quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

EXTRAORDINÁRIAS HISTÓRIAS


O MAYFLOWER CHEGA A PLYMOUTH
Em 21/12/1620 os peregrinos do navio Mayflower desembarcavam na Baia de Plymouth, atual estado de Massachussetts, onde estabeleceram uma colônia.
Eles vinham de uma verdadeira epopéia que começara em Southhampton, Inglaterra, de onde partiram em 05/08/1620.
O grupo, inicialmente composto de 122 pessoas, a maioria delas puritanas que buscavam escapar das perseguições da Igreja Anglicana, partiu em dois navios, o Mayflower e o Speedwell.
Réplica do Mayflower em Plymouth
Mas esta última embarcação apresentou problemas de tal ordem que precisou retornar duas vezes à Inglaterra para reparos, sendo definitivamente descartada.
Nesta situação, 20 pessoas desistiram da viagem de modo que os 102 passageiros restantes, mais a tripulação de aproximadamente 30 marinheiros tiveram de se espremer no Mayflower para cruzar o Oceâno Atlântico.
O Mayflower, comandado pelo Capitão Christopher Jones, partiu definitivamente em 03/09/1620 e a chegada ao Cabo Cod ocorreu em 11/11/1620.
Seu destino, pré-estabelecido pela Coroa Britânica, seria o Rio Hudson, na atual Virgínia, mas o mau tempo impediu o prosseguimento da viagem de modo que eles decidiram desembarcar na região do Capo Cod mesmo.
Antes disso, considerando que estavam fora da região cedida pela Inglaterra, os viajantes criaram um pacto social, conhecido como Pacto do Mayflower, no qual estabeleciam regras de convivência e um governo.
O primeiro ano, porém, foi muito difícil, considerando que a chegada ocorreu no inverno e não houve tempo hábil para estabelecer uma plantação. Muitos colonos morreram de fome e doenças relacionadas à desnutrição.
Alguns estadunidenses muito famosos foram ou são descendentes dos peregrinos que desembarcaram do Mayflower, dentre eles alguns Presidentes como John Quincy Adams, Ulysses S. Grant (Confederados), Franklin D. Roosevelt e os Bush, entre outros.
Representação do primeiro assentamento
Também alguns artistas como Marilyn Monroe, Orson Welles, Clint Eastwood, Alec Baldwin, Humphrey Bogart, Christopher Lloyd, Richard Gere, Christopher Reeve, Ashley Judd, Sally Field, etc.
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Fontes e Imagens:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mayflower
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pacto_do_Mayflower
http://mayflowerhistory.com/famous-descendants
https://en.wikipedia.org/wiki/Plymouth,_Massachusetts#Colonial_era
https://pt.wikipedia.org/wiki/Per%C3%ADodo_colonial_dos_Estados_Unidos#Os_peregrinos

O BRASIL DEIXA DE SER COLÔNIA
Com a invasão de Napoleão e a fuga da Família Real, Portugal deixava de existir como nação livre e a capital do Império Português passava a ser o Brasil.
Consequentemente, o monopólio comercial português em relação ao nosso país também deixava de existir já que não havia um Portugal livre para onde enviar nossos produtos.
Neste período, buscando adaptar o Brasil às necessidades que surgiam como nova capital do Império, D. João (ainda como príncipe regente em lugar de sua mãe, Maria I – a Louca), tomou várias medidas de modernização tais como a criação do Banco do Brasil, das Juntas de Comércio, Agricultura e Navegação, as academias de Belas Artes e Militar e a Imprensa Régia com o jornal Gazeta do Rio de Janeiro.
Em 16/12/1815, atendendo sugestão do Ministro Francês Talleyrand no Congresso de Viena, foi criado o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, o que, na prática, significou que nosso país deixou de ser colônia de Portugal, passando à situação de reino, em quase igualdade de condições.

Essa situação de novo status foi um grande passo rumo à nossa independência, pois uma vez conquistada, tornava inaceitável um rebaixamento e, quando as cortes de Portugal o tentaram alguns anos depois, foi um poderoso combustível a atiçar a chama da liberdade.
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ATAQUE A PEARL HARBOR
Em um 7/12 como hoje, no ano de 1941, o Império do Japão realizava um ataque aéreo de surpresa à base naval estadunidense de Pearl Harbor, na Ilha Oahu, no Hawai.
O ataque, planejado pelo Almirante Isoroku Yamamoto, e executado pelo Vice-Almirante Chuichi Nagumo, fora inspirado no ataque britânico à frota italiana posicionada na África, a Batalha de Tarento, na qual uma pequena esquadrilha, partindo de porta aviões, obtivera retumbante sucesso.
Almirante Isoroku Yamamoto e Vice-Almirante Chuichi Nagumo
Por seu lado, os comandantes estadunidenses consideravam que as águas rasas de Pearl Harbor protegiam seus navios de ataques de torpedos e que ataque semelhante ao britânico seria irrealizável ou defensável por parte da frota naval. Estavam mortalmente enganados!
Com comunicações falhas, apesar de descobrirem que um ataque era iminente, os americanos não conseguiram fazer com que as informações chegassem em tempo hábil ao Hawai.
O ataque japonês foi preparado e meticulosamente ensaiado enquanto as negociações diplomáticas entre os dois países ainda se desenrolavam. 
Mas, finalmente, em 26/11/1941 a frota japonesa, que incluia oa porta-aviões Akagi, Hiryu, Kaga, Shokaku, Soryu e Zuikaku, nos quais se encontravam 441 aviões, partiu das Ilhas Kurilas em total sigilo e silêncio de rádio.
Na imensidão do oceâno, naquela região, era virtualmente impossível encontrar mesmo tamanha frota se esta quisesse ficar oculta.
Uma frota de 20 submarinos completava o comboio e as ordens de cinco deles eram para invadir o porto e torpedear os navios enquanto aos demais cabia a tarefa de atacar os navios que eventualmente escapassem do porto para mar aberto.
Quando o ataque aéreo começou já amanhecera o dia 07/12/1941 em Pearl Harbor (07:53hs), enquanto já era madrugada (03:23hs) do dia 08/12 no Japão.
A primeira onda de ataques aéreos utilizou 186 aviões torpedeiros e bombardeiros de mergulho que se dirigiram aos navios e às bases aéreas de Hickam e Wheeler. A segunda onda de ataques utilizou 168 aeronaves e atingiu as bases de Bellow e a Ilha Ford.
Primeira explosão captada por câmera em avião japonês.
As baixas japonesas foram de 29 aviões abatidos, 55 pilotos mortos, 5 mini-submarinos afundados, 9 marinheiros mortos e 1 capturado.
Do lado estadunidense, as perdas foram catastróficas: 2403 mortos, 1178 feridos, 5 couraçados afundados, 3 danificados, 3 cruzadores afundados, 3 contratorpedeiros danificados, 188 aviões destruídos, 155 aviões danificados.
A tragédia só não foi maior porque os porta-aviões estadunidenses não se encontravam em Pearl Harbor e as oficinas e tanques de combustível não foram seriamente atingidos, assim como os submarinos.
A despeito da tragédia, Churchill exultou, pois sabia que já não seria mais possível aos EUA manter a neutralidade. 
Quando Roosevelt foi ao Congresso e conseguiu a declaração de guerra contra o Japão, Hitler respondeu declarando guerra aos EUA, o que deu-lhes o pretexto para atacar na Europa, o alvo então prioritário.

O dia da infâmia ainda seria respondido duplamente menos de quatro anos depois, com uma infâmia muito maior, os ataques nucleares a Hiroshima e Nagazaki. 

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O BRASIL VISTO DE PORTUGAL
Impressões sobre a palestra do Prof. Dr. Sérgio Claudino da Universidade de Lisboa na UFS - Universidade Federal de Sergipe
Participei, como ouvinte, da Conferência de abertura do II Encontro de Pós-Graduação em História e II Seminário de Pesquisa Internacional e Multidisciplinar com o título História e Geografia: Diálogos Possíveis no Ensino e Pesquisa – Portugal e América Latina, realizada na Universidade Federal de Sergipe no dia 22/11/2016.
A conferência de abertura, com o título “O Brasil visto de Portugal. A construção de um discurso escolar e social durante dois séculos.”, ministrada pelo Prof. Dr. Sérgio Claudino da Universidade de Lisboa me impressionou tanto que decidi escrever este texto e compartilhar com os raros leitores do Reino de Clio.
Já peço desculpas por eventuais imprecisões e explico que não tomei notas no dia, de modo que escrevo bem resumidamente e de memória. Posso também ter deixado escapar muitas informações por conta do sotaque do nosso palestrante e isso não é culpa de ninguém.
Segundo depreendi das palavras do Dr. Claudino, nenhum país é tão lembrado ou homenageado em Portugal quanto o Brasil.
Ele destaca que Lisboa possui uma Avenida do Brasil, Avenida Rio de Janeiro, Avenida Brasília, e uma imagem do Cristo Redentor, de construção posterior a nossa.
A Primeira travessia aérea do Atlântico Sul,1 feita pelos aviadores Gago Coutinho e Sacadura Cabral em 1922, que partiu de Portugal e chegou ao Rio de Janeiro, é um feito celebrado com monumentos por todo o pais. 

