31 DE AGOSTO
SURGE JACK, O ESTRIPADOR
No ano de 1888, no dia 31 de
Agosto, Jack Estripador fazia sua primeira vítima, de acordo com estudiosos do
tema.
A vítima foi Polly, apelido
de Mary Ann Nichols, como era conhecida em Whitechapel. Ela
nascera em Shoe Lane
(26/08/1845) e era mãe de 05 filhos, 03 homens e 02 mulheres.
Polly morreu na noite de
30/08 ou madrugada de 31/08 na rua Buck's Row, atual Durward Street, onde seu
corpo foi descoberto às 03:40hs.
Sua morte foi extremamente
violenta, ocasionada por cortes profundos na garganta além de vários cortes no
abdomen e esviceração.
|
Registro de Óbito de Mary Ann Nichols |
Várias outros assassinatos
foram cometidos depois, sempre com violência extrema.
A partir de Setembro o
assassino teria escrito cartas à Scotland Yard, sendo 03 delas consideradas
genuínas. Na primeira, de 25/09/1888, o assassino se autodenominou Jack, o
Estripador.
Na segunda carta, datada de
01/10/1888 ele assumiu um duplo homicídio e na terceira, de 15/10/1888, Jack
enviou junto com a carta um pedaço do rim de uma das vítimas, alegando ter
comido o restante.
|
A primeira carta de Jack |
|
A famosa carta, intitulada "Do Inferno". |
A polícia não conseguiu encontrar o assassino e
a investigação da época, em torno de sete, depois doze suspeitos, não levou a
nada.
Mas em 2014, através de exames de DNA
mitocondrial realizado no xale de uma das vítimas (Catherine Eddowes), que
nunca fora lavado, Russell Edwards e Jari Louhelainen afirmaram que Jack
Estripador seria Aaron Kosminski, um dos suspeitos da polícia na época.
Aaron Kosminski era um “...imigrante judeu de 25 anos, que veio do então Império Russo, que vivia
com sua mãe e irmãs.”(1)
Jack Estripador não foi o maior serial killer
da História mas foi, com certeza, o mais famoso de todos, embora (e talvez por
isso mesmo) sua suposta identidade só tenha sido conhecida mais de um século
após os crimes que cometeu. Que esteja bem quente ai embaixo Jack!
Fontes e Imagens:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jack,_o_Estripador
https://pt.wikipedia.org/wiki/Suspeitos_do_caso_Jack,_o_Estripador
(1)
http://seuhistory.com/noticias/apos-mais-de-um-seculo-identidade-de-jack-o-estripador-e-finalmente-revelada
http://www.aljazeera.com/mritems/Images/2014/9/8/2014983945211734_20.jpg
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/55/Wanted_poster.jpg
http://i.telegraph.co.uk/multimedia/archive/02750/ripper_2750609b.jpg
24 AGOSTO
SUICÍDIO
DE GETÚLIO VARGAS
No ano de 1954, no dia 24 de
agosto, o Presidente Getúlio Vargas cometia suicídio na sede do Governo
Federal, o Palácio do Catete, no Rio de Janeiro.
Getúlio, que fora ditador
entre 1930-1945, fora eleito Presidente da República em 1950 e, em meados de
1954 enfrentava uma séria crise política.
O país vivia sob o Governo
Dutra e uma nova Constituição, promulgada em 18/12/1946, que reinstituia a
figura do Vice-Presidente, fixava em cinco anos o mandato presidencial, tornava
o voto obrigatório a partir dos 18 anos e mantinha as conquistas sociais da
Carta Magna de 1934.
A despeito disso, o contexto
da Guerra Fria contaminara a política nacional e o PCB fora fechado, assim como
vários sindicatos e as relações do Brasil com a URSS foram rompidas.
O Governo Dutra se revelou
incompetente e era impopular, de modo que quando as eleições de 1950 chegaram,
a população estava saudosa dos tempos getulistas. Vargas venceu com 48,7% dos
votos, em uma época em que não havia segundo turno.
Ao assumir o governo, Vargas
encontrou um país onde a classe industrial cresceram em tamanho e poder, assim
como as massas assalariadas e a classe média urbana.
As forças políticas estavam
divididas entre liberais entreguistas, que defendiam a abertura da economia à
influência dos EUA, e os nacionalistas, que defendiam o incentivo ao capital
nacional.
