terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

A BATALHA DE VERDUN - 1916

A BATALHA DE VERDUN - 1916
Verdun-sur-Meuse é uma cidade do nordeste da França com mais de mil anos de História tendo enfrentado e repelido nada menos que um cerco de Átila, o Huno, no século V.
Na época da Grande Guerra, Verdun estava dentro de uma linha fortificada, composta por dezoito fortes subterrâneos, a exemplo dos fortes Douaumont e Vaux, e mais doze instalações menores.
A capacidade de resistência dos fortes era diferenciada, pois enquanto alguns deles foram reforçados para resistir à artilharia pesada, outros não receberam a mesma atenção.
Para piorar, o comandante francês, General Joffre, não confiava mais na resistência de seus fortes, considerando que a artilharia alemã conseguira destruir construções semelhantes na Bélgica.
Assim, as guarnições de armamentos destas instalações foram reduzidos ao mínimo e algumas delas, como Douaumont e Vaux, estavam até selecionadas para demolição!
Do lado alemão, o novo comandante, Erich von Falkenhayn, com base em informes de seus serviços de inteligência, calculava que a perda de homens obrigaria a França a sair da guerra em 1916.
Nos cálculos alemães, “...a França teria 400 mil soldados a menos [...] em 1916 do que em 1914, e teria de enfrentar uma crise de quantidade de tropas em setembro de 1916 se suas perdas no próximo ano continuassem no ritmo de 1914 e 1915.1.
Assim, e considerando que as linhas de abastecimento francesas eram bem mais precárias do que as alemãs, Falkenhayn escolheu Verdun para um ataque que fosse desgastando ainda mais o efetivo de tropas francesas atraídas para defender uma cidade de alto poder simbólico.
Falkenhayn esperava apressar a saída francesa da guerra por falta de tropas. Mas ele estava muito enganado...
O plano de batalha previa um devastador ataque de artilharia pesada, seguido do avanço da infantaria sobre as defesas francesas que, acreditava-se, estariam destroçadas.
Em 21/02/1916 o ataque começou e foi, de fato, devastador. Os alemães utilizaram “...mais de 800 canhões pesados, quase 400 canhões leves e 200 morteiros martelando um setor da frente de apenas 16 km de largura, antes do avanço inicial de dez divisões de infantaria.2.
As trincheiras francesas, seus postos de metralhadoras e linhas de comunicação estavam pulverizados e os alemães avançaram com lança-chamas, espingardas e granadas.
Apesar disso, os soldados franceses sobreviventes resistiram bravamente e o avanço alemão era de apenas 5 quilômetros em 22/02, tomando Bois des Caures. Na sequência tomaram Haumont e foram repelidos em Bois de l'Herbebois.
No dia 24/02 se iniciou o assalto alemão ao Forte Douaumont, que foi tomado no dia seguinte. Esse movimento, contudo, colocou os alemães na mira da artilharia francesa.
Esse avanço, portanto, se deu ao custo de pesadas baixas pois, se os franceses perderam 24 mil homens, sendo, porém, 15 mil prisioneiros, “...dentro dos primeiros dez dias, os alemães perderam 26 mil.3.
Ao contrário do esperado, a linha de abastecimento dos franceses não foi interrompida e o General Joffre introduziu um rodízio de tropas na linha de frente, substituindo os soldados extenuados por outros, descansados.
O abastecimento, feito pela Voie Sacrée (Via Sacra), movimentava “...diariamente 3000 caminhões com uma carga de 4000 toneladas de apetrechos e 20000 homens.4.
No início de junto o Forte Vaux foi tomado e, depois, os alemães quase conseguiram romper a linha de defesa francesa. Esse movimento terminou junto ao Forte Souville.
O caminho para Verdun passava pela tomada de Souville, já bastante castigado pela artilharia, mas ainda defendido pelos franceses. Os ataques com gás fosgênio não produziram o resultado esperado, pois os soldados tinham máscaras.
O ataque devastador dos canhões permitiu o avanço alemão, contudo a resposta da artilharia francesa dizimou grande parte dos soldados invasores que foram obrigados a recuar.
Este foi o dia 12/07/1916 e os alemães haviam atingido o ponto mais próximo que conseguiriam chegar de seu objetivo.
A partir dali, ataques de russos e britânicos em outros locais impediram o exército alemão de ficar focado apenas nos franceses. As perdas eram equivalentes e a França não parecia à beira do colapso como Falkenhayn previra.
O comandante alemão “...se resignou em suspender o ataque, pois se esperava uma ofensiva francesa no Somme: reduziu, pois, os efetivos que havia alinhado frente a Verdun.5. Em 02/09, com o comando geral passando para os generais “...Hindenburg e Ludendorff, os ataques alemães terminaram.6.



No mês seguinte foi a vez contra-ataque francês. Utilizando a tática de enviar soldados pouco atrás de onde caiam as bombas da própria artilharia, os franceses avançavam antes que os alemães pudessem reagir.
Para retomar o Forte Douaumont foram disparados mais de 600 mil tiros de canhão de diversos calibres, inclusive alguns pesando 900 kg. A fortificação foi retomada em 24/10. Em 02/11 foi a vez do Forte Vaux. Em Dezembro os alemães haviam sido empurrados de volta ao ponto da partida. Verdun estava salva. Destruída, mas salva.
A posição alemã, depois de quase um ano de batalha, mostra a estupidez da guerra. Para não conseguir avançar um mísero quilômetro, os combates “...geraram 377 mil baixas francesas contra 337 mil alemãs. Oficialmente, os franceses reconheceram 162 mil mortes e os alemães, 82 mil, sendo provável que esta última cifra seja subestimada.7.
Compre nosso livro CAMINHOS DO IMPERADOR - D. Pedro II em Sergipe clicando aqui.
Para ler outras mini-séries do Reino de Clio, clique aqui.
Para acompanhar nossa série sobre o Egito Antigo, clique aqui.
Para conhecer nossa seção de História Geral, clique aqui.
Para conhecer nossa seção de História do Brasil, clique aqui.
Para fazer visitas virtuais a alguns dos mais importantes museus do país, clique aqui.
Para conhecer a Revista Reino de Clio, clique aqui.
Conheça e curta nossa página no Facebook, clicando aqui.
1SONDHAUS, Lawrence. A Primeira Guerra Mundial – História Completa. Trad. Roberto Cataldo. Editora Contexto, 2011. pg. 270.
2Ibid. pg. 271.
3Ibid. pg. 271.
4PIMLOTT, John. A Primeira Guerra Mundial. Bogotá, Colômbia: Editora Norma. pg. 19. Tradução livre.
5RENOUVIN, Pierra. La Primera Guerra Mundial. Em língua espanhola. Trad. Jordi García Jacas. Barcelona-Espanha, Editora Montserrat, 1990. pg. 20. Tradução Livre.
6SONDHAUS, Lawrence. A Primeira Guerra Mundial – História Completa. Trad. Roberto Cataldo. Editora Contexto, 2011. pg. 273.
7Ibid. pg. 274. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário