela
inspirava o Imperador a olhar pelos mais necessitados e a ser generoso.
Em outras palavras, ela
parece ter feito o que muitas mulheres são capazes de fazer com alta maestria:
despertar o cavalheirismo e inspirar a suavização dos homens, por mais brutos
que sejam.
O casamento de conto de fadas entre
Mumtaz Mahal e Shah Jahan terminou em 17/06/1631, no 14º parto da princesa,
realizado em Burhanpur, durante uma das campanhas militares do marido.
Consta ainda que o Imperador demorou
meses a se recuperar, e que sua barba e cabelos ficaram totalmente brancos por
conta da tristeza da perda de sua amada. Os votos de nosso romantismo é que tenham se reencontrado no Além e em todas as vidas posteriores! Long Live Love!
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mumtaz_Mahal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Shah_Jahan
https://pt.wikipedia.org/wiki/Taj_Mahal
Imagens:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Taj_Mahal,_Agra,_India_edit2.jpg
http://www.cbgt.com/news--events/category/india
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Taj_From_Agra_Fort.jpg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Taj_Mahal-11.jpg
INVASÃO DE ROMA
No ano 455, no dia 02 de junho, Genserico, rei dos Vândalos, que já ocupara as ilhas da Córsega e da Sardenha com sua frota naval, conseguiu conquistar a cidade de Roma, saqueando-a por duas semanas e sequestrando a esposa e as filhas do Imperador Valentiniano (já falecido), Licínia Eudóxia, Eudócia e Placídia, respectivamente.
Os Vândalos chegaram ao Império Romano fugindo dos ataques dos Hunos. Acamparam às margens do Rio Reno à espera de que Roma os convidasse a atravessar, como já fora feito antes com outros povos.
Quando o convite não veio e o rio congelou, eles atravessaram sobre o gelo, adentrando a Gália (atual Bélgica e França) e dirigindo-se para a Península Ibérica, onde se estabeleceram.
O desentendimento entre os Vândalos e o Império começou porque o Rei Vândalo Genserico foi arrastado sem saber para dentro de uma das intrigas romanas.
O General Romano Flávio Aécio(!) conspirou para tomar o poder influenciando a princesa regente Placídia contra o Governador da África Peninsular Bonifácio, que ficava sediado em Cartago.
Este, temeroso, convidou os Vândalos para vir a Cartago auxiliar na defesa contra Roma.
Quando Placídia descobriu o complô de Aécio(!) para tomar o poder, prendeu-o e esclareceu a situação a Bonifácio.
Ele, por sua vez, tentou cancelar o convite aos Vândalos, mas estes já haviam desembarcado.
A partir de então as forças de Genserico tomaram a província inteira, e de Cartago partiram para dominar a Córsega, a Sardenha e, depois, a própria Roma.
Foi da forma de agir dos vândalos que surgiu o termo vandalismo, para caracterizar os saques e depredações, embora eles tenham sido menos destrutivos em Roma do que nas localidades anteriormente invadidas.
Fontes:
http://www.culturabrasil.org/os_vandalos_atacam.htm
http://brasilescola.uol.com.br/historiag/vandalos-violencia-contra-imperio-romano.htm
https://pt.wikipedia.org/wiki/Saque_de_Roma_(455)
Imagem:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Genseric_sacking_Rome_455.jpg
AUSCHWITZ I
PRECURSOR DO INFERNO
Em um final de semana como este, em 1940, era inaugurado o Campo de Concentração de Auschwitz I.
Quando
ouço a palavra Auschwitz logo vem à mente a imagem daquela construção
longa, de telhado alto, com trilhos de trem na frente. É uma imagem que
ficou ainda mais marcante para quem assistiu ao filme "A Lista de
Schindler”, de Steven Spielberg. O diretor americano apresenta o lugar
como sendo muito mais sombrio que o campo onde viviam os judeus de
Schindler. E deveria ser mesmo...
Mas
aquele lugar sinistro não é o Campo de Concentração. Aquela é a entrada
do Campo Auschwitz II - Birkenau, o campo de extermínio.
Auschwitz
I é onde fica o infame portão com a frase “Arbeit Macht Frei” (O
trabalho liberta) e surgiu como campo de concentração funcionando depois
mais como a administração de todo o imenso complexo de três campos e
das outras dezenas de campos auxiliares.
Mas que o leitor não se engane. Morreu muita gente em Auschwitz I...
As construções iniciais do campo, que fica na localidade polonesa de Oświęcim,
tinham servido de alojamento para a artilharia do exército e foram
escolhidas para abrigar novo campo, diante da superlotação que já se
registrava nas demais instalações espalhadas pela Polônia e Alemanha.
A
reforma foi ordenada por Heinrich Himmler em 27 de abril de 1940 e a
supervisão das obras coube ao Obersturmbannführer Rudolf Höss, que
acabou se tornando o primeiro comandante do novo campo.
Rudolf Höss, prestes a ir ao encontro do chefe... |
Após o despejo de todos os moradores das redondezas, foi criada uma área de 40 km2 que
fornecia muito espaço para ampliação das instalações e, ao mesmo tempo,
isolamento das vilas e cidades mais próximas. Os nazistas não queriam
que ninguém soubesse o que aconteceria naquele local...
Os
primeiros escravos a trabalhar em Auschwitz foram alemães, trazidos do
Campo de Concentração de Sachsenhausen, o primeiro dos campos construído
na Alemanha “para confinar ou liquidar em massa opositores
políticos, judeus, ciganos, homossexuais, Testemunhas de Jeová, e,
posteriormente, milhares de prisioneiros de guerra.”1 Sua tarefa era servir como funcionários dentro do complexo.
Os
primeiros ocupantes de Auschwitz como prisioneiros trazidos para
confinamento foram 728 poloneses, 20 dos quais judeus, que chegaram em
junho. Menos de um ano depois, em março de 1941, a quantidade de
ocupantes já chegava a 10.900 pessoas, a maioria poloneses.
Dentro
do sistema, cada prisioneiro era marcado em suas roupas segundo sua
origem. Criminosos comuns recebiam a cor verde, presos políticos
recebiam a cor vermelha e a cor amarela era destinada aos judeus.
Estes, junto com os prisioneiros soviéticos, recebiam os piores tratamentos.
Os
prisioneiros tinham que trabalhar, geralmente nas fábricas de armas
adjacentes. O trabalho era extenuante e a única “folga” era nos dias de
Domingo, quando os escravos deveriam se dedicar a limpeza.
Uma das fábricas próximas a Auschwitz. |
Para
os desobedientes, fugitivos recapturados e suspeitos de sabotagem havia
o Bloco 11, considerado a prisão da prisão, que possuia celas de 1,5 m²
nas quais quatro prisioneiros eram colocados juntos e onde passavam a
noite em pé, o que era um terrível castigo.
Algumas celas do Bloco 11. |
Mas
estes castigos não eram piores do que aqueles aplicados aos que eram
enviados ao porão do Bloco 11, onde ficavam sem água nem comida até que
morressem de fome e/ou sede. Outros eram colocados em celas vedadas, na
qual morriam asfixiados.
Neste porão foi conduzida a primeira experiência de extermínio com o famigerado gás Zyclon B.
Seiscentos
prisioneiros soviéticos e cento e cinquenta poloneses foram trancados
por ordem do subcomandante SS-Hauptsturmführer Karl Fritzsch e expostos
ao gás, vindo a morrer.
Latas de Zyclon B, que vinha em forma de pedrinhas que se dissolviam no ar, liberando o gás mortal. |
O “êxito” da experiência fez com que uma área maior fosse adaptada para ampliar a eficiência, e um crematório foi construído.
Acima a câmara de gás de Auschwitz e abaixo o crematório. |
Cerca de 60 mil pessoas morreram nas novas instalações até que foi convertida em bunker para a SS.
O
leitor não estranhe esse número. Lembre-se que estamos falando de
Auschwitz I, que era um Campo de Concentração. O campo de extermínio
ainda seria implantado.
A
despeito disso, e como foi visto, Auschwitz I foi embrião para a
indústria da morte nazista em muitos aspectos. E não foi o trabalho que
libertou os prisioneiros, foi o Exército Vermelho da União Soviética.
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Fontes e Imagens:
http://www.infoescola.com/historia/campo-de-concentracao-de-auschwitz/
http://www.dw.com/pt-br/1945-liberta%C3%A7%C3%A3o-de-auschwitz-birkenau/a-1465691
http://www.viajandoporai.com.br/campos-de-concentracao-na-polonia-parte-1-uma-visita-a-auschwitz/
http://www.megacurioso.com.br/guerras/75463-10-fatos-assombrosos-que-voce-talvez-desconheca-sobre-auschwitz.htm
http://avidanofront.blogspot.com.br/2010/12/kapos.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/O%C5%9Bwi%C4%99cim
https://pt.wikipedia.org/wiki/SS-Totenkopfverb%C3%A4nde
https://pt.wikipedia.org/wiki/Auschwitz
https://pt.wikipedia.org/wiki/Campo_de_concentra%C3%A7%C3%A3o_de_Sachsenhausen
AS DUAS RENDIÇÕES DA ALEMANHA NAZISTA
Em
um dia 07/05, no ano de 1945, a Alemanha Nazista assinava a rendição
incondicional frente aos aliados na cidade francesa de Reims. Não foi o
que você leu nos livros de História não é mesmo?
E se nós dissermos que a Alemanha começou a se render em 07 de Maio e só terminou quando já era dia 09? Curioso não? Vejamos pois!
E se nós dissermos que a Alemanha começou a se render em 07 de Maio e só terminou quando já era dia 09? Curioso não? Vejamos pois!
Esta
rendição, firmada às 02:41hs, foi a primeira a envolver o conjunto das
forças armadas do III Reich e foi assinada pelo Coronel-General Alfred
Jodl em nome dos alemães, representando o Almirante Karl Dönitz,
sucessor de Hitler; Walter Bedell Smith, representando os aliados do
ocidente, e por Ivan Susloparov, representando os Soviéticos. François
Sevez assinou como testemunha, em nome dos franceses.
A nosso ver, a morte (ou fuga)
de Hitler foi o fato que, realmente, consumou a derrota da Alemanha e
ela se deu frente ao Exército Vermelho, que já tomava quase toda Berlim,
a capital do III Reich. Dois dias depois, em 02/05, o General Helmuth
Weidling, comandante da defesa da cidade, rendeu suas tropas ao General
Vasily Chuikov.
Assim
sendo, a viagem de Alfred Jodl, a mando do novo governante alemão,
Almirante Karl Dönitz, nada mais foi do que uma tentativa de evitar uma
rendição aos soviéticos, única força estrangeira presente em Berlim
naquele momento. Os alemães pediram para prosseguir resistindo contra os
soviéticos, o que Eisenhower não aceitou, obrigando-os a assinar a
rendição incondicional.
Coronel-General Alfred Jodl assina a 1ª Rendição Alemã. |
A
despeito deste gesto de lealdade, Stalin ficou furioso com o que
parecia ser a comprovação de suas suspeitas de que EUA e Inglaterra
negociavam uma paz em separado com a Alemanha. Esse temor era infundado
mas compreensível, uma vez que, se os alemães pudessem deslocar todas as
suas tropas da França, Holanda, Itália, Noruega, etc, para o Leste, o
Exército Vermelho sofreria um pesado contra-ataque e as perdas
cresceriam exponencialmente.