Com habilidade, Getúlio
adotou o que considerou a melhor parte das duas visões. Permitiu o capital
externo, mas somente em associação com empresas nacionais, manteve os setores
estratégicos sob controle do Estado e incentivou ainda mais a industrialização
e produção internas.
Mas os EUA não gostaram nada
dessas medidas e os empréstimos ao Brasil foram reduzidos. A situação interna
também não era tranquila, com muitas greves que eram coibidas por força de lei.
Getúlio então, para pacificar
os trabalhadores, deu 100% de aumento no salário mínimo, o que gerou feroz
oposição da imprensa e dos militares. Estes, junto com a classe política,
começou a tramar a deposição do Presidente.
Tal tarefa nefasta foi
facilitada pelo suposto atentado contra jornalista opositor Carlos Lacerda,
pois as investigações revelaram que o atirador, Climério Eurides de Almeida,
bem como o mandante, Gregório Fortunato, eram membros da segurança
presidencial.
A crise se tornou
insustentável quando as Forças Armadas, a oposição e a mídia exigiram a
renúncia do Presidente. Mas ele preferiu cometer suicídio a renunciar.
Tal gesto gerou uma onda
generalizada de revolta do povo. A embaixada americana foi quase destruída, os
caminhões de entrega do Jornal O Globo (sempre ela!) foram atacados e Carlos
Lacerda teve que fugir do país. Os planos dos golpistas fracassaram e foram
engavetados por 10 anos.
Mas eles sempre voltam. Não é
Mimimi?
Fontes e Imagens:
http://reino-de-clio.com.br/Hist-Brasil.html
22 AGOSTO
ENTRADA DO BRASIL NA II GUERRA MUNDIAL
No
ano de 1942, no dia 22 de agosto, após o torpedeamento de vários navios na
costa nordestina, o Brasil declarou guerra contra a Alemanha nazista e a Itália fascista.
O
Presidente Getúlio Vargas mantivera o Brasil na posição de neutralidade, pois
isso dava ao país condições de tirar vantagem dos dois lados do conflito e o
país era cortejado tanto pelos aliados, em especial os EUA, quanto o Eixo.
Foi
com essa estratégia que Getúlio conseguiu apoio americano para construção da
Siderúrgica de Volta Redonda, que veio a colocar o país finalmente no rumo concreto da
industrialização.
Getúlio
fez essa situação de neutralidade vantajosa perdurar o quanto foi possível, até
que o sistemático afundamento de navios brasileiros fez a opinião pública
clamar pela guerra.
Em
Março de 1942 bens de alemães, italianos e japoneses foram confiscados e em
Maio do mesmo ano foi decretado o Estado de Beligerância. Os ministros de
Getúlio que eram favoráveis ao Eixo deixaram o governo.
Também
em 1942, um encontro de diplomatas americanos rompeu relações do continente com
o Eixo, exceto Chile e Argentina.
Apesar
de
todos esses movimentos, foi somente com o afundamento dos navios
brasileiros
na costa de Sergipe que a guerra foi finalmente declarada. Saiba como
foram os três primeiros desses ataques em nosso documentário SERGIPE NA MIRA DE HITLER! Clique e assista!
Chegava
o momento de o Brasil enviar seus filhos para defender a liberdade e a
humanidade em seu momento mais sombrio.
Fontes:
http://reino-de-clio.com.br/Hist-Brasil.html
Imagens:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Navios_brasileiros_afundados_na_Segunda_Guerra_Mundial
https://br.pinterest.com/8ima/historical-moments/
18 DE AGOSTO
MORTE DE GENGIS KHAN
No ano de 1227, no dia 18 de
agosto, morria o lendário líder mongol Gengis Khan, conquistador responsável
pela construção de um dos maiores impérios já existentes sobre a Terra.
Gengis Khan era príncipe de
sangue por ser um suposto bisneto de Kabul Khan, que governara a Mongólia
unificada décadas antes. Seu nome original era Temujin, filho do casal Yesugei
e Hoelun.
Temujin nasceu,
provavelmente, em 1162, às margens do Rio Orhon e sucedeu seu pai aos treze
anos de idade. Consta que assassinou o próprio irmão mais velho por conta de
uma disputa de caça.
Sua primeira vitória militar
ocorreu em 1203, contra a tribo dos Keraites e, a partir dai, não parou mais,
recebendo o título de Gengis Khan (Imperador Universal) e iniciando uma
campanha de conquistas que durou 25 anos de guerras.
