sexta-feira, 23 de setembro de 2016

COMPRE JÁ O SEU!


CAMINHOS DO IMPERADOR

D. PEDRO II EM SERGIPE

Esta obra resgata a História da visita de Suas Majestades Imperiais, D. Pedro II e Thereza Christina, à província de Sergipe, realizada em duas etapas: Outubro de 1859 e Janeiro de 1860.

A obra apresenta o relato da visita em cada uma das nove cidades pelas quais o Imperador passou, tendo como base publicação específica da época, relatórios e os próprios diários de D. Pedro II. Apresenta-se, ainda, um registro fotográfico dos lugares de memória nos quais esteve o monarca, e que ainda se encontram em pé, nas respectivas cidades.

O valor da obra é R$ 30,00. Frete grátis para todo país.

Para adquirir o seu, escreva para o autor no seguinte e-mail:

profmarcelloeduardo@gmail.com

terça-feira, 6 de setembro de 2016

AGOSTO - TEXTOS

31 DE AGOSTO
SURGE JACK, O ESTRIPADOR
No ano de 1888, no dia 31 de Agosto, Jack Estripador fazia sua primeira vítima, de acordo com estudiosos do tema.
A vítima foi Polly, apelido de Mary Ann Nichols, como era conhecida em Whitechapel. Ela nascera em Shoe Lane (26/08/1845) e era mãe de 05 filhos, 03 homens e 02 mulheres.
Polly morreu na noite de 30/08 ou madrugada de 31/08 na rua Buck's Row, atual Durward Street, onde seu corpo foi descoberto às 03:40hs.

Sua morte foi extremamente violenta, ocasionada por cortes profundos na garganta além de vários cortes no abdomen e esviceração.
Registro de Óbito de Mary Ann Nichols
Várias outros assassinatos foram cometidos depois, sempre com violência extrema.
A partir de Setembro o assassino teria escrito cartas à Scotland Yard, sendo 03 delas consideradas genuínas. Na primeira, de 25/09/1888, o assassino se autodenominou Jack, o Estripador.

Na segunda carta, datada de 01/10/1888 ele assumiu um duplo homicídio e na terceira, de 15/10/1888, Jack enviou junto com a carta um pedaço do rim de uma das vítimas, alegando ter comido o restante.
A primeira carta de Jack

A famosa carta, intitulada "Do Inferno".
A polícia não conseguiu encontrar o assassino e a investigação da época, em torno de sete, depois doze suspeitos, não levou a nada.

Mas em 2014, através de exames de DNA mitocondrial realizado no xale de uma das vítimas (Catherine Eddowes), que nunca fora lavado, Russell Edwards e Jari Louhelainen afirmaram que Jack Estripador seria Aaron Kosminski, um dos suspeitos da polícia na época.
Aaron Kosminski era um “...imigrante judeu de 25 anos, que veio do então Império Russo, que vivia com sua mãe e irmãs.”(1)

Jack Estripador não foi o maior serial killer da História mas foi, com certeza, o mais famoso de todos, embora (e talvez por isso mesmo) sua suposta identidade só tenha sido conhecida mais de um século após os crimes que cometeu. Que esteja bem quente ai embaixo Jack!

Fontes e Imagens:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jack,_o_Estripador
https://pt.wikipedia.org/wiki/Suspeitos_do_caso_Jack,_o_Estripador
(1) http://seuhistory.com/noticias/apos-mais-de-um-seculo-identidade-de-jack-o-estripador-e-finalmente-revelada
http://www.aljazeera.com/mritems/Images/2014/9/8/2014983945211734_20.jpg
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/55/Wanted_poster.jpg
http://i.telegraph.co.uk/multimedia/archive/02750/ripper_2750609b.jpg


24 AGOSTO

SUICÍDIO DE GETÚLIO VARGAS
No ano de 1954, no dia 24 de agosto, o Presidente Getúlio Vargas cometia suicídio na sede do Governo Federal, o Palácio do Catete, no Rio de Janeiro.
Getúlio, que fora ditador entre 1930-1945, fora eleito Presidente da República em 1950 e, em meados de 1954 enfrentava uma séria crise política.

