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sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

EXÉRCITO VERMELHO LIBERTA AUSCHWITZ

 


O INFERNO NA TERRA

Naquele sábado, 27 de Janeiro de 1945, o Exército Vermelho entrou no inferno e o encontrou quase vazio, em comparação ao que já fora no auge de seu funcionamento.

 

Os soldados soviéticos encontraram o complexo de campos de concentração de Auschwitz, em Oswiecin, atual Polônia, dentre os quais estava Auschwitz II, ou Auschwitz-Bierkenau, o Campo de Extermínio, destino final de cerca de um milhão e trezentas mil pessoas, das quais aproximadamente um milhão e cem mil acabaram mortas.



O complexo era formado por três campos principais. O primeiro data de 1940, o segundo (extermínio) teve sua construção iniciada em 1941 e o terceiro em 1942.

 

Várias fábricas alemãs instalaram-se em seus arredores para fazer uso da mão-de-obra escrava dos trabalhadores residentes nos campos, entre elas a IG Farben e a BMW1. Quem ficava impedido, por qualquer motivo, de trabalhar, fosse por doença, acidente, fraqueza, etc, era imediatamente enviado para as câmaras de gás.



Os trens lotados de prisioneiros chegavam o tempo todo e a triagem era feita por médicos alemães, dentre os quais o famigerado Josef Mengele, que fazia experiências com crianças (gêmeos principalmente), e viveu tranquilamente no Brasil depois da guerra. Ele vistoriava os recém-chegados e separava os que aparentavam melhor condição física.





Estes eram enviados aos campos de concentração para trabalhos forçados. Sua expectativa de vida a partir deste momento era de três meses. Os demais eram conduzidos por um corredor com a promessa de um banho e desinfecção. 

Eles deixavam seus pertences e suas roupas e entravam nus nas brausebad (casa de banho), que na verdade eram as câmaras de gás, mas que tinham vários chuveiros instalados no teto, dando a ilusão de serem, realmente, banheiros. 

Câmara de Gás 

Com as luses apagadas e as portas hermeticamente trancadas, soldados posicionados no teto despejavam o conteúdo das latas de Zyclon B, um pesticida em formato de grãos, que se dissolviam em um gás mortífero, matando todos os prisioneiros em poucos minutos, causando convulsões, rigidez muscular e paralisia respiratória. 

O Zyclon B 

Depois as câmaras eram abertas e os corpos encaminhados aos crematórios, onde eram incinerados. Este processo só foi interrompido quando os disparos da artilharia soviética já podiam ser ouvidos no campo. 

Os fornos crematórios 

Então as forças nazistas esvaziaram o campo, mataram tantos prisioneiros quanto puderam, deixaram cerca de sete mil deles para trás e partiram com 60 mil, em marcha forçada, para outro lugar. Mais de 15 mil destes ficaram pela estrada, mortos de exaustão ou assassinados por não poderem caminhar.

Os horrores perpetrados em Auschwitz-Bierkenau foram tão terríveis que se tornam quase inacreditáveis e sempre sucitam a mesma pergunta: como a humanidade foi capaz de descer tão profundamente no abismo do mal, a ponto de planejar e fazer funcionar com tamanha precisão um lugar como aquele?

 

1http://www.ushmm.org/outreach/ptbr/article.php?ModuleId=10007718

 


MONGÓLIA: DE GENGIS KHAN A MARCO POLO XII

 


OGEDAI KHAN12

Ogedai nasceu em 1185, era filho de Gengis e se tornou um comandante de tropas semelhante ao pai.

Assumiu o trono mongol em 1229, sucedendo seu irmão Tolui, que fizera papel de regente até a eleição que o ratificou como governante, segundo a vontade de Gengis Khan.

Apesar da ordem de seu pai de construção da capital ter sido dada ainda em 1218, foi Ogedai o responsável pelo verdadeiro impulso da obra.

Também dividia suas tropas em exércitos separados, enviados a lugares diferentes. Fez aliança com o Império Songue para derrotar o Império Jim.