Neste período os mongóis
conquistaram grande parte da China, vastas áreas na Rússia e na Pérsia, Hungria
e Polônia, chegando a ameaçar a Europa Ocidental.
O tamanho do Império
Mongol, comparado ao Império Romano. Ambos não coexistiram.
Ao contrário do que se pode
pensar, Gengis Khan era um planejador meticuloso e suas campanhas militares
eram precedidas de vários meses de planejamento com o “reconhecimento das
estradas, do envio de batedores e espiões e de armazenamento de víveres nas etapas
previstas.”
Após uma conquista, quando
não raras vezes todos os inimigos, suas famílias e até animais domésticos eram
assassinados, Gengis Khan ordenava a reconstrução das localidades destruídas,
realocando populações sob novas administrações e implantando sistemas que
unificavam o império:
No Império Mongol, que ele
levou 20 anos para criar e outros tantos para consolidar, era possível ir da
China ao Oriente Médio e à Europa por uma rede de estradas protegidas, ao
comercializar produtos usando padrões de peso e câmbio definidos por um poder
centralizado. No século 13, já circulava pelas terras tomadas por Gêngis Khan o
papel-moeda, impresso em gráficas, 200 anos antes de Johannes Gutemberg criar a
impressão com tipos móveis no Ocidente. Iletrados, os mongóis mantinham pessoas
de cada povo conquistado em importantes postos da administração pública.
Recrutavam especialistas de outras nações para seguir com eles: astrônomos
muçulmanos, engenheiros chineses (que construíam canhões), mineiros
germânicos... Gente de culturas e religiões distintas conviviam pacificamente.
Em 1227 Gengis enviara tropas
para mais conquistas na Rússia e Ucrânia. Quando estourou uma revolta entre o
povo dos tangutes, o próprio Khan retornou para combatê-los e vencê-los. Mas,
após esta última vitória, Gengis Khan foi acometido de febre e dores de cabeça
que o levaram à morte.
Além do legado cultural,
Gengis Khan pode ter deixado atrás de si uma herança genética que unifica nada
menos que 12 milhões de pessoas, ou cerca de 8% da população que vivem entre o
Oceano Pacífico e o Mar Cáspio.
É o que supõe geneticistas
britânicos da Universidade de Oxford quando examinaram cromossomos de homens da
Ásia. Esse Gengis Khan era mesmo um conquistador!
Fontes:
http://www.sohistoria.com.br/biografias/gengis/
http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/ele_fez_o_mundo_tremer.html
http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/conheca-historia-lider-mongol-gengis-khan-706646.shtml
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gengis_Khan
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u8334.shtml
Imagens:
http://www.terminals.hol.es/genghis-khan-essay.html
https://en.wikipedia.org/wiki/Genghis_Khan_Equestrian_Statue
http://acsmongols.weebly.com/extent-of-influence.html
Google Street View
13 DE AGOSTO
QUEDA DE TENOCHTITLÁN
No ano de 1521, provavelmente
no dia 13 de agosto, ocorria a queda da grande cidade asteca de Tenochtitlán,
tomada pelos conquistadores espanhóis liderados por Hernán Cortéz.
Os Astecas, também chamados
Mexicas, viveram onde hoje é o México e o auge de sua civilização foi entre os
séculos XIV e XVI.
Os mexicas, originários de
Aztlán, chegaram às margens do lago Texcoco, vindos de Chapultepec, de onde
haviam sido expulsos. Junto ao lago se estabeleceram e formaram uma aliança de
três cidades que viria a dominar o futuro Império Asteca: Texcoco, Tiacopan e
Tenochtitlán.
A sociedade asteca era
formada pelo Imperador e Chefe Militar (eleito), sacerdotes, demais chefes
militares, artesãos, trabalhadores urbanos e camponeses. Uma outra divisão
comumente aceita pela historiografia era entre nobres (pipiltin), camponeses,
(calpulli) e o povo, (macehualtin). Os pochtecas eram os comerciantes, que
viajavam a fazias as vezes de espiões para o governante.
A região onde se
estabeleceram os astecas era alagada, mas eles desenvolveram técnicas agrícolas
impressionantes, construindo ilhas de cultivo, denominadas Chinampas, canais de
drenagem e aquedutos que traziam água das montanhas.