Por
isso foi preparada uma segunda rendição, desta vez em Berlim, onde os
soviéticos tiveram o papel principal com a presença do General Georgi
Zhukov. Foi essa a rendição que entrou para os livros de História.
Marechal Georgy Zhukov da URSS |
No
dia 08/05, na Escola de Engenharia do Exército Alemão, naquele momento
transformada em Administração Militar Soviética de Berlim (e atualmente
Museu Alemão-Russo Berlin-Karlshorst), compareceram os oficiais
superiores das três forças armadas alemãs: "O marechal Wilhelm Keitel
(Exército), o general Hans-Juergen Strumpff (Aeronáutica) e o almirante
Hans Georg von Friedeburg (Marinha)."1
Museu Alemão-Russo Berlin-Karlshorst |
Representando
os aliados estavam presentes: Marechal Georgy Zhukov da URSS, Marechal
Chefe do Ar Arthur Tedder da Inglaterra, General Carl Spaatz dos EUA e o
General Jean de Lattre de Tassigny, da França como testemunha.2
A
cerimônia começou com atraso, pouco antes da meia-noite (o que
significava já ser 09 de maio em Moscou), e só terminou depois da
meia-noite mesmo no horário ocidental, ou seja, também já no dia 09 de
maio.
O Marechal Wilhelm Keitel assina a 2ª Rendição Alemã. |
Assim
sendo, temos três datas distintas para a rendição incondicional do III
Reich: 07 de maio, em Reims, como primeira rendição; 08 de maio, em
Berlim, como rendição oficialmente aceita por todos os aliados e pela
História, mas que só ocorreu quando já era dia 09 de maio na URSS, país
que verdadeiramente derrotara a Alemanha.
Mais
abrangente do que a Rendição de Reims, a Rendição de Berlim exigia o
desarmamento completo da Alemanha, a extinção do Partido Nazista e a
libertação de todos os prisioneiros de guerra.
Os dois documentos de rendição. À esquerda a 1ª rendição (em inglês), com assinatura de Jodl em destaque. À direita a 2ª rendição (em russo), com assinatura de Keitel em destaque. |
Encerrava-se, assim, o pior mal que já caminhara sobre a face da Terra, embora siga tentando ressurgir aqui e ali, desde então.
ONDE MORREU ADOLF HITLER? - Parte II
Os registros informam que os corpos foram colocados em uma cratera, que foi cheia de combustível, e incendiados, porém não teriam sido totalmente consumidos, mas que depois foram atingidos por uma bomba! Convenhamos, caro leitor, que é difícil crer que possa sobrar algo de corpos queimados sob 200 litros de gasolina!
Os registros informam que os corpos foram colocados em uma cratera, que foi cheia de combustível, e incendiados, porém não teriam sido totalmente consumidos, mas que depois foram atingidos por uma bomba! Convenhamos, caro leitor, que é difícil crer que possa sobrar algo de corpos queimados sob 200 litros de gasolina!
Supostos corpos de Hitler e Eva Braun. |
Depois
de não serem consumidos por 200 litros de gasolina em chamas e uma
bomba, a situação dos corpos de Hitler e Eva ficou ainda mais nebulosa.
Inicialmente os soviéticos negaram ter encontrado os corpos, mas depois
admitiram. Após estudos, eles teriam enterrado os restos em um bosque
perto da cidade de Ratenow ainda em 1945.
Em
1946 os restos foram exumados e reenterrados em Magdeburg onde ficaram
até 1970 quando foram desenterrados novamente, incinerados e as cinzas
jogadas no Rio Elba.
Rio Elba em Magdeburgo. |
Mas
talvez seja sintomático que, no ambiente da Guerra Fria, Stalin tenha
acusado os aliados de dar fuga a Hitler. Os aliados, por sua vez,
desconfiavam da versão soviética sobre os corpos.
Dúvidas e Teorias
Os
soviéticos desconfiavam dos aliados e os aliados desconfiavam dos
soviéticos em tudo, de modo que não seria diferente com o paradeiro do
corpo de Hitler.
Foi
neste jogo de empurra que começou a ganhar corpo a teoria da fuga do
verdadeiro Hitler e da morte de um sósia em seu lugar, versão que ganha
força quando ficamos sabendo que uma foto do corpo do Führer, divulgada
na época em quase todos os jornais, na verdade era de Gustav Weber, que
realmente trabalhou como sósia do ditador alemão!
Gustav Weber, o sósia de Hitler. |
E
há pouco, documentos liberados pelo FBI dão conta de que um informante
(cujo nome é coberto com uma tarja preta no relatório) contou ao
escritório do FBI de Los Angeles que ajudou “... seis altos oficiais argentinos a esconder Adolf Hitler quando desembarcou por submarino na Argentina.”1
Primeira página do relatório do FBI. |
O
informante do FBI relata que ao todo vieram cerca de 50 pessoas e que
altos oficiais argentinos providenciaram cavalos para transportar os
pertences dos alemães.
Na ocasião, “...à
luz do dia, todos os suprimentos foram carregados nos cavalos e uma
viagem de um dia inteiro para o interior dos montes do sul dos Andes foi
iniciada.”1
A
informação é de que os submarinos aportaram na Península de Valdez, no
Golfo de San Katias, onde haviam vários pequenos vilarejos, nos quais os
alemães foram abrigados por famílias locais. Segundo o informante,
Hitler estava “... sofrendo de asma e úlceras, raspou seu bigode e tem uma longa cicatriz em seu lábio superior.”1
Quem reconheceria Hitler sem o bigode? |
O
arquivo do FBI possui 203 páginas e demonstra o interesse do bureau no
assunto, tanto que envolve diversas correspondências recebidas e
enviadas por ninguém menos que o próprio J. Edgar Hoover, de modo que
não é tarefa imprópria dar alguma atenção à teoria da fuga de Hitler.
Hoover declarou que "Os oficiais do exército americano na Alemanha
não localizaram o corpo de Hitler, nem há nenhuma fonte confiável que
diga definitivamente que Hitler está morto".2
Carta assinada por J. Edgar Hoover. |
O
submarino teria desembarcado Hitler em Caleta de los Loros de Rio
Preto, de onde a comitiva rumou para o Oeste do país, mais precisamente a
Villa La Angostura, perto de Bariloche, onde foi hóspede na Casa
Inalco, no Departamento Los Lagos – Neuquén.
Suposta área do desembarque de Hitler. |
Hitler teria vivido na Argentina até o fim da ditadura de Perón, quando, então, mudou-se para o Paraguai, onde morreu.
Bem...
sem encontrar o corpo, que estaria enterrado em algum lugar da América
do Sul, e fazer o exame de DNA, não há como afirmar com certeza que
Hitler realmente escapou do cerco soviético em Berlim. Mas podemos
analisar a teoria para saber se teria sido possível.
Acima e abaixo a Casa Inalco, onde Hitler teria vivido. |
A
primeira pergunta a ser feita é como Hitler teria escapado de seu
bunker e a teoria da fuga aponta para um túnel secreto, construído
especialmente como rota de escape do subsolo. Não é de se esperar mesmo
que os metódicos alemães fossem construir uma caixa de concreto embaixo
do chão que possuísse apenas uma rota de entrada/saída.
E, segundo os produtores do documentário Hunting Hitler,
do History, realmente há um túnel, que seguia na direção do Aeroporto
Tempelhof, mas que não terminava, faltando pouco mais de 100 metros para
chegar lá. Como esse espaço teria sido percorrido pelo alquebrado
Hitler?
Como
ele não iria se expor aos olhos de algum observador inimigo e nem ao
risco de ser atingido, deveria existir, em algum lugar, um outro túnel
que completasse o percurso. E foi exatamente o que o Hunting Hitler acredita ter descoberto!
Na
atual estação de metrô de Luftbrücke, há uma parede falsa, que os
aparelhos sonares comprovaram que esconde um espaço vazio por trás.
Acima a entrada da Estação Luftbrücke. Abaixo, a parede que esconde o suposto túnel da fuga de Hitler. |
Os
documentaristas informam ainda que, em 21/04/1945, após a última
aparição pública de Hitler, ocorreu uma grande fuga de nazistas pelo
aeroporto e pelo menos oito aviões teriam sido carregados de objetos
pessoais do ditador.2
O
jornalista argentino Abel Basti pesquisou o tema e afirma, em seu livro
“O Exílio de Hitler”, que o ditador alemão fugiu realmente para a
Argentina.
Citando
documentos dos Serviços Secretos alemães e ingleses, Basti afirma que
Hitler voou para a Áustria, depois para a Espanha e, de lá, partiu em
submarino para a Argentina, fazendo escala nas Ilhas Canárias.3
Aeroporto Tempelhof - 1945. |
A
teoria dos submarinos também não é descartável, pois sabe-se que as
belonaves U-530 e U-977 renderam-se na Argentina em julho e agosto de
1945, embora a ordem de rendição tenha sido expedida em 08 de maio.4
E
o detalhe mais significativo: a tripulação foi processada na Inglaterra
para descobrir se tinham dado fuga a líderes nazistas! Me parece que,
quando os detalhes vão sendo somados, a suposta fuga de Hitler parece
menos impossível.
Submarino U-977 |
Submarino U-530. |
Por fim, em entrevista a Léo Gerchmann do Jornal Zero Hora,5 Abel
Basti afirma que Hitler e Eva Braun viveram na propriedade do pai do
Rei da Holanda e em Bariloche, em meio à comunidade alemã.
Ele
afirma ainda que o governo dos EUA tinha conhecimento da situação, mas
que não desejava que Hitler caísse nas mãos dos soviéticos.
É uma afirmação de comprovação quase impossível.
Por outro lado, recentemente foi revelado o conteúdo do diário de JFK, o Presidente Kennedy, onde ele escreveu: "A sala onde Hitler deveria ter encontrado a sua morte mostrou paredes chamuscadas e vestígios de fogo" e escreveu ainda: "Não há evidência completa, entretanto, que o corpo encontrado era o corpo de Hitler."6
Assim,
Hitler teria vivido sob a proteção do governo argentino até a deposição
de Perón, quando se transferiu para o Paraguai, onde o ditador
Stroessner passou a protegê-lo, assim como a vários outros nazistas.
Nas palavras de Abel, “Hitler
morreu em 3 de fevereiro de 1971. Seu corpo está enterrado no Paraguai.
Está em uma propriedade privada, em um bunker secreto, que atualmente é
o porão de um hotel paraguaio, em Assunção.”
Claro que tais afirmações são muito questionadas. Em texto enviado para o mesmo Léo Gerchmann do Jornal Zero Hora,7 o Professor Waldemar Dalenogare Neto8 contesta Abel Basti.
A
meu ver a crítica de Neto é deselegante quando acusa o autor de não ser
acadêmico, nem pesquisador e nem notório, como se isso fosse
pressuposto para credibilidade. Penso que a crítica a um texto deve ser
feita ao texto e não por meio da desqualificação do autor.
