quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

A CABANAGEM (PARÁ 1835-1840)


A CABANAGEM (PARÁ 1835-1840)
Em um dia como hoje, no ano de 1835, começava a Cabanagem, uma das revoltas do período regencial. A regência era o governo provisório, instalado até que o Imperador D. Pedro II, então com nove anos, atingisse a maioridade e pudesse assumir o trono.
A população pobre do Pará, composta majoritariamente por índios, mestiços e ex-escravos, vivia em cabanas de taipa, individuais ou coletivas, nas margens dos rios, principalmente nos arredores de Belém.
Os poucos que conseguiam trabalho remunerado só eram menos explorados que os escravos e a maioria mal tinha o que vestir, usavam farrapos e se mantinham com uma agricultura de subsistência, criações, caça e pesca.
A situação de penúria levou essas pessoas à revolta e, no início, eles contaram com o apoio dos senhores rurais contra o governo da província nomeado pela regência, pois eles queriam que o cargo fosse ocupado por um deles e não por alguém vindo de fora.

Quando os pobres começaram a exigir mudanças que eram contra os interesses da elite, os senhores logo retiraram o apoio e a situação mudou.
Contando com cerca de três mil homens armados, a maioria com foices e facões, os revoltosos conseguiram tomar Belém em Agosto de 1835 e esta foi a única ocasião em que o povo chegou a tomar o poder através de uma revolta.
Contudo, sem um plano de governo, sem receber qualquer ajuda externa, sofrendo a oposição da aristocracia rural e com uma miséria enorme para resolver, o governo popular não durou muito.
Quando as tropas do império chegaram a Belém não demoraram para massacrar impiedosamente os rebeldes e esse morticínio teria atingido a astronômica cifra de quase 50% da população revoltada.
A Cabanagem foi mais uma mancha sangrenta na História do Brasil, onde toda tentativa de redução das desigualdades sociais, armada e rebelde ou pacífica e democrática, é imediatamente combatida com toda força pela elite dominante.
O Brasil jamais aprende as lições da própria História...

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