segunda-feira, 3 de julho de 2017

BATALHA DE KURSK

BATALHA DE KURSK
Em um dia 05/07, no ano de 1943, começava a maior batalha de tanques da História, a Batalha de Kursk, ocorrida após a terrível derrota alemã em Stalingrado.
De um lado as temíveis divisões Panzer da Wehrmacht, comandadas por Erich von Manstein, Kurt Zeitzler, Hermann Hoth e Walther Model. Eles estavam à frente de 38 divisões, a maioria blindada e dispunham de 780.900 homens e 2.928 tanques.
Do lado soviético, os comandantes Georgy Jukov, Nikolai Vatutin, Konstantin Rokossovsky e Ivan Koniev, que tinham ao dispor 1.910.361 homens e 5.128 tanques.
Tal disparidade de material bélico entre as duas forças demonstram o quanto desgastado já estava o Exército Alemão após Stalingrado e como a URSS podia mobilizar uma avalanche inesgotável de homens e material, uma produção que a Alemanha Nazista, mesmo com todos os escravos que possuía, não conseguia igualar.
A tática de Stalin de desmontar e transferir para o interior longínquo do país fábricas inteiras, surtiu o efeito desejado de retirá-las do alcance alemão e manter a produção em alta, diferente das fábricas do III Reich, que sofriam com os bombardeios aéreos e não tinham para onde mudar.
A posição do Japão de não atacar a URSS pelo Leste também prejudicou os planos de Hitler, pois permitiu que Stalin trouxesse várias divisões que estavam estacionadas na Sibéria para lutar em Stalingrado, Kursk e em todas as batalhas seguintes.
Depois de perder o VI Exército inteiro em Stalingrado, os alemães planejaram formar uma linha defensiva para barrar o avanço soviético enquanto recuperavam suas próprias forças. 
O Comandante Erich von Manstein, que cortara o contra ataque soviético em Kharkov, sugeriu uma ofensiva em direção a Ucrânia, mas Hitler optou por atacar Kursk, de onde poderia dominar uma linha férrea para Moscou.
Esses planos, porém, seriam o oposto da célebre tática da Blitzkrieg, que previa ataque de surpresa, rápido e maciço. A mobilização alemã, porém, deixou óbvio seu destino de ataque. E, para além da obviedade, a despeito de ter sido marcado para 04 de maio, só foi ocorrer dois meses depois.
Do ponto de vista soviético os planos alemães eram tão óbvios que eles só se convenceram de que o alvo nazista era mesmo Kursk após receberem confirmação através de um espião que estava na Suíça. Então passaram a fortificar a área de forma maciça.
Na noite de 04 para 05 de julho os alemães iniciaram ataques preliminares e os soviéticos responderam com suas 20 mil peças de artilharia.
Já no dia 05 de julho a Força Aérea Soviética iniciou ataque contra as bases da Luftwaffe para ganhar a supremacia aérea, tática que aprenderam com os alemães. Essa batalha aérea durou horas e os alemães conseguiram manter o equilíbrio. Mas essa iniciativa soviética vinha provar que não haveria surpresas naqueles dias.
O avanço alemão nos dias subseqüentes só obteve mais sucesso ao Sul, pois no centro e ao Norte foram barrados pela resistência e as medidas defensivas soviéticas e as perdas foram grandes de ambos os lados pois as forças aéreas não apoiavam o suficiente uma vez que os pilotos não conseguiam enxergar o solo envolto em poeira, fogo e fumaça, os comandantes não tinham controle em tempo real sobre as tropas e os confrontos partiam mais de iniciativas isoladas das unidades de combate.

A despeito disso os alemães acabaram se saindo melhor no quesito baixas, no entanto o ritmo daquele avanço inicial ficou muito aquém do planejado.
No entanto, com a invasão aliada na Sicília em 11 de Julho, Hitler decidiu deslocar tropas e a situação alemã decaiu. Os ataques diminuíram, o que permitiu ao Exército Vermelho um tempo de para recuperação.

Em agosto os soviéticos começaram a avançar e os alemães a recuar. Em 20/08 o recuo alemão se transformou em retirada e no dia 23 de agosto de 1943 terminava a Batalha de Kursk.

Os soviéticos venceram com perdas muito maiores: 863.000 mortos, feridos, desaparecidos ou capturados, 6.064 armas pesadas e tanque destruídos ou seriamente avariados, entre 1.626 e 1.961 aeronaves perdidas e 5.244 canhões perdidos.
Os alemães perderam com perdas bem menores: 198.000 mortos, feridos ou desaparecidos, 760 armas pesadas e tanque destruídos e 681 aeronaves perdidas. A diferença é que os soviéticos tinham uma capacidade de reposição quase ilimitada, como já foi dito, e os alemães não.

Destacamos três conseqüências fundamentais da Batalha de Kursk. A primeira é que, pela primeira vez, o Exército Vermelho reconquistou territórios no verão e sem ajuda do “General Inverno”.
A segunda é que a derrota tirou dos alemães a capacidade de tomar a iniciativa, passando a constantes recuos até Berlim menos de dois anos depois.
E a terceira e mais importante: enquanto Hitler, desconfiado da capacidade militar de seus generais, passou a assumir cada vez mais o comando direto das tropas. Do lado soviético, porém, Stalin percebeu a imensa habilidade de seus principais generais, afastando-se do planejamento militar.
Essas duas decisões opostas revelaram-se históricas e catastróficas para as forças armadas do III Reich.
Nossa homenagem a todos os guerreiros que lutaram e tombaram nos campos de Kursk. Que possam ter encontrado a paz que certamente desejaram.

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Fontes e Imagens:
https://br.sputniknews.com/portuguese.ruvr.ru/2013_08_22/batalha-de-kursk-um-combate-de-titas-da-segunda-guerra-mundial-2313/
http://brasilescola.uol.com.br/historiag/batalha-kursk.htm
https://seuhistory.com/hoje-na-historia/chega-ao-fim-maior-batalha-de-tanques-da-historia
https://gazetarussa.com.br/arte/2013/07/12/batalha_de_kursk_atraves_dos_olhos_de_quem_presenciou_tudo_20401
http://www.historiailustrada.com.br/2014/08/a-maior-batalha-de-tanques-da-historia.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_de_Kursk

https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Battle_of_Kursk?uselang=pt

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