A própria cidade de
Tenochtitlán, que possuia templos imensos, largas e retas avenidas, foi
construída no meio de um pântano!
Os astecas também se
desenvolveram imensamente nas artes, confeccionando ricos tecidos, trabalhando
com ouro e prata, realizando grandes avanços na pintura e também na matemática,
astronomia e criando uma escrita pictórica.
Eles eram politeístas,
adoravam os astros e as forças da natureza e realizavam sacrifícios humanos em
larga escala.
Em 1519, ano da chegada dos
espanhóis, residiam cerca de 300 mil pessoas em Tenochtitlán e a cidade jamais
seria tomada por menos de 700 europeus, mesmo que reforçados por aliados, se
antes não tivessem aberto as portas a eles. Quando tentaram voltar atrás já era
tarde.
O Imperador Asteca,
Montezuma, recebeu e hospedou os espanhóis com grande deferência quando estes
se apresentaram como representantes do Rei da Espanha, Carlos I. Nestes
primeiros contatos, os espanhóis já deixaram atrás de si o principal inimigo
que haveria de ajudar na dizimação dos astecas: a varíola.
Quando a guerra veio, os
europeus se fortaleceram fazendo alianças com povos rivais dos astecas, para o
que contaram com a ajuda da índia Malinche, que era tradutora dos espanhóis e
se tornou amante de Cortéz.
Tenochtitlán foi cercada
durante sete meses, mas o armamento superior dos espanhóis e o enfraquecimento
dos astecas por conta das doenças, fez com que a resistência chegasse a um fim.
Mais um genocídio europeu nas Américas estava começando.
Fontes:
http://reino-de-clio.com.br/Hist-Geral.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tenochtitl%C3%A1n
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cerco_de_Tenochtitlan
https://pt.wikipedia.org/wiki/Conquista_do_Imp%C3%A9rio_Asteca
Imagens:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:The_Conquest_of_Tenochtitlan.jpg
https://www.youtube.com/watch?v=hKeTFa4m7cQ
http://www.dailystormer.com/the-history-of-the-conquest-of-mexico-the-battle-on-the-causeway-and-the-fall-of-tenochtitlan/
https://ensaiosfragmentados.com/2013/05/09/tenochtitlan-o-planejamento-urbano-asteca/
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09 DE AGOSTO
A
BATALHA DE FARSÁLIA
O
campo de batalha visto a partir do Leste, nas imediações de
Paleofarsália.
Após
seu retorno da Gália e da travessia do Rubicão, César conquistara
Roma sem batalha, mas correra em perseguição a Pompeu que conseguiu
escapar do cerco em Brindisi, levando a guerra para o solo
grego/macedônico.
Com
muito mais recursos humanos e materiais, Pompeu se dava ao luxo de
evitar um confronto direto, optando por minar as forças de seu
adversário.
A
vitória em Dirráquio obrigara César a fugir, apresentando-se o
momento em que Pompeu deveria persegui-lo, o que ele até fez, mas
interrompeu logo depois.
Quando
a perseguição recomeçou e César estacionou suas tropas em
Paleofarsália (não Farsália, que fica bem ao sul do campo de
batalha), não demorou para que os exércitos ficassem frente a
frente . Estava para começar o confronto direto que César sempre
desejara e que decidiria o confronto entre os dois titans romanos.
César
reuniu suas forças com as que escaparam de Pompeu em Dirráquio e
chegou à planície de Tessália, onde encontrou campos cheios de
trigo. A cidade de Gomphos, ou Gomphi
recusou-se a atendê-lo e foi cercada.
Na
ocasião César falou aos soldados das vantagens de saquear uma
cidade bem abastecida como aquela e “...aproveitando
o entusiasmo extraordinário dos soldados, no mesmo dia de sua
chegada pôs-se a atacar a cidade […] entregou-a à pilhagem dos
soldados.”
Esta
ação de César, pondo de lado a clemência, acabou fazendo com que
Metrópolis,
a próxima cidade do caminho, fosse bem mais receptiva, assim como as
demais cidades da região.
Acima:
à esquerda a região intermediária entre as atuais Gomfoi e
Paleomonastiro, onde acreditamos ter sido localizada a antiga Gomphi.
À direita a periferia de Mitropoli que acreditamos ser, obviamente,
a antiga Metrópolis.
