sexta-feira, 18 de agosto de 2023

A MORTE DE GENGIS KHAN

 

A MORTE DE GENGIS KHAN[10]

Em 1218 Gengis recebeu um presente inusitado, a cabeça de um de seus generais enviada pelo Império Corásmio, ao Norte da Pérsia, para onde o general tinha sido enviado em missão diplomática.

Nunca os corasmianos haviam cometido erro tão fatal.

Gengis Khan arregimentou um exército estimado em 200 mil soldados e armas de cerco e devastou as cidades da Pérsia uma a uma, matando milhões de pessoas.

Em Nixapur a devastação foi tal que não restou ninguém vivo, nem mesmo os animais e a crueldade mongol se tornou lendária, assustando a Europa por muito tempo.

Depois da Pérsia Gengis Khan enviou seus generais para a Rússia e a Ucrânia, que também tiveram vastas regiões tomadas.

Mas, em 1221 Gengis teve de retornar ao seu reino para punir Hsi Hsia que havia se recusado a enviar soldados para a expedição à Pérsia.

No dia 18 de agosto de 1227, após vencer uma batalha, Gengis morreu de uma doença que lhe causou febre e dores de cabeça por alguns dias.

Cientistas atuais acreditam que ele foi vitimado pela peste bubônica, que grassava entre as tropas na época.

Com a morte do líder, seu filho, Ogedai, se tornou o próximo Khan por escolha de Gengis. Antes, porém, seu outro filho, Tolui, exerceu o governo até a eleição que ratificou Ogedai como novo Khan.




terça-feira, 15 de agosto de 2023

15 DE AGOSTO - O JAPÃO SE RENDE!

 

RENDIÇÃO DO JAPÃO NA II GUERRA
No ano de 1945, no dia 15 de agosto, após vencer uma tentativa de golpe de estado por alguns militares, o Imperador Hiroito do Império do Japão anunciava ao povo, em cadeia de rádio, que o país aceitava os termos impostos pelos aliados para rendição incondicional do país.


Durante a Conferência de Potsdam, realizada na Alemanha de 17 de julho e 2 de agosto de 1945, Truman (EUA), Stalin (URSS) e Churchill/Clement Attlee (Grã Bretanha), deram um ultimato ao Japão: rendição incondicional ou aniquilação.
Diante da recusa japonesa, foram lançadas as bombas atômicas em Hiroshima (6/8) e Nagasaki (9/8). Já no dia seguinte o imperador aceitava a rendição, mas o anúncio formal só foi feito cinco dias depois, culpando pela capitulação “uma nova e mais cruel bomba, cujo poder destrutivo é incalculável, levando à morte grande quantidade de vítimas inocentes."
Dezessete dias depois, em 02/09/1945, a rendição seria formalmente assinada pelo General Umezu Yoshijiro, a bordo do navio USS Missouri, na baía de Tóquio. Terminava o mais sangrento conflito da História humana.
Fontes:
http://www.japaoemfoco.com/aniversario-da-rendicao-do-japao/
http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/5701/conteudo+opera.shtml
https://pt.wikipedia.org/wiki/Confer%C3%AAncia_de_Potsdam

Imagens:
http://www.nytimes.com/2015/08/15/world/asia/shinzo-abe-japan-premier-world-war-ii-apology.html?_r=0
http://iotwreport.com/original-sound-of-japan-emperors-war-end-speech-released/
http://www.gettyimages.com/event/the-asahi-shimbun-108296450#-picture-id482830334

15 DE AGOSTO - INAUGURADO CANAL DO PANAMÁ

 

INAUGURAÇÃO DO CANAL DO PANAMÁ
No ano de 1914, no dia 15 de agosto, ocorria a inauguração do Canal do Panamá, obra que liga os oceanos Atlântico e Pacífico atravessando o território do Panamá, país da América Central.