O Dr. Claudino acredita que essa profusão de homenagens só tem tal dimensão porque o vôo foi feito entre os dois países.
Percebi, através das palavras do palestrante, que após a independência, especialmente depois da assinatura do Tratado do Rio de Janeiro (1825) a política entre os dois países foi guiada por uma visão conciliadora.
Em seus dois primeiros artigos, “O rei de Portugal D. João VI reconhece o Brasil como um império independente, chefiado por filho Pedro e seus descendentes. No entanto, D. João VI guarda para si a prerrogativa de ser tratado como Imperador.” e “D. Pedro I concorda que seu pai utilize o título de Imperador até à morte.” 2
Minha opinião é que a coroa e a alta sociedade portuguesa tinham esperança de que os dois países voltassem a se unir, levando em conta que D. Pedro I era Imperador do Brasil (assim como seu pai pelo tratado) e também herdeiro do trono português.
Contudo, mesmo a não realização desse suposto sonho, não impediu o aumento do interesse de Portugal pelo Brasil.
Depois da independência, e por mais de 100 anos, até 1975, o Brasil foi estudado e exaltado em praticamente todos os livros didáticos e manuais de estudo, de qualquer categoria profissional, em Portugal.
E esse interesse materializou-se na grande emigração de portugueses rumo ao Brasil, muito mais do que em direção às colônias portuguesas. Neste aspecto, embora não citada pelo Dr. Claudino, creio ser conveniente mencionar que a Profª. Drª. Carminda Nogueira de Castro Ferreira 3 informa que “...a imigração portuguesa aumentou entre os anos de 1850 a 1888. Só em 1888, entraram no Brasil 23 mil portugueses.4
Para ela, “O interesse do português pelo Brasil estava voltado predominantemente para o domínio do comércio juntamente com a visão do Brasil como país da aventura, país da sensualidade, terra de leite e de mel...”. Em outras palavras, o Brasil seguia sendo um lugar para onde os portugueses poderiam ir para enriquecer. Viria dessa época a má imagem dos portugueses que se cultivou em nosso país por muito tempo.
Quando o Império Português se desfez em 1975,5 o Brasil deixou de ser tão estudado nas escolas de Portugal, embora não completamente. Entendi das palavras do Dr. Claudino que o Brasil servia como uma forma de legitimação da ação colonial portuguesa. Uma vez que não havia mais colônias, o Brasil tinha sua importância reduzida. Mas não apagada.
Quando, nos anos 90, por conta das crises econômicas (e pela aplicação da política neoliberal - conclusão minha), muitos brasileiros deixaram o país para tentar a vida em outros lugares, tendo Portugal como um dos principais destinos.
Tal afluxo acabou gerando uma crise de rejeição ao imigrante brasileiro que originou o movimento conhecido como Mães de Bragança, onde algumas senhoras portuguesas enciumadas de seus maridos levaram à perseguição a brasileiras imigrantes.6 O auge da crise dos imigrantes oriundos do Brasil porém, foi o assalto a um banco de Lisboa, praticado por dois brasileiros em agosto de 2008.7
O Dr. Claudino não mencionou, mas considero importante lembrar que, pelo lado brasileiro, a maior repercussão foi a crise dos dentistas, cujo grande afluxo ao país ibérico gerou contestações da principal entidade de profissionais locais ainda em princípios dos anos 90.8
Contudo, segundo o Dr, Claudino, mesmo nestes momentos de maior desgaste na relação, os brasileiros não foram execrados na mídia portuguesa, apenas não eram citados, como se fosse adotada uma prática inconsciente de que, se não poderiam falar bem, mal não falariam dos brasileiros.
Creio podermos considerar um exemplo dessa prática a declaração do criminologista português Moita Flores, que chama atenção para o problema da imigração, mas não cita o Brasil nem os brasileiros: “Este tipo de criminalidade está chegando a Portugal. E veio para ficar porque a situação social mudou e se estabeleceram em Lisboa.9
Percebi que, terminadas essas crises, o Brasil sempre voltou a ser visto com admiração em Portugal, inclusive na primeira década do século XXI, quando o país atravessou um período de prosperidade e projeção positiva no cenário internacional, enquanto Portugal vivia uma crise econômica devastadora. 
O Dr. Claudino não citou, mas sabemos que existem, claro, casos de xenofobia, o que mostraria, a meu ver, que a fascinação referente ao país, não se manifestaria com a mesma ênfase no contato face a face, pelo menos com a mesma frequência.
Por outro lado, o Dr. Claudino informou que a imigração de portugueses para o Brasil só não é maior por conta das inúmeras dificuldades que a diplomacia oficial impõe a essa vinda. E penso que, apesar das piadas de portugueses, das quais todo mundo conhece alguma, nossa visão sobre eles hoje é bem melhor do que há 100 anos.
Assim sendo, ficamos com a impressão de que, a despeito da visão estereotipada que possa haver em relação aos brasileiros, nosso país sempre despertou fascínio em Portugal. Uma espécie de fascínio que, acredito, nasceu daquela rejeição que significou a independência.
Que esse fascínio tenha sido usado como legitimador do colonialismo português nos parece mesmo uma estratégia do salazarismo que, por outro lado, dificilmente poderia trabalhar sobre um sentimento inexistente.
No entanto, as supostas explicações para a fascinação, seja o desejo de reunião dos primeiros anos pós independência, ou a busca por riquezas na segunda metade do século XIX, ou ainda a estratégia salazarista, tudo isso deixou de existir a partir de 1975. Por quê, então, o fascínio permaneceu?
Fiz esta pergunta ao Dr. Claudino e ele me respondeu que justamente nesta época, os anos 70, a televisão de Portugal começou a transmitir, com enorme sucesso, as novelas brasileiras. E isso fez com que se criasse uma permanente presença do Brasil nos lares de Portugal. Ele não disse isso como uma resposta definitiva, mas, segundo entendi, isso influenciou bastante.
Certamente podemos concordar com ele, tendo em vista que o mesmo efeito causam em nós os filmes e séries de TV dos EUA. E você, caro e raro leitor do Reino de Clio? Concorda com essa visão? A fascinação portuguesa por nosso país foi surpresa para você? Para nós foi!
Marcello Eduardo
Fontes e Imagens:

1https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_travessia_a%C3%A9rea_do_Atl%C3%A2ntico_Sul

2https://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_do_Rio_de_Janeiro_(1825)

3https://pt.wikipedia.org/wiki/Carminda_Nogueira_de_Castro_Ferreira

4FERREIRA, Carminda Nogueira de Castro. O Brasil na Visão dos Portugueses in: Revista A Terceira Idade – Encontro Velhos Cidadãos – Ano XII – nº 21 – Fev/2001 - SESC/SP

5http://mafarricovermelho.blogspot.com.br/2011/02/luta-armada-pela-independencia-em.html

6https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A3es_de_Bragan%C3%A7a

7http://noticias.uol.com.br/ultnot/internacional/2008/08/07/ult1859u284.jhtm

8http://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/o-caso-dos-dentistas-brasileiros-em-portugal

9http://noticias.uol.com.br/ultnot/internacional/2008/08/07/ult1859u284.jhtm

http://abnoxio.com/esposas-do-minho-e-maes-de-braganca-chegou-finalmente-a-hora-de-mostrardes-o-que-valeis

http://www.conexaoportugal.com/2012/08/xenofobia-entre-brasileiros-e.html

http://uipi.com.br/noticias/esporte/2013/09/09/crise-afeta-clubes-portugueses-e-traz-mais-riscos-para-jogadores-brasileiros/

https://deomnire.files.wordpress.com/2014/06/fafa_211.jpg


COMEÇA O CONCÍLIO DE CLERMONT - CONVOCAÇÃO DA 1ª CRUZADA
A tragédia humana que foram as Cruzadas começou a se desenvolver no Concílio de Placência, Itália. Realizado entre os dias 01 e 05 de março de 1095, ele foi convocado pelo Papa Urbano II após o conflito entre Roma e o Imperador Henrique IV, do Sacro Império Romano-Germânico. Durante a reunião foi apresentado o pedido de socorro do Imperador Bizantino Aleixo I Comneno, que lutava contra os turcos.
Descrito por Amin Maalouf como “...quinquagenário de baixa estatura, olhos cintilantes de malícia, de barba bem cuidada, modos elegantes, sempre paramentado de ouro e ricas roupagens azuis...[1], Aleixo I pretendia o envio de mercenários, mas o que Roma lhe enviou superou negativamente suas expectativas.
Diante do pedido de socorro bizantino, o Papa Urbano II vislumbrou a chance de, a partir de uma causa comum, reunir toda a cristandade em torno de seu comando único![2]
O Papa, então, convocou outro concílio, marcado para novembro daquele mesmo ano na cidade de Clermont, atual Clermont-Ferrand, França.
Na ocasião Urbano II prometeu o perdão dos pecados para quem fosse à Terra Santa combater os pagãos.[3] Foi estrondosamente aclamado por ricos e pobres e, a partir dali, ele próprio e o clero passaram a pregar a Guerra “Santa” pela Europa. Em breve o Reino de Clio vai publicar uma série de textos dedicados exclusivamente às Cruzadas. Aguarde!
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[1]     MAALOUF, Amin. As Cruzadas vistas pelos Árabes. 4ª ed. SP: Brasiliense. 1994. pg. 18

[2]     FRANCO Jr., Hilário. As Cruzadas. 6ª edição. SP: Brasiliense. 1989.  pg. 26


[3]     (FRANCO: 1989) pg. 27



O GOLPE DE 15 DE NOVEMBRO
As mudanças econômicas e sociais do final do Séc. XIX fizeram emergir, enquanto forças sociais, as classes comerciantes e banqueiros.
A vitória na Guerra do Paraguai também conferiu unidade, força e prestígio ao Exército.
Nenhum desses possuía representatividade na estrutura política do Império, pois os principais postos de governo e cargos políticos estavam nas mãos da aristocracia rural.
Os descontentes formaram então, em 1870, o Partido Republicano, com objetivo de refazer as estruturas de poder sob nova forma de governo.
Para seu sucesso vários fatores contribuíram, além da abolição.
Questão religiosa
No Brasil a religião era ligada ao estado pelo padroado, onde D. Pedro II tinha o poder de acatar ou não as decisões do Papa, mas também nomeava os bispos, construía igrejas e pagava o salário dos religiosos.
Mas, em 1864 o papa editou a Bula Syllabus, na qual proibia religiosos maçons e condenava o liberalismo. Essa norma foi trazida ao Brasil pelos bispos Vital Gonçalves e Antonio Macedo Costa.
Eles expulsaram os maçons das irmandades, o que criou atrito com o Império, pois a lei dizia que apenas o governo poderia intervir nelas.
Os bispos foram condenados a trabalhos forçados, mas anistiados por pressão popular.
Questões militares
O Exército possuía um quadro de oficiais de origem nas classes médias e seu fortalecimento após a Guerra do Paraguai levou-os a uma oposição à elite rural dominante.
Em 1883 o Ten-Cel. Sena Madureira fez críticas a um projeto de reforma do Exército através da imprensa, o que levou à proibição deste tipo de manifesto por parte de oficiais.
O mesmo oficial foi demitido e preso quando fez homenagem a um jangadeiro cearense (Francisco Nascimento), que se recusou a transportar escravos em sua jangada.
Em 1885 o Cel. Cunha Matos discutiu, via imprensa, com um deputado do Piaui, sendo preso. O Marechal Deodoro apoiou-o e foi demitido.
O Movimento Republicano
Enquanto as relações do governo com o Exército pioravam, com prisões, demissões e libertações, crescia o movimento político pela República.
Em 1870 foi lançado o Manifesto Republicano e em 1872 uma dissidência do Partido Liberal fundou o Partido Republicano, que realizou convenções em São Paulo e Itu em 1873.
Em 1887 o Exército, descontente com a monarquia, lançou, sob liderança de Benjamin Constant, o Manifesto à Nação, aliando-se aos republicanos.
A reação do governo foi de forte repressão aos republicanos, que preparavam um golpe para o dia 17/11/1889.
O golpe
O temor de que o governo organizasse uma defesa eficiente fez com que o golpe fosse antecipado, aproveitando-se que D. Pedro II estava em Petrópolis.
Divulgou-se a falsa notícia da prisão de Deodoro e Benjamin Constant, o que fez as tropas ficarem agitadas.
Enganado pela notícia de que o novo chefe de gabinete nomeado pelo Imperador seria um desafeto seu, Deodoro aceitou liderar a tropa em 15/11/1889 e ocupou a sede do governo.
A Proclamação da República foi redigida por José do Patrocínio e nomeou Deodoro como Presidente. Como D. Pedro II não quis reagir militarmente, a monarquia caiu...
FIM


GETÚLIO VARGAS TOMA POSSE!
O Presidente Arthur Bernardes, eleito dentro do esquema da política do café com leite, que dividia o poder nacional entre mineiros e paulistas, começou seu governo censurando a imprensa (nada livre) ao fechar o Jornal Correio da Manhã, que publicara cartas falsas  atribuídas a ele durante a campanha.
Em 1924 Bernardes enfrentou revoltas em São Paulo e no Rio Grande do Sul que deram origem a Coluna Prestes. Acuado, o Presidente colocou o país sob estado de sítio para poder governar e apoiou uma reforma constitucional que lhe deu mais poderes.
Seu sucessor foi Washington Luis que, apesar de carioca, vencera a eleição dentro do esquema da política do café com leite, com apoio de Minas Gerais e São Paulo.