Abaixo:
à esquerda a pequena Krini, a antiga Paleofarsália a oeste do campo
de batalha. À direita a Igreja Ortodoxa Grega de Farsália, bem ao
Sul do campo de batalha.
Seguindo
sua marcha, César chegou à região de Paleofarsália (atual Krini –
e não Farsália, mais ao sul e que mantém o nome), acampando às
margens do Rio Enipeas. Pompeu também chegou à região e acampou
próximo a elevações de onde podia observar vasta área.
Acompanhando
as formas geométricas brancas de cima para baixo: o primeiro elipse
é o acampamento de Pompeu, logo abaixo, os primeiros três
retângulos são suas tropas. Frente a eles as tropas de César, com
um traço diagonal representando sua reserva contra a cavalaria
inimiga. No círculo a localização de Paleofarsália e o segundo
elipse aponta o acampamento de César. A seta indica a direção de
Farsália, que ficou com a fama, mas nem aparece no mapa!
Em
09/08/48 a.C., finalmente as forças de Pompeu avançaram em direção
ao acampamento de César. Eram compostas por 47 mil homens e 6.700
cavaleiros.
César
possuía cerca de 22 mil homens e mil cavaleiros e quando as
infantarias ficaram frente a frente, as linhas de Pompeu eram bem
mais robustas.
Tendo
o Rio Enipeas à esquerda de César e direita de Pompeu, o grosso das
cavalarias foram posicionadas no lado oposto de cada um. Mas César
posicionou dois mil soldados da infantaria em uma linha diagonal,
atrás de sua cavalaria, oculta das vistas de Pompeu, mas prontas a
entrar em combate quando a cavalaria mais numerosa deste avançasse,
impedindo-os, assim, de cercar sua infantaria.
Quando
o confronto começou de fato, a cavalaria de Pompeu avançou a
galope, mas a infantaria permaneceu parada, a esperar a chegada das
tropas de César.
Pompeu
queria manter a coesão de suas forças e desorganizar as tropas de
César pela caminhada quando “...estariam
sem fôlego e exauridos de cansaço.”
Mas
as tropas de César não caíram na armadilha da correria. Avançaram
em intervalos, reagrupando e descansando e, quando chegou o momento,
atacaram.
Pompeu
usou tudo que tinha, mas César, apesar de em menor número, manteve
reservas e, mesmo com a vantagem ainda maior que isso proporcionava
ao adversário, as linhas de ambos os lados resistiam.
Acima:
à esquerda o Rio Enipeas nas proximidades do campo de batalha. À
direita a vista dos montes onde acampou Pompeu, a partir da área do
acampamento de César. Abaixo: à esquerda uma vista mais próxima
dos montes onde Pompeu montou seu acampamento. À direita o campo de
batalha visto da área logo abaixo do mesmo acampamento.
A
decisão, então, só poderia vir do confronto de cavalarias. Quando
a mais numerosa cavalaria de Pompeu começou a ter vantagem, César
ordenou o recuo da sua. Acreditando na vitória, as forças
adversárias começaram a se dividir para cercar a infantaria de
César por trás.
Neste
momento, a infantaria obliqua de César recebeu ordem de ataque. Os
legionários investiram ferozmente assustando cavalos e atacando o
rosto dos cavaleiros com suas lanças e, surpresa das surpresas, a
infantaria venceu a cavalaria, que se colocou em fuga.
Uma
vez liberada, a cavalaria de César pôde cuidar das tropas de
arqueiros de Pompeu e as reservas que tinha entraram no combate pelo
flanco esquerdo, onde antes estava a cavalaria fugitiva. As tropas
menores cercavam as tropas maiores!
Sem
reservas para colocar em combate, Pompeu viu suas legiões
abandonarem a luta para escapar de um massacre. Foram recuando
lentamente até refugiarem-se nas colinas próximas do acampamento,
para onde seu comandante já se havia retirado. Vitória de César!
César
vencera a batalha decisiva da Guerra Civil. Mas, mesmo com a vitória
assegurada, ele não agia como Pompeu, queria liquidar a partida,
queria a vitória total e avançou seu exército para o acampamento
adversário, invadindo-o e tomando-o. Pompeu e seus seguidores
fugiram, assim como as tropas remanescentes.
