sexta-feira, 3 de março de 2017

FEVEREIRO NA HISTORIA



CEM ANOS DA PRISÃO DE MATA HARI
"Prostituta sim, traidora jamais!"
Em um dia 13/02, na cidade de Paris em 1917, ocorria a prisão da suposta espiã Mata Hari, suspeita de ser agente dupla para França e Alemanha durante a I Guerra Mundial.
Margaretha Geertruida Zelle, depois MacLeod, nasceu a 07/08/1876 em Leeuwarden – Friesland – Holanda, filha de Adam Zelle e Antje van der Meulen, que lhe deram mais três irmãos e uma infância abastada e de excelente instrução até os 13 anos, por conta dos investimentos bem sucedidos do pai em petróleo.
Em 1889 Adam faliu, em 1891 Antje morreu e em 1893 Margaretha ganhou uma madrasta. Quando a família original se desfez, ela se mudou para a casa do padrinho em Sneek, onde tentou formação para lecionar. Mas o diretor da escola a assediou e ela foi retirada da escola, indo morar com um tio em Haia.
Em 11/07/1895, já com 18 anos, Margaretha se casou com Rudolf MacLeod, Capitão do Exército Colonial Holandês, a quem conhecera através de um anúncio de jornal (!).
Após o enlace, que catapultou a moça para a alta sociedade holandesa, e o nascimento do primeiro filho Norman-John MacLeod (30/01/1897), o casal se mudou para Malang, na Ilha de Java, onde nasceu a menina Louise Jeanne MacLeod (02/05/1898).
O comportamento errático e violento do Capitão Rudolf, e a morte por envenenamento do pequeno Norman, levou o casal à separação e a uma dolorosa disputa judicial por bens e pela guarda da menina Louise.
Louise, Norman e o Capitão Rudolf
Neste período Margaretha aprendeu costumes e danças malaios, tornando-se dançarina e adotando o nome artístico de Mata Hari, que significa Olho do Dia (Sol). Em 1906 foi concretizado o divórcio do casal e à mãe coube a guarda de Louise, cabendo ao pai o pagamento de pensão, o que não fez.
Nesta época Mata Hari já estava morando em Paris e fazendo algum sucesso como dançarina exótica devido às suas habilidades de dança e à sua beleza que foi descrita assim:
Grande, esbelta, ela exibe sobre seu maravilhoso pescoço, flexível e cor de âmbar, uma face fascinante, perfeitamente ovalada, cuja expressão sibilina e tentadora impressiona. A boca, vigorosamente desenhada, traça uma linha móvel, desdenhosa, muito carnuda, sob um nariz reto e fino cujas asas palpitam sobre duas covinhas sombreadas nos limites de seus lábios. Os magníficos olhos, ligeiramente puxados, aveludados e melancólicos, são envoltos por longos cílios encurvados e têm qualquer coisa de hindu. Seu olhar é enigmático: perde-se no vazio. Os cabelos, muito pretos, repartidos ao meio, montam em sua face um quadro de impenetráveis ondulações. (1)
Em pouco tempo Mata Hari já estava se apresentando para príncipes em casas badaladas como o Museu Guimet, onde começou, e o Olympia de Paris. Entre os anos de 1910 e 1911, porém, ela se afastou dos palcos para viver como amante do banqueiro Félix Rousseau.
Mata Hari em apresentação no Museu Guimet
Quando o romance terminou Mata Hari conseguiu, através do ex amante Albert Kiepert, agendar apresentações para 1914 no Metropol de Berlim, planos que a deflagração da I Guerra Mundial interromperam.
Por conta da guerra, Mata tentou voltar a Paris através da Suiça, mas foi impedida após interrogatório na fronteira. Só conseguiu permissão para retornar à Holanda. Em 1916 tentou novamente viajar para França através da Inglaterra, sem sucesso de novo, pois os ingleses já desconfiavam que fosse espiã alemã, alertados que foram pela equivocada inteligência italiana.
Quando finalmente conseguiu viajar, passou a ser seguida por policiais franceses que, até 1917, não encontraram nada realmente suspeito.
Na França Mata Hari conheceu e se apaixonou pelo Oficial russo Vladimir de Masloff, que foi ferido no olho, sendo internado no hospital militar de Vittel onde, para visitá-lo, Mata Hari precisava de autorização do Capitão Georges Ladoux.
Crente de que Mata Hari era espiã alemã, Ladoux tentou "cooptar" a inimiga condicionando a autorização de visita a que Mata espionasse os alemães. E ela aceitou, interessada no dinheiro!
Enviada à Espanha, Mata Hari se hospedou no Hotel Ritz de Madrid e logo fez contato com o "Capitão Hauptmann Kalle, adido militar da embaixada alemã" em busca de informações.
Mas Kalle percebeu logo que a mulher era uma espiã, muito fraca por sinal, e começou a abastecê-la de informações falsas, ao mesmo tempo que transmitia para Berlim informações fúteis que Mata Hari lhe passava, mas usando um código antigo que, ele sabia, os ingleses e franceses conseguiriam facilmente decifrar. Esse detalhe, que poderia ter salvo Mata Hari em seu julgamento, não foi informado ao tribunal.
Quando voltou a Paris, certa de que fizera um excelente trabalho, Mata Hari foi presa, acusada de ser agente dupla, dentro do contexto de caça a bodes expiatórios que as derrotas francesas ensejavam.
Mata Hari presa
Em seu julgamento, Mata Hari confessou que fora procurada na Holanda pelo Cônsul Alemão Karl Kroemer que lhe ofertou dinheiro para espionar os franceses, o que ela aceitou, mas jamais cumpriu. O juri, juntando essa confissão ao conhecimento das informações passadas na Espanha, condenou Mata Hari à morte.
Diz a lenda que, a 15/10/1917 em Vincennes – Paris, diante do pelotão de fuzilamento, Mata Hari soprou um beijo para os soldados perfilados.
No centro da página a notícia do fuzilamento.
Segundo Philippe Collas, autor de Mata Hari – Sa Véritable Histoire: “Mata Hari é culpada porque era imoral. Uma mulher liberada, um símbolo sexual, uma mulher livre.(2)
Livro de recortes de Mata Hari
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Fontes e Imagens:
(1) http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/mata_hari.html
(2) http://origin.guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/mata-hari-seu-pecado-amar-demais-436037.shtml
Fontes e Imagens:
https://en.wikipedia.org/wiki/Mata_Hari
http://origin.guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/mata-hari-seu-pecado-amar-demais-436037.shtml
http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/mata_hari.html
http://seuhistory.com/noticias/mata-hari-espia-mais-famosa-do-inicio-do-seculo-xx-prostituta-sim-mas-traidora-jamais
http://alunosonline.uol.com.br/historia/mata-hari.html
http://brasileiros.com.br/2017/01/o-fuzilamento-de-mata-hari-mais-famosa-espia/
http://neinordin.com.br/mata-hari-2/