O novo presidente revogou o estado de sítio mas enfrentou forte oposição, especialmente por parte dos partidos fora do eixo Minas - São Paulo e de organizações de trabalhadores rurais e das cidades.
Em seu governo a polícia foi usada constantemente para reprimir as classe trabalhadora e a crise do café piorou.
Ao perder apoio de mineiros e paulistas, Washington Luis lançou Júlio Prestes como candidato à sua sucessão, enquanto a oposição concorreu com Getúlio Vargas. Júlio Prestes venceu a eleição mas não assumiu.
Antes do final do mandato, o assassinato de João Pessoa (26/07/1930), Vice de Vargas, deu à oposição motivo para iniciar uma marcha revolucionária que partiu do Rio Grande do Sul até o Rio de Janeiro em 03/10/1930.
No dia 24/10/1930 os Generais Tasso Fragoso e Mena Barreto, em conjunto com o Almirante Isaias Noronha depuseram Washington Luis e tomaram o governo provisoriamente.
No dia 03/11/1930 o poder foi passado a Getúlio, encerrando assim a República Velha e iniciando a Era Vargas.



A BATALHA DE ZAMA!
Saqiyat Sidi Yusuf - Provável local da Batalha de Zama.

ANTECEDENTES - A GUERRA VAI PARA ÁFRICA!
Mesmo após cruzar os Alpes, invadir o Norte da Itália e obter algumas vitórias importantes, sem força suficiente para avançar sobre o restante da Itália, Anibal foi para o Sul, permanecendo em Cápua, aguardando reforços de Cartago que jamais chegaram a contento. “É provável que nem o derradeiro esforço de Cartago pudesse proporcionar um exército bastante forte para essa tarefa.[1]
Por outro lado, Roma contra atacou, invadindo Siracusa e depois Agrigento, o que deu aos romanos o domínio da Sicília, garantindo o próprio abastecimento e complicando as rotas entre as tropas de Anibal e Cartago.[2] Um ano depois foi a vez de Cápua ser retomada na ausência de Anibal e suas tropas.[3] Logo após, a invasão de Filipe V, aliado de Aníbal, foi frustrada por alianças entre Roma e cidades gregas.[4]
Acima vistas de Cápua e do Rio Volturo. Abaixo: Vistas de Siracusa. Imagens do Google Street View



Ao mesmo tempo foram travados combates na Hispânia, onde se estabeleceu impasse nas imediações do Rio Ebro o que, contudo, isolou Anibal dentro da Italia.[5]
Aos poucos, Roma ganhava terreno conquistando vitórias não definitivas mas estrategicamente vitais. E logo entraria em cena um personagem que gravaria com fogo seu nome na História: Públio Cornélio Cipião, ou, como ficou mais conhecido, Cipião, o Africano, filho do primeiro Cipião a enfrentar Anibal. Seu ataque e conquista de Nova Cartago (atual Cartagena – Espanha), significou a derrota de Asdrúbal, irmão de Aníbal, e a tomada da base deste último fora da Itália.[6]
E, para piorar, quando cruzou os Alpes e adentrou a Itália, Asdrúbal foi morto e suas forças foram aniquiladas pelo Cônsul Nero em Signalia, às margens do Rio Metauro. “Tal derrota decidiu a sorte da campanha[7]
A vitória em Cartagena aumentou muito o prestígio de Cipião, que foi eleito Cônsul em 205 a.C. Logo, ele propôs invadir Cartago, para o que não teve apoio do Senado, sendo-lhe permitido “...instalar-se na Sicília, com permissão para passar a África se tal fosse do interesse de Roma…”[8], o que ocorreu no ano seguinte. Cipião partiu para África.
Ao chegar ao seu destino, as forças de Cipião “...derrotaram 500 cavaleiros cartagineses que os vieram fustigar e obtiveram uma adesão […] do príncipe númida dos Massilos, chamado Masinissa...”. Depois, cercaram o porto de Útica, sem obter um sucesso imediato.[9]
Por outro lado, usando uma estratégia diversionista, derrotou as forças cartaginesas e númidas (sob o comando do Rei Sifax), e ficou com o caminho livre para Cartago.[10]

Acima vistas de Cartagena – Espanha. Abaixo: o Rio Metauro em Fossombrone e ruínas de Útica. Imagens do Google Street View



Contudo, antes de marchar para a capital, Cipião derrotou a Numídia e tomou Túnis, bem à frente de Cartago, depois desviou suas tropas iniciando saques nas áreas vizinhas. Em situação difícil, os cartagineses iniciaram negociações de paz que foram interrompidas quando, enfim, convocado, Anibal voltou para casa.[11]
A devastação causada por Cipião forçou Anibal a segui-lo para um local onde seus suprimentos ficaram com o abastecimento prejudicado e onde as forças romanas poderiam receber o reforço da cavalaria númida de Masinissa, lutando ao lado de Roma.[12] Este local era nas imediações de Naraggara, atual Saqiyat Sidi Yusuf na Tunísia, mas passou para a História com outro nome: Zama![13]
Encontro de Anibal e Cipião.

A BATALHA DE ZAMA!
Antes da batalha, Anibal e Cipião se encontraram em um daqueles momentos em que se pode ver, claramente e sem qualquer dúvida, a História sendo feita. Tito Livio escreveu, muito tempo depois, portanto duvidoso, que Aníbal, solicitante do encontro, iniciou a conversa:
Se [...] o destino quis desta maneira que eu, que fui o primeiro a fazer a guerra contra Roma e que tantas vezes tive a vitória final quase ao alcance de minha mão, seja agora o primeiro a vir pedir a paz, me felicito porque o destino te designou, entre todos os demais, como aquele a quem se há de pedi-la.[14]

Políbio escreveu que Anibal ofereceu a devolução da Hispânia, Sicilia, Sardenha e todas as demais ilhas entre a Itália e a África, e a promessa de não guerrear mais por esses objetivos. Mas Cipião não aceitou.[15]
Nos parece, pelos relatos de Tito e Políbio, que quando o momento da batalha chegou, Cipião tinha um exército menor porém melhor, e conhecia mais a região do que Anibal (este não vinha a Cartago desde criança) e escolhera o terreno mais propício para a luta, posicionando-se de modo a ter uma fonte de água da região dentro dos limites de suas tropas.
Também por estes relatos, percebemos que Anibal tinha sob seu comando poucos dos veteranos com os quais cruzara os Alpes, suas tropas eram bem heterogêneas, uma parte não havia lutado sob suas ordens ainda. Ele não tinha cavalaria suficiente, de modo que posicionou os elefantes à frente das tropas, na esperança de que desfizessem a linha romana logo no primeiro ataque.[16]
Mas Cipião não formou uma linha contínua de unidades na frente, deixou espaços vazios “...entre elas, devido ao grande número de elefantes que tinha o inimigo.[17] Por este espaço os elefantes poderiam passar e ser combatidos sem esmagar as tropas.
Quando a luta começou, os elefantes avançaram. Mas os romanos, em uma estratégia brilhante, iniciaram uma gritaria e o toque de trombetas. Os elefantes se assustaram e debandaram. Muitos voltaram sobre os próprios cartagineses e outros desfizeram a formação da cavalaria de Anibal.[18]

Por este espaço, aberto pelos elefantes, os cavaleiros númidas de Cipião, comandados por Masinissa, penetraram e desbarataram de vez a formação cartaginesa.[19]
Quando as infantarias avançaram os romanos conseguiram romper as linhas de Anibal quase até a retaguarda, quando foram chamados a recuar por Cipião. Ele os reuniu em linha para enfrentar a melhor tropa de Cartago, formada pelos veteranos das batalhas na Itália, vários dos quais estavam com Anibal desde os Alpes.[20]
Quando as duas linhas se chocaram o combate ficou equilibrado, mas logo depois as cavalarias de Masinissa e Lélius retornaram, atacando pelas laterais e por trás. Vitória de Roma.[21]
Anibal conseguiu escapar, refugiou-se em Adrumeto (atual Sousse) e depois seguiu para Cartago onde anunciou que a resistência era impossível.[22] Então a capital aceitou exigência de Roma para rendição.[23]
Cartago concordou em pagar indenização (parcelada em 50 anos), suprir as tropas romanas com cereais por 3 meses, entregar desertores, prisioneiros de guerra, escravos e 100 reféns, não intervir mais na Numídia, não fazer mais qualquer guerra sem permissão romana e não treinar mais elefantes. Poderia, contudo, manter seu atual território (sem a Numídia), suas próprias leis e um reduzido número de dez trirremes (navios).[24]
Após sua vitória épica, Cipião retornou a Roma onde desfilou em triunfo. Deixou quase completamente a vida militar, passando a ocupar alguns cargos públicos.
Anibal passou a administrar Cartago e garantir que os pagamentos a Roma fossem feitos. Conseguiu também restabelecer importantes rotas de comércio. Nessa tarefa acabou fazendo muitos inimigos entre a elite. Os romanos, que não esperavam que Cartago pagasse a dívida, passaram a procurar motivos para invadir a cidade e destrui-la definitivamente, já que não viam com bons olhos o ressurgimento do comércio cartaginês. Quando enviaram uma delegação a Cartago com acusação contra Anibal, este foi obrigado a fugir.[25]
Anos depois os generais se reencontraram em Éfeso, onde conversaram sobre os “velhos tempos”. Plutarco escreve que na conversa amistosa, Anibal disse que o maior general fora Alexandre, o Grande, depois Pirro e ele próprio. Cipião, não vendo o próprio nome na lista perguntou: “E se eu te vencesse?”. E Anibal respondeu: “Então, oh Cipião! Eu não poderia me colocar em terceiro, mas iria declarar você o primeiro entre todos![26]
Imagens (capturadas nos sites abaixo entre Abril e Junho de 2015):
http://cartographia.files.wordpress.com/2008/06/overlay.jpg
http://cartographia.files.wordpress.com/2008/06/minard-hannibal.jpg
http://www.heritage-history.com/www/heritage.php?Dir=characters&FileName=hannibal.php
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMQjhU1SYpL-oMYnqtMDUW6KpMK15AYH44DJpuz-yP2mqM_hk_qsWC8fXpcrXfCs55VDQaZsqoiQgx2QlyXLxGiGK4QiT5jmDomSEEwU9EIwQLTMdZnf5DleoK4YRqgTyMcf-lzTmEITzq/s1600/HannibalElephAlps.jpg
http://elespiritudellince.blogspot.com.br/p/las-localizaciones.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Ruines_de_Carthage.jpg
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Carthage_villas-romaines_1950.jpg
http://worldhistoryconnected.press.illinois.edu/3.2/gilbert.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Battle_of_the_Trebia
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Battle_Trebia-numbers.svg
http://civilizacoesafricanas.blogspot.com.br/2010/05/cavalaria-numida.html
http://www.casteggiohomeitaly.it/project/history-of-casteggio