Escavado em longos trechos e fazendo uso de barragens, eclusas, lagos e rios, o canal parte do Mar do Caribe, percorre 77 quilômetros até chegar ao Oceano Pacífico, encurtando em milhares de quilômetros as distâncias para o transporte de cargas entre a Ásia e as nações banhadas pelo Oceano Atlântico e vice-versa.
Apesar do nome, a região de construção do canal mudou de posse várias vezes, passando da Colômbia para França, depois para os EUA e só foi entregue ao Panamá em 1999.
A obra começou em 1880, chefiada por Ferdinand de Lesseps, “diplomata e empresário francês” que construíra o Canal de Suez. Lesseps fracassou por conta de “...diferenças de tipo de terreno, relevo e clima [...] Chuvas torrenciais, enchentes, desmoronamentos e altíssimas taxas de mortalidade de trabalhadores devido a doenças tropicais, nomeadamente a malária e a febre amarela...”. Lesseps faliu e a obra parou em 1889.

Os EUA, interessados na obra incentivaram a independência do Panamá contra a Colômbia e reiniciaram os trabalhos em 1904, concluindo dez anos depois.
 
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Canal_do_Panam%C3%A1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ferdinand_de_Lesseps

Imagens:
http://www.usnews.com/opinion/blogs/world-report/2014/08/15/what-100-years-of-the-panama-canal-says-about-global-trade
http://henstridgephotography.com/FHP%20Volume%203%20Issue%209/

15 DE AGOSTO - NASCIMENTO DE NAPOLEÃO BONAPARTE

 

NASCE NAPOLEÃO BONAPARTE

No ano de 1769, no dia 15 de agosto, na pequena cidade de Ajaccio, na Ilha da Córsega, nascia o filho do casal Carlo e Maria Letícia Ramolino, uma criança destinada a mudar o mundo: Napoleão Bonaparte!
Carlo Maria Buonaparte e Maria Letícia Ramolino eram pequenos nobres italianos, cujas famílias haviam chegado à ilha no século XVI. Carlo era advogado e chegou a ser nomeado representante da ilha na corte de Luis XVI em 1777. 
A educação do menino Napoleone di Buonaparte (nome original depois afrancesado para a forma que ficou famosa) foi rígida e muito boa e as conexões políticas de seu pai permitiram que entrasse nas escolas militares onde se destacou em matemática, história e geografia. A partir dai sua ascensão foi meteórica.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Napole%C3%A3o_Bonaparte

Imagens:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Napole%C3%A3o_Bonaparte
http://thehayride.com/tag/labi/
http://voos.rumbo.pt/voos/baratos/marselha-ajaccio

sexta-feira, 28 de julho de 2023

BARBIE. ÍCONE DO ESTEREÓTIPO FEMININO OU REVOLUCIONÁRIA? DUAS ANÁLISES


Não entendo nada de Barbie, mas entendo perfeitamente o apelo saudosista que ela deve ter sobre as mulheres de diversas faixas etárias que brincaram com a boneca, origem das imensas filas que se formam nos cinemas, com meninas (de todas as idades) vestidas de rosa.

É o mesmo que mobiliza os homens para filmes como “Os Mercenários” de Stallone, Indiana Jones, Top Gun, etc.

O que me chamou a atenção para o filme, foi ver a reação de pseudoconservadores e pseudomoralistas que, na falta do que fazer em suas vidas medíocres, se levantaram das pantufas para bradar contra o filme, por ele não representar seus valores.

Por isso pensei em assistir o filme e escrever sobre ele. Mas eu jamais poderia ter uma compreensão completa dele, primeiro por não ser mulher e, em segundo lugar, por jamais ter brincado com a boneca e, somando os dois, por não ter a experiência de ter sido de alguma maneira influenciado por esse ícone dos brinquedos femininos. Assim, selecionei os escritos de duas mulheres das mais capacitadas e apresento abaixo. As imagens são adição nossa. Boa leitura e reflexão.

Marcello Eduardo.



APESAR DE EU AMAR COR DE ROSA

Maira Magno – Professora de Artes

Publicado no Facebook

Apesar de eu amar cor de rosa e praticamente tudo do estereótipo feminino, inicialmente não me interessei pelo filme, depois foram aparecendo as críticas, primeiro as dos fundamentalistas, depois as dos críticos sérios de cinema, e por último as da nova esquerda midiática. Tirando os especialistas sério em cinema, todos criticavam duramente o filme, por isso fui ver.