O país vivia sob o Governo Dutra e uma nova Constituição, promulgada em 18/12/1946, que reinstituia a figura do Vice-Presidente, fixava em cinco anos o mandato presidencial, tornava o voto obrigatório a partir dos 18 anos e mantinha as conquistas sociais da Carta Magna de 1934.
A despeito disso, o contexto da Guerra Fria contaminara a política nacional e o PCB fora fechado, assim como vários sindicatos e as relações do Brasil com a URSS foram rompidas.
O Governo Dutra se revelou incompetente e era impopular, de modo que quando as eleições de 1950 chegaram, a população estava saudosa dos tempos getulistas. Vargas venceu com 48,7% dos votos, em uma época em que não havia segundo turno.
Ao assumir o governo, Vargas encontrou um país onde a classe industrial cresceram em tamanho e poder, assim como as massas assalariadas e a classe média urbana.
As forças políticas estavam divididas entre liberais entreguistas, que defendiam a abertura da economia à influência dos EUA, e os nacionalistas, que defendiam o incentivo ao capital nacional.

Com habilidade, Getúlio adotou o que considerou a melhor parte das duas visões. Permitiu o capital externo, mas somente em associação com empresas nacionais, manteve os setores estratégicos sob controle do Estado e incentivou ainda mais a industrialização e produção internas.
Mas os EUA não gostaram nada dessas medidas e os empréstimos ao Brasil foram reduzidos. A situação interna também não era tranquila, com muitas greves que eram coibidas por força de lei.
Getúlio então, para pacificar os trabalhadores, deu 100% de aumento no salário mínimo, o que gerou feroz oposição da imprensa e dos militares. Estes, junto com a classe política, começou a tramar a deposição do Presidente.

Tal tarefa nefasta foi facilitada pelo suposto atentado contra jornalista opositor Carlos Lacerda, pois as investigações revelaram que o atirador, Climério Eurides de Almeida, bem como o mandante, Gregório Fortunato, eram membros da segurança presidencial.
A crise se tornou insustentável quando as Forças Armadas, a oposição e a mídia exigiram a renúncia do Presidente. Mas ele preferiu cometer suicídio a renunciar.
Tal gesto gerou uma onda generalizada de revolta do povo. A embaixada americana foi quase destruída, os caminhões de entrega do Jornal O Globo (sempre ela!) foram atacados e Carlos Lacerda teve que fugir do país. Os planos dos golpistas fracassaram e foram engavetados por 10 anos.
Mas eles sempre voltam. Não é Mimimi?
Fontes e Imagens:
http://reino-de-clio.com.br/Hist-Brasil.html
22 AGOSTO
ENTRADA DO BRASIL NA II GUERRA MUNDIAL
No ano de 1942, no dia 22 de agosto, após o torpedeamento de vários navios na costa nordestina, o Brasil declarou guerra contra a Alemanha nazista e a Itália fascista.
O Presidente Getúlio Vargas mantivera o Brasil na posição de neutralidade, pois isso dava ao país condições de tirar vantagem dos dois lados do conflito e o país era cortejado tanto pelos aliados, em especial os EUA, quanto o Eixo.
Foi com essa estratégia que Getúlio conseguiu apoio americano para construção da Siderúrgica de Volta Redonda, que veio a colocar o país finalmente no rumo concreto da industrialização.
Getúlio fez essa situação de neutralidade vantajosa perdurar o quanto foi possível, até que o sistemático afundamento de navios brasileiros fez a opinião pública clamar pela guerra.
Em Março de 1942 bens de alemães, italianos e japoneses foram confiscados e em Maio do mesmo ano foi decretado o Estado de Beligerância. Os ministros de Getúlio que eram favoráveis ao Eixo deixaram o governo.
Também em 1942, um encontro de diplomatas americanos rompeu relações do continente com o Eixo, exceto Chile e Argentina.
Apesar de todos esses movimentos, foi somente com o afundamento dos navios brasileiros na costa de Sergipe que a guerra foi finalmente declarada. Saiba como foram os três primeiros desses ataques em nosso documentário SERGIPE NA MIRA DE HITLER! Clique e assista!