Mas
Neto não está errado quando afirma que a versão do suicídio é
corroborada por gente do calibre de Hugh Trevor-Roper, Ian Kershaw,
Joachim Fest, William L. Shirer e Richard J. Evans.
E ele levanta duas questões importantes que devem ser respondidas: a “Viabilidade da fuga de Berlim” e o “Motivo da fuga de Berlim”.
Para
Neto, baseando-se nos autores citados, a última chance de fuga de
Berlim teria se dado em 22/04/1945, quando da visita de Albert Speer ao
bunker.
Mas
isso apenas mostra que até esse dia, após a partida de Speer, a fuga
ainda teria sido possível. Dada a decepção de Hitler por Speer não ter
cumprido sua ordem de "Terra Arrasada", não seria de admirar que o
ditador tivesse deixado seu assistente de fora do plano.
Mas,
o que impediria os auxiliares diretos de Hitler, com sua reconhecida
fidelidade canina ao ditador, de tomar parte em um plano de fuga e
contar todos uma mesma sequência de acontecimentos com alguns dias de
diferença entre fatos e versão? É impossível? Não creio. Mas também
seria preciso provar isso, o que é quase impossível hoje, quando todos
estão mortos.
Seguindo
no roteiro de duas perguntas de Neto, a nosso ver o motivo para a fuga
de Berlim é óbvio. Se Hitler realmente tentou fugir da cidade, o fez
para sobreviver e para não cair nas mãos dos soviéticos. Mas Neto não
discorre sobre isso, restringindo-se a criticar os métodos de Basti.
Ainda
a nosso ver, a versão de Basti peca quando não apresenta os documentos
secretos nos quais se baseia, mas sua refutação total só pode ser feita
com a apresentação de outros documentos e fontes que comprovem a
falsidade de suas afirmações.
A
versão do suicídio em Berlim possui muitos depoimentos mas nenhum
corpo. Possui uma arcada dentária guardada na Rússia, mas nenhum exame
de DNA 100% definitivo. Possui um pedaço de crânio que se dizia ser de
Hitler mas que foi comprovado como sendo de uma mulher.
Por
tudo isso, embora para nós a versão mais comumente aceita do suicídio
seja a mais plausível e até desejável (pois seria muito duro saber que
após cometer todas aquelas atrocidades Hitler teria escapado para morrer
tranquilamente no Paraguai), não descartamos 100% a versão de Basti,
ainda mais depois da liberação dos documentos do FBI.
Como
se vê, Hitler segue sendo um assunto inesgotável na História e só
podemos afirmar com certeza que hoje ele está morto. Só não sabemos
dizer onde...
FIM
3 https://zap.aeiou.pt/tunel-secreto-em-berlim-reforca-teorias-de-que-pode-ter-fugido-no-fim-da-guerra-85799
5 http://dc.clicrbs.com.br/sc/noticias/noticia/2016/09/pesquisador-reune-relatos-de-que-hitler-viveu-na-argentina-7484679.html?pagina=7
6 http://www.brasil247.com/pt/247/mundo/287210/Di%C3%A1rio-de-Kennedy-revela-que-ele-acreditava-que-Hitler-sobreviveu-%C3%A0-guerra.htm
7 http://zh.clicrbs.com.br/rs/opiniao/colunistas/leo-gerchmann/noticia/2016/09/historiador-sustenta-historia-oficial-e-contesta-tese-segundo-a-qual-hitler-viveu-na-argentina-e-no-paraguai-7511598.html
8 Doutorando
em História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
Bacharel, Licenciado e Mestre em História na mesma universidade.
Disp:
https://www.escavador.com/sobre/8884985/waldemar-dalenogare-neto
https://www.escavador.com/sobre/8884985/waldemar-dalenogare-neto
Fontes e Imagens:
https://chicomiranda.wordpress.com/tag/verdades-sobre-a-morte-hitler/
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/artigos/morte_hitler.htm
http://acervo.oglobo.globo.com/fatos-historicos/cercado-por-tropas-russas-num-bunker-em-berlim-adolf-hitler-teria-se-matado-16018175
http://www.express.co.uk/news/history/611229/Adolf-Hitler-tunnel-freedom
http://dc.clicrbs.com.br/sc/noticias/noticia/2016/09/pesquisador-reune-relatos-de-que-hitler-viveu-na-argentina-7484679.html?pagina=7
http://zh.clicrbs.com.br/rs/opiniao/colunistas/leo-gerchmann/noticia/2016/09/historiador-sustenta-historia-oficial-e-contesta-tese-segundo-a-qual-hitler-viveu-na-argentina-e-no-paraguai-7511598.html
http://br.blastingnews.com/mundo/2016/01/fbi-revela-que-a-morte-de-adolf-hitler-foi-uma-farsa-e-que-ele-fugiu-para-a-espanha-00729675.html
https://es.wikipedia.org/wiki/U-530_(1942)
https://pt.wikipedia.org/wiki/U-977
https://zap.aeiou.pt/tunel-secreto-em-berlim-reforca-teorias-de-que-pode-ter-fugido-no-fim-da-guerra-85799
http://www.jn.pt/mundo/interior/restos-mortais-de-hitler-foram-cremados-1441974.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Morte_de_Adolf_Hitler
https://pt.wikipedia.org/wiki/Adolf_Hitler
http://vcsabiadisso.blogspot.com.br/2014/10/casa-de-hitler-na-argentina.html
http://www.planetpropertyblog.co.uk/2011/11/25/hitlers-secret-hideout-for-sale/
http://www.panoramio.com/photo/64639758
https://www.noticiasaominuto.com/mundo/466904/tunel-secreto-em-berlim-sugere-que-hitler-pode-nao-ter-morrido
YURI GAGARIN
O PRIMEIRO HOMEM NO ESPAÇO
Em um dia 12/04 como este, no ano de 1961, o cosmonauta soviético Yuri Gagarin se tornava o primeiro ser humano a viajar pelo espaço sideral.
Yuri Alekseievitch Gagarin nasceu em Klushino, Província de Smolensk, no dia 09/03/1934, um dos quatro filhos de Aleksei Ivanovitch Gagarin e Anna Timofeievna Gagarina, trabalhadores rurais de uma fazenda coletiva soviética.
Quando Smolensk ficou sob ocupação nazista os dois irmãos de Yuri foram deportados para a Alemanha onde foram transformados em escravos.
Casa onde viveu Gagarin. |
Muito interessado por aviões e pelo espaço, Gagarin fez curso de vôo e acabou se tornando aviador, ingressando na Escola de Pilotos de Orenburg, onde passou a pilotar aeronaves militares.
Após ganhar suas asas (concluir sua instrução), Gagarin se casou com Valentina Ivanovna Goryacheva em 1957, com quem teve duas filhas (Galina Gagarina, Yelena Yurievna Gagarina), e logo foi transferido para Murmansk, onde ficou lotado na Base Aérea de Luostari.
Essa base era perto da Noruega e o clima fechado do lugar tornava os vôos quase sempre arriscados, o que tornou Gagarin um piloto muito hábil. Ainda em 1957 ele ascendeu à patente de Tenente da Força Aérea Soviética e dois anos depois chegou a Tenente Sênior.
Em 1960, quando foi iniciada a seleção para pilotos do Programa Espacial Soviético, Gagarin foi um dos 20 pilotos selecionados após rigorosos testes e depois escolhido para chefiar a missão e ser o primeiro cosmonauta.
Sua escolha baseou-se em sua origem humilde, sua personalidade cativante, sua liderança e sua baixa estatura e peso, considerando o tamanho da cápsula na qual o vôo seria realizado que “...media 4,4 metros de comprimento e 2,4 metros de diâmetro.”1
O vôo era de imenso risco, considerando que o Programa Espacial Soviético enviara 48 cães ao espaço, vinte dos quais morreram. A bela cadelinha Laika foi apenas a primeira e mais famosa deles.
A bela cadelinha Laika. |
Contudo, a despeito dos riscos envolvidos, Gagarin embarcou na cápsula Vostok 1, acoplada ao foguete Soyuz-R-7 que foi lançado da Base de Baikonur, no Casaquistão às 09:07hs.
Base de Baikonur, no Casaquistão |
A cápsula Vostok 1 |
Viajando a uma velocidade de 28000 km/h e a uma altitude de 315km, Gagarin chegou ao espaço se tornou o primeiro ser humano a ficar fisicamente fora do Planeta Terra e a poder vê-lo da janela da cápsula. Aquele foi um dos momentos em que se pode ver a roda da História girar.
O cosmonauta soviético completou a volta ao planeta em um vôo que durou 01:48 hs. Nas comunicações da nave com a base em terra Gagarin teria dito que “A Terra é azul. Como é maravilhosa. Ela é incrível!” mas há quem diga que não, que essa frase foi proferida após o pouso.
Ao ver a Terra ele teria dito “Através da janela, eu vejo a Terra. O chão é claramente identificável. Eu vejo rios e as dobras do terreno. Tudo é tão claro…”.2
Gagarin não precisou pilotar a nave, pois tudo foi automatizado, embora ele tivesse condições de assumir os controles em caso de extrema necessidade. Após a reentrada na atmosfera ele ejetou e desceu de pára-quedas.
A cápsula Vostok 1 após o pouso. |
Quando a notícia foi divulgada, Yuri Gagarin tornou-se instantaneamente uma celebridade mundial, passando a visitar diversos países onde foi sempre recebido com grandes festividades, inclusive no Brasil.
O Programa Espacial Soviético seguiu assombrando o mundo com suas conquistas: “Valentina Tereshkova foi a primeira mulher no espaço; dois anos depois, o cosmonauta Alexei Leonov foi o primeiro a flutuar por dez minutos fora de sua cápsula; e, no ano seguinte, o módulo Luna 9 pousou na Lua.”3
Acima, Gagarin em Varsóvia e abaixo, no Brasil, com o Presidente Jânio Quadros. |
Os americanos, dentro do contexto da Guerra Fria, também entraram na Corrida Espacial, mas só foram marcar um gol decisivo em 1969 com a conquista da Lua, na qual Neil Armstrong imprimiu a marca dos pés. Ou seria Stanley Kubrick?
1https://noticias.terra.com.br/ciencia/espaco/ha-45-anos-morria-em-voo-yuri-gagarin-primeiro-homem-a-chegar-ao-espaco,955149eed4bad310VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html
2https://noticias.terra.com.br/ciencia/espaco/ha-45-anos-morria-em-voo-yuri-gagarin-primeiro-homem-a-chegar-ao-espaco,955149eed4bad310VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html
3http://www.dw.com/pt-br/1961-yuri-gagarin-no-espa%C3%A7o/a-495389
Fontes e Imagens:
https://educacao.uol.com.br/biografias/yuri-gagarin.htm
https://noticias.terra.com.br/ciencia/espaco/ha-45-anos-morria-em-voo-yuri-gagarin-primeiro-homem-a-chegar-ao-espaco,955149eed4bad310VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html
http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2016/04/viagem-pioneira-de-yuri-gagarin-ao-espaco-completa-55-anos.html
https://br.sputniknews.com/ciencia_tecnologia/201604124119226-gagarin-10-fatos/
https://br.sputniknews.com/fotos/201604124118249-galeria-fotos-repercussao-voo-Gagarin-Brasil-mundo/
https://br.sputniknews.com/fotos/201604124118249-galeria-fotos-repercussao-voo-Gagarin-Brasil-mundo/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Programa_Vostok
https://pt.wikipedia.org/wiki/Laika
https://pt.wikipedia.org/wiki/Iuri_Gagarin
http://brazilian-pop-politics.blogspot.com.br/2012/04/yuri-gagarin-visits-brazil-1961.html
https://pics-about-space.com/yuri-gagarin-and-his-wife?p=3
http://www.space.com/17764-laika-first-animals-in-space.html
http://www.thelivingmoon.com/45jack_files/03files/Launch_Sites_Baikonur.html
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Em um dia 26/02, no ano de
1815, Napoleão escapava da Ilha de Elba onde se encontrava exilado desde
04/05/1814 em cumprimento ao Tratado de Fontainebleau.
