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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

MONGÓLIA: DE GENGHIS KHAN A MARCO POLO - Parte VI


MONGÓLIA

DE GENGIS KHAN A MARCO POLO

Parte VI

O KHAN DOS KHANS

O confronto dos exércitos de Genghis e Jamuca é um daqueles momentos definidores dos rumos da História.

Genghis venceu o confronto e Jamuca fugiu ao perceber a derrota. Ele sabia o que faria com Genghis se vencesse e, portanto, não esperava postura diferente de seu adversário na situação oposta.

Nesta fuga Jamuca foi traído por seus soldados que o prenderam entregando a Genghis.

Certamente esperavam uma bela recompensa por entregar-lhe seu maior inimigo. Mas estavam enganados.1

Jamuca não foi morto. Assistiu a seus captores serem presos e decaptados pois Genghis queria mostrar que não aceitava traições, nem mesmo aquelas feitas contra seus inimigos. Depois, só então, Jamuca foi morto.2

Englobando o exército adversário derrotado, Genghis teve seu primeiro teste como liderança superior: dominou os tártaros, que haviam migrado para o Sul da Mongólia vindos do Deserto de Gobi.

Naquele momento, Genghis tornava-se o homem mais poderoso entre todos os Khans da Mongólia, situação que foi reconhecida em 1206 quando “reuniu um grande kurultai - assembleia geral das famílias nobres dessas tribos - que o proclamou chefe supremo, Khan.3

Surgia, assim, Genghis Khan!

Continua.

 

1  VILELA, Túlio. Império Mongol (1) - A história de Genghis Khan, o líder do Império Mongol. UOL

Disp.: https://novaescola.org.br/conteudo/2373/o-que-foi-o-imperio-mongol – Acesso: 29/09/20

2  Ibid – Acesso: 29/09/20

3  BEZERRA, Juliana. Genghis Khan. Toda Matéria.

Disp.: https://www.todamateria.com.br/genghis-khan/ – Acesso: 29/09/20

 

 

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

CHURCHILL - Parte 27

CHURCHILL – Parte XXVII [1] [2]
No meio do ano de 1939, poucos meses depois de tomar a Tchecoslováquia, Hitler já estava apresentando exigências à Polônia em relação à cidade portuária de Danzig e ao Corredor Polonês. Chamberlain declarou que “se Hitler exigisse Danzig “de modo correto”, então “talvez se pudessem arranjar as coisas”.
Ao mesmo tempo a pressão para que Churchill fosse nomeado para um cargo chave no governo cresceu na imprensa e até mesmo entre os ministros do governo. Lorde Halifax disse “em particular que era necessário que Churchill fosse incluído”. Em agosto o Times “publicou um apelo assinado por 375 membros das administrações das universidades britânicas e que pedia a inclusão de Churchill no governo.” Veio sugestão neste sentido até mesmo, pasmem, da Alemanha!
o ministro das Finanças de Hitler, conde Lutz Schwerin von Krosigk, tinha dito a um general britânico que o visitara: Ponham Winston Churchill no Gabinete. Churchill é o único inglês que Hitler teme. Ele não leva a sério o primeiro-ministro ou Halifax, mas coloca Churchill no mesmo nível de Roosevelt. O mero fato de darem a ele um importante lugar ministerial convencerá Hitler de que estamos enfrentando-o. (<pg. 76-78)
Mas Chamberlain seguiu impávido e ainda fez mais, apoiou férias de dois meses para o parlamento. Houve fortes protestos mas o governo venceu a votação. Churchill então viajou para a França, onde foi-lhe permitido visitar instalações secretas da Linha Maginot, ocasião na qual ele fez mais uma de suas “profecias” advertindo os franceses para não deixarem de fora a Floresta das Ardenas:
Lembrem-se de que estamos diante de uma nova arma, a blindagem em larga escala, na qual os alemães sem dúvida se concentram, e que essas florestas são particularmente tentadoras para essas forças, pois não são vistas do ar (<pg. 77-78)
De volta a Inglaterra, Churchill soube que estavam em andamento as negociações que resultariam no pacto de não agressão entre a Alemanha e a URSS assinado em 23/08/1939, o chamado Pacto Molotov-Ribbentrop.[3] 
Então Chamberlain não teve outra alternativa senão sair de seu marasmo. Ele “convocou o Parlamento e foram dadas ordens à armada para que ocupasse suas posições de guerra.” (pg. 78-79)
O Pacto Nazi-Soviético
Uma aliança formal foi assinada com a Polônia que foi invadida pela Alemanha na madrugada de 01/09/1939. (pg. 78-79)