Chegava o momento de o Brasil enviar seus filhos para defender a liberdade e a humanidade em seu momento mais sombrio.
Fontes:
http://reino-de-clio.com.br/Hist-Brasil.html 

Imagens:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Navios_brasileiros_afundados_na_Segunda_Guerra_Mundial
https://br.pinterest.com/8ima/historical-moments/

18 DE AGOSTO
MORTE DE GENGIS KHAN
No ano de 1227, no dia 18 de agosto, morria o lendário líder mongol Gengis Khan, conquistador responsável pela construção de um dos maiores impérios já existentes sobre a Terra.
Gengis Khan era príncipe de sangue por ser um suposto bisneto de Kabul Khan, que governara a Mongólia unificada décadas antes. Seu nome original era Temujin, filho do casal Yesugei e Hoelun.
Temujin nasceu, provavelmente, em 1162, às margens do Rio Orhon e sucedeu seu pai aos treze anos de idade. Consta que assassinou o próprio irmão mais velho por conta de uma disputa de caça.
Sua primeira vitória militar ocorreu em 1203, contra a tribo dos Keraites e, a partir dai, não parou mais, recebendo o título de Gengis Khan (Imperador Universal) e iniciando uma campanha de conquistas que durou 25 anos de guerras.
Neste período os mongóis conquistaram grande parte da China, vastas áreas na Rússia e na Pérsia, Hungria e Polônia, chegando a ameaçar a Europa Ocidental.
O tamanho do Império Mongol, comparado ao Império Romano. Ambos não coexistiram.

Ao contrário do que se pode pensar, Gengis Khan era um planejador meticuloso e suas campanhas militares eram precedidas de vários meses de planejamento com o “reconhecimento das estradas, do envio de batedores e espiões e de armazenamento de víveres nas etapas previstas.
Após uma conquista, quando não raras vezes todos os inimigos, suas famílias e até animais domésticos eram assassinados, Gengis Khan ordenava a reconstrução das localidades destruídas, realocando populações sob novas administrações e implantando sistemas que unificavam o império:
No Império Mongol, que ele levou 20 anos para criar e outros tantos para consolidar, era possível ir da China ao Oriente Médio e à Europa por uma rede de estradas protegidas, ao comercializar produtos usando padrões de peso e câmbio definidos por um poder centralizado. No século 13, já circulava pelas terras tomadas por Gêngis Khan o papel-moeda, impresso em gráficas, 200 anos antes de Johannes Gutemberg criar a impressão com tipos móveis no Ocidente. Iletrados, os mongóis mantinham pessoas de cada povo conquistado em importantes postos da administração pública. Recrutavam especialistas de outras nações para seguir com eles: astrônomos muçulmanos, engenheiros chineses (que construíam canhões), mineiros germânicos... Gente de culturas e religiões distintas conviviam pacificamente.
Em 1227 Gengis enviara tropas para mais conquistas na Rússia e Ucrânia. Quando estourou uma revolta entre o povo dos tangutes, o próprio Khan retornou para combatê-los e vencê-los. Mas, após esta última vitória, Gengis Khan foi acometido de febre e dores de cabeça que o levaram à morte.
Além do legado cultural, Gengis Khan pode ter deixado atrás de si uma herança genética que unifica nada menos que 12 milhões de pessoas, ou cerca de 8% da população que vivem entre o Oceano Pacífico e o Mar Cáspio.
É o que supõe geneticistas britânicos da Universidade de Oxford quando examinaram cromossomos de homens da Ásia. Esse Gengis Khan era mesmo um conquistador! 
Fontes:
http://www.sohistoria.com.br/biografias/gengis/
http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/ele_fez_o_mundo_tremer.html
http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/conheca-historia-lider-mongol-gengis-khan-706646.shtml
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gengis_Khan
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u8334.shtml

Imagens:
http://www.terminals.hol.es/genghis-khan-essay.html
https://en.wikipedia.org/wiki/Genghis_Khan_Equestrian_Statue
http://acsmongols.weebly.com/extent-of-influence.html
Google Street View