César
colocou suas forças em perseguição e conseguiu cercar os restos do
exército de Pompeu na atual localidade de Kiparissos, uma colina que
foi cercada na base leste, cortando o acesso a um riacho. Sem água e
sem líderes, o restante das forças de Pompeu se renderam na manhã
de 10 de agosto de 48 a.C.
A
Guerra Civil ainda duraria quase 3 anos, mas a Batalha de Farsália
foi, a nosso ver, decisiva. Não há um consenso absoluto sobre os
motivos que levaram Pompeu a conceder a César um combate total
quando seria muito mais vantajoso esperar que a fome e outros
problemas minassem a força do exército deste.
O
próprio César afirma que a confiança na vitória de Pompeu era tão
grande que os políticos e militares romanos que o acompanhavam já
se envolviam em disputas do poder que teriam ao retornar a Roma: “...
todos estavam ocupados em obter cargos ou compensações financeiras,
ou em dar livre curso aos seus ressentimentos pessoais...”
Para
Rostovtzeff essas presenças políticas também foram motivo para a
derrota de Pompeu, que não tinha total liberdade de ação,
dificuldade causada “...
pela presença de grande número de senadores em seu quartel-general
– homens que constantemente criticavam e interferiam nas
disposições do general e exigiam reuniões frequentes para discutir
a situação.”
Sheppard,
segue na mesma linha ao afirmar que o próprio Pompeu não desejava
conceder um combate direto, que foi obrigado a isso por seus
companheiros “...
não por vontade própria...”
Obrigado
ou não, Pompeu apostou tudo quando não precisava apostar nada. E
perdeu. César manteve-se senhor de Roma e de seus vastos recursos,
podendo dividir suas forças, enviando seus generais para lugares
diferentes. Pompeu buscou refúgio no Egito onde acabou assassinado
de forma traiçoeira.
Lissner
escreve que o grande general foi apunhalado às vistas de sua esposa
e filhos e que “...cobriu
o rosto com sua toga. Não pronunciou uma palavra e nenhuma queixa
lhe saiu da garganta.”
Quando,
na perseguição, César chegou ao Egito, foi-lhe entregue a cabeça
de seu maior rival, “Profundamente
perturbado, César cobriu a face e chorou.”
1 Sheppard afirma que é a atual Paleo Episkopi
(que não localizamos nos mapas da região), mas nós acreditamos que
a antiga cidade pode ser a atual Gomfoi ou Paleomonastiro.
2 CÉSAR, BELLUM CIVILE – A Guerra Civil.
Livro III: 80. pg. 273
3 Sheppard afirma que é a atual Paleo Kastro
(que localizamos ao norte de Gomfoi e não ao sul como deveria ser.
Nós acreditamos que a antiga cidade é a atual Mitropoli, ou
Paleoklisi.
4 CÉSAR, BELLUM CIVILE – A Guerra Civil.
Livro III: 81. pg. 273-275
5 (SHEPPARD: 2010) pg. 53
6 Ibid pg. 56
7 Ibid. pg. 56-60
8 CÉSAR, BELLUM CIVILE – A Guerra Civil.
Livro III: 88-89. pg. 281-283
9 Ibid. Livro III: 92. pg. 285
10 Idem
11 CÉSAR, BELLUM CIVILE – A Guerra Civil.
Livro III: 93. pg. 285
12 (SHEPPARD: 2010) pg. 73
13 Ibid pg. 74
14 CÉSAR, BELLUM CIVILE – A Guerra Civil.
Livro III: 93. pg. 287
15 Idem
16 Ibid. Livro III: 94. pg. 285
17 CÉSAR, BELLUM CIVILE – A Guerra Civil.
Livro III: 95. pg. 289
18 (SHEPPARD: 2010) pg. 81
19 CÉSAR, BELLUM CIVILE – A Guerra Civil.
Livro III: 83. pg. 277
20 (ROSTOVTZEFF: 1983) pg 132
21 (SHEPPARD: 2010) pg. 56
22 (LISSNER: 1964) pg. 67-68
23 Ibid. pg.68
No
ano 70 d.C., as tropas romanas comandadas pelo
General Tito, invadiam Jerusalém, iniciando a destruição da cidade, inclusive
do Templo de Salomão, reconstruído décadas antes por Herodes, o Grande.
A
tomada da cidade colocava, na prática, ponto final à Grande Revolta Judaica,
iniciada quatro anos antes, em 66 d.C., quando os judeus se revoltaram contra a
ordem de tomada de parte do tesouro do templo, expedida pelo Procurador da
Judeia Géssio Floro, representante de Roma.
