O Arraial
de Canudos surgiu num contexto de grande miséria que assolou o sertão
nordestino no final do séc. XIX, aliado ao abandono do povo por parte das
autoridades.
A pregação
messiânica de Antônio Conselheiro, chamando as pessoas para orar e realizar
obras piedosas em igrejas e cemitérios encontrou solo fértil no desespero do
povo humilde do sertão, gerando respeito e fiéis.
Em
1893 o conselheiro fundou o Arraial de Canudos em uma vila abandonada em Belo Monte, na Bahia,
perto do Rio Vaza Barris.
Em Canudos
as pessoas viviam do que cultivavam e criavam e, logo, já reunia cerca de
20.000 membros, a maioria ex-trabalhadores explorados dos latifúndios.
ELITE INCOMODADA E PRECONCEITO
Os
latifundiários foram ficando sem mão-de-obra, a igreja foi perdendo o monopólio
da fé, e logo falsas acusações tomaram conta da imprensa e dos discursos de
intelectuais que pregavam que aqueles fanáticos monarquistas deveriam ser
dispersados.
Em
1896 o Governo da Bahia enviou uma expedição de 100 soldados, sob comando do Tenente
Manuel Pires Ferreira, para dispersar Canudos, mas eles foram derrotados.
A
segunda expedição, com soldados do Exército, policiais da Bahia e jagunços
contratados pelos fazendeiros também foi derrotada, apesar da posse de 2
metralhas e 2 canhões.
Os
adversários do Presidente Prudente choveram críticas sobre o governo.
O CORONEL CORTA-CABEÇAS
Nova
e maior força foi reunida sob comando do Coronel Moreira César, que cortou
muitas cabeças na Revolta Federalista e prometeu a cabeça do Conselheiro na
sela de seu cavalo.
Logo
no primeiro ataque, porém, foi o coronel quem morreu e teve seu corpo arrastado
e incendiado pelos sertanejos.
O Coronel
Tamarindo então, deu uma ordem patriótica: em tempo de murici cada um por si, e
os soldados fugiram sob as gargalhadas dos sertanejos. Tamarindo foi morto e
deixado para secar sobre um arbusto.
A
derrota alarmou o governo que, então, reuniu 10.000 soldados, 3 Generais e
vários canhões para derrotar o “poderoso inimigo”. O comando coube ao General
Artur Oscar.
A QUEDA DE CANUDOS
Após
3 meses de cerco, Canudos fraquejou por falta de água e comida. Em setembro o Conselheiro
morreu.
Em
05/10/1897 a cidade foi tomada dos últimos resistentes: um velho, um
adolescente e dois adultos.
O Exército
escreveu ali uma das páginas mais vergonhosas de sua História. Não houve um
único prisioneiro de Canudos, ninguém foi deixado vivo, homens, mulheres ou
crianças.
Houve
comemorações no Rio de Janeiro, mas na Bahia os estudantes de medicina
protestaram.
Mais
tarde os detalhes do massacre foram contados por Euclides da Cunha na obra “Os Sertões”.
Fonte e Imagens:
http://reino-de-clio.com.br/Hist-Brasil.html
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