13 DE AGOSTO
QUEDA DE TENOCHTITLÁN
No ano de 1521, provavelmente no dia 13 de agosto, ocorria a queda da grande cidade asteca de Tenochtitlán, tomada pelos conquistadores espanhóis liderados por Hernán Cortéz.
Os Astecas, também chamados Mexicas, viveram onde hoje é o México e o auge de sua civilização foi entre os séculos XIV e XVI.
Os mexicas, originários de Aztlán, chegaram às margens do lago Texcoco, vindos de Chapultepec, de onde haviam sido expulsos. Junto ao lago se estabeleceram e formaram uma aliança de três cidades que viria a dominar o futuro Império Asteca: Texcoco, Tiacopan e Tenochtitlán.
A sociedade asteca era formada pelo Imperador e Chefe Militar (eleito), sacerdotes, demais chefes militares, artesãos, trabalhadores urbanos e camponeses. Uma outra divisão comumente aceita pela historiografia era entre nobres (pipiltin), camponeses, (calpulli) e o povo, (macehualtin). Os pochtecas eram os comerciantes, que viajavam a fazias as vezes de espiões para o governante.
A região onde se estabeleceram os astecas era alagada, mas eles desenvolveram técnicas agrícolas impressionantes, construindo ilhas de cultivo, denominadas Chinampas, canais de drenagem e aquedutos que traziam água das montanhas.
A própria cidade de Tenochtitlán, que possuia templos imensos, largas e retas avenidas, foi construída no meio de um pântano!
Os astecas também se desenvolveram imensamente nas artes, confeccionando ricos tecidos, trabalhando com ouro e prata, realizando grandes avanços na pintura e também na matemática, astronomia e criando uma escrita pictórica.
Eles eram politeístas, adoravam os astros e as forças da natureza e realizavam sacrifícios humanos em larga escala.
Em 1519, ano da chegada dos espanhóis, residiam cerca de 300 mil pessoas em Tenochtitlán e a cidade jamais seria tomada por menos de 700 europeus, mesmo que reforçados por aliados, se antes não tivessem aberto as portas a eles. Quando tentaram voltar atrás já era tarde.
O Imperador Asteca, Montezuma, recebeu e hospedou os espanhóis com grande deferência quando estes se apresentaram como representantes do Rei da Espanha, Carlos I. Nestes primeiros contatos, os espanhóis já deixaram atrás de si o principal inimigo que haveria de ajudar na dizimação dos astecas: a varíola.
Quando a guerra veio, os europeus se fortaleceram fazendo alianças com povos rivais dos astecas, para o que contaram com a ajuda da índia Malinche, que era tradutora dos espanhóis e se tornou amante de Cortéz.
Tenochtitlán foi cercada durante sete meses, mas o armamento superior dos espanhóis e o enfraquecimento dos astecas por conta das doenças, fez com que a resistência chegasse a um fim. Mais um genocídio europeu nas Américas estava começando.
Fontes:
http://reino-de-clio.com.br/Hist-Geral.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tenochtitl%C3%A1n
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cerco_de_Tenochtitlan
https://pt.wikipedia.org/wiki/Conquista_do_Imp%C3%A9rio_Asteca

Imagens:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:The_Conquest_of_Tenochtitlan.jpg
https://www.youtube.com/watch?v=hKeTFa4m7cQ
http://www.dailystormer.com/the-history-of-the-conquest-of-mexico-the-battle-on-the-causeway-and-the-fall-of-tenochtitlan/

https://ensaiosfragmentados.com/2013/05/09/tenochtitlan-o-planejamento-urbano-asteca/
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09 DE AGOSTO
A BATALHA DE FARSÁLIA
O campo de batalha visto a partir do Leste, nas imediações de Paleofarsália.
Após seu retorno da Gália e da travessia do Rubicão, César conquistara Roma sem batalha, mas correra em perseguição a Pompeu que conseguiu escapar do cerco em Brindisi, levando a guerra para o solo grego/macedônico.
Com muito mais recursos humanos e materiais, Pompeu se dava ao luxo de evitar um confronto direto, optando por minar as forças de seu adversário.
A vitória em Dirráquio obrigara César a fugir, apresentando-se o momento em que Pompeu deveria persegui-lo, o que ele até fez, mas interrompeu logo depois.
Quando a perseguição recomeçou e César estacionou suas tropas em Paleofarsália (não Farsália, que fica bem ao sul do campo de batalha), não demorou para que os exércitos ficassem frente a frente . Estava para começar o confronto direto que César sempre desejara e que decidiria o confronto entre os dois titans romanos.
César reuniu suas forças com as que escaparam de Pompeu em Dirráquio e chegou à planície de Tessália, onde encontrou campos cheios de trigo. A cidade de Gomphos, ou Gomphi1 recusou-se a atendê-lo e foi cercada.
Na ocasião César falou aos soldados das vantagens de saquear uma cidade bem abastecida como aquela e “...aproveitando o entusiasmo extraordinário dos soldados, no mesmo dia de sua chegada pôs-se a atacar a cidade […] entregou-a à pilhagem dos soldados.2
Esta ação de César, pondo de lado a clemência, acabou fazendo com que Metrópolis3, a próxima cidade do caminho, fosse bem mais receptiva, assim como as demais cidades da região.4
Acima: à esquerda a região intermediária entre as atuais Gomfoi e Paleomonastiro, onde acreditamos ter sido localizada a antiga Gomphi. À direita a periferia de Mitropoli que acreditamos ser, obviamente, a antiga Metrópolis.
Abaixo: à esquerda a pequena Krini, a antiga Paleofarsália a oeste do campo de batalha. À direita a Igreja Ortodoxa Grega de Farsália, bem ao Sul do campo de batalha. 
 