O Parlamento foi convocado para reunir-se às 18hs e Churchill foi convidado por Chamberlain para visitá-lo na sede do governo, a Downing Street nº 10. Lá Winston foi convidado a compor o Gabinete de Guerra, o que aceitou sem qualquer hesitação ou reprimenda.
Esta nomeação e nada foi a mesma coisa, pois Churchill foi para casa após a reunião e não foi mais chamado nem para a reunião do Gabinete do dia seguinte na qual os Ministros concordaram em enviar um ultimato a Alemanha. Mas nem isso foi feito.
Quando falou no Parlamento, Chamberlain tinha uma proposta de que “Se o governo alemão aceitar retirar suas forças, o governo de Sua Majestade poderá considerar que a situação é a mesma que existia antes da ruptura das fronteiras da Polônia pelas forças alemãs”. Uma piada.
Somente quando vários ministros ameaçaram demitir-se caso não fosse enviado um ultimato a Hitler é que tal documento foi feito e encaminhado. Isso ocorreu dia 03/09/1939. Nenhuma resposta veio da Alemanha e, portanto, a II Guerra Mundial estava iniciada. (<<<pg. 79-80)
A declaração de guerra foi anunciada por Chamberlain no rádio pouco depois de 11hs do dia 03/09/1939 e logo depois soou um alarme falso de ataque aéreo que fez com que Churchill, Clementine e uma garrafa de Brandy fossem para um abrigo anti-bombas próximo onde “Estavam todos bem-dispostos e brincalhões, que é a maneira inglesa de lidar com o desconhecido.” No mesmo dia o Rei George VI também fez seu famoso pronunciamento.

Naquele mesmo dia, após a sessão parlamentar, Chamberlain nomeou Winston para Primeiro Lorde do Almirantado, notícia que foi anunciada a toda frota naval britânica com uma nota: “Winston voltou.” Ele próprio não foi menos dramático na chegada e na reunião com os membros da junta ordenou: “Meus senhores, aos seus lugares e deveres”.
De sua parte começou logo a enfrentar a necessidade urgente de suprir as forças armadas, criar e estimular uma produção de material militar e preencher as terríveis lacunas deixadas pelos anos de despreparo que agora cobravam seu preço.
A despeito disso, em 09/09/1939 os primeiros contingentes de soldados britânicos chegavam à França em segurança. Churchill também propôs o envio de navios ao Mar do Norte, para ameaçar o litoral alemão, ataques aéreos a depósitos de combustível e a espalhar minas no litoral da Noruega, por onde a Alemanha escoava suas importações de minérios.
Nenhuma dessas ações foi tomada pela incapacidade causada pelos anos de despreparo. As matilhas de submarinos alemães, porém, não paravam de afundar os navios mercantes britânicos. Enquanto isso, distante de qualquer ajuda, a Polônia agonizava e quando o exército soviético, em atendimento aos dispositivos secretos do Pacto Molotov-Ribbentrop, invadiu o país pelo leste, a capitulação tornou-se inevitável. 

Hitler na Polônia
Hitler, por seu lado, depois de ter “colocado o elefante na sala”, começou a falar de um acordo de paz que lhe garantisse a posse da Tchecoslováquia e da Polônia. (<<<<pg. 81-84)
Em visita à Base Naval de Scapa Flow, Churchill percebeu mais uma vez o despreparo. Alertou ainda “que a esquadra não ficasse amarrada, como ele a viu.” Mas essa recomendação também não foi seguida.
Em 14 de outubro o submarino alemão U-47, sob comando do Capitão-Tenente  Günther Prien, conseguiu furar todas as defesas subaquáticas, penetrar na base naval e afundou o encouraçado HMS Royal Oak matando oitocentos homens.
Representação do U-47

HMS Royal Oak
A notícia do ataque foi dada a Winston por um de seus secretários: “Quando dei a notícia a Churchill, apareceram lágrimas em seus olhos e ele murmurou: Pobres rapazes, pobres rapazes, apanhados nas negras profundidades.
Ao falar sobre o ocorrido no Parlamento, bem como sobre o afundamento de navios mercantes, Churchill disse que durante a guerra os mares não seriam seguros, mas que o transporte de cargas prosseguiria. (<<<pg. 85)
CONTINUA




[1]    GILBERT, Martin. Churchill : uma vida, volume 2. tradução de Vernáculo Gabinete de tradução. – Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2016.

[2]    Em relação às referências das páginas, que fazemos ao final de alguns parágrafos, por uma questão estética e de não ficar sempre repetindo, criamos um código simples com o símbolo “<”. Sua quantidade antes da referência da página indica a quantos parágrafos anteriores elas se relacionam. Exemplo: A referência a seguir se refere ao parágrafo que ela finaliza e mais os dois anteriores  (<<pg.200-202).

[3]    O Tratado de Não Agressão entre a Alemanha e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, foi um pacto de neutralidade entre a Alemanha Nazi e a União Soviética assinado em Moscovo em 23/08/1939 pelos ministros dos Negócios Estrangeiros Joachim von Ribbentrop e Vyacheslav Molotov, respectivamente. A este pacto seguiu-se o Acordo Comercial Germano-Soviético em Fevereiro de 1940. O pacto estabelecia esferas de influência entre as duas potências, confirmadas pelo protocolo suplementar do Tratado da Fronteira Germano–Soviético alterado depois da invasão conjunta da Polônia. O pacto manteve-se em vigor durante dois anos, até o dia do ataque da Alemanha às posições soviéticas na Polônia Oriental durante a Operação Barbarossa em 22/06/1941. As cláusulas do pacto entre os nazis e os soviéticos incluíam uma garantia escrita de não beligerância de parte a parte, e um compromisso de que nenhum dos governos se aliaria a, ou ajudaria, um inimigo da outra parte. Para além do estabelecido sobre não agressão, o tratado incluía um protocolo secreto que dividia os territórios da Polônia, Lituânia, Letónia, Estônia, Finlândia e Roménia, em esferas de influência alemãs e soviéticas, antecipando uma "reorganização territorial e política" destes países.
  https://pt.wikipedia.org/wiki/Pacto_Molotov-Ribbentrop