[1]     (GRIMAL: 2011) pg.64
[2]     Ibid pg. 72
[3]     Ibid pg. 72-73
[4]     TITO LIVIO. História de Roma desde su fundación. Livro XXVI: 24
[5]     (BRANDÃO; OLIVEIRA: 2015). pg. 177
[6]     (BRANDÃO; OLIVEIRA: 2015). pg. 178
[7]     (ROSTOVTZEFF: 1983) pg.66
[8]     (BRANDÃO; OLIVEIRA: 2015). pg. 183
[9]     Ibid. pg. 184
[10]   (BRANDÃO; OLIVEIRA: 2015). pg. 184
[11]   Ibid. pg. 184-185
[12]   Ibid. pg. 186
[13]  TITO LIVIO. História de Roma desde su fundación. Livro XXX: 29
[14]   Ibid: 30  – Tradução Livre
[15]  POLÍBIO DE MEGALÓPOLIS. Historia Universal Bajo La República Romana - Tomo III – Libro Decimoquinto . Cap. I.
[16]  TITO LIVIO. História de Roma desde su fundación. Livro XXX: 33
[17]  POLÍBIO DE MEGALÓPOLIS. Historia Universal Bajo La República Romana - Tomo III – Libro Decimoquinto . Cap´. I.
[18]  TITO LIVIO. História de Roma desde su fundación. Livro XXX: 33
[19]   Ibid
[20]   Ibid: 34
[21]   Ibid: 35
[22]   Ibid: 34
[23]   Ibid: 36
[24]   Idem
[25] CONTEÚDO aberto. In: Wikipédia: a enciclopédia livre. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/An%C3%ADbal#An.C3.ADbal_deixa_Cartago – Acesso: 08/07/2015
[26]    PLUTARCO. Vidas Paralelas - Tomo III. Tito Quincio Flaminino - XXI. (Tradução Livre).

EM OUTUBRO/1897 OCORRIA O FIM DA GUERRA DE CANUDOS, A “AMEAÇA” SERTANEJA À REPÚBLICA...
O Arraial de Canudos surgiu num contexto de grande miséria que assolou o sertão nordestino no final do séc. XIX, aliado ao abandono do povo por parte das autoridades.
A pregação messiânica de Antônio Conselheiro, chamando as pessoas para orar e realizar obras piedosas em igrejas e cemitérios encontrou solo fértil no desespero do povo humilde do sertão, gerando respeito e fiéis.
Em 1893 o conselheiro fundou o Arraial de Canudos em uma vila abandonada em Belo Monte, na Bahia, perto do Rio Vaza Barris.
Em Canudos as pessoas viviam do que cultivavam e criavam e, logo, já reunia cerca de 20.000 membros, a maioria ex-trabalhadores explorados dos latifúndios.
ELITE INCOMODADA E PRECONCEITO
Os latifundiários foram ficando sem mão-de-obra, a igreja foi perdendo o monopólio da fé, e logo falsas acusações tomaram conta da imprensa e dos discursos de intelectuais que pregavam que aqueles fanáticos monarquistas deveriam ser dispersados.
Em 1896 o Governo da Bahia enviou uma expedição de 100 soldados, sob comando do Tenente Manuel Pires Ferreira, para dispersar Canudos, mas eles foram derrotados.
A segunda expedição, com soldados do Exército, policiais da Bahia e jagunços contratados pelos fazendeiros também foi derrotada, apesar da posse de 2 metralhas e 2 canhões.
Os adversários do Presidente Prudente choveram críticas sobre o governo.
O CORONEL CORTA-CABEÇAS
Nova e maior força foi reunida sob comando do Coronel Moreira César, que cortou muitas cabeças na Revolta Federalista e prometeu a cabeça do Conselheiro na sela de seu cavalo.
Logo no primeiro ataque, porém, foi o coronel quem morreu e teve seu corpo arrastado e incendiado pelos sertanejos.
O Coronel Tamarindo então, deu uma ordem patriótica: em tempo de murici cada um por si, e os soldados fugiram sob as gargalhadas dos sertanejos. Tamarindo foi morto e deixado para secar sobre um arbusto.
A derrota alarmou o governo que, então, reuniu 10.000 soldados, 3 Generais e vários canhões para derrotar o “poderoso inimigo”. O comando coube ao General Artur Oscar.
A QUEDA DE CANUDOS
Após 3 meses de cerco, Canudos fraquejou por falta de água e comida. Em setembro o Conselheiro morreu.
Em 05/10/1897 a cidade foi tomada dos últimos resistentes: um velho, um adolescente e dois adultos.
O Exército escreveu ali uma das páginas mais vergonhosas de sua História. Não houve um único prisioneiro de Canudos, ninguém foi deixado vivo, homens, mulheres ou crianças.
Houve comemorações no Rio de Janeiro, mas na Bahia os estudantes de medicina protestaram.
Mais tarde os detalhes do massacre foram contados por Euclides da Cunha na obra “Os Sertões”.
Fonte e Imagens:
http://reino-de-clio.com.br/Hist-Brasil.html

30 DE SETEMBRO


A BÍBLIA DE GUTENBERG
(do site Biblioteca Digital Mundial)[1]


A Bíblia de Gutenberg é o primeiro grande livro impresso na Europa Ocidental a partir de tipos móveis de metal. Ela é um monumento que marca uma virada na arte da produção de livros e na transição da Idade Média para o mundo moderno.
A Bíblia foi concluída em Mainz, Alemanha, provavelmente no final de 1455. Johann Gutenberg, que viveu por volta de 1397-1468, é geralmente creditado como o inventor do processo de produção de um tipo de metal uniforme e intercambiável e de desenvolver os materiais e os métodos para tornar a impressão possível.
Esta Bíblia, com o seu tipo gótico nobre ricamente impresso na página, é reconhecido como uma obra-prima da impressão e do artesanato refinados. O texto é a tradução latina conhecida como Vulgata, feita por São Jerônimo no século IV.
A Bíblia foi toda impressa em colunas duplas, em sua maior parte com 42 linhas por página. As letras maiúsculas e os títulos são ornamentados à mão e coloridos. Os três volumes, que datam do século XVI, estão encadernados em pele branca de porco.
A cópia da Biblioteca do Congresso foi totalmente impressa em velino, um fino pergaminho feito de pele de animal e é uma das três cópias perfeitas em pergaminho conhecidas. As outras encontram-se na Biblioteca Nacional da França e na Biblioteca Britânica.
Por quase cinco séculos a Bíblia esteve em posse da Ordem Beneditina e foi mantida na Abadia de São Brás, na Floresta Negra na Alemanha e, após 1809, na Abadia de São Paulo, na Caríntia, Áustria.
O ex libris da Abadia de São Brás aparece em cada volume. Juntamente com outros livros do século XV, a Bíblia foi adquirida da coleção do Dr. Otto H.F. Vollbehr pela Biblioteca do Congresso, por um ato adicional do Congresso em 1930.


[1] https://www.wdl.org/pt/item/7782/


24 DE SETEMBRO
COMEÇA O II CONCÍLIO DE NICEIA
O Segundo Concílio de Niceia (atual Iznik - Turquia), que começou em 24 de setembro de 787 d.C. e terminou em 23 de outubro do mesmo ano, foi o 7º Concílio Ecumênico da Igreja Cristã.
Concílios Ecumênicos eram ocasiões em que se reuniam todos os bispos da igreja para discutir e decidir questões relativas à doutrina e à disciplina dentro da igreja.
No caso em tela, o encontro foi convocado por uma questão doutrinária: discutir e abolir ou não a proibição da adoração de imagens de santos.
A adoração de ícones tinha sido proibida a partir do Concílio de Hieria (realizado em 754 d.C. em Hieria, a atual Fenerbahçe-Turquia) e da ação dos Imperadores Leão III, Constantino V e Leão IV.
A destruição de imagens por Leão III
Mas o Concílio de Hieria não contara com a participação dos bispos do Ocidente e nem de qualquer patriarca, de modo que não foi aceito e desqualificado trinta anos depois, quando Tarásio, Patriarca de Constantinopla, assumiu seu posto e demonstrou interesse em uma reaproximação com a Igreja do Ocidente.
A igreja onde foi realizado o Concílio
A convocação do Concílio ocorreu após a morte de Leão IV pois sua esposa, Irene, tornou-se regente por conta da pouca idade do herdeiro do trono, Constantino VI. Irene desejava a volta da adoração de imagens.
Tarásio, com apoio de Irene, convocou o concílio que contaria com a presença do Papa Adriano I.
O encontro começou em Constantinopla, mas distúrbios fizeram com que fosse transferido para Niceia. Ao final, a adoração de imagens foi restabelecida.
Interior da igreja em Niceia-Iznik
O Segundo Concílio de Niceia contou com a participação de 350 pessoas, sendo 308 bispos ou seus representantes. Na cidade ocorreram sete seções e o fragilíssimo embasamento bíblico da decisão de permitir a adoração de imagens foi dado “...a partir das passagens bíblicas de Êxodo 25:19, Números 7:89, Hebreus 9:5, Ezequiel 41:18 e Gênesis 31:34.”

