terça-feira, 29 de novembro de 2016

NOVEMBRO NA HISTÓRIA

O CERCO A STALINGRADO
Após a derrota na periferia de Moscou em 1941, e a consequente primeira retirada da Wehrmacht na guerra, Hitler conseguira reorganizar suas forças e já tinha um novo alvo.
Seus generais aconselhavam que juntassem tudo que tinham em um novo e definitivo ataque à capital russa, mas Hitler preferiu rumar para o Sul da URSS, de olho nos cereais da Ucrânia e no Petróleo do Cáucaso, região que ele poderia ter tomado sem luta no ano anterior.
Mas o Sul da URSS também possuía um alvo de importância simbólica que fascinava o ditador alemão: Stalingrado, a Cidade de Stalin, às margens do Rio Volga.
Situada na entrada do Cáucaso, Stalingrado era uma cidade modelo soviética, muito bonita e cheia de fábricas importantes.
Com outras forças engajadas na África, onde Erwin Rommel fora encarregado de tomar o Cairo e rumar para o Irã em busca do petróleo do Oriente Médio, Hitler se colocou numa posição de tudo ou nada pois, com suas forças tão divididas, ninguém receberia reforços ou suprimentos suficientes.
Em 28/06/1942 a ofensiva alemã começou e a tática da Blitzkrieg novamente se revelou devastadora, obrigando os soviéticos a recuar em todos os setores.
Entretanto, novamente, como no caminho rumo a Moscou no ano anterior, quanto mais longo o avanço alemão, maiores as dificuldades de abastecimento.
Ao chegar nas imediações do Cáucaso, as forças alemãs foram divididas, cabendo ao 6º Exército, sob comando do General von Paulus tomar Stalingrado, enquanto as demais forças deveriam atravessar as montanhas e tomar os campos petrolíferos de Maikop.
As forças soviéticas que defenderiam a cidade eram comandadas pelo General Vassili Chuikov. O planejamento era feito pelo Marechal Andrei Yeremenko e pelo comissário político Nikita Kruschev.
Os exércitos de apoio italianos, romenos e húngaros eram utilizados para proteger os flancos do exército alemão. Mas essas linhas se alongavam tanto que as defesas ficavam tênues, enfraquecidas por terem de guardar áreas tão extensas. E esse foi um erro fatal.
Inicialmente, porém, o ataque alemão foi muito bem sucedido. A Luftwaffe (força aérea nazista), sob comando do Marechal do Ar Wolfram von Richthofen (primo do lendário Barão Vermelho), quase eliminou as linhas de defesa e suprimentos dos soviéticos dos dois lados do Rio Volga com seus ataques aéreos e transformou Stalingrado em uma montanha de ruínas fumegantes.
A despeito disso, porém, a população civil, que Stalin não deixou ser evacuada, e os soldados, resistiam bravamente em cada rua, cada casa, cada quarto, sala e porão causando pesadas baixas aos alemães em uma luta desesperada.

Diante do colapso total iminente, Stalin chamou aquele que já provara seu valor como estrategista militar do Exército Vermelho: o General Zukhov, defensor de Moscou, para se encarregar da estratégia para Stalingrado, junto com Aleksandr Vasilievsky.
Ao final de outubro os alemães já estavam perto das margens do Rio Volga, o que significava que tinham dominado mais de 90% da cidade, levando Hitler, enganado, a anunciar a vitória.
Contudo, na Colina Mamayev, na Fábrica de Aço Outubro Vermelho e na Casa de Pavlov, pequenos grupos de soldados soviéticos resistiam contra tudo que os alemães lançavam contra eles.


Nas imagens acima, pela ordem, a Colina Mamayev, a Fábrica Outubro Vermelho e a Casa de Pavlov.
Atiradores de elite soviéticos, como Vasily Zaitsev (espantosas 242 mortes computadas só em Stalingrado), não davam descanso aos invasores e minavam o moral das tropas alemãs.
Friedrich von Paulus, Vassili Chuikov, Wolfram von Richthofen e Vasily Zaitzev.
Enquanto isso, o estrategista Zukhov conseguiu reunir, quase em segredo, um grande exército do outro lado do rio, enquanto os problemas de abastecimento só faziam diminuir as forças alemãs, principalmente a Luftwaffe.
Em 19/11/1942 foi deflagrada a Operação Urano. Os soviéticos cruzaram o Rio Volga e atacaram as tropas romenas ao Norte e, no dia seguinte, o ataque começou pelo Sul.
Os romenos resistiram no início, mas não possuíam armamento anti-tanque, de modo que as forças blindadas soviéticas logo os colocaram em debandada.
O Comando Alemão, embora dispusesse da 16ª e 24ª Divisões Panzer (tanques) em Stalingrado, enviou o desgastado 48º Corpo Panzer, com apenas 100 tanques, para reforçar a posição dos romenos, mas já era tarde.
Embora as tropas ao Sul tenham resistido mais tempo ao avanço soviético, em 22/11/1942 o cerco se fechou e, em 23/11 estava consolidado ao repelir os contra-ataques que buscavam desfazê-lo.
Ao saber do cerco Hitler não permitiu novas tentativas de escapar de Stalingrado, pois ele queria que a cidade fosse tomada, e Göering o convencera de que a Luftwaffe poderia abastecer as tropas pelo ar, tarefa que o Marechal do Ar Wolfram von Richthofen sabia ser impossível, pois a necessidade do 6º Exército de von Paulus era de 800 toneladas de suprimentos por dia.
Começava a longa e lenta agonia do 6º Exército Alemão dentro das ruínas de Stalingrado, pois, mais uma vez, o inverno estava chegando!
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Fontes e Imagens:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_de_Stalingrado
https://pt.wikipedia.org/wiki/Opera%C3%A7%C3%A3o_Urano
https://pt.wikipedia.org/wiki/Wolfram_von_Richthofen
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vassili_Zaitsev
https://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%A1brica_de_A%C3%A7o_Outubro_Vermelho
https://pt.wikipedia.org/wiki/Casa_de_Pavlov

