Hannibal encontra Cipião antes da Batalha. |
ROMA VICTOR!
Antes da batalha,
Hannibal e Cipião se encontraram. Hannibal ofereceu a devolução de
terras na Hispânia, mais as ilhas entre a Itália e a Africa,
Sicilia e Sardenha inclusas, menos as Baleares. Mas Cipião não
aceitou. Esse encontro foi muito bom para os romanos, pois deu tempo
para a chegada dos númidas, cuja proximidade Hannibal desconhecia.
Quando o momento da
batalha chegou Cipião tinha um exército menor, mas tinha os
melhores cavaleiros, os soldados mais bem treinados, conhecia melhor
a região do que Hannibal (este não vinha a Cartago desde criança)
e escolhera o terreno mais propício para a luta, posicionando-se de
modo a ter uma fonte de água da região dentro dos limites de suas
tropas.
A região onde ocorreu a Batalha de Zama. |
Hannibal tinha sob seu
comando poucos dos veteranos com os quais cruzara os Alpes, suas
tropas eram bem heterogêneas, uma parte não havia lutado sob suas
ordens ainda, e ficara com a pior parte do terreno. Ele não tinha
cavalaria suficiente, de modo que posicionou os elefantes à frente
das tropas, na esperança de que desfizessem a linha romana logo no
primeiro ataque.
Mas Cipião não formou
uma linha contínua de soldados na frente, deixou espaços vazios
entre as formações nos quais as tropas ligeiras poderiam entrar e
atacar os elefantes, fugindo depois para trás dos escudos dos
legionários.
Quando a luta começou,
os elefantes avançaram. Mas os romanos, em uma estratégia
brilhante, iniciaram uma grande gritaria e o toque de trombetas. Os
elefantes se assustaram e debandaram. Muitos voltaram sobre as
próprias tropas cartaginesas e outros desfizeram a formação da
cavalaria de Hannibal.
Por este espaço, os
cavaleiros númidas de Cipião, comandados por seu líder, Masinissa,
penetraram, desbaratando de vez a formação cartaginesa. Foram
ajudados pela outra ala de cavaleiros romanos, comandados por Lélius.
Quando as infantarias
avançaram os romanos conseguiram romper as linhas de Hannibal quase
até a retaguarda, quando foram chamados a recuar por Cipião. Ele os
reuniu em linha para enfrentar a melhor tropa de Cartago, formada
pelos veteranos das batalhas na Itália, vários dos quais estavam
com Hannibal desde a travessia dos Alpes.
Quando as duas linhas
se chocaram o combate ficou equilibrado, mas logo depois as
cavalarias de Masinissa e Lélius retornaram, atacando pelas laterais
e por trás. Vitória de Roma.
Hannibal conseguiu
escapar, refugiou-se em Adrumeto (atual Sousse) e depois seguiu para
Cartago onde anunciou que a resistência tornara-se impossível.
Então a capital aceitou os termos de rendição exigidos por Roma.
Adrumeto - atual Sousse. |
Cartago concordou em
pagar indenização dobrada (parcelada em 50 anos), suprir as tropas
romanas com cereais por 3 meses, entregar desertores, prisioneiros de
guerra, escravos e 100 reféns, não intervir mais na Numídia, não
fazer mais qualquer guerra sem permissão romana e não treinar mais
elefantes.
Cartago poderia,
contudo, manter seu atual território (sem a Numídia), suas próprias
leis e um reduzido número de dez trirremes (navios).
Após sua vitória
épica, Cipião retornou a Roma onde desfilou em triunfo pelas ruas.
Deixou quase completamente a vida militar, passando a ocupar alguns
cargos públicos. Hannibal passou a administrar Cartago e garantir
que os pagamentos a Roma fossem feitos. Conseguiu também
restabelecer importantes rotas de comércio.