O Tratado fora imposto pelos
comandantes da coalizão de países que derrotara a França na Batalha de Paris.
Recolhido no Palácio de
Fontainebleau, Napoleão foi intimado a abdicar. Ele ainda tentou deixar seu
filho como herdeiro do trono e sua esposa, Maria Luísa da Áustria, como regente,
mas sem sucesso.
Encenação da chegada de Napoleão a Elba |
O tratado, porém, permitia
que mantivesse o título de Imperador e foi-lhe concedido governar a Ilha de
Elba, para onde poderia levar uma pequena corte, 400 soldados, manter alguns
navios e receber do governo da França, anualmente, uma quantia de dois milhões
de francos.
Nos primeiros meses de exílio
o gênio de Napoleão promoveu uma verdadeira revolução administrativa na ilha
com a "...construção de estradas e drenagem dos pântanos, impulsionar a
agricultura e desenvolvimento de minas, bem como reformar as escolas da ilha e
todo o seu sistema legal."(1)
E também consta que o
soberano se tornou praticamente uma atração turística!
Conforme afirma Katharine
Macdonogh em “A Sympathetic Ear: Napoleon, Elba And The British – From History
Today (1994)” (2),
no porto de Elba passaram a desembarcar inúmeros oficiais ingleses para
conhecer o maior de todos os rivais da Inglaterra. E, segundo os relatos que a
autora apresenta, Napoleão os encantou a ponto de torná-los admiradores dali em
diante.
Segundo Lord John Russell,
Napoleão se mostrou “extremamente bondoso ... sua maneira parece estudada
para por a pessoa à vontade por sua familiaridade; Seu sorriso e riso são muito
agradáveis” (2)
Outro relato, de Hugh
Fortescue, Visconde Ebrington, diz que:
Sua maneira me deixou quase à
vontade desde o início, e pareceu incentivar minhas perguntas, que ele
respondeu sobre todos os assuntos sem a menor hesitação, e com uma rapidez de
compreensão e clareza de expressão além do que eu já vi em qualquer outro homem. (2)
Mas, segundo Shannon Selin em
seu blog “Imagining the Bounds of History” (3),
logo a consciência do mundo diminuto ao seu redor, em contraste com as memórias
do grande comando que exercera, parecem ter feito "cair a ficha" do
grande homem. Some-se a isso o descumprimento do tratado pela França, que não
efetuou o pagamento que fora prometido.
Este também parece ser o
entendimento do Coronel Neil Campbell - comissário britânico na ilha – que
escreveu diversas vezes aos seus superiores na Inglaterra informando sobre o
declínio financeiro do Imperador, demonstrado nos cortes de obras e despesas
gerais e alertando que a falta de pagamento a Napoleão poderia causar sua fuga.(3)
Mas, embora não estivesse
totalmente errado, o coronel inglês não sabia que Napoleão já pensava em sair
de Elba quando ainda estava em Fontainebleau!
Mantendo-se bem informado
sobre o que ocorria na França, Napoleão soube de três fatos que podem tê-lo
estimulado a deixar a ilha: a impopularidade de Luis XVIII; as conversas no
Congresso de Viena sobre retirá-lo de Elba para outro local bem mais distante;
a movimentação para coroar o Duque de Orleans governante da França, o que
traria uma situação nova e de difícil reversão.(3)
Assim sendo, já em junho de
1814 havia boatos de que Napoleão pretendia deixar a ilha. Entretanto o
acontecimento só foi se concretizar mesmo no ano seguinte quando o Coronel Neil
Campbell viajou para Londres em 16/02.
Napoleão imediatamente deu
ordens para que suas embarcações fossem preparadas. A partir dai os
acontecimentos são como um fantástico roteiro de filme de ação e espionagem!
Portoferraio - Ilha de Elba |
Segundo Selin, Napoleão
ordenou que o navio Inconstant fosse pintado como um navio inglês
e abastecido com mantimentos.
Quando uma embarcação
britânica aportou em Elba ele ordenou que seu navio fosse escondido para não
ser visto e colocou seus soldados para executar serviços corriqueiros de
jardinagem! Pouco depois decretou bloqueio do porto evitando a partida de
qualquer barco que pudesse alertar o exterior sobre sua fuga.
Em 25/02 ele avisou às
autoridades da ilha que partiria e ordenou a impressão de cartas a serem
divulgadas na França. No dia 26/02 a frota partiu levando 600 membros da Velha
Guarda, 100 lanceiros poloneses desmontados, 300 membros do Batalhão Corso, 50 membros
da gendarmeria (guarda) e 100 civis, incluindo empregados. (3)
No mar, a frota chegou a ser
abordada por um navio inglês, mas o capitão deste foi enganado pelo capitão a
serviço de Napoleão. Em 01/03 a pequena tropa do Imperador desembarcou em “Golfe-Juan,
entre Cannes e Antibes”.
Golfe-Juan - França |
Napoleão saudado pelo 5º Regimento |
Algum tempo depois, as tropas
do Quinto Regimento, enviadas para deter a marcha de Napoleão rumo a Paris o
interceptaram. O soberano se postou sozinho, em frente aos soldados e os
conclamou a atirar no próprio Imperador. Como lhes era impossível fazer isso,
aderiram a ele e, assim, a marcha se transformou em um cortejo triunfal que
chegou a Paris sem disparar nenhum tiro.
Mas isso é uma outra
História! Vive L'Empereur!
(1)
https://widescience.wordpress.com/2015/03/02/por-que-napoleao-provavelmente-deveria-ter-ficado-no-exilio-na-primeira-vez/
(2)
https://www.napoleon.org/en/history-of-the-two-empires/articles/a-sympathetic-ear-napoleon-elba-and-the-british-from-history-today-1994-vol-44/
(3)
http://shannonselin.com/2016/02/how-did-napoleon-escape-from-elba/
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Fontes e Imagens:
https://widescience.wordpress.com/2015/03/02/por-que-napoleao-provavelmente-deveria-ter-ficado-no-exilio-na-primeira-vez/
https://www.napoleon.org/en/history-of-the-two-empires/articles/a-sympathetic-ear-napoleon-elba-and-the-british-from-history-today-1994-vol-44/
http://shannonselin.com/2016/02/how-did-napoleon-escape-from-elba/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Governo_dos_Cem_Dias
https://pt.wikipedia.org/wiki/Napole%C3%A3o_Bonaparte
https://en.wikipedia.org/wiki/Treaty_of_Fontainebleau_(1814)
http://estoriasdahistoria12.blogspot.com.br/2016/03/20-de-marco-de-1815-napoleao-bonaparte.html
http://edition.cnn.com/2014/05/06/travel/napoleon-elba/
http://www.lefigaro.fr/livres/2014/11/13/03005-20141113ARTFIG00041-napoleon-sa-relation-intime-avec-le-christianisme.php
https://en.wikipedia.org/wiki/Battle_of_Paris_(1814)
https://en.wikipedia.org/wiki/File:Montfort_-_Adieux_de_Napoleon_a_la_Garde_imperiale.jpg
https://sonofskye.wordpress.com/2014/05/10/marshal-etienne-jacques-macdonald-of-france-1765-1814/
Em 1988, quando já completavam-se 25 anos de sua prisão, Mandela sofreu de tuberculose e foi transferido para a Prisão de Victor Verster, onde não ficava em uma sela, mas em um bangalô com piscina e cozinheiro exclusivo. O regime temia que ele morresse de doença e que não houvesse mais ninguém com que pudesse negociar e evitar a guerra civil.
As negociações avançaram e, em 05/07/1989, o Presidente Pieter Botha se encontrou com Nelson Mandela para preparar sua libertação. Mas, foi o seu sucessor na liderança do Partido Nacional, Frederick de Klerk16 quem, no dia 02/02/1990 anunciou no Parlamento as primeiras medidas para pôr fim ao sistema de Apartheid.
MANDELA LIVRE!
O mundo celebrou a liberdade de Mandela, pois o fim do Apartheid estava próximo.
De Klerk iniciou o diálogo com o CNA e promulgou as primeiras leis anti Apartheid sendo muito criticado por setores da elite branca.
Entretanto ele recebeu o apoio de 69% dos eleitores brancos que votaram pelo fim do regime em um plebiscito de 1992.
Do outro lado, Mandela assumiu a liderança do CNA e passou a negocir a promulgação de uma nova Constituição que abolisse de vez a segregação racial.
Mas, também houve resistência entre os negros. Mangosuthu Buthelezi17, líder do Partido da Liberdade Inkhata18, acusou Mandela de traição e tentou assumir a liderança dos interesses dos negros. Essa disputa resultou em confrontos sangrentos, mas foi vencida por Mandela.
Pelo lado branco, a resistência ocorreu capitaneada pela Frente Nacional Africânder (FNA), fundada em 1993 e composta por 21 grupos extremistas que pretenderam criar um país independente na região do Transvaal.
A despeito disso, o Presidente De Klerk pediu perdão pelo Apartheid em outubro de 1992 e um ano depois, em outubro de 1993, ele e Mandela receberam juntos o Prêmio Nobel da Paz.
Foi posta em vigor a nova Constituição provisória não-racial, que outorgava direito de voto à maioria negra e, em 27/04/1994, as primeiras eleições multirraciais na África do Sul foram realizadas.
Nelson Mandela concorreu como candidato pelo Congresso Nacional Africano e foi eleito Presidente com 62,6% dos votos, conquistando 252 das 400 cadeiras da Assembléia Nacional. Mangosuthu Buthelezi obteve pouco mais de 10% dos votos, mas tornou-se ministro do governo Mandela.
Começava a era de ouro do perdão na Nação Arco Íris!
FIM
Começava a era de ouro do perdão na Nação Arco Íris!
FIM
Foi
em um dia 01/02 como hoje, no ano de 1979, que o Aiatolá Khomeini
(Sayyid Ruhollah Musavi Khomeini), retornou ao Irã para fundar a
República Islâmica do Irã, em substituição ao regime monárquico do Xá
Reza Pahlevi (Mohammad Reza Pahlevi).
O
Xá Reza Pahlevi, nascido em 26/10/1919 em Teerã, quando o país ainda
era a Pérsia, assumiu o poder durante a II Guerra Mundial, após a
abdicação de Reza Xá, seu pai, forçada por uma invasão de ingleses e
russos.