Enviou tropas contra a Rússia e a Ucrânia, saqueou Kiev, chegou até a Polônia onde derrotou o próprio Sacro Império Romano Germânico.

Atravessou o território da Hungria chegando ao Mar Adriático, o que lhe permitiria, em tese, atacar a Itália e a Grécia se não fosse o fato de que ele morreu, provávelmen-te de alcoolismo, em 1241.

E então, mais uma surpresa, quem assumiu o governo foi uma mulher, a esposa de Ogedai, Toreguene, regente até que seu filho mais velho assumisse o trono e este era Güyük Khan.

Continua

 

 

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

CHURCHILL - Parte 37

CHURCHILL – Parte XXXVII [1] [2]
O encontro com Stalin começou tenso, com este chateado, pois Churchill não podia atender a solicitação de um desembarque aliado na Europa que desviasse forças alemãs da URSS.
Mas Stalin ficou mais satisfeito com a promessa de que os bombardeios às cidades e instalações militares alemãs prosse-guiriam. E ainda mais feliz quando Winston detalhou os planos para um desembarque na África.
Na verdade, comentário nosso, naquele momento Stalin estava na difícil situação de defender-se do avanço alemão no Cáucaso onde a Batalha de Stalingrado já havia começado e a cidade parecia prester a cair, o que seria uma catástrofe de relações públicas considerando ser ela a Cidade de Stalin. E nada mais haveria no caminho para tomada dos campos petrolíferos de Maikop, o que garantiria abaste-cimento para a máquina de guerra alemã.
No dia 15/08/1942 ambos os líderes se encontraram novamente e Churchill avisou que haveria um “sério” ataque de reconhecimento em Dieppe (Normandia) em 17/08, o que deixaria a Alemanha “mais ansiosa acerca de um ataque através do canal”. Stalin ficou satisfeito e convidou Churchill ao seu aparta- mento no Kremlin para um drink que acabou se transformando em um banquete de seis horas. Despediram-se quase amigos, por assim dizer.
O ataque a Dieppe foi um sucesso, assim como a resistência das defesas de Stalin no Cáucaso seguiam resistindo. Churchill voltou ao Egito onde ficou mais alguns dias inspecionando as tropas nas quais sentiu o espírito revigorado após a posse de Montgomery.
Mensagens secretas deci- fradas em Bletchley permitiram o afundamento de mais navios que levavam combustível a Rommel, obrigando-o a antecipar o ataque visando El-Alamein. Mas ele fracassou justamente pela falta de combustível. Não havia mais como chegar ao Cairo ou Alexandria. (<<<<<<<<<<<<pg. 155-162)
Um ataque fracassado estimulava um contra-ataque e foi o que Montgomery fez em 23/10/1942. De posse de informações precisas sobre a localização e as deficiências das tropas de Rommel, que estava na Alemanha, os britânicos avançaram capturando milhares de soldados alemães e italianos. Quando Rommel voltou e tentou um contra-ataque, suas posições de reunião de forças foram bombardeadas pelo ar fazendo com que sequer pudessem começar.
A mensagem enviada por Rommel a Berlim, devidamente decifrada em Bletchley, informava o alto comando alemão de que as tropas italo-germânicas não tinham mais como resistir aos tanques britânicos e nem poderiam se retirar combatendo pela “falta de veículos motorizados e baixas reservas de combustível.”.
Saber dessa informação levou os britânicos a desencadear o ataque final. No dia 08/11/1942 “soldados britânicos e americanos desembarca- ram em força em Argel, Orã e Casablanca.”. Essas cidades, e portos, que eram possessões da França sob governo de Vichy, foram defendidas pelos franceses, mas o Almirante Darlan, francês, que estava em visita ao filho em Argel ordenou a entrega das armas aos aliados. Foi uma vitória extremamente importante.
A maré da guerra começava a virar pois também em Stalingrado, pouco mais de dez dias depois, seria desencadeada a Operação Urano, que cercaria o VI Exército alemão dentro de Stalingrado, isolando-o do restante das forças no Cáucaso.
A iminente derrota de Rommel na África abria a possibilidade de um desembarque aliado na Europa já em 1943, o que abriria a segunda frente europeia pela qual Stalin tanto pedira. Espirituoso como sempre, Churchil definiu aquele momento da seguinte forma: “Não é o fim. Não é sequer o princípio do fim. Mas é, talvez, o fim do princípio.
Em 13/11/1942 as tropas de Montgomery entraram em Tobruk e dois dias depois, por ordem de Churchill, todos os sinos da Inglaterra repicaram para celebrar a vitória. Por seu lado, as forças alemãs ocuparam o restante da França e o governo fantoche de Vichy deixou de existir na prática. (<<<<<pg. 162-165)
Em 22/11/1942 o Exército Vermelho completou o cerco ao VI Exército alemão, sob comando do General Von Paulus. Ele solicitou permissão para forçar uma retirada, o que Hitler negou, ordenando que resistisse e garantindo, com a palavra de Göring, que a Luftwaffe manteria o abastecimento. Contudo, Churchill soube que 400 dos aviões que fariam esse abastecimento (eram necessárias 800 toneladas periódicas de suprimentos) foram desviados para ajudar Rommel no deserto.
Este, por sua vez, concentrava muitas tropas na Tunísia, o que, certamente, adiaria a vitória final dos aliados na África, fato que também colocaria em suspense o desembarque aliado previsto para 1943. Os ataques de submarinos a comboios de suprimentos aliados para Inglaterra e a URSS seguiam aumentan- do chegando à astronômica cifra de quase 722 mil toneladas de navios afundados apenas em Novembro.
Somente em meados de Dezembro a cifra secreta alemã foi decodificada e os comboios puderam evitar as rotas dos submarinos. Em 17/12/1942 foi emitida uma declaração conjunta dos aliados denunciando o massacre de judeus e avisando que os perpetradores desses crimes seriam caçados depois da guerra.
CONTINUA 