Seguindo sua marcha, César chegou à região de Paleofarsália (atual Krini – e não Farsália, mais ao sul e que mantém o nome), acampando às margens do Rio Enipeas. Pompeu também chegou à região e acampou próximo a elevações de onde podia observar vasta área.5
Acompanhando as formas geométricas brancas de cima para baixo: o primeiro elipse é o acampamento de Pompeu, logo abaixo, os primeiros três retângulos são suas tropas. Frente a eles as tropas de César, com um traço diagonal representando sua reserva contra a cavalaria inimiga. No círculo a localização de Paleofarsália e o segundo elipse aponta o acampamento de César. A seta indica a direção de Farsália, que ficou com a fama, mas nem aparece no mapa!
Em 09/08/48 a.C., finalmente as forças de Pompeu avançaram em direção ao acampamento de César. Eram compostas por 47 mil homens e 6.700 cavaleiros.6
César possuía cerca de 22 mil homens e mil cavaleiros e quando as infantarias ficaram frente a frente, as linhas de Pompeu eram bem mais robustas.7
Tendo o Rio Enipeas à esquerda de César e direita de Pompeu, o grosso das cavalarias foram posicionadas no lado oposto de cada um. Mas César posicionou dois mil soldados da infantaria em uma linha diagonal, atrás de sua cavalaria, oculta das vistas de Pompeu, mas prontas a entrar em combate quando a cavalaria mais numerosa deste avançasse, impedindo-os, assim, de cercar sua infantaria.8
Quando o confronto começou de fato, a cavalaria de Pompeu avançou a galope, mas a infantaria permaneceu parada, a esperar a chegada das tropas de César.9
Pompeu queria manter a coesão de suas forças e desorganizar as tropas de César pela caminhada quando “...estariam sem fôlego e exauridos de cansaço.”10
Mas as tropas de César não caíram na armadilha da correria. Avançaram em intervalos, reagrupando e descansando e, quando chegou o momento, atacaram.11
Pompeu usou tudo que tinha, mas César, apesar de em menor número, manteve reservas e, mesmo com a vantagem ainda maior que isso proporcionava ao adversário, as linhas de ambos os lados resistiam.12
Acima: à esquerda o Rio Enipeas nas proximidades do campo de batalha. À direita a vista dos montes onde acampou Pompeu, a partir da área do acampamento de César. Abaixo: à esquerda uma vista mais próxima dos montes onde Pompeu montou seu acampamento. À direita o campo de batalha visto da área logo abaixo do mesmo acampamento.
A decisão, então, só poderia vir do confronto de cavalarias. Quando a mais numerosa cavalaria de Pompeu começou a ter vantagem, César ordenou o recuo da sua. Acreditando na vitória, as forças adversárias começaram a se dividir para cercar a infantaria de César por trás.13
Neste momento, a infantaria obliqua de César recebeu ordem de ataque. Os legionários investiram ferozmente assustando cavalos e atacando o rosto dos cavaleiros com suas lanças e, surpresa das surpresas, a infantaria venceu a cavalaria, que se colocou em fuga.14
Uma vez liberada, a cavalaria de César pôde cuidar das tropas de arqueiros de Pompeu e as reservas que tinha entraram no combate pelo flanco esquerdo, onde antes estava a cavalaria fugitiva. As tropas menores cercavam as tropas maiores!15
Sem reservas para colocar em combate, Pompeu viu suas legiões abandonarem a luta para escapar de um massacre. Foram recuando lentamente até refugiarem-se nas colinas próximas do acampamento, para onde seu comandante já se havia retirado. Vitória de César!16
César vencera a batalha decisiva da Guerra Civil. Mas, mesmo com a vitória assegurada, ele não agia como Pompeu, queria liquidar a partida, queria a vitória total e avançou seu exército para o acampamento adversário, invadindo-o e tomando-o. Pompeu e seus seguidores fugiram, assim como as tropas remanescentes.17
César colocou suas forças em perseguição e conseguiu cercar os restos do exército de Pompeu na atual localidade de Kiparissos, uma colina que foi cercada na base leste, cortando o acesso a um riacho. Sem água e sem líderes, o restante das forças de Pompeu se renderam na manhã de 10 de agosto de 48 a.C.18
A Guerra Civil ainda duraria quase 3 anos, mas a Batalha de Farsália foi, a nosso ver, decisiva. Não há um consenso absoluto sobre os motivos que levaram Pompeu a conceder a César um combate total quando seria muito mais vantajoso esperar que a fome e outros problemas minassem a força do exército deste.
O próprio César afirma que a confiança na vitória de Pompeu era tão grande que os políticos e militares romanos que o acompanhavam já se envolviam em disputas do poder que teriam ao retornar a Roma: “... todos estavam ocupados em obter cargos ou compensações financeiras, ou em dar livre curso aos seus ressentimentos pessoais...19
Para Rostovtzeff essas presenças políticas também foram motivo para a derrota de Pompeu, que não tinha total liberdade de ação, dificuldade causada “... pela presença de grande número de senadores em seu quartel-general – homens que constantemente criticavam e interferiam nas disposições do general e exigiam reuniões frequentes para discutir a situação.20
Sheppard, segue na mesma linha ao afirmar que o próprio Pompeu não desejava conceder um combate direto, que foi obrigado a isso por seus companheiros “... não por vontade própria...”21
Obrigado ou não, Pompeu apostou tudo quando não precisava apostar nada. E perdeu. César manteve-se senhor de Roma e de seus vastos recursos, podendo dividir suas forças, enviando seus generais para lugares diferentes. Pompeu buscou refúgio no Egito onde acabou assassinado de forma traiçoeira.
Lissner escreve que o grande general foi apunhalado às vistas de sua esposa e filhos e que “...cobriu o rosto com sua toga. Não pronunciou uma palavra e nenhuma queixa lhe saiu da garganta.22
Quando, na perseguição, César chegou ao Egito, foi-lhe entregue a cabeça de seu maior rival, “Profundamente perturbado, César cobriu a face e chorou.23


