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sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

EXÉRCITO VERMELHO LIBERTA AUSCHWITZ

 


O INFERNO NA TERRA

Naquele sábado, 27 de Janeiro de 1945, o Exército Vermelho entrou no inferno e o encontrou quase vazio, em comparação ao que já fora no auge de seu funcionamento.

 

Os soldados soviéticos encontraram o complexo de campos de concentração de Auschwitz, em Oswiecin, atual Polônia, dentre os quais estava Auschwitz II, ou Auschwitz-Bierkenau, o Campo de Extermínio, destino final de cerca de um milhão e trezentas mil pessoas, das quais aproximadamente um milhão e cem mil acabaram mortas.



O complexo era formado por três campos principais. O primeiro data de 1940, o segundo (extermínio) teve sua construção iniciada em 1941 e o terceiro em 1942.

 

Várias fábricas alemãs instalaram-se em seus arredores para fazer uso da mão-de-obra escrava dos trabalhadores residentes nos campos, entre elas a IG Farben e a BMW1. Quem ficava impedido, por qualquer motivo, de trabalhar, fosse por doença, acidente, fraqueza, etc, era imediatamente enviado para as câmaras de gás.



Os trens lotados de prisioneiros chegavam o tempo todo e a triagem era feita por médicos alemães, dentre os quais o famigerado Josef Mengele, que fazia experiências com crianças (gêmeos principalmente), e viveu tranquilamente no Brasil depois da guerra. Ele vistoriava os recém-chegados e separava os que aparentavam melhor condição física.





Estes eram enviados aos campos de concentração para trabalhos forçados. Sua expectativa de vida a partir deste momento era de três meses. Os demais eram conduzidos por um corredor com a promessa de um banho e desinfecção. 

Eles deixavam seus pertences e suas roupas e entravam nus nas brausebad (casa de banho), que na verdade eram as câmaras de gás, mas que tinham vários chuveiros instalados no teto, dando a ilusão de serem, realmente, banheiros. 

Câmara de Gás 

Com as luses apagadas e as portas hermeticamente trancadas, soldados posicionados no teto despejavam o conteúdo das latas de Zyclon B, um pesticida em formato de grãos, que se dissolviam em um gás mortífero, matando todos os prisioneiros em poucos minutos, causando convulsões, rigidez muscular e paralisia respiratória. 

O Zyclon B 

Depois as câmaras eram abertas e os corpos encaminhados aos crematórios, onde eram incinerados. Este processo só foi interrompido quando os disparos da artilharia soviética já podiam ser ouvidos no campo. 

Os fornos crematórios 

Então as forças nazistas esvaziaram o campo, mataram tantos prisioneiros quanto puderam, deixaram cerca de sete mil deles para trás e partiram com 60 mil, em marcha forçada, para outro lugar. Mais de 15 mil destes ficaram pela estrada, mortos de exaustão ou assassinados por não poderem caminhar.

Os horrores perpetrados em Auschwitz-Bierkenau foram tão terríveis que se tornam quase inacreditáveis e sempre sucitam a mesma pergunta: como a humanidade foi capaz de descer tão profundamente no abismo do mal, a ponto de planejar e fazer funcionar com tamanha precisão um lugar como aquele?

 

1http://www.ushmm.org/outreach/ptbr/article.php?ModuleId=10007718

 


MONGÓLIA: DE GENGIS KHAN A MARCO POLO XII

 


OGEDAI KHAN12

Ogedai nasceu em 1185, era filho de Gengis e se tornou um comandante de tropas semelhante ao pai.

Assumiu o trono mongol em 1229, sucedendo seu irmão Tolui, que fizera papel de regente até a eleição que o ratificou como governante, segundo a vontade de Gengis Khan.

Apesar da ordem de seu pai de construção da capital ter sido dada ainda em 1218, foi Ogedai o responsável pelo verdadeiro impulso da obra.

Também dividia suas tropas em exércitos separados, enviados a lugares diferentes. Fez aliança com o Império Songue para derrotar o Império Jim.

Enviou tropas contra a Rússia e a Ucrânia, saqueou Kiev, chegou até a Polônia onde derrotou o próprio Sacro Império Romano Germânico.

Atravessou o território da Hungria chegando ao Mar Adriático, o que lhe permitiria, em tese, atacar a Itália e a Grécia se não fosse o fato de que ele morreu, provávelmen-te de alcoolismo, em 1241.

E então, mais uma surpresa, quem assumiu o governo foi uma mulher, a esposa de Ogedai, Toreguene, regente até que seu filho mais velho assumisse o trono e este era Güyük Khan.