[1]    GILBERT, Martin. Churchill : uma vida, volume 2. tradução de Vernáculo Gabinete de tradução. – Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2016.

[2]    Em relação às referências das páginas, que fazemos ao final de alguns parágrafos, por uma questão estética e de não ficar sempre repetindo, criamos um código simples com o símbolo “<”. Sua quantidade antes da referência da página indica a quantos parágrafos anteriores elas se relacionam. Exemplo: A referência a seguir se refere ao parágrafo que ela finaliza e mais os dois anteriores  (<<pg.200-202).

quinta-feira, 28 de outubro de 2021

CHURCHILL - Parte 36

CHURCHILL – Parte XXXVI [1] [2]
Apesar da recomendação médica de repouso absoluto, Churchill viajou para Ottawa, no Canadá, onde discursou no Parlamento relembrando a previsão furada do francês Weygand de que logo a Grã-Bretanha estaria com o pescoço torcido como de uma galinha. Winston falou, para delírio dos presentes: “E que galinha!” Quando as gargalhadas cessaram, acrescentou: “E que pescoço!
Só após retornar do Canadá ele tirou alguns dias de folga na Flórida. No retorno seu avião, pouco antes de pousar em Plymouth, foi confundido com um avião alemão e seis caças ordenados a decolar para abatê-lo. Felizmente o erro foi corrigido a tempo e ele pousou em segurança. (<<<<<<pg. 149-151)
Tropas Japonesas em Cingapura
No final de janeiro, com os japoneses avançando sobre Cingapura, Churchill pediu um voto de confiança no Parlamento, vencendo por 464 x 1. Mas as más notícias de 1942 estavam começando.
Os alemães mudaram seus códigos da máquina enigma que só foram decifrados no final do ano, ao mesmo tempo, os nazistas conseguiram decifrar os códigos britânicos para os comboios de carga do Atlântico Norte.
Em meados de fevereiro as forças que combatiam em Cingapura foram autorizadas à rendição: “Entre aqueles que foram feitos prisioneiros dos japoneses, havia 16 mil britânicos, 14 mil australianos e 32 mil indianos.
Em transmissão radiofônica Churchill conclamou a seguirem firmas na travessia da tempestade, no entanto os soldados em luta na Ásia não pareciam imbuídos do mesmo espírito, conforme relatou um dos comandantes britânicos na região: “nem os ingleses, nem os australianos nem os indianos demonstram verdadeira dureza de espírito e corpo”.
E, falando em corpo, o de Churchill parecia fraquejar com o peso que carregava sobre os ombros, a sucessão de más notícias e as críticas que já surgiam internamente, até mesmo da parte do Rei. Clementine temia por ele e a filha Mary escreveu que “Papai está muito deprimido. Não está muito bem fisicamente e está desgastado pela contínua pressão dos acontecimentos.” Enquanto isso os japoneses avançavam na Birmânia e em Java.
Tropas Japonesas na Birmânia