Durante
seu reinado a indústria do petróleo foi estatizada, mas EUA e
Inglaterra forçaram a volta da privatização. Também em seu período foram
celebrados 2.500 anos de monarquia persa, contada desde Ciro, O Grande.
O
Xá Reza Pahlevi tomou várias medidas para modernizar e secularizar o
Irã, mantendo uma linha de atuação pró ocidente e mantendo negociações
com Israel, o que lhe fez perder o apoio do clero xiita.
O Xá Reza Pahlevi e o Aiatolá Khomeini |
Essa
repressão cresceu tanto que incomodou o ocidente. Em 1977 o Presidente
dos EUA, Jimmy Carter pressionou o regime a reduzir a perseguição
política, no que foi atendido. Ao contrário do esperado, porém, as
manifestações contra o governo só aumentaram.
Quando
a repressão voltou, o exército matou cerca de 90 pessoas durante
protestos, no que ficou conhecido como massacre da Sexta-Feira Negra em
08/09/1978. Como era de se esperar, as manifestações se agigantaram
chegando ao número de 2 milhões de pessoas em Teerã no dia 12/12/79.
Quando
os soldados do exército começaram a desertar para não ter que atirar no
povo, o governo estava condenado. O Xá Reza Pahlevi ainda acenou com
concessões, mas já tinha perdido a guerra. Quando o Aiatolá Khomeini
exigiu o fim da monarquia, Pahlevi não viu outra alternativa que não a
fuga do país.
Então
Khomeini foi convidado a retornar ao país, vindo de Paris, onde estava
exilado. Logo ele já era aceito como lider maior da revolução e assumiu o
governo afastando todos os opositores.
Em
pouco tempo o novo regime expulsou as representações diplomáticas
americanas, cancelou os contratos de compras de armas e exportação de
petróleo aos EUA e implantou uma constituição teocrática, baseada na
Sharia, a Lei Islâmica. A ocidentalização do Irã foi interrompida.
Fontes e Imagens:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Iraniana
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ruhollah_Khomeini
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mohammad_Reza_Pahlavi
https://historiazine.com/a-revolu%C3%A7%C3%A3o-iraniana-80482633fd2f
https://historiazine.com/a-revolu%C3%A7%C3%A3o-iraniana-80482633fd2f#.5k92sbj6y
http://acervo.oglobo.globo.com/fotogalerias/revolucao-islamica-no-ira-9541025
https://shakak76.wordpress.com/2015/02/10/iranian-revolutionthe-phenomenon-which-changed-the-middle-east/
http://www.davidburnett.com/gallery.html?gallery=44+Days%3A+the+Iranian+Revolution#/16
http://www.ilimvemedeniyet.com/iranian-islamic-revolution.html
http://www.davidburnett.com/gallery.html?gallery=44+Days%3A+the+Iranian+Revolution#/3
CONFERÊNCIA DE
WANNSEE
Neste caso não é um belo dia, mas um triste dia na História. Em um
dia como este 20 de janeiro, em 1942, ocorria a reunião que iria detalhar o
planejamento da Solução Final para o destino dos judeus dentro da Alemanha
Nazista e territórios conquistados. A Conferência de Wannsee foi um encontro de
líderes nazistas, realizadas no subúrbio berlinense de Wannsee, em uma mansão
às margens do lago denominado Grosser Wannsee.
O
encontro foi marcado pelo diretor do Gabinete Central de Segurança do Reich,
SS-Obergruppenführer Reinhard Heydrich e destinou-se a estabelecer a cooperação
de todos os setores envolvidos, especialmente no transporte, na eliminação dos
judeus que seriam trazidos de todos os lugares para a Polônia, onde seriam
exterminados.
Heydrich
agia obedecendo uma ordem escrita e assinada por Hermann Göring determinando que planejasse a
solução da questão judaica, embora o extermínio já tivesse começado logo após a
invasão da URSS em junho do ano anterior, 1941.
Hermann Göring e Reinhard Heydrich |
Portanto,
ao contrário do que alguns pensam, não foi na Conferência de Wannsee que a
decisão de exterminar os judeus foi tomada, pois a reunião teve, como primeiro
objetivo, apenas determinar a participação de cada órgão do governo nazista
envolvido no processo como, por exemplo, os Ministérios das Relações
Exteriores, Justiça, Interior e a SS. Em outras palavras, organizar o que já
estava acontecendo.
A
perseguição aos judeus começou logo no início do governo de Hitler, em 1933 e
se intensificou com as Leis de Nuremberg em 1935. A matança
indiscriminada porém começou após a invasão da Polônia, em 1939. O plano
nazista para o Leste não previa apenas a morte dos judeus, mas também dos
eslavos e a ideia era reduzir a população, pela fome, com a morte de 30 milhões
de pessoas!
As
colheitas fracas na Alemanha nos anos de 1940 e 1941 levou o governo nazista a
calcular que os judeus não se encaixavam no número de pessoas que deveriam ser
alimentadas e que incluíam os próprios alemães e os trabalhadores escravos das
fábricas do III Reich.
Quando
a invasão da URSS começou, logo Heydrich estava autorizando a morte de membros
do partido comunista, comissários do povo, judeus em cargos públicos,
adversários políticos, sabotadores, agitadores e membros da resistência. Não
demorou para ordenar que todos os judeus fossem considerados membros da resistência,
o que autorizava sua morte indiscriminada.
Heydrich
enviou as convocações para a reunião em 29/11/1941, marcando a data do encontro
para 09/12/1941 no escritório da Interpol. Porém, devido ao fracasso da tomada
de Moscou e a declaração de guerra de Hitler contra os EUA, após o ataque
japonês a Pearl Harbor, a conferência foi adiada. O local já havia sido
alterado dias antes.
CONVOCAÇÃO PARA A CONFERÊNCIA |
Esses
eventos levaram Hitler a perceber que a guerra não acabaria cedo como previra
e, assim sendo, em 12/12/1941 ele transmitiu aos membros superiores do governo
que decidira eliminar os judeus logo, sem esperar pelo fim da guerra.
Os
novos convites para o encontro, agora remarcado para 20/01/1942 foram enviados
dia 08. Foram 15 participantes, dentre os quais Adolf Eichmann, que depois
ficaria famoso por ter sido sequestrado por agentes do Mossad na Argentina,
para ser julgado em Israel.
Heydrich
iniciou a reunião relembrando as medidas anti-judaicas tomadas desde 1933 e
contabilizando a existência de 11 milhões de judeus na Europa com cerca de
metade deles fora dos domínios da Alemanha. A intenção era levar os judeus sob
domínio da Alemanha para a URSS, onde morreriam “de causas naturais” na
construção de estradas. Os restantes deveriam ser “tratados adequadamente”,
considerando que poderiam voltar a se reproduzir, o que não era desejado.
LISTA DE ADOLF EICHMANN - JUDEUS DA EUROPA |
Essa
remoção em massa era uma exigência do processo de mudança dos alemães que iriam
colonizar o Leste, especialmente aqueles que havia perdido suas casas nos
bombardeios aéreos aliados. O processo incluiria o transporte para guetos de
transição na Polônia e, depois, para a URSS.
Nem
todos os judeus, porém, seriam deportados rumo a morte pois, segundo Heydrich,
“Judeus com mais de 65 anos de idade, e judeus veteranos da Primeira Guerra
Mundial que tivessem sido feridos com gravidade ou que tivessem recebido a Cruz
de Ferro, podiam ser enviados para o campo de concentração de Theresienstadt em
vez de serem mortos.”
Os
Mischlings de primeiro grau (mestiços com avós judeus) seriam mortos, porém, se
fossem casados e tivessem filhos com não-judeus, seriam poupados. Mesmo caso
dos que possuissem isenção concedida por altas autoridades. Mas deveriam ser
esterilizados ou deportados caso não aceitassem.
TABELA DE CLASSIFICAÇÃO DOS JUDEUS |
Os
Mischlings de segundo grau (com apenas um dos avós judeu) seriam considerados
alemães, a menos que fossem casados com judeus, mischlings de primeiro grau ou
tivessem a aparência e o comportamento marcadamente “judaicos”. Casamentos
interraciais seriam analisados individualmente.
Após
a fala de Heydrich a reunião seguiu menos formal. Não foi registrada nenhuma
oposição dos presentes, antes, porém, sugestões para “aperfeiçoar” o processo.
Heydrich, que esperava muita resistência, ficou satisfeito com a concordância
geral.
PARTICIPANTES DA CONFERÊNCIA DE WANNSEE |
O
documento final da conferência, denominado Protocolo de Wannsee, foi redigido
com termos camuflados, para esconder o terror das decisões que continha. Foram
feitas 30 cópias da ata, que foram enviadas aos participantes. A maioria delas
foi destruída ao final da guerra, mas uma delas sobreviveu e serviu de prova no
Julgamento de Nuremberg.
Fontes e Imagens:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Confer%C3%AAncia_de_Wannsee
https://en.wikipedia.org/wiki/Generalplan_Ost
https://warfarehistorynetwork.com/daily/wwii/the-wannsee-conference-hitlers-final-solution/
https://dirkdeklein.net/2017/07/14/the-minutes-of-the-wannsee-conference-meeting/
Em
um dia 10/01 como hoje, no ano 49 a.C., Júlio César, acompanhado da
XIII Legião, atravessou o Riacho Rubicão, em Ariminum (atual Rimini –
Itália), cruzando assim a fronteira italiana da época e violando a lei
do Senado que proibia o ingresso de Generais e Legiões armadas na
Itália.
A
República Romana vivia seus momentos finais, embora parecesse
restaurada após a ditadura de Sila. Quando este morreu, o poder retornou
a um Senado desconectado do povo e incapaz de reassumir, de fato, o
comando do império que Roma já se tornara.1
Com
isso, recorreu-se ao suporte de figuras aliadas de Sila, mas capazes de
reunir apoio popular, apesar de oriundas das classes dominantes. O
poder passou a se concentrar em Cneu Pompeu e Marco Crasso.2
O Triunvirato
Crasso, “...general enriquecido pela compra dos bens confiscados por Sila...”3 derrotara a rebelião de Spartacus, mas tivera seu triunfo (o mais pomposo desfile militar) negado pelo Senado.4
Pompeu
conquistara fama e fortuna vencendo a rebelião de Sertório, na
Hispania, também vencera o Rei Mitridates e eliminara os piratas do Mar
Mediterrâneo.5 Contudo os senadores estavam receosos do poder acumulado pelo general, por eles mesmos conferido, e passaram a cerceá-lo.6
Uma
vez terminadas as campanhas militares, Pompeu e Crasso deveriam
devolver os postos de comando, o que não fizeram. E o Senado não tinha
como forçá-los sem iniciar uma guerra civil.7
Para
garantir o apoio do partido popular, ambos fizeram acordo com um dos
sobrinhos de Mário que conseguira escapar da perseguição de Sila. Seu
nome? Júlio César!8
O acordo político dos três garantia “assistência mútua entre si para dividir o poder” entre eles mesmos e seus aliados nascendo, assim, o sistema que ficou conhecido como Primeiro Triunvirato.9
Este
sistema de alianças permitiu que César chegasse ao Consulado e
conseguisse, depois, o mandato para atuar na Gália. Esta guerra, como se
sabe, lhe garantiu imensa riqueza e fama, equiparando-o, e até
superando, seus dois parceiros de poder.