Como qualquer obra com múltiplas camadas é praticamente impossível dissertar sobre ela e abarcar tudo o que a obra representa, especialmente por se tratar de cinema de referência, onde sem alguns conhecimentos prévios fica realmente difícil fluir a obra em sua inteireza.

Para iniciar temos que falar um pouco da boneca em si, seu histórico e o que ela representa simbolicamente. O auge da Barbie foi no fim dos anos 70 e toda a década de 80 e grande parte dos anos 90.


Na minha infância uma menina não ter uma Barbie era quase impensável, ela era o modelo em plástico da Xuxa, Madonna, Sereia Splash e qualquer outro ícone feminino da década. Trazia um quê de Marilyn Monroe e o glamour dos anos 50, mas já não era mais a dona de casa de era do well fair state, estava no mercado de trabalho ocupando várias posições, sempre linda, magra, peituda e plástica, bem ao estilo das divas da época. 

Nos seus 25 anos de reinado ela literalmente definiu o que é feminilidade para a minha geração. Se na geração dos meus pais o estereótipo de feminino era a Penélope Charmosa, se na geração anterior era a Betty Boop, na minha era a Barbie.

Tudo o que é estereotípico do feminino é Barbie, Barbie Fascista, Barbie Fitness, eu mesma me chamo de Barbie Revolução.

Barbie é o feminino inegável, o universo radicalmente oposto ao masculino. Desta dominação do mercado surgiram milhares de outras bonecas na mesma estética, todas chamadas genericamente de Barbie, ou seja, mesmo que não seja a original da Mattel, é praticamente impossível que uma criança ocidental nascida dos anos 80 para cá nunca tenha brincado com uma Barbie. Barbie é no mais profundo sentido da palavra, um ícone.

Mas quem é a menina do século XXI? Quais são as questões que essa geração está lidando? Se nos anos 80 as filhas da geração dona de casa sonhavam em desbravar o mercado de trabalho, porém mantendo o glamour, o que as meninas filhas das mãe que brincaram de Barbie nos anos 80 esperam superar em relação às suas genitoras?

Como diria senhora Bia, para os olhos desatentos parece que é disso que se trata o filme e é isso que enfurece tanto os conservadores. Mas não, o filme é sobre outra coisa.

O filme é uma obra-prima sobre o conceito de ideologia em Marx, (não, eu não estou delirando). Não importa o quanto a cultura mude, não importa o quanto os movimentos de contracultura ganhem visibilidade, superar o capitalismo é impensável.

Depois de todas as suas piruetas sarcásticas e críticas escrachadas à sociedade patriarcal, a Barbie é ETERNA, não importa se, como se mostra no filme, agora a Barbie vem com celulite, usa chinelo, está esgotada, toma medicação psiquiátrica, atingiu os mais altos cargos no mercado de trabalho, você (mulher, ser humano neste planeta) é um consumidor destituído de qualquer consciência sobre quem de fato “brinca” com o seu desejo (essa inclusive é uma metáfora bem poderosa no filme, as mãos que brincam com a Barbie, definem os novos modelos da boneca lançados no mercado) desde que ele vire consumo, está tudo bem!

Pode ser feminista, pode ser presidente, pode ser cadeirante, gorda, mãe esgotada, pode berrar por mais direitos, pode escancarar todas as injustiças da sociedade patriarcal que, no fim, o capital te apresentará uma solução em plástico dentro de uma caixa rosa e desde que você compre, está tudo bem!
Falando um pouco sobre o aspecto estético do filme ele é um verdadeiro Monty Python do século XXI, mas é uma esculhambação, um sarcasmo, um deboche num nível que chega quase a ser imoral para o modelo açucarado de Hollywood.

Visualmente o filme faz milhares de referências à cultura POP dos anos 80 e de fato o filme é para pessoas da minha geração e da geração imediatamente posterior, gente na faixa dos 30 a 50 anos, que consegue sacar se não todas, mas muitas das referências estéticas do filme. E são muitas, camadas e camadas e camadas e piadas internas, se sobrepondo às piadas quase pornograficamente explícitas dos diálogos.