Tropas Japonesas em Java
No teatro de operações europeu Stálin pedia uma invasão aliada em 1942 para aliviar a pressão sobre a URSS, mas os EUA só estariam prontos para uma operação de tal envergadura em 1944. O que podiam fazer até lá seria prosseguir bombardeando as cidades alemãs.
Cidade alemã de Colônia devastada
Em 30/05/1942 a cidade de Colônia foi atacada por 1000 aviões bombardeiros sendo reduzida a ruínas fumegantes. Ao mesmo tempo o código secreto de comunicações do Japão foi decifrado e a frota a caminho de Midway foi interceptada com a destruição de quatro porta-aviões japoneses. (<<<<<<pg. 151-155)
Batalha de Midway
Em meados de Junho Churchill viajou novamente aos EUA para se encontrar com Roosevelt, desta vez na casa deste às margens do Rio Hudson. O próprio Roosevelt dirigia uma carro adaptado e deixou Winston meio assustado “confesso que em várias ocasiões, quando o carro se desequilibrou e resvalou nas bermas cheias de mato dos precipícios à beira do Hudson, desejei que os aparelhos mecânicos e os freios não tivessem nenhum defeito.
Neste encontro ambos concordaram em uma parceria nas investigações sobre a construção de uma bomba atômica. Também juntos receberam a notícia da queda de Tobruk, o que deixava Rommel na possibilidade de invadir o Egito. Roosevelt se comprometeu em enviar “trezentos tanques e cem canhões autopropulsionados”.
De volta a Inglaterra Churchill enfrentou uma moção de censura no Parlamento. No dia do início dos debates Rommel invadiu El Alamein, o que não foi nada bom para Winston assim acusado por um deputado trabalhista: “O primeiro-ministro vence debate após debate e perde batalhas atrás de batalhas. O país começa a dizer que ele luta nos debates como numa guerra e luta na guerra como nos debates.” Mas a moção de censura “foi derrotada por 475 votos contra 25.
Contudo, como que para lembrar que as más notícias sempre predominavam, um comboio de armas e suprimentos a caminho da URSS foi atacado e “Dos seus 34 navios mercantes, 23 foram afundados e apenas 11 chegaram à Rússia. De quase seiscentos tanques que o comboio transportava para a Rússia, quinhentos foram perdidos.
Em Agosto/1942 Churchill voou para o Cairo, onde constatou o desânimo reinante entre as forças britânicas. Então ele decidiu substituir o comandante do 8º Exército General Auchinleck pelo General Gott, cujo posto de Comandante em Chefe do Oriente Médio seria assumido pelo General Alexander.
Mas Gott foi morto quando seu avião foi derrubado pelos alemães e o escolhido para o posto foi o General Montgomery, que era considerado uma pessoa desagradável e sobre isso Winston escreveu a Clementine: “Se ele é desagradável com aqueles que trabalham com ele, é também desagradável com o inimigo”.
Do Cairo Churchill voou para Teerã e de lá para Moscou de onde foi levado a uma dacha (tipo de casa de campo) na qual esperavam por ele um banho quente e bebidas “muito além de nossas capacidades de consumo”.
Pouco depois ele foi levado ao Kremlin onde se encontrou com Stalin.
CONTINUA




[1]    GILBERT, Martin. Churchill : uma vida, volume 2. tradução de Vernáculo Gabinete de tradução. – Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2016.