REVOLUÇÃO IRANIANA
Foi em um dia 01/02 como hoje, no ano de 1979, que o Aiatolá Khomeini (Sayyid Ruhollah Musavi Khomeini), retornou ao Irã para fundar a República Islâmica do Irã, em substituição ao regime monárquico do Xá Reza Pahlevi (Mohammad Reza Pahlevi).
O Xá Reza Pahlevi, nascido em 26/10/1919 em Teerã, quando o país ainda era a Pérsia, assumiu o poder durante a II Guerra Mundial, após a abdicação de Reza Xá, seu pai, forçada por uma invasão de ingleses e russos.
Durante seu reinado a indústria do petróleo foi estatizada, mas EUA e Inglaterra forçaram a volta da privatização. Também em seu período foram celebrados 2.500 anos de monarquia persa, contada desde Ciro, O Grande.
O Xá Reza Pahlevi tomou várias medidas para modernizar e secularizar o Irã, mantendo uma linha de atuação pró ocidente e mantendo negociações com Israel, o que lhe fez perder o apoio do clero xiita.
O Xá Reza Pahlevi e o Aiatolá Khomeini 
A crise econômica, as medidas fracassadas para solução desta e a inerente corrupção do regime o fizeram perder apoio dentre a população em geral e acabou por fazer surgir uma forte oposição. E quanto maior a oposição, maior foi a repressão.
Essa repressão cresceu tanto que incomodou o ocidente. Em 1977 o Presidente dos EUA, Jimmy Carter pressionou o regime a reduzir a perseguição política, no que foi atendido. Ao contrário do esperado, porém, as manifestações contra o governo só aumentaram.
Quando a repressão voltou, o exército matou cerca de 90 pessoas durante protestos, no que ficou conhecido como massacre da Sexta-Feira Negra em 08/09/1978. Como era de se esperar, as manifestações se agigantaram chegando ao número de 2 milhões de pessoas em Teerã no dia 12/12/79.
Quando os soldados do exército começaram a desertar para não ter que atirar no povo, o governo estava condenado. O Xá Reza Pahlevi ainda acenou com concessões, mas já tinha perdido a guerra. Quando o Aiatolá Khomeini exigiu o fim da monarquia, Pahlevi não viu outra alternativa que não a fuga do país.
Então Khomeini foi convidado a retornar ao país, vindo de Paris, onde estava exilado. Logo ele já era aceito como lider maior da revolução e assumiu o governo afastando todos os opositores.
Em pouco tempo o novo regime expulsou as representações diplomáticas americanas, cancelou os contratos de compras de armas e exportação de petróleo aos EUA e implantou uma constituição teocrática, baseada na Sharia, a Lei Islâmica. A ocidentalização do Irã foi interrompida.


Fontes e Imagens:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Iraniana
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ruhollah_Khomeini
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mohammad_Reza_Pahlavi
https://historiazine.com/a-revolu%C3%A7%C3%A3o-iraniana-80482633fd2f
https://historiazine.com/a-revolu%C3%A7%C3%A3o-iraniana-80482633fd2f#.5k92sbj6y
http://acervo.oglobo.globo.com/fotogalerias/revolucao-islamica-no-ira-9541025
https://shakak76.wordpress.com/2015/02/10/iranian-revolutionthe-phenomenon-which-changed-the-middle-east/
http://www.davidburnett.com/gallery.html?gallery=44+Days%3A+the+Iranian+Revolution#/16
http://www.ilimvemedeniyet.com/iranian-islamic-revolution.html

http://www.davidburnett.com/gallery.html?gallery=44+Days%3A+the+Iranian+Revolution#/3

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