No fim, os olhos desatentos saem do filme pensando, WHO RUN THE WORLD? GIRLS!!! Como diria talvez o maior ícone de feminilidade deste século. Mas, para os olhos atentos, o filme é claro quando diz: “Meu amor, quer dar chilique? Nós vamos fazer a Barbie chiliquinha pra você brincar!”

Vocês podem estar no mercado de trabalho, na política, podem até ter imperfeições físicas, aceitá-las e viver bem com elas, mas, como a Barbie, vocês são só brinquedos e as mãos que os manipulam, não são as suas.

ADENDO: uma das minhas piadas favoritas do filme é que as mãos que brincam com a Barbie principal do filme, são as de Betty, a Feia.


A ATRAÇÃO ERA A BARBIE, O FILME, MAS O SHOW ESTAVA NA PLATEIA

Denise Assis – Jornalista

Publicado no site Brasil247 AQUI.

Fui ver Barbie, o filme. Sim, repito: fui ver Barbie, e numa sessão da tarde, com uma plateia repleta de meninas na faixa de 10 a 17 anos, de trajes rosa, ou adereços no tom do tema. Nem que fosse uma bolsa, um laço, um sapato. Pensei: deu ruim. Vai ser um tal de tagarelar, comer pipoca de maneira ruidosa e acender os celulares na minha cara – nada mais irritante no cinema. E muitos adultos o fazem. Mesmo em filmes de arte.

O enredo todos já sabem. Uma boneca Barbie se pega tendo defeitos imperdoáveis, tais como celulite e pés sem a curva do salto alto, chapados no chão, aquele mesmo que a Barbie nunca pisou, pois sempre esteve metida num scarpin. Na luta por voltar ao padrão, ela descobre que ser de carne e osso era tudo o que buscava. Ainda que com a problemática feminina na cartela. O que não é pouco.

No escurinho do cinema, eu era uma das poucas que podia dizer que vi pela TV as cenas da Betty Friedan a queimar sutiãs pelas ruas de Nova Iorque, li “O Relatório Hite” - profunda pesquisa sobre a sexualidade feminina lançada em 1976 –, vi a chegada da pílula e enfrentei em conflitos com os pais na hora de sair de casa e me fazer independente. As mulheres adultas no cinema estavam acompanhadas (de suas filhas? Sobrinhas? Netas?) pré-adolescentes. Assim, com o sentimento de uma “dinossaura” na Disneylândia, tinha um olho na tela outro na plateia.

Grata surpresa! Elas entenderam tudo!

Foi com um sentimento difuso entre emoção (ou seria de satisfação, por ver nosso esforço recompensado?) que eu as vi vibrando no momento certo, pela “virada da Barbie”. Aplaudiram os discursos potentes da “boneca”, para convencer as demais a aderirem à mudança, e as vi rindo da fragilidade do Ken, dividido entre ser o macho Alfa e encarar a humanização com a mesma coragem e vontade de Barbie.


E, pasmem, como é típico nesta fase – a adolescência -, quando a luz da tela batia mais forte, pude perceber vários rostinhos banhados em lágrimas nas falas mais enfáticas a favor dos direitos femininos. (Vamos respeitar! Elas estão amadurecendo).

No final, não foram poucas as mães que tiveram de esperar as suas meninas se recomporem para sair, pois haviam se emocionado, de fato.

Naquele universo, entre o rosa bebê e o pink, fiquei me lembrando dos dados do relatório do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado na véspera, que atestou o crescimento de todos os tipos de violência contra crianças e adolescentes, em 2022 (ano ainda sob a batuta do inominável).

Cresceram o número de casos de abandono, maus tratos, lesão corporal e de crimes sexuais, apontava o estudo, que demonstrou também que os registros de crimes contra crianças e adolescentes já superam os números de antes da pandemia de Covid-19. Ao todo são mais de 102 mil menores de idade vítimas de violência no país e os especialistas destacaram que os números oficiais estão longe de representar o total, já que há grande subnotificação desse tipo de crime.

Fiquei pensando quantas já encontraram ou encontrariam o seu “predador” dentro de casa, entre os familiares, os maiores perpetradores desse tipo de crime? Vocês reagirão: elas não. São de classe média (garotas de família!). Pois eu lhes respondo que se existe algo perversamente “democrático” no país, é o estupro. Estão aí, nas páginas, as ex-mulheres de embaixador, de políticos com nomes de destaque do Congresso e muitas endinheiradas, que a gente nem imagina, passam por isso, pois preferem se calar, a denunciar e se verem enredadas em um escândalo.