[2]    Em relação às referências das páginas, que fazemos ao final de alguns parágrafos, por uma questão estética e de não ficar sempre repetindo, criamos um código simples com o símbolo “<”. Sua quantidade antes da referência da página indica a quantos parágrafos anteriores elas se relacionam. Exemplo: A referência a seguir se refere ao parágrafo que ela finaliza e mais os dois anteriores  (<<pg.200-202).

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

CHURCHILL - Parte 35

CHURCHILL – Parte XXXV [1] [2]
No dia 22/06/1941, em transmissão pela BBC à noite, Churchill disse que todos sabiam que ele havia feito oposição ao bolchevismo durante muito tempo, mas que, naquele momento em que Hitler esperava derrotar os russos antes do inverno e depois voltar toda sua força contra a Inglaterra, “O perigo que a Rússia enfrenta é doravante nosso perigo...” que “a causa de qualquer luta dos russos por sua terra e por seu lar é a causa dos homens e dos povos livres em todos os cantos do mundo” e, portanto, “devemos dar à Rússia toda a ajuda que pudermos”.
E Winston agiu rapidamente para transformar em ações suas palavras ordenando uma série de grandes ataques às instalações militares alemãs na França e na Alemanha com intuito de obrigar Hitler a desviar recursos e tropas para defesa própria, aliviando assim o fardo russo.
Aos poucos o número de cidades alemãs bombardeadas foi aumentando, “Frankfurt foi bombardeada na noite de 7 de julho, Wilhelmshaven em 11 de julho e Hannover, em 14 de julho.
Em pronunciamento, Churchill avisou: “Infligiremos aos alemães o mesmo que, e mais ainda, do que eles infligiram a nós.” e ainda desafiou Hitler: “Você faz seu pior, e nós faremos nosso melhor.” Hamburgo foi o próximo alvo.
Ao mesmo tempo Winston enviava a Stalin todas as informações sobre a URSS que eram decifradas em Bletchley e avisava que daria toda ajuda possível: “...esperamos obrigar Hitler a devolver parte de seu poderio aéreo ao ocidente e gradualmente aliviá-lo de algumas de suas preocupações.
Parece-nos que, finalmente, Churchill estava planejando muito mais ataques do que operações defensivas. A isso soma-se a queda considerável de ataques aéreos sobre a Grã-Bretanha e a redução significativa da perda de comboios de suprimentos vindos da América pois agora eles conseguiam desviar e se esconder dos submarinos graças, mais uma vez, à decifração feita em Bletchley. (<<<<<<pg. 139-142)
No início de Agosto/1941 Churchill viajo a Placentia, na Terra Nova e Labrador - Canadá, para se encontrar com Roosevelt. 
Neste encontro foi decidido que os EUA ajudariam a URSS em coordenação com Churchill, aumentariam os comboios de suprimentos e suas escoltas para a Grã-Bretanha, também fariam entregas de aviões bombardeiros na África com pilotos-treinadores americanos e fariam patrulhamento marítimo até a Islândia.
Os dois países também firmaram um tratado com disposições sobre o pós-guerra que foi denominado Carta do Atlântico.[3]. Quando soube que os próprios alemães já não acreditavam em uma vitória na URSS antes do inverno, Churchill reforçou o envio de suprimentos, tanques e aviões para Stalin e os EUA fizeram o mesmo. 
Clementine lançou uma campanha que arrecadou medicamentos e um novo pacote de ajuda militar acertou o envio de “1.800 caças britânicos, novecentos caças americanos e novecentos bombardeiros para os próximos nove meses, bem como canhões navais, equipamentos de detecção de submarinos, armas antiaéreas e carros blindados.
Winston ordenou, ainda, ataques anfíbios à Noruega e a Sicília, operações que foram vetadas pelos chefes do Estado-Maior. (<<<pg. 142-146)
As boas notícias se multiplicavam. A URSS resistia muito além do que os mais pessimistas alemães poderiam ter previsto. 
Na Líbia as mensagens secretas decifradas em Bletchley davam conta de que Rommel enfrentava uma séria falta de recursos e até de combustível. Dois navios que trariam alívio na falta desse material foram afundados. As tropas britânicas romperam o cerco alemão e retornaram a Tobruk.
Em 07/12/1941 as forças navais do Império do Japão atacaram a base americana de Pearl Harbour. Os EUA não poderiam mais se esquivar de entrar na guerra. Contudo o ataque viera do Japão e o inimigo principal era a Alemanha. Como os EUA fariam guerra contra a Alemanha se esta não lhe atacara?
Quem solucionou a questão foi o próprio Hitler quando, após a declaração de guerra dos estadunidenses contra o Japão, declarou guerra da Alemanha contra os EUA.
Hitler tomou esta atitude fatal esperando que o Japão declarasse guerra a URSS, o que não ocorreu. O Exército Vermelho não só imperida a conquista de Moscou pelos nazistas, como contra-atacava fazendo recuar a Werhmacht pela primeira vez na guerra. (<<<pg. 146-149) Sobre esse tema, sugerimos uma pausa para leitura de nosso texto “A Mãe de Todas as Batalhas” que pode ser acessado AQUI.
Após a entrada dos EUA na guerra Churchill viajou a Washington onde foi hóspede de Roosevelt na Casa Branca. 
Ele permaneceu na capital estadunidense por três semanas e nas conversações ficou decidida a invasão do Norte da África bem como a necessidade de derrotar primeiro a Alemanha e depois o Japão que avançava sobre toda Ásia.
Também acordaram que os aviões americanos usariam as bases britânicas para atacar a Alemanha, que enviariam tropas para a Irlanda, substituindo os soldados do Reino Unido que poderiam ser enviados à África. Tropas americanas seriam deslocadas das Filipinas para Cingapura e mais tropas iriam compor a defesa da Austrália.
No dia 26/12/1941 Churchill discursou no Congresso dos EUA e, à noite, sofreu um pequeno ataque cardíaco na Casa Branca quando tentou abrir uma janela: “Tive de usar uma força considerável e, de repente, notei que tinha dificuldade para respirar. Senti uma forte dor no coração. Deixei de sentir meu braço esquerdo.
Mas o médico, Dr. Charles Wilson não revelou este fato nem mesmo ao paciente, recomendando apenas repouso e evitar esforço físico ao invés das seis semanas na cama que seriam recomendáveis.
CONTINUA