Nessa tarefa acabou
fazendo muitos inimigos entre a elite. Os romanos, que não esperavam
que Cartago pagasse a dívida, passaram a procurar motivos para
invadir a cidade e destrui-la definitivamente, já que não viam com
bons olhos o ressurgimento do comércio cartaginês.
Quando enviaram uma
delegação a Cartago com acusação contra Hannibal, este não viu
alternativa senão a fuga.
Anos depois os dois
generais reencontraram-se em Éfeso, onde conversavam sobre os
“velhos tempos”.
Ambos morreram longe
das capitais de seus impérios.
Saqiyat Sidi Yusuf - Provável local da Batalha de Zama |
Imagens:
http://www.travelviaspain.com/costa-calinda-250-kms-along-the-murcian-coastline/roman-theatre-cartagena-spain/
http://www.ancientworlds.net/aw/Places/Place/324495
http://romeartlover.tripod.com/Utica.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Num%C3%ADdia#mediaviewer/Ficheiro:Numidia_220_BC-pt.svg
http://www.travelsupermarket.com/c/holidays/tunisia/tunis/
http://tripwow.tripadvisor.com/tripwow/ta-00a8-0298-c7f5
http://www.allposters.com/-sp/Second-Punic-War-Scipio-Africanus-Meets-Hannibal-Before-Defeating-Him-at-Zama-in-North-Africa-Posters_i1878994_.htm
http://zbmytravel.blogspot.com.br/2013/07/sousse-tunisia.html
http://viticodevagamundo.blogspot.com.br/2010/08/anibal-248-183-ac-hannibal.html
http://imgarcade.com/1/battle-of-zama/
http://www.roman-empire.net/army/zama.html
http://zenopusarchives.blogspot.com.br/2012_01_01_archive.html
Durante as Guerras Púnicas, no Século III A.C., Aníbal, general do reino africano de Cartago, dispunha de formidáveis cães de guerra, os quais combatiam usando pesadas couraças de metal e espadas nas costas, para passar por baixo da cavalaria romana e cortar as barrigas das montarias.
ResponderExcluirEntre esses cães, haviam dois especiais: BAAL, de cor clara (não há registros de qual cor exatamente), destinado a proteger Aníbal durante o dia, e Astarte, totalmente negro, cuja tarefa era a de proteger Aníbal à noite.
O treinamento desses cães tem sua origem na distante Anatólia e os dois cães, especificamente, eram irmãos, nascidos durante o assédio de Sagunto, na Espanha. Eles eram treinados mais ou menos como algumas pessoas fazem hoje com os pit bulls.
Aníbal usava mastins espanhóis de 50kg, nessas campanhas, e seus favoritos Baal e Astarte eram de outra raça, da qual nunca consegui obter documentação. As únicas referências que vi foi que eram molossos da Moldávia, e em outra publicação, pastores da Anatólia. Não consegui confirmar, mas a segunda teoria é mais provável, é documentado que a avó dos cães era da Anatólia.
Com esses dois animais e mais alguns de igual valor, as forças de Aníbal causaram muitos estragos entre a tropas romanas, até que os próprios romanos adaptaram a modalidade e passaram a usar poderosos mastins napolitanos e outros cães oriundos da Germânia, antepassados do atual rotweiller.
Todos os formidáveis cães de guerra de Aníbal foram mortos na batalha de Zama, em 19 de outubro de 202 A.C. No meio artístico, a única referência conhecida aos cães de guerra de Aníbal é uma história em quadrinhos publicada pelo italiano Andrea Pazienza, intitulada "LA STORIA DI ASTARTE", publicada na revista Animal, em julho de 1988.
Esta HQ se tornou um marco no ramo das HQs épicas. Infelizmente, Pazienza morreu antes de publicar as últimas dez páginas da obra.
Muito legal Tião! Agradeço imensamente essas informações. Posso incluir seu comentário no corpo do texto? Evidentemente referenciados. Aguardo e agradeço.
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