Apesar
dos imensos egos que suportava, o acordo correu bem até que a morte os
separou. Em 54 a.C. a esposa de Pompeu, Júlia, morreu de parto. Ela era
filha de César.10 E no ano seguinte, 53 a.C., quem morreu foi Crasso, quando seu exército foi massacrado na Partia.11
Com esta morte, o equilibrio do Triunvirato acabou pois “A graça do triunvirato residia na sua inerente estabilidade, pois nenhum dos seus membros podia contra os outros dois”.12
O
iminente retorno de César vitorioso e super rico da Gália fez com que
seus adversários do Senado instigassem Pompeu contra ele. A estratégia
consistiu, segundo Sheppard, em fazê-lo voltar a Roma sem a imunidade do
cargo de Cônsul, para poder acusá-lo e derrotá-lo, apesar de um acordo
ter sido aprovado “...por ampla maioria: 370 votos contra 22.”13
Os 22, porém, conseguiram vetar os votos dos 370 e “O
fato de os poucos senadores poderem vetar uma medida com apoio tão
amplo era apenas um dos sinais do estado de deterioração das
instituições democráticas de Roma.”14
Lissner compara Roma a uma nau sem piloto, entregue à anarquia: “O
Senado era corruptível, a Constituição estalava por todos os lados e as
tribunas dos oradores estavam muitas vezes manchadas de sangue...”15
Quando
Pompeu finalmente aderiu aos inimigos de César, o confronto direto
deixou de ser apenas uma das opções, passando a ser a única.16
Os
primeiros embates da Guerra Civil, porém, ocorreram não nos campos de
batalha, mas no piso do Senado. Uma série de medidas legislativas,
algumas apenas de fachada, outras aprovadas e depois vetadas, resultou,
por fim, na declaração de César como fora da lei.17
Com
suas conquistas e a própria vida em risco, César dirigiu-se a Ariminum,
onde o Rio Rubicão marcava a fronteira da Itália, na qual pela lei ele
não poderia entrar liderando tropas.18
Plutarco descreve assim o momento decisivo: “Havendo,
pois, chegado ao Rio Rubicão, […] parou pensativo e esteve por algum
tempo meditando sobre o atrevimento de suas ações. Depois […] sem
articular mais palavras do que esta expressão […] - A sorte está
lançada...- fez com que as tropas atravessassem o rio.”19
César estava voltando pra casa!
1 SHEPPARD, Si. Grandes Batalhas - Farsália 48 a.C. César contra Pompeu. Osprey – Espanha 2010. pg. 10
2 Idem
3 MENDES, Norma Musco. Roma Republicana. São Paulo: Ática, 1988. pg. 67
4 BRANDÃO, José Luís (coord.); OLIVEIRA, Francisco de (coord.). História de Roma Antiga volume I: das origens à morte de César. Coimbra-Portugal: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2015. pg.373
5 GRIMAL, Pierre. História de Roma. Trad. Mª L. Loureiro. São Paulo: UNESP , 2011. pg. 106
6 (MENDES: 1988) pg. 67
7 (BRANDÃO; OLIVEIRA: 2015). pg.373
8 (MENDES: 1988) pg. 67
9 (GRIMAL: 2011) pg. 111
10 SUETONIUS. Roma Galante – pg. 16
11 (BRANDÃO; OLIVEIRA: 2015). pg.384
12 (SHEPPARD: 2010) pg. 11
13 BRUNS, Roger. Os Grandes Líderes – Júlio César. São Paulo: Nova Cultural, 1988. pg. 64
14 Idem
15 LISSNER, Ivar. Os Césares – Apogeu e Loucura: Tradução de Oscar Mendes. Belo Horizonte: Itatiaia, 1964. pg.79
16 (BRANDÃO; OLIVEIRA: 2015). pg.385
17 (SHEPPARD: 2010) pg. 12-16
18 Ibid. pg. 16
19 PLUTARCO. Vidas Paralelas - Tomo V - Pompeyo: LX
17 DE SETEMBRO
ASSINATURA DA CONSTITUIÇÃO DOS EUA
A primeira e única constituição dos EUA até hoje foi discutida entre os dias 25 de maio e 17 de setembro de 1787 na Filadélfia-Pensilvânia, sendo sinal da estabilidade política daquela nação, onde quase não há espaço para golpes e afrontas à democracia como aqui onde as constituições só valem enquanto beneficiam os poderosos.
O documento original estadunidense é composto por sete artigos que dão as linhas básicas da divisão dos três poderes, os direitos dos estados dentro do sistema federalista adotado e o formato de ratificação pelos mesmos.
A Carta Magna americana recebeu 27 alterações ao longo dos séculos e as dez primeiras emendas estabeleceram os direitos civis, ampliados por emendas posteriores.
A nosso ver, a emenda mais significativa foi a XIII, aprovada durante a Guerra Civil, no governo de Abraham Lincoln, que aboliu a escravatura:
Não haverá, nos Estados Unidos ou em qualquer lugar sujeito a sua jurisdição, nem escravidão, nem trabalhos forçados, salvo como punição de um crime pelo qual o réu tenha sido devidamente condenado.
É a segunda Carta Magna mais antiga do mundo ainda em vigor e a mais curta delas. O povo americano aprende, desde a mais tenra idade, o valor de suas leis e o juramento de defesa da Constituição é presente até mesmo em muitas escolas.
Neste ponto, os EUA são um bom exemplo que o Brasil deveria seguir, em especial nossa classe política. Mas, olhando o governo que temos hoje isso seria, nos parece, esperar demais.
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31 DE AGOSTO
SURGE JACK, O ESTRIPADOR
No ano de 1888, no dia 31 de Agosto, Jack Estripador fazia sua primeira vítima, de acordo com estudiosos do tema.
A vítima foi Polly, apelido de Mary Ann Nichols, como era conhecida em Whitechapel. Ela nascera em Shoe Lane (26/08/1845) e era mãe de 05 filhos, 03 homens e 02 mulheres.
Polly morreu na noite de 30/08 ou madrugada de 31/08 na rua Buck's Row, atual Durward Street, onde seu corpo foi descoberto às 03:40hs.
Sua morte foi extremamente violenta, ocasionada por cortes profundos na garganta além de vários cortes no abdomen e esviceração.
Registro de Óbito de Mary Ann Nichols |
Várias outros assassinatos foram cometidos depois, sempre com violência extrema.
A partir de Setembro o assassino teria escrito cartas à Scotland Yard, sendo 03 delas consideradas genuínas. Na primeira, de 25/09/1888, o assassino se autodenominou Jack, o Estripador.
Na segunda carta, datada de 01/10/1888 ele assumiu um duplo homicídio e na terceira, de 15/10/1888, Jack enviou junto com a carta um pedaço do rim de uma das vítimas, alegando ter comido o restante.
A primeira carta de Jack |
A famosa carta, intitulada "Do Inferno". |
A polícia não conseguiu encontrar o assassino e a investigação da época, em torno de sete, depois doze suspeitos, não levou a nada.
Mas em 2014, através de exames de DNA mitocondrial realizado no xale de uma das vítimas (Catherine Eddowes), que nunca fora lavado, Russell Edwards e Jari Louhelainen afirmaram que Jack Estripador seria Aaron Kosminski, um dos suspeitos da polícia na época.
Aaron Kosminski era um “...imigrante judeu de 25 anos, que veio do então Império Russo, que vivia com sua mãe e irmãs.”(1)
Jack Estripador não foi o maior serial killer da História mas foi, com certeza, o mais famoso de todos, embora (e talvez por isso mesmo) sua suposta identidade só tenha sido conhecida mais de um século após os crimes que cometeu. Que esteja bem quente ai embaixo Jack!
Fontes e Imagens:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jack,_o_Estripador
https://pt.wikipedia.org/wiki/Suspeitos_do_caso_Jack,_o_Estripador
(1) http://seuhistory.com/noticias/apos-mais-de-um-seculo-identidade-de-jack-o-estripador-e-finalmente-revelada
http://www.aljazeera.com/mritems/Images/2014/9/8/2014983945211734_20.jpg
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/55/Wanted_poster.jpg
http://i.telegraph.co.uk/multimedia/archive/02750/ripper_2750609b.jpg
CAÇA ÀS BRUXAS EM SALÉM
Em um dia 19/08, no ano de 1692, ocorriam as execuções por enforcamento de Martha Carrier, George Jacobs Sr., George Burroughs, John Willard e John Proctor, acusados e condenados por prática de bruxaria.
A Vila de Salém, atual cidade de Danvers em Massachusetts, era habitada por puritanos fugidos da perseguição religiosa na Europa. Eles viviam sob leis bíblicas em um tempo de raro conhecimento científico e muita superstição.
Também eram comuns as desavenças internas, nas quais os membros constantemente entravam em disputa pela posse de terras, por estabelecimento de limites, etc, bem como disputas com a vizinha Cidade de Salém, que mantém o nome até hoje.
Acima e abaixo, sítios onde ficavam as antigas construções de Salém. |
O Reverendo, ou Primeiro Ministro, cargo mais importante da comunidade por conta de sua autoridade religiosa, era escolhido pelos moradores que deveriam pagar a ele uma taxa anual, o que por vezes não ocorria, levando a renúncias ao cargo. Quando Samuel Parris assumiu o posto ele era o quarto a ocupar o cargo.
Os problemas começaram em fevereiro de 1692, quando Betty Parris, de 9 anos, e Abigail Williams, de 11 anos, respectivamente filha e sobrinha do Reverendo Samuel Parris, começaram a apresentar comportamento agressivo, emitir sons estranhos e a ter espasmos violentos, sintomas hoje reconhecidos como oriundos da provável contaminação por um fungo.
A casa onde a bruxaria começou em foto do século XIX. |
O médico consultado, sem encontrar resposta, afirmou que as meninas estavam enfeitiçadas e logo outras meninas da vila passaram a apresentar os mesmos sintomas. Dai para a histeria coletiva foi um pequeno passo, principalmente porque poucos anos antes, em 1689, um livro sobre feitiçaria, descrevia sintomas semelhantes, relacionando-os à ação de feiticeiras.
Quando foram examinadas e interrogadas as meninas acusaram a escrava do reverendo Parris, Tituba, além de “Sarah Good, uma moradora de rua; e Sarah Osborne, uma idosa pobre.”[1]
Obviamente nenhuma das acusadas era bruxa, mas, com objetivo de escapar da forca, a escrava Tituba confessou e ainda afirmou ter feito pacto com o demônio. Quando Martha Corey, uma cristã muito devota e frequentadora dos cultos, foi acusada, o pânico se instalou pois agora qualquer um poderia estar sob influência direta do cramunhão tinhoso!
Qualquer comportamento minimamente fora dos padrões, marcas de nascença e cicatrizes pelo corpo passaram a ser motivo de denúncia e até Dorothy Good, de míseros 4 anos de idade, foi detida e interrogada! Testemunhas de defesa não eram admitidas!