[1]    GILBERT, Martin. Churchill : uma vida, volume 2. tradução de Vernáculo Gabinete de tradução. – Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2016.

[2]    Em relação às referências das páginas, que fazemos ao final de alguns parágrafos, por uma questão estética e de não ficar sempre repetindo, criamos um código simples com o símbolo “<”. Sua quantidade antes da referência da página indica a quantos parágrafos anteriores elas se relacionam. Exemplo: A referência a seguir se refere ao parágrafo que ela finaliza e mais os dois anteriores  (<<pg.200-202).

[3]   A Carta do Atlântico (Atlantic Charter) foi negociada na Conferência do Atlântico (codinome Riviera) pelo primeiro-ministro britânico Winston Churchill e pelo presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt, a bordo do HMS Prince of Wales, na Argentia, em Terra Nova e foi emitida como declaração no dia 14 de Agosto de 1941. A Carta do Atlântico estabeleceu uma visão Pós-Segunda Guerra Mundial, apesar dos Estados Unidos ainda não estarem na guerra. Os participantes esperaram, em vão, a adesão da União Soviética, que tinha sido invadida pela Alemanha Nazista em 1941. Em resumo, os oito pontos eram:
1. Nenhum ganho territorial seria buscado pelos Estados Unidos ou pelo Reino Unido;
2. Os ajustes territoriais devem estar de acordo com os desejos do pessoal interessado;
3. As pessoas têm direito à auto-determinação;
4. Barreiras comerciais devem ser excluídas;
5. Há de ser uma cooperação econômica global e avanço do bem-estar social;
6. A liberdade de desejo e medo seria executada;
7. Há de ter a liberdade dos mares;
8. Desarmamento das nações agressoras em comum após a guerra seria feito.
     https://pt.wikipedia.org/wiki/Carta_do_Atl%C3%A2ntico