Fontes e Imagens:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Segundo_Conc%C3%ADlio_de_Niceia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Conc%C3%ADlio_de_Hieria
https://en.wikipedia.org/wiki/Second_Council_of_Nicaea


20 DE SETEMBRO
ALEXANDRE CRUZA O RIO TIGRE
Em um dia como este, no ano de 331 a.C., Alexandre cruzava o Rio Tigre (atual Iraque) com suas tropas e iniciava a última etapa da conquista do Império Aquemênida (Persa).
Alexandre III da Macedônia, mais conhecido como Alexandre – O Grande, nasceu em Pela em 20 ou 21 de julho de 356 a.C. Ele era filho de Filipe II e Olímpia de Épiro, foi instruído por Aristóteles e tornou-se rei dos macedônios após a morte por assassinato de seu pai em 336 a.C.
Uma vez no trono, Alexandre gastou a maior parte de seu tempo em conquistas militares que levaram à construção de um dos maiores impérios de todos os tempos.
Em 334 a.C., após pacificar rebeliões entre os gregos, Alexandre cruzou o Helesponto (Estreito de Dardanelos na atual Turquia). Suas tropas contavam com 48 mil soldados, 6100 cavaleiros e 120 navios com tripulação de 38 mil marinheiros.
Uma a uma as cidades e principais portos da Ásia Menor foram caindo sob domínio de Alexandre que esmagava a resistência Persa. Foi nesta primeira etapa que, na cidade de Górdio, Alexandre cortou o famoso Nó Górdio com sua espada.
Representação da Batalha de Isso
Quando o Rei Dario III contra atacou em 333 a.C., forçou Alexandre a recuar, mas este venceu a Batalha de Isso, na qual Dario III foi obrigado a fugir, deixando para trás seus tesouros, sua esposa, suas filhas e até a própria mãe.
A família de Dario III perante Alexandre
Em 332 a.C. Alexandre conquistou a região da Síria, Egito, o Levante e Israel. Após todas essas conquistas, em 331 a.C. Alexandre retornou sua atenção para Dario III.
Alexandre cruzou o Rio Eufrates após o qual esperava ser confrontado pelas forças de Dario III, mas este não se apresentou, de modo que o macedônio subiu para o Norte em busca de pasto e suprimentos. 
Quando informações deram conta que as defesas de Dario III seriam montadas ao longo do Rio Tigre, Alexandre o cruzou em local não defendido. Neste dia, um eclipse lunar foi tido como presságio da vitória sobre os persas.
Quando a ocasião do confronto chegou, os exércitos se defrontaram na planície de Gaugamela. 
As forças de Dario eram em número bem maior que as de Alexandre, embora o tradicional exagero que ocorre sempre que se conta soldados persas não permita sequer um número aproximado.
Mas é certo que Dario contava com muito mais soldados em seu multi-étnico exército. Ele tinha, ainda, carros de combate com lâminas nas rodas, que rodavam sob caminhos pré determinados e preparados, visando quebrar a linha da infantaria inimiga.
Esses carros laminados eram uma arma mortal, mas seu funcionamento estava condicionado a que as tropas adversárias viessem em formação ao seu encontro. E Alexandre era muito inteligente para conceder tal erro.
O macedônio marchara à noite e providenciara alimentação e repouso aos  seus homens antes da batalha, enquanto os homens de Dario aguardavam em formação de combate por longo tempo.
As forças foram dispostas em linha reta, frente a frente, como queria Dario, mas quando a batalha começou as formações de Alexandre se moveram de forma totalmente inesperada, deslocando os flancos para a direita e esquerda, saindo do traçado dos carros laminados.
Quando estes avançavam em perseguição, os soldados de Alexandre abriam espaços para sua passagem, atingindo os condutores com lanças e flechas. Diante disso, Dario começou a mover suas forças de acordo com os movimentos dos macedônios, ao mesmo tempo em que ordenava um avanço geral.


Mas os lanceiros de Alexandre conseguiram prejudicar o movimento da  cavalaria persa, abrindo uma brecha pela qual Alexandre penetrou com sua cavalaria e infantaria rumo à retaguarda das forças persas, em direção aonde estava o próprio Dario III.
Dario III foge novamente
Em risco de ser capturado o rei persa fugiu novamente. Até o final da noite as imensas tropas persas haviam sido derrotadas e estavam em fuga, seu acampamento fora tomado. Alexandre era, agora, o Rei da Ásia.
Túmulos dos Reis Persas, entre eles Dario I e Xerxes
Fontes e Imagens:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Alexandre,_o_Grande
https://pt.wikipedia.org/wiki/Filipe_II_da_Maced%C3%B3nia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ol%C3%ADmpia_do_Epiro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_Aquem%C3%AAnida#A_queda_do_imp.C3.A9rio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_de_Isso
https://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_de_Gaugamela

http://orig12.deviantart.net/b7b8/f/2011/018/2/8/the_battle_of_gaugamela_by_jlluesma-d37hw6b.jpg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Tigre

DOIS DE SETEMBRO
BATALHA DE ACTIUM
A Batalha Naval de Actium, na qual as forças de Otavio César, sob comando de Marcus Vipsanius Agripa, enfrentaram a frota de Marco Antônio e Cleópatra, aconteceu em 02/09/31 a.C.
Ocorrida no contexto da guerra civil romana que encerrou a aliança política conhecida como Segundo Triunvirato, ela foi o combate decisivo, que selou a sorte dos contendores e mudou a História do mundo antigo ocidental.
À época, o Segundo Triunvirato não existia mais na prática, pois Lépido, que estava na África, fora paulatinamente afastado das decisões importantes e apenas os demais membros, Otávio e Antônio, dividiam o poder de fato, com este governando as províncias do Oriente e aquele governando Roma.
Marco Antônio - Lépido - Otávio César - Cleopatra
Os inimigos de ambos estavam mortos ou exilados e a aliança fora selada com o casamento de Antônio com a irmã de seu parceiro, Otávia. Quando Marco Antonio se aliou a Cleópatra porém, a situação começou a mudar. Ele abandonou a esposa, irmã de Otávio, e passou a viver com a Rainha do Egito em Alexandria.
A crise política romana chegou ao ponto sem retorno quando Marco Antônio fez as chamadas Doações de Alexandria, na qual o general cedia territórios de Roma a seus filhos com Cleópatra:
O filho de Cleópatra e Antônio, Alexandre Hélio, foi proclamado rei da Armênia e da Pártia (por conquistar).
O outro filho do casal, Ptolomeu Filadelfo, recebeu a Síria e a Cilícia.
A filha, Cleópatra Selene, obteve a Cirenaica e a Líbia.1
Acima a divisão proposta por Antônio.
A loucura de Marco Antônio denunciada no Senado.
Quando a notícia deste ato chegou a Roma, Otávio denunciou Antônio no Senado e conseguiu a aprovação dos Senadores para uma declaração de guerra contra o Egito. A batalha estava prestes a começar!
Marco Antônio se dirigiu à Grécia. Lá ele reuniu, com apoio de Cleópatra, entre 300 e 400 barcos, sendo naus de guerra e de transporte. Seu plano era invadir a Itália, levando suas tropas em direção a Roma.
Otávio, por seu lado, construiu uma frota nova, contando com 250 navios. Ele não queria travar combate em solo italiano e agiu de forma a manter as tropas de Antônio em território grego, bloqueando a seus navios o acesso à península italiana.
Acima e abaixo, vistas aéreas atuais do local da batalha.
Quando Antônio estabeleceu sua base no promontório de Actium, no atual Golfo de Arta, Grécia, Otávio desembarcou suas tropas, sob o comando de Marcus Vipsanius Agripa, ao Norte, avançando depois rumo ao Sul, para atacar os adversários por terra.
Mas o movimento que deu início às hostilidades foi naval: o afundamento da frota de transporte de Antônio, quando transportavam suprimentos para Actium. Quando a frota de Otávio chegou, bloqueou as rotas marítimas de seu adversário.
Acima e abaixo, vistas atuais do local da batalha.
Percebendo as dificuldades que teriam pela frente, muitos soldados de Antônio desertaram, obrigando-o a incendiar vários de seus navios que ficaram sem tripulação.
A situação deixou Marco Antônio com apenas duas alternativas: lutar em terra, opção preferida pelas tropas devido a maior experiência, ou atacar a frota de Otávio, na esperança de romper o bloqueio.
Esta última, que era a opção preferida por Cleópatra, foi a escolhida. Ela e Antônio acreditavam que seus navios, mais pesados e armados com disparadores de projéteis (balistras), levariam vantagem sobre as embarcações mais leves de Otávio.
Mas a leveza também garantia melhor margem de manobra e logo a frota de Otávio estava em vantagem. Na primeira oportunidade, Cleópatra fugiu com seus navios, sendo rapidamente seguida por Marco Antônio.
Diante da fuga de seu comandante, as tropas navais e terrestres de Antônio sucumbiram ou renderam-se naquele dia ou logo nos dias seguintes.
Algum tempo depois, Otávio desembarcou em Alexandria, capital do Egito, para terminar de vez o assunto com Antônio. Mas este cometeu suicídio.
Quando teve uma proposta de aliança recusada, seu filho Cesarion morto e na iminência de ser exibida em um desfile romano, Cleópatra também se suicidou.
Com o fim de seus inimigos, Otávio César anexou o Egito ao império e retornou a Roma como líder incontestável. Contudo, se na prática detinha o poder absoluto, também soube manter as aparências, preservando as instituições republicanas mas reservando-lhes um papel cada vez mais meramente decorativo.
Quando anunciou que renunciaria aos cargos que detinha, o Senado implorou que os mantivesse e outorgou-lhe o título de Augusto. Roma, que era um império, tinha agora um Imperador.
Começava um dos governos mais exitosos de toda a História!
AVE CÉSAR! AVE AUGUSTUS!


1https://pt.wikipedia.org/wiki/Doa%C3%A7%C3%B5es_de_Alexandria

http://corvobranco.tripod.com/ArtigosHT/ht_batalhaActium.htm


https://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_de_%C3%81ccio




Imagens:



Area of the Battle of Actium, Preveza. Harry Gouvas http://prevezamuseum.spaces.live.com

http://www.mlahanas.de/Greece/Cities/PrevezaActium01.html



Actium Battlefield – Aerial View

http://www.colorado.edu/classics/clas1061/Text/RFHO14.htm



The Donations of Alexandria Map

http://questgarden.com/72/85/5/081109184839/process.htm



Battle of Actium

http://ximene.net/home/research-topics/history/roman-empire/the-super-power/the-principate/



Anthony and Cleopatra. Painting by Agnes Pringle - photo credit: Laing Art Gallery

http://www.bbc.co.uk/arts/yourpaintings/paintings/the-flight-of-antony-and-cleopatra-from-the-battle-of-acti37069

28 DE AGOSTO


DISCURSO DE MARTIN LUTHER KING
No ano de 1963, no dia 28 de agosto, o pastor protestante e líder político Martin Luther King Jr. proferia o célebre discurso “Eu Tenho um Sonho”, das escadarias do Lincoln Memorial, em Washington – EUA.
Nascido em 15/01/1929, em Atlanta – Geórgia, King participou dos movimentos civis em Montgomery - Alabama, incluindo o boicote aos ônibus, após Rosa Parks, mulher negra da cidade, se negar a dar seu lugar a um branco dentro do transporte público. O movimento foi vitorioso e logrou acabar com a discriminação racial nos transportes coletivos dos EUA.