1 Sheppard afirma que é a atual Paleo Episkopi (que não localizamos nos mapas da região), mas nós acreditamos que a antiga cidade pode ser a atual Gomfoi ou Paleomonastiro.



2 CÉSAR, BELLUM CIVILE – A Guerra Civil. Livro III: 80. pg. 273



3 Sheppard afirma que é a atual Paleo Kastro (que localizamos ao norte de Gomfoi e não ao sul como deveria ser. Nós acreditamos que a antiga cidade é a atual Mitropoli, ou Paleoklisi.



4 CÉSAR, BELLUM CIVILE – A Guerra Civil. Livro III: 81. pg. 273-275



5 (SHEPPARD: 2010) pg. 53



6 Ibid pg. 56



7 Ibid. pg. 56-60



8 CÉSAR, BELLUM CIVILE – A Guerra Civil. Livro III: 88-89. pg. 281-283



9 Ibid. Livro III: 92. pg. 285



10 Idem



11 CÉSAR, BELLUM CIVILE – A Guerra Civil. Livro III: 93. pg. 285



12 (SHEPPARD: 2010) pg. 73



13 Ibid pg. 74



14 CÉSAR, BELLUM CIVILE – A Guerra Civil. Livro III: 93. pg. 287



15 Idem



16 Ibid. Livro III: 94. pg. 285



17 CÉSAR, BELLUM CIVILE – A Guerra Civil. Livro III: 95. pg. 289



18 (SHEPPARD: 2010) pg. 81



19 CÉSAR, BELLUM CIVILE – A Guerra Civil. Livro III: 83. pg. 277



20 (ROSTOVTZEFF: 1983) pg 132



21 (SHEPPARD: 2010) pg. 56



22 (LISSNER: 1964) pg. 67-68



23 Ibid. pg.68


QUEDA DE JERUSALÉM
No ano 70 d.C., as tropas romanas comandadas pelo General Tito, invadiam Jerusalém, iniciando a destruição da cidade, inclusive do Templo de Salomão, reconstruído décadas antes por Herodes, o Grande.
A tomada da cidade colocava, na prática, ponto final à Grande Revolta Judaica, iniciada quatro anos antes, em 66 d.C., quando os judeus se revoltaram contra a ordem de tomada de parte do tesouro do templo, expedida pelo Procurador da Judeia Géssio Floro, representante de Roma.
Os judeus se recusaram a entregar o tesouro e a retaliação romana consistiu na autorização de saque de parte de Jerusalém e na crucificação de alguns judeus eminentes.
Em resposta à repressão, a revolta estourou. Liderados por Eleazar, os revoltosos tomaram o templo e a Torre Antônia anexa, massacrando as tropas romanas mesmo após terem se rendido.
Outras fortalezas foram tomadas, tropas massacradas ou cercadas em Massada, Chipre, Macero e Ascalão.
O Templo de Herodes e a Fortaleza Antônia anexa, no alto à direita.
A primeira força enviada por Roma contra os rebeldes, liderada pelo recém-nomeado Governador da Síria, Caio Céstio Galo, foi dizimada e os sobreviventes se refugiaram na capital da Judeia, Cesareia.
O Imperador Nero enviou, então, Tito Flávio Sabino Vespasiano (Tito pai) à frente de uma força tarefa e substituiu Galo por Caio Licínio Muciano.
Vespasiano marchou para a judeia mas evitou Jerusalém, deixando que os judeus revoltosos, divididos em facções, e que travavam luta fratricida, se enfraquecessem mutuamente. Enquanto isso ele foi retomando o controle do restante da província.