Certamente não descartamos o uso destas denúncias como estratégia para livrar-se de inimigos ou adversários, o que sempre ocorre nestes casos.
Em Maio daquele ano Massachusetts teve um novo governador nomeado, Sir William Phips, que instaurou um tribunal para processar e julgar os casos de Salém.
Samuel Parris e William Phips. |
Entre 200 e 300 pessoas foram acusadas de bruxaria. A primeira a ser condenada foi Bridget Bishop, enforcada em 10 de junho, seguida de outras 18 vítimas até 22 de setembro.
O enforcamento de Bridget Bishop. |
Execução de Giles Corey, esmagado por pedras. |
Em 29 de outubro o governador dissolveu o tribunal proibindo novas prisões e libertando vários acusados.
Quando outro tribunal foi instalado, no ano seguinte, quase todos os que ainda permaneciam presos foram inocentados e libertados.
Acima e abaixo, documentos do processo contra as Bruxas de Salém. |
Quando o leitor se deparar com pessoas defendendo que nosso país seja governado por uma lei religiosa, ou atacando alguém por sua prática de fé, lembre-se do caso das Bruxas de Salém, onde fé e ignorância levaram tantos inocentes à morte.
[1] A bizarra história por trás das famosas Bruxas de Salem
https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/100333-a-bizarra-historia-por-tras-das-famosas-bruxas-de-salem.htm
Fontes e Imagens:
http://andandonolimbo.blogspot.com.br/2012/07/verdadeira-historia-das-bruxas-de-salem.html
https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/100333-a-bizarra-historia-por-tras-das-famosas-bruxas-de-salem.htm
http://mundoestranho.abril.com.br/historia/quem-foram-e-como-morreram-as-bruxas-de-salem/
http://www.sitedecuriosidades.com/curiosidade/bruxas-de-salem.html
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/feiticeiras.htm
https://en.wikipedia.org/wiki/Timeline_of_the_Salem_witch_trials
https://en.wikipedia.org/wiki/Salem_witch_trials
QUEDA DE TENOCHTITLÁN
No ano de 1521, provavelmente no dia 13 de agosto, ocorria a queda da grande cidade asteca de Tenochtitlán, tomada pelos conquistadores espanhóis liderados por Hernán Cortéz.
Os Astecas, também chamados Mexicas, viveram onde hoje é o México e o auge de sua civilização foi entre os séculos XIV e XVI.
Os mexicas, originários de Aztlán, chegaram às margens do lago Texcoco, vindos de Chapultepec, de onde haviam sido expulsos. Junto ao lago se estabeleceram e formaram uma aliança de três cidades que viria a dominar o futuro Império Asteca: Texcoco, Tiacopan e Tenochtitlán.
A sociedade asteca era formada pelo Imperador e Chefe Militar (eleito), sacerdotes, demais chefes militares, artesãos, trabalhadores urbanos e camponeses. Uma outra divisão comumente aceita pela historiografia era entre nobres (pipiltin), camponeses, (calpulli) e o povo, (macehualtin). Os pochtecas eram os comerciantes, que viajavam e faziam as vezes de espiões para o governante.
A região onde se estabeleceram os astecas era alagada, mas eles desenvolveram técnicas agrícolas impressionantes, construindo ilhas de cultivo, denominadas Chinampas, canais de drenagem e aquedutos que traziam água das montanhas.
A própria cidade de Tenochtitlán, que possuia templos imensos, largas e retas avenidas, foi construída no meio de um pântano!
Os astecas também se desenvolveram imensamente nas artes, confeccionando ricos tecidos, trabalhando com ouro e prata, realizando grandes avanços na pintura e também na matemática, astronomia e criando uma escrita pictórica.
Eles eram politeístas, adoravam os astros e as forças da natureza e realizavam sacrifícios humanos em larga escala.
Em 1519, ano da chegada dos espanhóis, residiam cerca de 300 mil pessoas em Tenochtitlán e a cidade jamais seria tomada por menos de 700 europeus, mesmo que reforçados por aliados, se antes não tivessem aberto as portas a eles. Quando tentaram voltar atrás já era tarde.
O Imperador Asteca, Montezuma, recebeu e hospedou os espanhóis com grande deferência quando estes se apresentaram como representantes do Rei da Espanha, Carlos I. Nestes primeiros contatos, os espanhóis já deixaram atrás de si o principal inimigo que haveria de ajudar na dizimação dos astecas: a varíola.
Quando a guerra veio, os europeus se fortaleceram fazendo alianças com povos rivais dos astecas, para o que contaram com a ajuda da índia Malinche, que era tradutora dos espanhóis e se tornou amante de Cortéz.
Tenochtitlán foi cercada durante sete meses, mas o armamento superior dos espanhóis e o enfraquecimento dos astecas por conta das doenças, fez com que a resistência chegasse a um fim. Mais um genocídio europeu nas Américas estava começando.
Fontes:
http://reino-de-clio.com.br/Hist-Geral.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tenochtitl%C3%A1n
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cerco_de_Tenochtitlan
https://pt.wikipedia.org/wiki/Conquista_do_Imp%C3%A9rio_Asteca
Imagens:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:The_Conquest_of_Tenochtitlan.jpg
https://www.youtube.com/watch?v=hKeTFa4m7cQ
http://www.dailystormer.com/the-history-of-the-conquest-of-mexico-the-battle-on-the-causeway-and-the-fall-of-tenochtitlan/
https://ensaiosfragmentados.com/2013/05/09/tenochtitlan-o-planejamento-urbano-asteca/
70 ANOS DE UM CRIME CONTRA A HUMANIDADE
(Republicado)
Nos últimos dias 06 e 09 de agosto, em 2015,
completaram-se 70 anos do bombardeio atômico às cidades japonesas de Hiroshima e
Nagasaki. A nosso ver, a manipulação da energia nuclear para fins militares e,
pior ainda, o seu uso efetivo, foi um dos piores crimes da História humana.
Os ataques foram as últimas etapas de uma
corrida iniciada anos antes, em 1939, que contrapusera o III Reich e os Estados
Unidos na disputa pelo domínio da energia nuclear.
Mobilizando uma astronômica quantidade de recursos
humanos e materiais, os americanos ergueram uma super-secreta base de
construção em Los Álamos, no deserto do Novo México, mais as gigantescas
fábricas de processamento de urânio e plutônio em Oak Ridge, Tennessee e
Hanford, Washington, respectivamente.
O Laboratório de Los Álamos - Novo México. |
Sob o comando militar do General Leslie Richard
Groves e do Físico Julius Robert Oppenheimer, os americanos prepararam duas
bombas, a Little Boy, com carga de urânio, e a Fat Man, carregada com Plutônio
e alguns dos parâmetros para a seleção de alvos potenciais deixa clara a
natureza sinistra do planejamento: área urbana que fosse um importante alvo
estratégico, com tamanho maior que 4,8km de diâmetro.
O Físico Oppenheimer e o General Groves. |
Em outras palavras, uma cidade de médio ou
grande porte, bem povoada, que seria transformada em um laboratório para testar
a arma e, depois, fazer a máxima propaganda de seus efeitos.
Hiroshima, com cerca de 350 mil habitantes, que
era sede de várias unidades militares, que possuia um centro de comunicações e
um movimentado porto, foi atacada em 06/08, às 08:15hs, pela bomba Little Boy,
transportada pelo avião bombardeiro B-29 Enola Gay, do 393º Esquadrão de
Bombardeio, sob comando do Coronel Paul Tibbets.
A bomba Little Boy, a equipe do bombardeiro B-29 Enola Gay e a explosão sobre Hiroshima. |
Nagasaki, que abrigava cerca de 260 mil
habitantes no dia do ataque, que também era uma cidade industrial e portuária,
era o alvo secundário do segundo bombadeio atômico (o principal era Kokura) e
foi atacada em 09/08, às 11:00hs, com a bomba Fat Man, lançada pelo avião
bombardeiro B-29 Bockscar, do 393º Esquadrão de Bombardeio, sob comando do
Major Charles W. Sweeney.
A bomba Fat Man, a equipe do bombardeiro B-29 Bockscar e a explosão sobre Nagasaki. |
Os efeitos devastadores causaram a morte
instantânea ou consecutiva de 140 mil pessoas em Hiroshima e de 80 mil pessoas
em Nagasaki, aproximadamente.
A obra “O Último Trem de Hiroshima”, de Charles
Pellegrino1,
fazendo uso de documentos e relatos coletados entre os sobreviventes,
reconstitui de forma brilhante e terrível, os bombardeios e seus momentos
posteriores.
É uma leitura assustadora, e reveladora do quão
fundo o ser humano desceu na capacidade de causar o mal a seus semelhantes.
Pellegrino descreve a vaporização de pessoas
antes mesmo que seus cérebros pudessem emitir a sensação de dor:
Sob o hipocentro, o sangue no cérebro da senhora Aoyama já
começava a vibrar, na iminência de virar vapor. O que ela experimentou foi uma
das mortes mais rápidas de toda a história humana. Antes que algum nervo
começasse a perceber a dor, ela e seus nervos deixaram de existir. (pg.29)2
Muitas dessas vítimas desapareceram
completamente, deixando como lembrança de sua presença apenas sombras impressas
no chão ou em paredes, como negativos de uma fotografia.
Para os que não foram diretamente expostos, o
horror de presenciar outros sendo diretamente atingidos, como a Srª. Teruko
Kono, que não enviara seu filho à escola naquele dia:
Quando veio o golpe, ela o observava brincar em uma balsa,
da janela do segundo andar de casa, à margem do rio. A casa ficava dentro da
zona de Sadako, a menos de dois quilômetros do hipocentro. A senhora Kono foi
escudada contra o raio de calor, mas o garoto foi completamente exposto. Ela o
viu ser transformado em um relâmpago branco e pálido e emitir uma coluna de
fumaça negra para o alto... (pg.37)
Qualquer coisa de cores mais escuras, como
cabelos e roupas, pareciam atrair de forma mais forte os efeitos da explosão.
Quem vestia roupas brancas parece ter sido atingido menos intensamente, se é
que isso fez alguma diferença mais significativa.
Em sua obra, Pellegrino reconstitui
relatos de premonições assustadoras de crianças que imploraram para não serem
enviadas à escola por suas mães, mas que não foram atendidas. Um dos casos foi
o da jovem Etsuko Kuramoto que, diante da determinação irrevogável de sua mãe,
de que iria para escola de qualquer forma, pediu para usar sua melhor roupa:
Quando Sumi Kuramoto viu a filha pela última vez, sua
sagrada, adorada filha caminhava em direção à Escola Primária Nacional, rumo ao
hipocentro, com sua "melhor roupa de domingo", e chorava. (pg.38)
Outra premonição, ainda mais arrepiante, foi a
do garoto Hiroshi Mori. Ele disse à Yoshiko, sua mãe, que Hiroshima seria
completamente destruída naquele dia. Mas ela não foi demovida da ideia de que o
filho não poderia perder a aula e o enviou à escola:
...o garoto disse à mãe que se cuidasse e pediu que não
colocasse comida em sua mochila, porque ele não precisaria de almoço naquele
dia. (pg.38)
Relatos do momento da explosão dão conta do
barulho ensurdecedor para alguns e quase silencioso para outros. Pessoas sendo
erguidas do solo como folhas ao vento e depois novamente arremessadas ao chão
com força esmagadora.