Após esta vitória, King participou da fundação da Conferência da Liderança Cristã do Sul, movimento que praticava a desobediência civil. As ações do grupo, que geralmente atingiam os racistas onde era mais doloroso (o bolso), eram combatidas com violência pelas forças da lei, o que gerou uma onda de indignação nos EUA.
Uma dessas ações foi a Marcha de Washington por Empregos e Liberdade, durante a qual King proferiu seu discurso para cerca de 200 mil pessoas.

Suas palavras, consideradas um dos mais belos discursos da História, ajudaram na aprovação do Ato de Direitos Civis de 1964 e do Ato de Direitos do Voto de 1965, nos quais a discriminação racial legalizada sofreu duríssimos golpes nos EUA.
Vejamos seu discurso abaixo, que podemos assistir no vídeo posterior:
Eu Tenho Um Sonho
“Estou feliz por estar hoje com vocês num evento que entrará para a história como a maior demonstração pela liberdade na história de nosso país.
Há cem anos, um grande americano, sob cuja simbólica sombra nos encontramos, assinou a Proclamação da Emancipação. Esse decreto fundamental foi como um grande raio de luz de esperança para milhões de escravos negros que tinham sido marcados a ferro nas chamas de uma vergonhosa injustiça. Veio como uma aurora feliz para pôr fim à longa noite de cativeiro.
Mas, cem anos mais tarde, devemos encarar a trágica realidade de que o negro ainda não é livre. Cem anos mais tarde, a vida do negro está ainda infelizmente dilacerada pelas algemas da segregação e pelas correntes da discriminação.
Cem anos mais tarde, o negro ainda vive numa ilha isolada de pobreza no meio de um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos mais tarde, o negro ainda definha nas margens da sociedade americana estando exilado em sua própria terra. Por isso, encontramo-nos aqui hoje para dramatizar essa terrível condição.

De certo modo, viemos à capital do nosso país para descontar um cheque. Quando os arquitetos da nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e a Declaração da Independência, eles estavam a assinar uma nota promissória da qual todo americano seria herdeiro. Essa nota foi uma promessa de que todos os homens teriam garantia aos direitos inalienáveis de “vida, liberdade e à procura de felicidade”.
É óbvio que a América de hoje ainda não pagou essa nota promissória no que concerne aos seus cidadãos de cor. Em vez de honrar esse compromisso sagrado, a América entregou ao povo negro um cheque inválido devolvido com a seguinte inscrição: “Saldo insuficiente”.
Porém recusamo-nos a acreditar que o banco da justiça abriu falência. Recusamo-nos a acreditar que não haja dinheiro suficiente nos grandes cofres de oportunidade desse país. Então viemos para descontar esse cheque, um cheque que nos dará à vista as riquezas da liberdade e a segurança da justiça.
Viemos também para este lugar sagrado para lembrar à América da clara urgência do agora. Não é hora de se dar ao luxo de procrastinar ou de tomar o remédio tranquilizante do gradualismo. Agora é tempo de tornar reais as promessas da democracia.
Agora é hora de sair do vale escuro e desolado da segregação para o caminho iluminado da justiça racial. Agora é hora de retirar a nossa nação das areias movediças da injustiça racial para a sólida rocha da fraternidade. Agora é hora de transformar a justiça em realidade para todos os filhos de Deus.
Seria fatal para a nação não levar a sério a urgência desse momento. Esse verão sufocante da insatisfação legítima do negro não passará até que chegue o revigorante outono da liberdade e igualdade. Mil novecentos e sessenta e três não é um fim, mas um começo. E aqueles que creem que o negro só precisava desabafar e que agora ficará sossegado, acordarão sobressaltados se o país voltar ao ritmo normal.
Não haverá nem descanso nem tranquilidade na América até o negro adquirir seus direitos como cidadão. Os turbilhões da revolta continuarão a sacudir os alicerces do nosso país até que o resplandecente dia da justiça desponte.

Há algo, porém, que devo dizer a meu povo, que se encontra no caloroso limiar que conduz ao palácio da justiça: no processo de ganhar o nosso legítimo lugar não devemos ser culpados de atos errados. Não tentemos satisfazer a sede de liberdade bebendo da taça da amargura e do ódio. Devemos sempre conduzir nossa luta no nível elevado da dignidade e disciplina.
Não devemos deixar que o nosso protesto criativo se degenere na violência física. Repetidas vezes, teremos que nos erguer às alturas majestosas para encontrar a força física com a força da alma.
Esta nova militância maravilhosa que engolfou a comunidade negra não nos deve levar a desconfiar de todas as pessoas brancas, pois muitos dos irmãos brancos, como se vê pela presença deles aqui, hoje, estão conscientes de que seus destinos estão ligados ao nosso destino.
E estão conscientes de que sua liberdade está intrinsicamente ligada à nossa liberdade. Não podemos caminhar sozinhos. À medida que caminhamos, devemos assumir o compromisso de marcharmos em frente. Não podemos retroceder.
Há quem pergunte aos defensores dos direitos civis: “Quando é que ficarão satisfeitos?” Não estaremos satisfeitos enquanto o negro for vítima dos indescritíveis horrores da brutalidade policial. Jamais poderemos estar satisfeitos enquanto os nossos corpos, cansados com as fadigas da viagem, não conseguirem ter acesso aos hotéis de beira de estrada e das cidades.

Não poderemos estar satisfeitos enquanto a mobilidade básica do negro for passar de um gueto pequeno para um maior. Não podemos estar satisfeitos enquanto nossas crianças forem destituídas de sua individualidade e privadas de sua dignidade por placas onde se lê “somente para brancos”.
Não poderemos estar satisfeitos enquanto um negro no Mississippi não puder votar e um negro em Nova Iorque achar que não há nada pelo qual valha a pena votar. Não, não, não estamos satisfeitos e só estaremos satisfeitos quando “a justiça correr como a água e a retidão como uma poderosa corrente”.
Eu sei muito bem que alguns de vocês chegaram aqui após muitas dificuldades e tribulações. Alguns de vocês acabaram de sair de pequenas celas de prisão. Alguns de vocês vieram de áreas onde a sua procura de liberdade lhes deixou marcas provocadas pelas tempestades de perseguição e pelos ventos da brutalidade policial.
Vocês são veteranos do sofrimento criativo. Continuem a trabalhar com a fé de que um sofrimento injusto é redentor. Voltem para o Mississippi, voltem para o Alabama, voltem para a Carolina do Sul, voltem para a Geórgia, voltem para Luisiana, voltem para as favelas e guetos das nossas modernas cidades, sabendo que, de alguma forma, essa situação pode e será alterada. Não nos embrenhemos no vale do desespero.
Digo-lhes hoje, meus amigos, que, apesar das dificuldades e frustrações do momento, eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.
Eu tenho um sonho que um dia essa nação levantar-se-á e viverá o verdadeiro significado da sua crença: “Consideramos essas verdades como auto-evidentes que todos os homens são criados iguais.”
Eu tenho um sonho que um dia, nas montanhas rubras da Geórgia, os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos descendentes de donos de escravos poderão sentar-se juntos à mesa da fraternidade.

Eu tenho um sonho que um dia mesmo o estado do Mississippi, um estado desértico sufocado pelo calor da injustiça, e sufocado pelo calor da opressão, será transformado num oásis de liberdade e justiça.
Eu tenho um sonho que meus quatro pequenos filhos um dia viverão em uma nação onde não serão julgados pela cor da pele, mas pelo conteúdo do seu caráter. Eu tenho um sonho hoje.
Eu tenho um sonho que um dia o estado do Alabama, com seus racistas cruéis, cujo governador cospe palavras de “interposição” e “anulação”, um dia bem lá no Alabama meninos negros e meninas negras possam dar-se as mãos com meninos brancos e meninas brancas, como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje.
Eu tenho um sonho que um dia “todos os vales serão elevados, todas as montanhas e encostas serão niveladas; os lugares mais acidentados se tornarão planícies e os lugares tortuosos se tornarão retos e a glória do Senhor será revelada e todos os seres a verão conjuntamente”.
Essa é a nossa esperança. Essa é a fé com a qual eu regresso ao Sul. Com essa fé nós poderemos esculpir na montanha do desespero uma pedra de esperança. Com essa fé poderemos transformar as dissonantes discórdias do nosso país em uma linda sinfonia de fraternidade.
Com essa fé poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, ser presos juntos, defender a liberdade juntos, sabendo que um dia haveremos de ser livres. Esse será o dia, esse será o dia quando todos os filhos de Deus poderão cantar com um novo significado:
Meu país é teu, doce terra da liberdade, de ti eu canto.
Terra onde morreram meus pais, terra do orgulho dos peregrinos, que de cada lado das montanhas ressoe a liberdade!

E se a América quiser ser uma grande nação, isso tem que se tornar realidade.
E que a liberdade ressoe então do topo das montanhas mais prodigiosas de New Hampshire.
Que a liberdade ressoe das poderosas montanhas de Nova Iorque.
Que a liberdade ressoe das elevadas montanhas Allegheny da Pensilvânia.
Que a liberdade ressoe dos cumes cobertos de neve das montanhas Rochosas do Colorado.
Que a liberdade ressoe dos picos curvos da Califórnia.
Mas não só isso; que a liberdade ressoe da montanha Stone da Geórgia.
Que a liberdade ressoe da montanha Lookout do Tennessee.
Que a liberdade ressoe de cada montanha e de cada pequena elevação do Mississippi. Que de cada encosta a liberdade ressoe.
E quando isso acontecer, quando permitirmos que a liberdade ressoe, quando a deixarmos ressoar de cada vila e cada lugar, de cada estado e cada cidade, seremos capazes de fazer chegar mais rápido o dia em que todos os filhos de Deus, negros e brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão dar-se as mãos e cantar as palavras da antiga canção espiritual negra:
Finalmente livres! Finalmente livres!
Graças a Deus Todo Poderoso, somos livres, finalmente."