https://pt.wikipedia.org/wiki/Mamayev_Kurgan

O PUTSCH DA CERVEJARIA
A Alemanha pós Grande Guerra
Após a Primeira Guerra Mundial, e a derrota que teve um gosto amargo, principalmente por conta das obrigações impostas pelo Tratado de Versalhes, setores políticos moderados assumiram o poder na Alemanha e constituíram um governo social-democrata, instalado na cidade de Weimar.
Este foi o período que ficou conhecido como República de Weimar, com um governo democrático, liberal e parlamentarista no qual o Presidente era eleito para um mandato de 07 anos, mas a chefia do governo cabia a um Chanceler, referendado pelo Parlamento. Vários partidos eram reconhecidos e disputavam o poder.
A crise social do pós-guerra porém, aos poucos foi minando a confiança da população nas instituições democráticas e na capacidade do novo sistema de governo em oferecer soluções.
Tal crise levou ao radicalismo pois, se de um lado a aristocracia rural e os grandes industriais eram os mais beneficiados pelo novo sistema, do outro camponeses e trabalhadores eram prejudicados, tornando-se massa de manobra para o radicalismo de esquerda ou de direita.
Na extrema direita desse espectro político estava um pequeno mas crescente grupo de ex combatentes descontentes. Radicais, antissemitas, anticomunistas, defensores de um estado totalitário e comandados por um cabo austríaco, herói de guerra condecorado, eloquente, estranho e possuidor de um suposto carisma que a muitos conquistava e a outros causava repulsa: Adolf Hitler.
O Golpe de Munique, ou Putsch de Munique, ou ainda Putsch da Cervejaria, foi pensado como o primeiro passo para a tomada do poder no país inteiro, ou seja, seria derrubado o governo da Baviera (cuja capital era Munique) e então, dali, partiria a Marcha para Berlim, onde os golpistas instalariam o poder central dominando todo país.
Hitler - Erich von Ludendorff - Gustav Ritter von Kahr
O planejamento de Hitler usava a participação de Erich von Ludendorff (General Alemão, herói da Batalha de Tannenberg e comandante do exército ao final da Grande Guerra) como chamariz de apoio ao golpe, no que foi inicialmente bem sucedido.
A princípio, em ambiente de grande agitação política e social na Baviera, Hitler angariou o apoio de Gustav Ritter von Kahr, Comissário de Estado nomeado pelo Primeiro Ministro da Baviera Eugen von Knilling, que decretou Lei Marcial. Esses atos tornaram Gustav Ritter von Kahr o governante de fato, junto com o Chefe de Polícia Hans Ritter von Seisser e o Oficial do Exército na Baviera Otto Hermann von Lossow.
Mas, na noite de 08/11/1923, quando os nazistas invadiram uma reunião na Cervejaria Burgebräukeller, Kahr e seus companheiros recuaram do apoio ao golpe e acabaram presos por ordem de Hitler que decidiu seguir com o plano de tomar o governo da Baviera mesmo assim.
Contudo, o General Ludendorff, sem o conhecimento de Hitler, ordenou a libertação dos presos que se comprometeram a não interferir. Promessa de políticos, pois assim que foram soltos, passaram a organizar o contra golpe.
Na manhã de 09/11/1923, quando Hitler e muitos nazistas partiram da cervejaria para derrubar o governo bávaro, foram interrompidos à bala pela resistência militar.
Hitler fugiu e se escondeu, mas acabou preso depois, Ludendorff foi ferido e dezesseis nazistas foram mortos.
Mas, o que poderia ser uma derrota definitiva, transformou-se em triunfo pela complacência dos juízes que julgaram Hitler. Fazendo a própria defesa, ele conseguiu convencer a justiça a condená-lo por breves cinco anos, dos quais só cumpriu nove meses, sendo tratado com regalias na Prisão de Landsberg. Lá ele refez seus planos e escreveu sua autobiografia Mein Kampf, que viria a se tornar a Bíblia dos nazistas.
Como se vê, com apoio da justiça, os golpes acabam dando certo. A desgraça da conta, porém, só é cobrada depois. Do povo, é claro...



Fontes e Imagens:








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