Continua

 

 

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

CHURCHILL - Parte 37

CHURCHILL – Parte XXXVII [1] [2]
O encontro com Stalin começou tenso, com este chateado, pois Churchill não podia atender a solicitação de um desembarque aliado na Europa que desviasse forças alemãs da URSS.
Mas Stalin ficou mais satisfeito com a promessa de que os bombardeios às cidades e instalações militares alemãs prosse-guiriam. E ainda mais feliz quando Winston detalhou os planos para um desembarque na África.
Na verdade, comentário nosso, naquele momento Stalin estava na difícil situação de defender-se do avanço alemão no Cáucaso onde a Batalha de Stalingrado já havia começado e a cidade parecia prester a cair, o que seria uma catástrofe de relações públicas considerando ser ela a Cidade de Stalin. E nada mais haveria no caminho para tomada dos campos petrolíferos de Maikop, o que garantiria abaste-cimento para a máquina de guerra alemã.
No dia 15/08/1942 ambos os líderes se encontraram novamente e Churchill avisou que haveria um “sério” ataque de reconhecimento em Dieppe (Normandia) em 17/08, o que deixaria a Alemanha “mais ansiosa acerca de um ataque através do canal”. Stalin ficou satisfeito e convidou Churchill ao seu aparta- mento no Kremlin para um drink que acabou se transformando em um banquete de seis horas. Despediram-se quase amigos, por assim dizer.
O ataque a Dieppe foi um sucesso, assim como a resistência das defesas de Stalin no Cáucaso seguiam resistindo. Churchill voltou ao Egito onde ficou mais alguns dias inspecionando as tropas nas quais sentiu o espírito revigorado após a posse de Montgomery.
Mensagens secretas deci- fradas em Bletchley permitiram o afundamento de mais navios que levavam combustível a Rommel, obrigando-o a antecipar o ataque visando El-Alamein. Mas ele fracassou justamente pela falta de combustível. Não havia mais como chegar ao Cairo ou Alexandria. (<<<<<<<<<<<<pg. 155-162)
Um ataque fracassado estimulava um contra-ataque e foi o que Montgomery fez em 23/10/1942. De posse de informações precisas sobre a localização e as deficiências das tropas de Rommel, que estava na Alemanha, os britânicos avançaram capturando milhares de soldados alemães e italianos. Quando Rommel voltou e tentou um contra-ataque, suas posições de reunião de forças foram bombardeadas pelo ar fazendo com que sequer pudessem começar.
A mensagem enviada por Rommel a Berlim, devidamente decifrada em Bletchley, informava o alto comando alemão de que as tropas italo-germânicas não tinham mais como resistir aos tanques britânicos e nem poderiam se retirar combatendo pela “falta de veículos motorizados e baixas reservas de combustível.”.
Saber dessa informação levou os britânicos a desencadear o ataque final. No dia 08/11/1942 “soldados britânicos e americanos desembarca- ram em força em Argel, Orã e Casablanca.”. Essas cidades, e portos, que eram possessões da França sob governo de Vichy, foram defendidas pelos franceses, mas o Almirante Darlan, francês, que estava em visita ao filho em Argel ordenou a entrega das armas aos aliados. Foi uma vitória extremamente importante.
A maré da guerra começava a virar pois também em Stalingrado, pouco mais de dez dias depois, seria desencadeada a Operação Urano, que cercaria o VI Exército alemão dentro de Stalingrado, isolando-o do restante das forças no Cáucaso.
A iminente derrota de Rommel na África abria a possibilidade de um desembarque aliado na Europa já em 1943, o que abriria a segunda frente europeia pela qual Stalin tanto pedira. Espirituoso como sempre, Churchil definiu aquele momento da seguinte forma: “Não é o fim. Não é sequer o princípio do fim. Mas é, talvez, o fim do princípio.
Em 13/11/1942 as tropas de Montgomery entraram em Tobruk e dois dias depois, por ordem de Churchill, todos os sinos da Inglaterra repicaram para celebrar a vitória. Por seu lado, as forças alemãs ocuparam o restante da França e o governo fantoche de Vichy deixou de existir na prática. (<<<<<pg. 162-165)
Em 22/11/1942 o Exército Vermelho completou o cerco ao VI Exército alemão, sob comando do General Von Paulus. Ele solicitou permissão para forçar uma retirada, o que Hitler negou, ordenando que resistisse e garantindo, com a palavra de Göring, que a Luftwaffe manteria o abastecimento. Contudo, Churchill soube que 400 dos aviões que fariam esse abastecimento (eram necessárias 800 toneladas periódicas de suprimentos) foram desviados para ajudar Rommel no deserto.
Este, por sua vez, concentrava muitas tropas na Tunísia, o que, certamente, adiaria a vitória final dos aliados na África, fato que também colocaria em suspense o desembarque aliado previsto para 1943. Os ataques de submarinos a comboios de suprimentos aliados para Inglaterra e a URSS seguiam aumentan- do chegando à astronômica cifra de quase 722 mil toneladas de navios afundados apenas em Novembro.
Somente em meados de Dezembro a cifra secreta alemã foi decodificada e os comboios puderam evitar as rotas dos submarinos. Em 17/12/1942 foi emitida uma declaração conjunta dos aliados denunciando o massacre de judeus e avisando que os perpetradores desses crimes seriam caçados depois da guerra.
CONTINUA 



[1]    GILBERT, Martin. Churchill : uma vida, volume 2. tradução de Vernáculo Gabinete de tradução. – Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2016.

[2]    Em relação às referências das páginas, que fazemos ao final de alguns parágrafos, por uma questão estética e de não ficar sempre repetindo, criamos um código simples com o símbolo “<”. Sua quantidade antes da referência da página indica a quantos parágrafos anteriores elas se relacionam. Exemplo: A referência a seguir se refere ao parágrafo que ela finaliza e mais os dois anteriores  (<<pg.200-202).