Martin Luther King


Fontes e Imagens:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Eu_Tenho_um_Sonho
https://pt.wikipedia.org/wiki/Martin_Luther_King_Jr.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rosa_Parks
https://pt.wikipedia.org/wiki/Boicote_aos_%C3%B4nibus_de_Montgomery
http://anoticia.clicrbs.com.br/sc/mundo/noticia/2013/08/confira-a-traducao-na-integra-do-discurso-feito-por-martin-luther-king-ha-50-anos-4248603.html
http://okok1111111111.blogspot.com.br/2013/08/martin-luther-king-jr-i-have-dream.html
http://www.history.com/topics/black-history/martin-luther-king-jr/pictures/martin-luther-king-jr/martin-luther-king-giving-dream-speech
http://genius.com/Martin-luther-king-jr-i-have-a-dream-annotated
http://www.sandiegouniontribune.com/news/2013/aug/28/martin-luther-king-i-have-a-dream/

24 AGOSTO

15 DE AGOSTO


No dia deste nosso aniversário, e peço perdão pela pouca modéstia, posto nossa situação diminuta de mero escriba dos fatos, destacamos três acontecimentos que mudaram a História da humanidade:

NASCE NAPOLEÃO BONAPARTE

No ano de 1769, no dia 15 de agosto, na pequena cidade de Ajaccio, na Ilha da Córsega, nascia o filho do casal Carlo e Maria Letícia Ramolino, uma criança destinada a mudar o mundo: Napoleão Bonaparte!
Carlo Maria Buonaparte e Maria Letícia Ramolino eram pequenos nobres italianos, cujas famílias haviam chegado à ilha no século XVI. Carlo era advogado e chegou a ser nomeado representante da ilha na corte de Luis XVI em 1777. 
A educação do menino Napoleone di Buonaparte (nome original depois afrancesado para a forma que ficou famosa) foi rígida e muito boa e as conexões políticas de seu pai permitiram que entrasse nas escolas militares onde se destacou em matemática, história e geografia. A partir dai sua ascensão foi meteórica.

INAUGURAÇÃO DO CANAL DO PANAMÁ
No ano de 1914, no dia 15 de agosto, ocorria a inauguração do Canal do Panamá, obra que liga os oceanos Atlântico e Pacífico atravessando o território do Panamá, país da América Central.

Escavado em longos trechos e fazendo uso de barragens, eclusas, lagos e rios, o canal parte do Mar do Caribe, percorre 77 quilômetros até chegar ao Oceano Pacífico, encurtando em milhares de quilômetros as distâncias para o transporte de cargas entre a Ásia e as nações banhadas pelo Oceano Atlântico e vice-versa.
Apesar do nome, a região de construção do canal mudou de posse várias vezes, passando da Colômbia para França, depois para os EUA e só foi entregue ao Panamá em 1999.
A obra começou em 1880, chefiada por Ferdinand de Lesseps, “diplomata e empresário francês” que construíra o Canal de Suez. Lesseps fracassou por conta de “...diferenças de tipo de terreno, relevo e clima [...] Chuvas torrenciais, enchentes, desmoronamentos e altíssimas taxas de mortalidade de trabalhadores devido a doenças tropicais, nomeadamente a malária e a febre amarela...”. Lesseps faliu e a obra parou em 1889.

Os EUA, interessados na obra incentivaram a independência do Panamá contra a Colômbia e reiniciaram os trabalhos em 1904, concluindo dez anos depois.

RENDIÇÃO DO JAPÃO NA II GUERRA
No ano de 1945, no dia 15 de agosto, após vencer uma tentativa de golpe de estado por alguns militares, o Imperador Hiroito do Império do Japão anunciava ao povo, em cadeia de rádio, que o país aceitava os termos impostos pelos aliados para rendição incondicional do país.

Durante a Conferência de Potsdam, realizada na Alemanha de 17 de julho e 2 de agosto de 1945, Truman (EUA), Stalin (URSS) e Churchill/Clement Attlee (Grã Bretanha), deram um ultimato ao Japão: rendição incondicional ou aniquilação.
Diante da recusa japonesa, foram lançadas as bombas atômicas em Hiroshima (6/8) e Nagasaki (9/8). Já no dia seguinte o imperador aceitava a rendição, mas o anúncio formal só foi feito cinco dias depois, culpando pela capitulação “uma nova e mais cruel bomba, cujo poder destrutivo é incalculável, levando à morte grande quantidade de vítimas inocentes."
Dezessete dias depois, em 02/09/1945, a rendição seria formalmente assinada pelo General Umezu Yoshijiro, a bordo do navio USS Missouri, na baía de Tóquio. Terminava o mais sangrento conflito da História humana.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Napole%C3%A3o_Bonaparte
https://pt.wikipedia.org/wiki/Canal_do_Panam%C3%A1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ferdinand_de_Lesseps
http://www.japaoemfoco.com/aniversario-da-rendicao-do-japao/
http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/5701/conteudo+opera.shtml
https://pt.wikipedia.org/wiki/Confer%C3%AAncia_de_Potsdam

Imagens:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Napole%C3%A3o_Bonaparte
http://thehayride.com/tag/labi/
http://voos.rumbo.pt/voos/baratos/marselha-ajaccio
http://www.usnews.com/opinion/blogs/world-report/2014/08/15/what-100-years-of-the-panama-canal-says-about-global-trade
http://henstridgephotography.com/FHP%20Volume%203%20Issue%209/
https://www.youtube.com/watch?v=Pv0upmpPw3c
http://www.nytimes.com/2015/08/15/world/asia/shinzo-abe-japan-premier-world-war-ii-apology.html?_r=0
http://iotwreport.com/original-sound-of-japan-emperors-war-end-speech-released/
http://www.gettyimages.com/event/the-asahi-shimbun-108296450#-picture-id482830334

11 DE AGOSTO
RODRIGO BÓRGIA É ELEITO PAPA!

Em um 11 de agosto, do ano de 1492, portanto dois meses antes da chegada de Colombo à América, terminava o Conclave que elegeu o futuro Papa Alexandre VI.

O novo Papa, nascido Rodrigo de Borja, nascera em 01 de janeiro de 1431 em Valência, Espanha e era sobrinho do Papa Calixto III que, na longa tradição de beneficiar a família através do papado, encaminhou a carreira do jovem Rodrigo.


Não que o rapaz fosse incompetente, pois se formara em Leis na Universidade de Bolonha, mas, com ajuda do tio Papa, foi elevado de bispo a Cardeal e Vice-Chanceler da Igreja tendo servido a nada menos que cinco Papas. Com a nomeação cardinalícia, Rodrigo entrou na linha de sucessão do trono de Pedro.

Em um tempo em que o voto de celibato não era exatamente o mais respeitado entre os clérigos, Rodrigo teve muitas amantes, duas delas famosas, Vanozza Catarei e Giulia Farnese, além de sete a oito filhos aos quais beneficiou de todas as formas possíveis dentro do alcance de seu cargo.

Giulia e Vanozza

A eleição, realizada na Capela Sistina, obra do Papa Sisto VI, contou com outros dois candidatos além de Rodrigo: Ascânio Sforza e Giuliano della Rovere. E, na melhor tradição dos conclaves da época, o espírito que inspirou o votos do Colégio Cardinalício era dourado como ouro!

Rodrigo Bórgia usou sua fortuna para doar grandes somas de dinheiro e terras aos eleitores e também negociou os principais cargos da Igreja para seduzi-los, além da cessão de bispados, arcebispados e dioceses que rendiam muito dinheiro para quem os comandasse.

Uma vez no posto tratou de nomear quase todos os homens da família como cardeais e acumular para seus filhos postos e fontes de riqueza. As mulheres também não escaparam de casamentos arranjados no interesse do poder familiar, sendo o exemplo mais eloquente a bela Lucrécia Bórgia, mal afamada filha do Papa.

Lucrécia

Naturalmente a oposição das tradicionais famiglias italianas foi ferrenha, mas contornada com ouro, casamentos, acordos dos mais diversos e até mesmo o veneno ou o punhal.

Girolamo Savonarola, que alcançou grande prestígio com suas pregações moralistas em Florença, acabou desacreditado e enforcado.

O que não impediu que o próprio Papa sofresse diversas tentativas de morte e perdesse um de seus filhos, Pedro, assassinado, com as suspeitas recaindo sobre o irmão Césare Bórgia, aquele a quem Maquiavel considerava exemplo de príncipe.

Césare Bórgia

Quando o Papa Bórgia, Alexandre VI morreu, suspeita-se que envenenado, a Césare também coube a honra da suspeita.

Vale mencionar ainda que foi durante o papado de Alexandre VI que foram assinados a Bula Inter Caetera e o Tratado de Tordesilhas, dividindo o Novo Mundo entre Portugal e Espanha.

Tratado de Tordesilhas
QUEDA DE JERUSALÉM
No ano 70 d.C., as tropas romanas comandadas pelo General Tito, invadiam Jerusalém, iniciando a destruição da cidade, inclusive do Templo de Salomão, reconstruído décadas antes por Herodes, o Grande.
A tomada da cidade colocava, na prática, ponto final à Grande Revolta Judaica, iniciada quatro anos antes, em 66 d.C., quando os judeus se revoltaram contra a ordem de tomada de parte do tesouro do templo, expedida pelo Procurador da Judeia Géssio Floro, representante de Roma.
Os judeus se recusaram a entregar o tesouro e a retaliação romana consistiu na autorização de saque de parte de Jerusalém e na crucificação de alguns judeus eminentes.
Em resposta à repressão, a revolta estourou. Liderados por Eleazar, os revoltosos tomaram o templo e a Torre Antônia anexa, massacrando as tropas romanas mesmo após terem se rendido.
Outras fortalezas foram tomadas, tropas massacradas ou cercadas em Massada, Chipre, Macero e Ascalão.
O Templo de Herodes e a Fortaleza Antônia anexa, no alto à direita.
A primeira força enviada por Roma contra os rebeldes, liderada pelo recém-nomeado Governador da Síria, Caio Céstio Galo, foi dizimada e os sobreviventes se refugiaram na capital da Judeia, Cesareia.
O Imperador Nero enviou, então, Tito Flávio Sabino Vespasiano (Tito pai) à frente de uma força tarefa e substituiu Galo por Caio Licínio Muciano.
Vespasiano marchou para a judeia mas evitou Jerusalém, deixando que os judeus revoltosos, divididos em facções, e que travavam luta fratricida, se enfraquecessem mutuamente. Enquanto isso ele foi retomando o controle do restante da província.
Quando chegou o momento de atacar Jerusalém, a tarefa coube a outro Tito (o filho de Vespasiano, já que este viajara a Roma onde foi aclamado Imperador após a morte de Nero).
Tito filho cercou Jerusalém, posicionando três legiões no lado oeste e enviando uma legião para o Monte das Oliveiras, cortando as rotas de alimentação e fornecimento de água para a cidade.
Flavio Josefo narra o horror que este cerco trouxe aos moradores da capital:
É então um caso miserável, uma visão que até poria lágrimas em nossos olhos, como os homens agüentaram quanto ao seu alimento ... a fome foi demasiado dura para todas as outras paixões... a tal ponto que os filhos arrancavam os próprios bocados que seus pais estavam comendo de suas próprias bocas, e o que mais dava pena, assim também faziam as mães quanto a seus filhinhos... quando viam alguma casa fechada, isto era para eles sinal de que as pessoas que estavam dentro tinham conseguido alguma comida, e então eles arrombavam as portas e corriam para dentro... os velhos, que seguravam bem sua comida eram espancados, e se as mulheres escondiam o que tinham dentro de suas mãos, seu cabelo era arrancado por fazerem isso... (Guerras dos Judeus, livro 5, capítulo 10, seção 3).
Quando as tropas romanas conseguiram destruir partes da muralha de Jerusalém, a cidade foi invadida, a Fortaleza Antônio retomada, o Templo de Salomão destruído e seus tesouros saqueados, segundo Sulpício Severo por ordem de Tito, o que é negado por Flavio Josefo, alegando que não foi possível conter a fúria dos soldados romanos.
Ainda segundo Josefo, “foram levados cativos durante toda esta guerra foi verificado ser noventa e sete mil...”. Tito recebeu o título de Imperator mas recusou a coroa de oliveira, menosprezando assim o valor de seus adversários.