Segundo o anuário, o estupro é o tipo de crime com o maior número de registros contra menores de 18 anos no Brasil e teve um aumento de 15,3% no ano anterior - passando de 45.076, em 2021, para 51.971. Atinge a todas as camadas sociais. Das classes mais altas, como já citado, às garotas de periferia, obrigadas a dormirem em casa de cômodos exíguos, às vezes até sem divisão de quartos.

O que a sessão da Barbie me deixou, foi com a sensação de que ali estava um exército de meninas conscientes, fortes e dispostas a lutar pela liberdade de escolha e por seus destinos. Há esperança!

Quanto ao filme, mostra uma Margot Robbie perfeita para o papel, e tem seu ponto alto no balé dos homens fragilizados, em que o ator Ryan Goslin dá um show de graça e talento. Gostei do que vi na tela – apesar de altamente previsível – e na plateia. Valeu o ingresso. 

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sexta-feira, 28 de abril de 2023

ÚLTIMA BATALHA DA F.E.B. - FORNOVO DI TARO

 VITÓRIA ESPETACULAR

A Batalha de Fornovo di Taro brindou a passagem da F.E.B. pelos campos de batalha italianos com a marca da glória!
Ocorrida entre os dias 28/04/1945 e 01/05/1945, opôs a F.E.B., Força Expedicionária Brasileira, e a 148ª Divisão do Exército Alemão, sob comando do General Otto Fretter-Pico, apoiada por forças do fascismo italiano, representantes da República Social (o governo fantoche criado por Hitler para Mussolini), sob as ordens do General Mario Carloni.1
Fornovo di Taro é uma comuna italiana da região da Emilia-Romanha, província de Parma, às margens do Rio Taro. Em abril de 1945 encontrava-se em poder das tropas alemãs que resistiam ao avanço dos aliados.
General Otto Fretter-Pico / Don Alessandro Cavalli / General Mario Carloni
Em 27/04/1945, o Major Cordeiro Oeste, utilizando-se da intermediação de um vigário italiano, Don Alessandro Cavalli, Pároco de Neviano de Rossi, enviou às tropas alemãs o aviso de que estavam cercadas e propondo a rendição honrosa.
Ao comando da tropa situada na região de Fornovo-Respiccio.
Para poupar sacrifícios inúteis de vida, intimo-vos a render-vos incondicionalmente ao comando das tropas regulares do Exército brasileiro, que estão prontas para vos atacar. Estais completamente cercados e impossibilitados de qualquer retirada. Quem vos intima é o comando da vanguarda da Divisão brasileira, que vos cerca. Aguardo, dentro do prazo de duas horas, a resposta do presente ‘ultimatum’. Assinado: Nélson de Mello, Coronel” [comandante do 6º RI].2
Generais Zenóbio da Costa, Mascarenhas de Morais e Cordeiro de Farias
Os alemães pediram os termos por escrito e, quando os receberam, avisaram que iriam consultar seus superiores. Não sabemos a resposta do Alto Comando alemão, mas, sabe-se que as ordens de Hitler eram, geralmente, para resistir até à morte.
Contudo, naquele final de Abril a capacidade de Hitler para comandar suas forças armadas, com o Exército Vermelho chegando à chancelaria, era mínima, quando não inexistente. Os brasileiros, portanto, não esperaram pela tergiversação alemã e em 28/04 o ataque começou.
As tropas do 1º e do 11º Regimentos bloqueavam as rotas de fuga. O 6º Regimento, com apoio de artilharia, engenharia, reconhecimento e de tanques americanos, atacou.
A força principal avançou pelo Sul, vinda da localidade de Collecchio, era comandada pelo Major João Carlos Gross, e encontrou violenta resistência alemã. As tropas brasileiras resistiram aos intensos contra-ataques entre a noite de 28 e a madrugada de 29/04/1945.
Fornovo di Taro nos dias atuais. Ao fundo o Rio Taro.
Apesar dos violentos combates, as negociações de paz foram retomadas e emissãrios alemães foram ao encontro dos oficiais brasileiros em Collechio onde estes lhes confirmaram os termos de rendição: incondicionais.
Diante da situação insolúvel os alemães aceitaram baixar as armas. Coube aos Sargentos Joaquim Matheus e Luiz Pedrozzelli 3 a rajada final de tiros brasileiros na Itália, disparada na madrugada de 29/04/1945.
Terminava a última batalha da F.E.B. na Segunda Guerra Mundial. E foi um fecho com chave de ouro, como um dos relatos da rendição alemã permite vislumbrar:
Combinada a rendição, cessou o fogo dos dois lados. Na manhã seguinte vieram as formações marchando garbosamente, cantando a canção ‘velhos camaradas’, também conhecida no nosso Exército”.
A cerimônia era tocante” – prosseguiu Dionísio. “Era até mais cordial do que o final de uma partida de futebol. Podíamos ser inimigos, mas nos respeitávamos e parecia até haver alguma afeição. Eles vinham marchando e cada companhia colocava suas armas numa pilha, continuando em forma, e seu comandante apresentava a tropa ao oficial brasileiro que lhe destinava um local de estacionamento. Só então os comandantes alemães se desarmavam. A primeira Unidade combatente a chegar foi o 36 Regimento de Infantaria da 9° Divisão Panzer Grenadier. Seguiram-se mais de 14 mil homens, na maioria alemães, da 148° Divisão de Infantaria e da Divisão Bessaglieri Itália que os acompanhava”.4
Colunas de Soldados alemães em rendição
Armamento alemão capturado
A F.E.B. foi a única força militar do teatro de operações da Itália a capturar uma Divisão inteira do Exército Alemão.
Em números aproximados, os brasileiros capturaram 14.779 homens, entre soldados, oficiais e dois generais, 4.000 cavalos, 80 canhões, 1.500 viaturas, além das metralhadoras, fuzis, munição e armas leves. O fim da presença nazista na Itália estava próximo, assim como a guerra na Europa.
Soldados alemães prisioneiros

