sexta-feira, 27 de junho de 2014

HANNIBAL – A BATALHA DE ZAMA! - Final

Hannibal encontra Cipião antes da Batalha.
ROMA VICTOR!
Antes da batalha, Hannibal e Cipião se encontraram. Hannibal ofereceu a devolução de terras na Hispânia, mais as ilhas entre a Itália e a Africa, Sicilia e Sardenha inclusas, menos as Baleares. Mas Cipião não aceitou. Esse encontro foi muito bom para os romanos, pois deu tempo para a chegada dos númidas, cuja proximidade Hannibal desconhecia.
Quando o momento da batalha chegou Cipião tinha um exército menor, mas tinha os melhores cavaleiros, os soldados mais bem treinados, conhecia melhor a região do que Hannibal (este não vinha a Cartago desde criança) e escolhera o terreno mais propício para a luta, posicionando-se de modo a ter uma fonte de água da região dentro dos limites de suas tropas.
A região onde ocorreu a Batalha de Zama.
Hannibal tinha sob seu comando poucos dos veteranos com os quais cruzara os Alpes, suas tropas eram bem heterogêneas, uma parte não havia lutado sob suas ordens ainda, e ficara com a pior parte do terreno. Ele não tinha cavalaria suficiente, de modo que posicionou os elefantes à frente das tropas, na esperança de que desfizessem a linha romana logo no primeiro ataque.
Mas Cipião não formou uma linha contínua de soldados na frente, deixou espaços vazios entre as formações nos quais as tropas ligeiras poderiam entrar e atacar os elefantes, fugindo depois para trás dos escudos dos legionários.
Quando a luta começou, os elefantes avançaram. Mas os romanos, em uma estratégia brilhante, iniciaram uma grande gritaria e o toque de trombetas. Os elefantes se assustaram e debandaram. Muitos voltaram sobre as próprias tropas cartaginesas e outros desfizeram a formação da cavalaria de Hannibal.
Por este espaço, os cavaleiros númidas de Cipião, comandados por seu líder, Masinissa, penetraram, desbaratando de vez a formação cartaginesa. Foram ajudados pela outra ala de cavaleiros romanos, comandados por Lélius.
Quando as infantarias avançaram os romanos conseguiram romper as linhas de Hannibal quase até a retaguarda, quando foram chamados a recuar por Cipião. Ele os reuniu em linha para enfrentar a melhor tropa de Cartago, formada pelos veteranos das batalhas na Itália, vários dos quais estavam com Hannibal desde a travessia dos Alpes.
Quando as duas linhas se chocaram o combate ficou equilibrado, mas logo depois as cavalarias de Masinissa e Lélius retornaram, atacando pelas laterais e por trás. Vitória de Roma.


Hannibal conseguiu escapar, refugiou-se em Adrumeto (atual Sousse) e depois seguiu para Cartago onde anunciou que a resistência tornara-se impossível. Então a capital aceitou os termos de rendição exigidos por Roma.
Adrumeto - atual Sousse.
Cartago concordou em pagar indenização dobrada (parcelada em 50 anos), suprir as tropas romanas com cereais por 3 meses, entregar desertores, prisioneiros de guerra, escravos e 100 reféns, não intervir mais na Numídia, não fazer mais qualquer guerra sem permissão romana e não treinar mais elefantes.
Cartago poderia, contudo, manter seu atual território (sem a Numídia), suas próprias leis e um reduzido número de dez trirremes (navios).
Após sua vitória épica, Cipião retornou a Roma onde desfilou em triunfo pelas ruas. Deixou quase completamente a vida militar, passando a ocupar alguns cargos públicos. Hannibal passou a administrar Cartago e garantir que os pagamentos a Roma fossem feitos. Conseguiu também restabelecer importantes rotas de comércio.
Nessa tarefa acabou fazendo muitos inimigos entre a elite. Os romanos, que não esperavam que Cartago pagasse a dívida, passaram a procurar motivos para invadir a cidade e destrui-la definitivamente, já que não viam com bons olhos o ressurgimento do comércio cartaginês.
Quando enviaram uma delegação a Cartago com acusação contra Hannibal, este não viu alternativa senão a fuga.
Anos depois os dois generais reencontraram-se em Éfeso, onde conversavam sobre os “velhos tempos”.
Ambos morreram longe das capitais de seus impérios.
Saqiyat Sidi Yusuf - Provável local da Batalha de Zama

Imagens:
http://www.travelviaspain.com/costa-calinda-250-kms-along-the-murcian-coastline/roman-theatre-cartagena-spain/
http://www.ancientworlds.net/aw/Places/Place/324495
http://romeartlover.tripod.com/Utica.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Num%C3%ADdia#mediaviewer/Ficheiro:Numidia_220_BC-pt.svg
http://www.travelsupermarket.com/c/holidays/tunisia/tunis/
http://tripwow.tripadvisor.com/tripwow/ta-00a8-0298-c7f5
http://www.allposters.com/-sp/Second-Punic-War-Scipio-Africanus-Meets-Hannibal-Before-Defeating-Him-at-Zama-in-North-Africa-Posters_i1878994_.htm
http://zbmytravel.blogspot.com.br/2013/07/sousse-tunisia.html
http://viticodevagamundo.blogspot.com.br/2010/08/anibal-248-183-ac-hannibal.html
http://imgarcade.com/1/battle-of-zama/
http://www.roman-empire.net/army/zama.html
http://zenopusarchives.blogspot.com.br/2012_01_01_archive.html

2 comentários:

  1. Durante as Guerras Púnicas, no Século III A.C., Aníbal, general do reino africano de Cartago, dispunha de formidáveis cães de guerra, os quais combatiam usando pesadas couraças de metal e espadas nas costas, para passar por baixo da cavalaria romana e cortar as barrigas das montarias.

    Entre esses cães, haviam dois especiais: BAAL, de cor clara (não há registros de qual cor exatamente), destinado a proteger Aníbal durante o dia, e Astarte, totalmente negro, cuja tarefa era a de proteger Aníbal à noite.

    O treinamento desses cães tem sua origem na distante Anatólia e os dois cães, especificamente, eram irmãos, nascidos durante o assédio de Sagunto, na Espanha. Eles eram treinados mais ou menos como algumas pessoas fazem hoje com os pit bulls.

    Aníbal usava mastins espanhóis de 50kg, nessas campanhas, e seus favoritos Baal e Astarte eram de outra raça, da qual nunca consegui obter documentação. As únicas referências que vi foi que eram molossos da Moldávia, e em outra publicação, pastores da Anatólia. Não consegui confirmar, mas a segunda teoria é mais provável, é documentado que a avó dos cães era da Anatólia.

    Com esses dois animais e mais alguns de igual valor, as forças de Aníbal causaram muitos estragos entre a tropas romanas, até que os próprios romanos adaptaram a modalidade e passaram a usar poderosos mastins napolitanos e outros cães oriundos da Germânia, antepassados do atual rotweiller.

    Todos os formidáveis cães de guerra de Aníbal foram mortos na batalha de Zama, em 19 de outubro de 202 A.C. No meio artístico, a única referência conhecida aos cães de guerra de Aníbal é uma história em quadrinhos publicada pelo italiano Andrea Pazienza, intitulada "LA STORIA DI ASTARTE", publicada na revista Animal, em julho de 1988.

    Esta HQ se tornou um marco no ramo das HQs épicas. Infelizmente, Pazienza morreu antes de publicar as últimas dez páginas da obra.

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    1. Muito legal Tião! Agradeço imensamente essas informações. Posso incluir seu comentário no corpo do texto? Evidentemente referenciados. Aguardo e agradeço.

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