Para o Sr. Kita, que assistiu a explosão de uma
estação meteorológica no monte fora da cidade, o barulho chegou em dois
segundos e a onda de choque, segundo seus cálculos, viajava a setencentos
metros por segundo. Após conseguir levantar, e usando um binóculo, ele pode ver
toda a devastação que se abatia sobre Hiroshima:
Tudo no sul e no leste parecia ter-se tornado um deserto de
areia amarela. No norte, e rio acima, o mundo era uma escuridão que mesmo à
distância podia ser sentida, interrompida apenas por raios e turbilhões
incandescentes que às vezes alcançavam a altura de cinco a dez andares. Havia
estranhas correntes de vento ascendentes e descendentes junto à fumaça; e com
os binóculos Kita pôde divisar grandes camadas de granizo negro ou neve
descendo violentamente de cima. (pg.46-7)
Havia muitos sobreviventes, inclusive pessoas
bem abaixo do local do chamado grau zero, onde ocorrera de fato a explosão.
Estavam sob uma cúpula de concreto, ou ficaram dentro de bolsões de ar sob
estruturas desmoronadas e escaparam no primeiro momento.
O caso do garoto de 13 anos, Yoshitaka, foi
surpreendente. A escola inteira desabou ao seu redor, mas ele conseguiu sair “rápido
o suficiente para testemunhar a nuvem ainda radiante que crescia no céu, quase
diretamente acima de sua cabeça.”(pg. 58). Ele relatou o calor e as cores
do arco-íris, o que chegou a considerar uma bela visão.
Os filhos da Srª Matsuyanagi, que escaparam
praticamente ilesos da explosão e da onda de calor, não escaparam dos raios
gama. A morte por hemorragia generalizada ocorreu poucas horas depois. (pg.60)
Além dos efeitos nocivos dos raios gama, os
sobreviventes que podiam andar ainda foram submetidos à visão que pode ser
classificada como o inferno na terra:
...a rua estava cheia de pessoas transformadas em carvão e
pilhas de cera ardente. À primeira vista, a rua parecia simplesmente vazia,
mas, quando ela olhou de novo por entre a fumaça e as chamas, era fácil ver
como as pessoas que estavam caminhando na direção do banco jaziam caídas umas
por cima das outras. Várias pareciam ter caído aos pedaços, como sacos de
folhas queimadas e esparramadas pelo chão. (pg.62)
Depois dos primeiros efeitos, veio a chuva.
Chuva negra com pingos grandes que machucavam a pele. Os relatos dão conta que
os sobreviventes sentiam uma sede tão incontrolável que, contra todo bom senso,
erguiam a cabeça para o alto e bebiam a chuva negra que, depois, iria lhes
tirar a vida. (pg. 63).
Pellegrino segue trazendo horror sobre horror à
medida que a leitura avança. Os relatos sobre a explosão em Nagasaki não são
menos terríveis.
Não é uma leitura a ser recomendada como
fazemos com um livro de aventuras ou mesmo de História. Não queremos que nossos
amigos sofram. Mas é uma obra que deve ser lida, para que o repúdio à
existência de armas nucleares cresça, se fortaleça e jamais desapareça.
Aqueles terríveis momentos parecem bem
distantes de nós, no tempo e no espaço, mas há, espalhados pelo mundo, milhares
de silos, plataformas e submarinos carregados com armas que fariam a Little Boy
e a Fat Man parecerem brinquedos de criança.
As manchas brancas no chão da ponte, à direita, são tudo que restou de um grupo de pessoas que transitavam por ali no momento da explosão. |
Nosso mais forte repúdio, no aniversário de 70
anos, àquele crime que foi cometido contra a humanidade, do passado, do
presente e do futuro.
Marcello Eduardo.
Ps. Quem quiser ler a obra, pode fazer o
download aqui.
E quem quiser ler relatos de sobreviventes, recomendamos visitar este site aqui.
1PELLEGRINO, Charles. O Último Trem de Hiroshima :
os sobreviventes olham para trás. Rio de Janeiro : Leya, 2010.
BATALHA DE KURSK
Em
um dia 05/07, no ano de 1943, começava a maior batalha de tanques da
História, a Batalha de Kursk, ocorrida após a terrível derrota alemã em
Stalingrado.
De
um lado as temíveis divisões Panzer da Wehrmacht, comandadas por Erich
von Manstein, Kurt Zeitzler, Hermann Hoth e Walther Model. Eles estavam à
frente de 38 divisões, a maioria blindada e dispunham de 780.900 homens
e 2.928 tanques.
Do
lado soviético, os comandantes Georgy Jukov, Nikolai Vatutin,
Konstantin Rokossovsky e Ivan Koniev, que tinham ao dispor 1.910.361
homens e 5.128 tanques.
Tal
disparidade de material bélico entre as duas forças demonstram o quanto
desgastado já estava o Exército Alemão após Stalingrado e como a URSS
podia mobilizar uma avalanche inesgotável de homens e material, uma
produção que a Alemanha Nazista, mesmo com todos os escravos que
possuía, não conseguia igualar.
A
tática de Stalin de desmontar e transferir para o interior longínquo do
país fábricas inteiras, surtiu o efeito desejado de retirá-las do
alcance alemão e manter a produção em alta, diferente das fábricas do
III Reich, que sofriam com os bombardeios aéreos e não tinham para onde
mudar.
A
posição do Japão de não atacar a URSS pelo Leste também prejudicou os
planos de Hitler, pois permitiu que Stalin trouxesse várias divisões que
estavam estacionadas na Sibéria para lutar em Stalingrado, Kursk e em
todas as batalhas seguintes.
Depois
de perder o VI Exército inteiro em Stalingrado, os alemães planejaram
formar uma linha defensiva para barrar o avanço soviético enquanto
recuperavam suas próprias forças.
O
Comandante Erich von Manstein, que cortara o contra ataque soviético em
Kharkov, sugeriu uma ofensiva em direção a Ucrânia, mas Hitler optou
por atacar Kursk, de onde poderia dominar uma linha férrea para Moscou.
Esses
planos, porém, seriam o oposto da célebre tática da Blitzkrieg, que
previa ataque de surpresa, rápido e maciço. A mobilização alemã, porém,
deixou óbvio seu destino de ataque. E, para além da obviedade, a
despeito de ter sido marcado para 04 de maio, só foi ocorrer dois meses
depois.
Do
ponto de vista soviético os planos alemães eram tão óbvios que eles só
se convenceram de que o alvo nazista era mesmo Kursk após receberem
confirmação através de um espião que estava na Suíça. Então passaram a
fortificar a área de forma maciça.
Na
noite de 04 para 05 de julho os alemães iniciaram ataques preliminares e
os soviéticos responderam com suas 20 mil peças de artilharia.
Já
no dia 05 de julho a Força Aérea Soviética iniciou ataque contra as
bases da Luftwaffe para ganhar a supremacia aérea, tática que aprenderam
com os alemães. Essa batalha aérea durou horas e os alemães conseguiram
manter o equilíbrio. Mas essa iniciativa soviética vinha provar que não
haveria surpresas naqueles dias.
O
avanço alemão nos dias subseqüentes só obteve mais sucesso ao Sul, pois
no centro e ao Norte foram barrados pela resistência e as medidas
defensivas soviéticas e as perdas foram grandes de ambos os lados pois
as forças aéreas não apoiavam o suficiente uma vez que os pilotos não
conseguiam enxergar o solo envolto em poeira, fogo e fumaça, os
comandantes não tinham controle em tempo real sobre as tropas e os
confrontos partiam mais de iniciativas isoladas das unidades de combate.
A
despeito disso os alemães acabaram se saindo melhor no quesito baixas,
no entanto o ritmo daquele avanço inicial ficou muito aquém do
planejado.
No
entanto, com a invasão aliada na Sicília em 11 de Julho, Hitler decidiu
deslocar tropas e a situação alemã decaiu. Os ataques diminuíram, o que
permitiu ao Exército Vermelho um tempo de para recuperação.
Em
agosto os soviéticos começaram a avançar e os alemães a recuar. Em
20/08 o recuo alemão se transformou em retirada e no dia 23 de agosto de
1943 terminava a Batalha de Kursk.
Os
soviéticos venceram com perdas muito maiores: 863.000 mortos, feridos,
desaparecidos ou capturados, 6.064 armas pesadas e tanque destruídos ou
seriamente avariados, entre 1.626 e 1.961 aeronaves perdidas e 5.244
canhões perdidos.
Os
alemães perderam com perdas bem menores: 198.000 mortos, feridos ou
desaparecidos, 760 armas pesadas e tanque destruídos e 681 aeronaves
perdidas. A diferença é que os soviéticos tinham uma capacidade de
reposição quase ilimitada, como já foi dito, e os alemães não.
Destacamos
três conseqüências fundamentais da Batalha de Kursk. A primeira é que,
pela primeira vez, o Exército Vermelho reconquistou territórios no verão
e sem ajuda do “General Inverno”.
A
segunda é que a derrota tirou dos alemães a capacidade de tomar a
iniciativa, passando a constantes recuos até Berlim menos de dois anos
depois.
E
a terceira e mais importante: enquanto Hitler, desconfiado da
capacidade militar de seus generais, passou a assumir cada vez mais o
comando direto das tropas. Do lado soviético, porém, Stalin percebeu a
imensa habilidade de seus principais generais, afastando-se do
planejamento militar.
Essas duas decisões opostas revelaram-se históricas e catastróficas para as forças armadas do III Reich.
Nossa
homenagem a todos os guerreiros que lutaram e tombaram nos campos de
Kursk. Que possam ter encontrado a paz que certamente desejaram.
Fontes e Imagens:
https://br.sputniknews.com/portuguese.ruvr.ru/2013_08_22/batalha-de-kursk-um-combate-de-titas-da-segunda-guerra-mundial-2313/
http://brasilescola.uol.com.br/historiag/batalha-kursk.htm
https://seuhistory.com/hoje-na-historia/chega-ao-fim-maior-batalha-de-tanques-da-historia
https://gazetarussa.com.br/arte/2013/07/12/batalha_de_kursk_atraves_dos_olhos_de_quem_presenciou_tudo_20401
http://www.historiailustrada.com.br/2014/08/a-maior-batalha-de-tanques-da-historia.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_de_Kursk
https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Battle_of_Kursk?uselang=pt
Adorei!! Mas perdoe-me e o dia dos namorados se relaciona como?? klausprovenzano@hotmail.com
ResponderExcluirAh! Porque foi em 12 de junho! A data do dia dos namorados varia conforme o pais. Na Bolívia é em setembro, nos EUA em fevereiro, aqui... klausprovenzano@hotmail.com
ResponderExcluirO dia dos namorados brasileiro se refere apenas à publicação anterior, do saque a Roma pelos Vândalos. Este post é atualizado sempre que há algo interessante sobre determinado dia de junho. Mas pode clicar no link acima e ler a postagem imediatamente anterior a esta.
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