Quando chegou o momento de atacar Jerusalém, a tarefa coube a outro Tito (o filho de Vespasiano, já que este viajara a Roma onde foi aclamado Imperador após a morte de Nero).
Tito filho cercou Jerusalém, posicionando três legiões no lado oeste e enviando uma legião para o Monte das Oliveiras, cortando as rotas de alimentação e fornecimento de água para a cidade.
Flavio Josefo narra o horror que este cerco trouxe aos moradores da capital:
É então um caso miserável, uma visão que até poria lágrimas em nossos olhos, como os homens agüentaram quanto ao seu alimento ... a fome foi demasiado dura para todas as outras paixões... a tal ponto que os filhos arrancavam os próprios bocados que seus pais estavam comendo de suas próprias bocas, e o que mais dava pena, assim também faziam as mães quanto a seus filhinhos... quando viam alguma casa fechada, isto era para eles sinal de que as pessoas que estavam dentro tinham conseguido alguma comida, e então eles arrombavam as portas e corriam para dentro... os velhos, que seguravam bem sua comida eram espancados, e se as mulheres escondiam o que tinham dentro de suas mãos, seu cabelo era arrancado por fazerem isso... (Guerras dos Judeus, livro 5, capítulo 10, seção 3).
Quando as tropas romanas conseguiram destruir partes da muralha de Jerusalém, a cidade foi invadida, a Fortaleza Antônio retomada, o Templo de Salomão destruído e seus tesouros saqueados, segundo Sulpício Severo por ordem de Tito, o que é negado por Flavio Josefo, alegando que não foi possível conter a fúria dos soldados romanos.
Ainda segundo Josefo, “foram levados cativos durante toda esta guerra foi verificado ser noventa e sete mil...”. Tito recebeu o título de Imperator mas recusou a coroa de oliveira, menosprezando assim o valor de seus adversários.

A Fortaleza de Massada. 

À direita (rocha mais clara)a rampa construída pelos romanos.

A guerra ainda duraria mais três anos, embora boa parte desse tempo fosse gasto apenas no cerco a Massada, fortaleza de difícil acesso construída por Herodes, o Grande, e ocupada por rebeldes sicários e suas famílias, que terminaram por cometer suicídio coletivo quando a queda da fortaleza era iminente.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_guerra_judaico-romana
https://pt.wikipedia.org/wiki/Destrui%C3%A7%C3%A3o_de_Jerusal%C3%A9m
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cerco_de_Massada
http://www.estudosdabiblia.net/2002322.htm
http://www.arqnet.pt/portal/calendario/agosto.html

Imagens:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Francesco_Hayez_017.jpg
https://www.youtube.com/watch?v=u7dPf35D4X0
http://blogs.universal.org/bispomacedo/2016/05/28/a-revolta-judaica/
http://vexilla-regis.blogspot.com.br/2015/11/blood-sacrifice-new-temples-perfect_19.html