Os judeus
se recusaram a entregar o tesouro e a retaliação romana consistiu na
autorização de saque de parte de Jerusalém e na crucificação de alguns judeus
eminentes.
Em
resposta à repressão, a revolta estourou. Liderados por Eleazar, os revoltosos
tomaram o templo e a Torre Antônia anexa, massacrando as tropas romanas mesmo
após terem se rendido.
Outras
fortalezas foram tomadas, tropas massacradas ou cercadas em Massada, Chipre,
Macero e Ascalão.
O Templo de Herodes e a Fortaleza Antônia anexa, no alto à direita.
A
primeira força enviada por Roma contra os rebeldes, liderada pelo recém-nomeado
Governador da Síria, Caio Céstio Galo, foi dizimada e os sobreviventes se
refugiaram na capital da Judeia, Cesareia.
O
Imperador Nero enviou, então, Tito Flávio Sabino Vespasiano (Tito pai) à frente de uma
força tarefa e substituiu Galo por Caio Licínio Muciano.
Vespasiano
marchou para a judeia mas evitou Jerusalém, deixando que os judeus revoltosos,
divididos em facções, e que travavam luta fratricida, se enfraquecessem
mutuamente. Enquanto isso ele foi retomando o controle do restante da
província.
Quando
chegou
o momento de atacar Jerusalém, a tarefa coube a outro Tito (o filho de
Vespasiano, já que este viajara a Roma onde foi aclamado Imperador após a
morte de Nero).
Tito filho cercou Jerusalém, posicionando três legiões
no lado oeste e enviando uma legião para o Monte das Oliveiras, cortando as
rotas de alimentação e fornecimento de água para a cidade.
Flavio
Josefo narra o horror que este cerco trouxe aos moradores da capital:
É então um caso miserável, uma
visão que até poria lágrimas em nossos olhos, como os homens agüentaram quanto
ao seu alimento ... a fome foi demasiado dura para todas as outras paixões... a
tal ponto que os filhos arrancavam os próprios bocados que seus pais estavam
comendo de suas próprias bocas, e o que mais dava pena, assim também faziam as
mães quanto a seus filhinhos... quando viam alguma casa fechada, isto era para
eles sinal de que as pessoas que estavam dentro tinham conseguido alguma
comida, e então eles arrombavam as portas e corriam para dentro... os velhos,
que seguravam bem sua comida eram espancados, e se as mulheres escondiam o que tinham
dentro de suas mãos, seu cabelo era arrancado por fazerem isso... (Guerras dos
Judeus, livro 5, capítulo 10, seção 3).
Quando
as tropas romanas conseguiram destruir partes da muralha de Jerusalém, a cidade
foi invadida, a Fortaleza Antônio retomada, o Templo de Salomão destruído e
seus tesouros saqueados, segundo Sulpício Severo por ordem de Tito, o que é
negado por Flavio Josefo, alegando que não foi possível conter a fúria dos
soldados romanos.
Ainda
segundo Josefo, “foram levados cativos durante toda esta guerra foi verificado
ser noventa e sete mil...”. Tito recebeu o título de Imperator mas recusou a
coroa de oliveira, menosprezando assim o valor de seus adversários.
A
Fortaleza de Massada.
À
direita (rocha mais clara)a rampa construída pelos romanos.
A
guerra ainda duraria mais três anos, embora boa parte desse tempo fosse gasto
apenas no cerco a Massada, fortaleza de difícil acesso construída por Herodes,
o Grande, e ocupada por rebeldes sicários e suas famílias, que terminaram por
cometer suicídio coletivo quando a queda da fortaleza era iminente.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_guerra_judaico-romana
https://pt.wikipedia.org/wiki/Destrui%C3%A7%C3%A3o_de_Jerusal%C3%A9m
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cerco_de_Massada
http://www.estudosdabiblia.net/2002322.htm
http://www.arqnet.pt/portal/calendario/agosto.html
Imagens:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Francesco_Hayez_017.jpg
https://www.youtube.com/watch?v=u7dPf35D4X0
http://blogs.universal.org/bispomacedo/2016/05/28/a-revolta-judaica/
http://vexilla-regis.blogspot.com.br/2015/11/blood-sacrifice-new-temples-perfect_19.html