A Fortaleza de Massada. 

À direita (rocha mais clara)a rampa construída pelos romanos.

A guerra ainda duraria mais três anos, embora boa parte desse tempo fosse gasto apenas no cerco a Massada, fortaleza de difícil acesso construída por Herodes, o Grande, e ocupada por rebeldes sicários e suas famílias, que terminaram por cometer suicídio coletivo quando a queda da fortaleza era iminente.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_guerra_judaico-romana
https://pt.wikipedia.org/wiki/Destrui%C3%A7%C3%A3o_de_Jerusal%C3%A9m
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cerco_de_Massada
http://www.estudosdabiblia.net/2002322.htm
http://www.arqnet.pt/portal/calendario/agosto.html

Imagens:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Francesco_Hayez_017.jpg
https://www.youtube.com/watch?v=u7dPf35D4X0
http://blogs.universal.org/bispomacedo/2016/05/28/a-revolta-judaica/
http://vexilla-regis.blogspot.com.br/2015/11/blood-sacrifice-new-temples-perfect_19.html

HISTÓRIAS EXTRAORDINÁRIAS
MORTE DE OTTO VON  BISMARCK
Em um 30 de Julho como hoje, em 1898, falecia o Chanceler de Ferro da Alemanha, um dos homens mais notáveis de seu tempo na Europa.
Bismarck foi um dos principais responsáveis pela unificação da Alemanha e pela vitória sobre a França em 1870, lançando o 2º Império, ou II Reich, que durou de 1871 a 1918.
Unificação da Alemanha. Bismarck ao centro de branco.
Ele nasceu em 01/04/1815 na cidade de Schönhausen, filho de Wilhelmine Luise Mencken e Karl Wilhelm von Bismarck. Sua esposa, Johanna von Puttkamer, faleceu em 1894.
Anticlerical apesar de luterano, antissocialista e antiliberal, Bismarck optou pelo uso da força na construção política da nova sociedade alemã unificada.
Bismarck a cavalo, acompanhando Napoleão III.
A burguesia não tinha muita influência política, mas os ganhos econômicos a mantiveram satisfeita. Os movimentos sociais não tinham espaço, mas as leis trabalhistas alemãs eram mais avançadas, de modo que não havia muita agitação, sempre sob o rígido controle do governo.
Apesar disso, Bismarck era um conciliador na política externa da Alemanha e assim atuou no Congresso de Berlim em 1878.
O Kaiser Wilhelm II e Bismarck.
Após desentendimentos com o novo e afoito imperador, o Kaiser Wilhelm II, Bismarck foi demitido em 1890 e se retirou da vida pública.
Não existe “se” na História, mas, acreditamos que se Bismarck não tivesse sido demitido e o Kaiser Wilhelm II persistisse na política conciliatória de seu Chanceler, dificilmente haveria uma Primeira Guerra Mundial e muito menos uma Segunda Guerra Mundial.
Mas, as opções de vida foram outras...

Bismarck em seu leito de morte.



WILLIAN WALLACE DERROTADO...
No dia 22 de Julho de 1298, na Batalha de Falkirk, as tropas do Rei Inglês, Eduardo I – Longshanks, derrotava as tropas escocesas, lideradas por Willian Wallace.
A História se passa de forma bem diferente do que mostrado no maravilhoso filme (apenas um filme) de Mel Gibson.
Eduardo I fora chamado pelos próprios escoceses, em 1291, para arbitrar a disputa pelo trono escocês, que era pretendido por vários nobres, entre eles Robert de Bruce e John Balliol.


O trono escocês estava vago pois o rei anterior, Alexandre III, falecera em 1286 sem deixar herdeiro homem. Sua neta, Margarida, então com três anos, herdaria o trono e estava prometida em casamento para o filho do rei inglês.
Mas Margarida morreu, de modo que Eduardo Longshanks fez exigências que tornavam a Escócia, na prática, reino vassalo da Inglaterra. O Rei Escocês escolhido no tribunal foi John Balliol, que aceitou a sujeição aos ingleses.

Estátua de William Wallace

Isso fez dele muito impopular na Escócia. Mas, diante das exigências cada vez maiores de Eduardo I, John fez aliança secreta com o Rei da França, Felipe o Belo. Quando Eduardo Longshanks descobriu invadiu a Escócia. A despeito de ter abraçado a causa de seu país, John Balliol não conseguiu reunir um exército forte e acabou renunciando. A guerra continuou sob a liderança de Andrew Moray e William Wallace.
Ambos conseguiram uma importante vitória na Batalha da Ponte de Stirling, mas Andrew morreu de um ferimento e Wallace assumiu sozinho o comando das tropas.


Nomeado Guardião da Escócia, Wallace passou a invadir e saquear o Norte da Inglaterra até que Eduardo I reagiu avançando país adentro rumo à capital, Edimburgo. Wallace posicionou suas tropas perto da cidade de Falkirk, para impedir esse avanço.
O exército de Wallace se posicionou com longas lanças fincadas no chão e com isso resistiu muito bem à cavalaria inglesa. Mas a própria cavalaria escocesa fugiu em meio ao combate, exatamente como mostrado no filme.
Assim, a posição defensiva de Wallace, que funcionara contra a cavalaria, tornou-se uma armadilha, pois era uma posição estática que acabou cercada e atacada pelos arqueiros ingleses. Vitória arrasadora de Longshanks.


Wallace fugiu para prosseguir na luta, mas foi capturado e morto em 1305. A guerra ainda perduraria vários anos. Eduardo Longshanks morreu em 1307 e seu filho, Eduardo II, prosseguiu a luta, mas foi derrotado na Batalha de Bannockburn em 1314.
Agora a Escócia estava em vantagem e voltou a invadir o Norte da Inglaterra. Eduardo II morreu em 1327 e em 01/05/1328, através do Tratado Edimburgo-Northampton, os ingleses reconheceram a vitória e independência da Escócia, com Robert de Bruce como Rei.


Fontes e Imagens:

http://pt.encydia.com/es/Batalha_de_Falkirk

https://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_de_Falkirk_(1298)

https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerras_de_independ%C3%AAncia_da_Esc%C3%B3cia

https://pt.wikipedia.org/wiki/Filipe_IV_de_Fran%C3%A7a

https://pt.wikipedia.org/wiki/William_Wallace

https://pt.wikipedia.org/wiki/Eduardo_I_de_Inglaterra

http://www.film4.com/reviews/1995/braveheart

http://unisci24.com/197245.html

https://plentyoftweed.wordpress.com/history-vs-hollywood-episode-2-braveheart/

https://www.youtube.com/watch?v=fDb9hHLyFME

http://sixseeds.patheos.com/watchinggod/2014/09/braveheart-a-different-sort-of-freedom/

O HOMEM DA MASCARA DE FERRO REVELADO!
Mencionado por Voltaire (Questions sur I’Encyclopedia -1771) e Alexandre Dumas (O Visconde de Bragelonne – 1874), o lendário Homem da Máscara de Ferro existiu realmente, mas não era o irmão gêmeo de Luis XIV, como no filme excelente estrelado por Leonardo di Caprio, Jeremy Irons, John Malkovich, Gabriel Byrne e Gerard Depardieu.
Seu nome era Eustache Dauger de Cavoye, nascido em 30/08/1637, filho de François Dauger, capitão da guarda do Cardeal Richelieu.
Em um mundo de troca de favores, Eustache chegou a ser camareiro de Jules Mazarin, o Primeiro Ministro da França no reinado de Luis XIV. Mazarin foi sucessor do Cardeal Richelieu no cargo.
Eustache Dauger foi preso em 1669 e assim ficou até sua morte em 19/11/1703.
Segundo o historiador Paul Sonnino, da Universidade da Califórnia (EUA), ele usava uma máscara de veludo (não de ferro) para esconder sua identidade, pois esta foi a condição para que fosse preso e não condenado à morte.
Segundo Sonnino, o crime de Eustache pode ter sido o de falar demais em momentos indevidos. As acusações, porém, dão conta da agressão a um advogado do Cardeal, comer carne de porco na Sexta-Feira Santa, participação em orgias e do assassinato de um rapaz.
Para nós, o fato de ser camareiro do segundo homem mais poderoso da França lhe permitiu acesso a muitos segredos de estado e de alcova da corte do Rei, o que justificaria ter ficado preso tantos anos. Que não tenha sido morto indica que possuiria costas quentes, por assim dizer.
Fontes:

http://hypescience.com/identidade-do-homem-da-mascara-de-ferro-e-revelada-por-historiador/

https://en.wikipedia.org/wiki/Man_in_the_Iron_Mask

Imagens:

https://en.wikipedia.org/wiki/File:Man_in_the_Iron_Masque_crop.jpg

https://en.wikipedia.org/wiki/File:La_masque_de_fer.jpg

https://en.wikipedia.org/wiki/File:Masque_de_fer_selon_Warin.jpg

https://eternitysquill.wordpress.com/this-day-in-eternity/07-holy-spirit-mysticsm/01-the-mystery-of-the-man-in-the-iron-mask/

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