sábado, 25 de setembro de 2021

REINO DE CLIO - CIDADES HISTÓRICAS DE SERGIPE


CIDADES HISTÓRICAS DE SERGIPE

Nesta nova série vamos percorrer as grandes e pequenas cidades históricas de Sergipe em busca de seu patrimônio preservado para mostrar aos nossos seguidores. Vamos visitar São Cristóvão, Estância, Laranjeiras, Maruim, Santa Luzia do Itanhi, Japaratuba, Itaporanga D'Ajuda, Nossa Senhora do Socorro e Aracaju.

Para acompanha clique AQUI e se inscreva em nosso canal. Os vídeos vão ao ar todo Sábado!

 

sábado, 11 de setembro de 2021

MONGÓLIA: DE GENGIS KHAN A MARCO POLO XI

 


TOLUI KHAN11

Como já escrevemos no texto anterior, Tolui,[1] filho de Gengis Khan, assumiu o governo em uma espécie de período regencial, até que seu irmão Ogedai, o sucessor escolhido por Gengis, fosse referendado como novo Khan em uma eleição.

Tolui era o filho mais novo de Gengis e Borte, a lendária esposa principal do Khan dos Khans. Ele nasceu por volta de 1191, casou-se em 1203 com Sorcaquetani, esposa escolhida por Gengis e gerou 4 filhos com ela, dentre eles alguém de quem falaremos bastante mais adiante: Kublai.

Tolui tomou parte em muitas campanhas do pai, inclusive no massacre de Nixapur. Ele faleceu em 1232 cometendo suicídio após tomar uma bebida envenenada para salvar seu irmão e Khan Oguedai que estava doente e cuja cura dependeria de um membro de sua família ser oferecido em sacrifício.

Tolui se ofereceu em sacrifício e cumpriu a oferta. Vinte anos depois Mangu Khan, que foi visitado pelo Frei Willian, concedeu a Tolui o título póstumo de Khan.

Continua

 



