quinta-feira, 18 de maio de 2017

AUSCHWITZ I – PRECURSOR DO INFERNO

AUSCHWITZ I
PRECURSOR DO INFERNO
Em um final de semana como este, em 1940, era inaugurado o Campo de Concentração de Auschwitz I.
Quando ouço a palavra Auschwitz logo vem à mente a imagem daquela construção longa, de telhado alto, com trilhos de trem na frente. É uma imagem que ficou ainda mais marcante para quem assistiu ao filme "A Lista de Schindler”, de Steven Spielberg. O diretor americano apresenta o lugar como sendo muito mais sombrio que o campo onde viviam os judeus de Schindler. E deveria ser mesmo...
Mas aquele lugar sinistro não é o Campo de Concentração. Aquela é a entrada do Campo Auschwitz II - Birkenau, o campo de extermínio.
Auschwitz I é onde fica o infame portão com a frase “Arbeit Macht Frei” (O trabalho liberta) e surgiu como campo de concentração funcionando depois mais como a administração de todo o imenso complexo de três campos e das outras dezenas de campos auxiliares.
Mas que o leitor não se engane. Morreu muita gente em Auschwitz I...
As construções iniciais do campo, que fica na localidade polonesa de Oświęcim, tinham servido de alojamento para a artilharia do exército e foram escolhidas para abrigar novo campo, diante da superlotação que já se registrava nas demais instalações espalhadas pela Polônia e Alemanha.
A reforma foi ordenada por Heinrich Himmler em 27 de abril de 1940 e a supervisão das obras coube ao Obersturmbannführer Rudolf Höss, que acabou se tornando o primeiro comandante do novo campo.
Rudolf Höss, prestes a ir ao encontro do chefe...
Após o despejo de todos os moradores das redondezas, foi criada uma área de 40 km2 que fornecia muito espaço para ampliação das instalações e, ao mesmo tempo, isolamento das vilas e cidades mais próximas. Os nazistas não queriam que ninguém soubesse o que aconteceria naquele local...
Os primeiros prisioneiros de Auschwitz foram alemães, trazidos do Campo de Concentração de Sachsenhausen, o primeiro dos campos construído na Alemanha “para confinar ou liquidar em massa opositores políticos, judeus, ciganos, homossexuais, Testemunhas de Jeová, e, posteriormente, milhares de prisioneiros de guerra.1 Sua tarefa era servir como funcionários dentro do complexo.
Os primeiros ocupantes de Auschwitz como prisioneiros foram 728 poloneses, 20 dos quais judeus, que chegaram em junho. Menos de um ano depois, em março de 1941, a quantidade de ocupantes já chegava a 10.900 pessoas, a maioria poloneses.
Dentro do sistema, cada prisioneiro era marcado em suas roupas segundo sua origem. Criminosos comuns recebiam a cor verde, presos políticos recebiam a cor vermelha e a cor amarela era destinada aos judeus.
Estes, junto com os prisioneiros soviéticos, recebiam os piores tratamentos.
Os prisioneiros tinham que trabalhar, geralmente nas fábricas de armas adjacentes. O trabalho era extenuante e a única “folga” era nos dias de Domingo, quando os escravos deveriam se dedicar a limpeza.
Uma das fábricas próximas a Auschwitz.
Para os desobedientes, fugitivos recapturados e suspeitos de sabotagem havia o Bloco 11, considerado a prisão da prisão, que possuia celas de 1,5 m² nas quais quatro prisioneiros eram colocados juntos e onde passavam a noite em pé, o que era um terrível castigo.
Algumas celas do Bloco 11.
Mas estes castigos não eram piores do que aqueles aplicados aos que eram enviados ao porão do Bloco 11, onde ficavam sem água nem comida até que morressem de fome e/ou sede. Outros eram colocados em celas vedadas, na qual morriam asfixiados.
Neste porão foi conduzida a primeira experiência de extermínio com o famigerado gás Zyclon B. 
Latas de Zyclon B, que vinha em forma de pedrinhas que se dissolviam no ar, liberando o gás mortal.
Seiscentos prisioneiros soviéticos e cento e cinquenta poloneses foram trancados por ordem do subcomandante SS-Hauptsturmführer Karl Fritzsch e expostos ao gás, vindo a morrer.
O “êxito” da experiência fez com que uma área maior fosse adaptada para ampliar a eficiência, e um crematório foi construído. 
Acima a câmara de gás de Auschwitz e abaixo o crematório.

Cerca de 60 mil pessoas morreram nas novas instalações até que foi convertida em bunker para a SS.
O leitor não estranhe esse número. Lembre-se que estamos falando de Auschwitz I, que era um Campo de Concentração. O campo de extermínio ainda seria implantado.
A despeito disso, e como foi visto, Auschwitz I foi embrião para a indústria da morte nazista em muitos aspectos. E não foi o trabalho que libertou os prisioneiros, foi o Exército Vermelho da União Soviética.
1https://pt.wikipedia.org/wiki/Campo_de_concentra%C3%A7%C3%A3o_de_Sachsenhausen 
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Fontes e Imagens:
http://www.infoescola.com/historia/campo-de-concentracao-de-auschwitz/
http://www.dw.com/pt-br/1945-liberta%C3%A7%C3%A3o-de-auschwitz-birkenau/a-1465691
http://www.viajandoporai.com.br/campos-de-concentracao-na-polonia-parte-1-uma-visita-a-auschwitz/
http://www.megacurioso.com.br/guerras/75463-10-fatos-assombrosos-que-voce-talvez-desconheca-sobre-auschwitz.htm
http://avidanofront.blogspot.com.br/2010/12/kapos.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/O%C5%9Bwi%C4%99cim
https://pt.wikipedia.org/wiki/SS-Totenkopfverb%C3%A4nde
https://pt.wikipedia.org/wiki/Auschwitz
https://pt.wikipedia.org/wiki/Campo_de_concentra%C3%A7%C3%A3o_de_Sachsenhausen

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