A Força Expedicionária Brasileira foi brilhante em Fornovo di Taro. Surpreendeu as forças alemãs em Collecchio e as obrigou a recuar para Fornovo. Cercou-as e resistiu à desesperada tentativa de rompimento do cerco, não deixando outra opção aos alemães que não a rendição incondicional.
A rendição alemã aos oficiais brasileiros.

F.E.B. – gratidão e orgulho eternos do Brasil! E nossa homenagem também ao esquadrão Senta a Pua, da Força Aérea Brasileira, que teve participação fundamental no apoio ao avanço aliado na Itália.
Placa comemorativa da rendição alemã intermediada por D. Alessandro Cavalli.

Pilotos do Senta a Pua!


Imagens:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Otto_Fretter-Pico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fornovo_di_Taro
http://www.mymilitaria.it/liste_04/2_addestramento_oro.htm
http://www.portalfeb.com.br/longa-jornada-com-a-feb-na-italia-fornovo-di-taro/
https://chicomiranda.wordpress.com/tag/rendicao-alema-ao-brasil/
1A Cobra Fumou. A história dos verdadeiros herois brasileiros. Batalha de Forovo di Taro
Disp.: http://cobrafumou.webnode.com.br/historia3/batalha-de-forovo-di-taro/ - 06/03/2015
2CASTRO, Adler Homero Fonseca de. A FEB, a ofensiva aliada na Itália e a ação em Collecchio-Fornovo
http://www.grandesguerras.com.br/artigos/text01.php?art_id=50
3LUIZ, André.: Último Tiro de Artilharia e a Rendição Incondicional Alemã -148ª Divisão de Infantaria
http://segundaguerra.net/ultimo-tiro-de-artilharia-e-a-rendicao-incondicional-alema-148a-divisao-de-infantaria/
4Cel. Hiram Reis e Silva. Por que a 148ª Divisão Alemã se entregou somente aos brasileiros na Itália?
http://oblogdoabelha.blogspot.com.br/2011/08/118-guerra-na-italia-148-divalema-so-se.html