[1] 11https://pt.wikipedia.org/wiki/Tolui_C%C3%A3

terça-feira, 31 de agosto de 2021

CHURCHILL - Parte 34

CHURCHILL – Parte XXXIV [1] [2]
Em 14/11/1940, após o funeral de Neville Chamberlain, Winston recebeu o informe de que um grande ataque era iminente e, segundo Martin Gilbert, havia informações anteriores de que o alvo provavelmente seria Londres, para onde Churchill retornou apressadamente.
Essas informações também apontavam outros possíveis alvos como “o vale do Tâmisa, as costas de Kent e de Essex, Coventry e Birmingham”, de modo que não se podia ter certeza de onde seria o ataque.
Somente às 15:50hs houve informação de que o alvo era Coventry, para onde foram deslocados cem caças ao mesmo tempo em que bombardeiros foram enviados para bombardear os campos de onde decolariam os aviões alemães. Apesar disso, Coventry foi atacada com o resultado de 568 civis mortos.
Nos dias seguintes os ataques prosseguiram “tendo sido mortos 484 civis em Londres e 228 civis em Birmingham.” A retaliação britânica foi rápida: “Berlim foi bombardeada em 16 de novembro e Hamburgo foi atingida dois dias depois, matando 233 civis alemães.” (<<<<pg. 126-127)
Em 08/12/1940 outro ataque destruiu parte da Câmara dos Comuns e mais 85 pessoas morreram. 
Câmara dos Comuns atingida
Dois dias depois, finalmente, mais uma boa notícia: as tropas britânicas estavam arrasando os italianos no deserto e “o número de prisioneiros tinha subido para sete mil, entre eles três generais.” Os italianos também não estavam se dando bem na Grécia e, em ambos os casos, logo receberiam ajuda alemã.
Mas a situação financeira da Inglaterra estava rapidamente se transformando em um problema quase tão ruim quanto os aviões de Hitler. Roosevelt estava negando quase todos os pedidos de armas e suprimentos de Churchill e estava exigindo praticamente pagamento à vista.
Porém, “As compras de armas em dezembro, janeiro e fevereiro ascendiam a 1 bilhão de dólares, mas as reservas de ouro e dólares tinham sido tão esvaziadas por um ano de despesas de guerra que o total era de apenas 574 milhões de dólares.” Desse total, Roosevelt queria a metade pagos adiantados para poder seguir as entregas e chegou “ao ponto de enviar um navio de guerra à base naval de Simonstown, perto da Cidade do Cabo, para recolher 50 milhões de dólares de reservas de ouro britânicas guardadas na África do Sul.
A despeito disso as tropas britânicas no Egito avançaram até Tobruk, na Líbia. Esses avanços tinham data para acabar, pois com o conhecimento prévio (adquirido pelos decifradores de Bletchley) de que Hitler enviaria tropas para ajudar os italianos na Grécia, Churchill decidira que o exército na Líbia seria desfalcado para reforçar a resistência grega. (<<<pg. 128-129)
No início de Janeiro/1941 uma solução para o comércio de guerra entre os EUA e a Inglaterra  finalmente foi desenhada pelo Presidente estadunidense. O contrato chamado Acordo de Empréstimo e Arrendamento (Lend-Leasing) previa que “os Estados Unidos fabricariam o que a Grã-Bretanha necessitava e alugariam esse material, numa base de arrendamento, sendo o pagamento efetuado no final da guerra.”.
Antes, porém, “a Grã-Bretanha tinha de pagar todas as dívidas que pudesse em ouro e por meio da venda dos bens comerciais britânicos nos Estados Unidos.” o que significaria praticamente zerar os cofres britânicos.
Contudo, significava também que os problemas de suprimentos estavam solucionados. Isso, somado à notícia decifrada em Bletchley de que Hitler não planejava mais invadir a Grã-Bretanha, representaram um grande alívio para Churchill.
A partir dai a cooperação entre os dois países tornou-se também militar com a formação de um grupo que reunia os Estados Maiores na preparação de planos para o caso de os EUA entrarem na guerra. Aqui sugerimos ao leitor outra pausa em nossa série para ler um texto paralelo relacionado. Trata-se de “Bastidores da II Guerra”, que conta a participação de heróis quase esquecidos e também sobre os dias sombrios da Inglaterra sob ataque nazista. Para ler clique AQUI.
E aqui vai um indício a mais que alimenta teorias de conspiração de que os EUA sabiam que seriam atacados pelo Japão: “mesmo na eventualidade de uma guerra no Pacífico, o teatro de operações Atlântico-Europa continuará a ser o decisivo, se a Alemanha e os Estados Unidos entrarem diretamente em guerra.” (<<<<pg. 129-130)
No início de fevereiro as tropas britânicas seguiam avançando sobre os italianos no deserto da Líbia e fazendo prisioneiros às dezenas de milhares. No dia 12, porém, desembarcou em Trípoli o homem que se tornaria um pesadelo para os britânicos: Erwin Rommel. Em abril ele já havia feito os britânicos recuarem de volta ao Egito.
Na Grécia a situação era semelhante, os alemães avançavam rapidamente e a Iugoslávia também se tornara um alvo levando toda região dos balcãs a cair sob domínio de Hitler. Ao mesmo tempo, no Atlântico, os submarinos alemães causavam uma devastação sem precedentes no já minguado fornecimento de suprimentos vindos da América, os ataques aéreos às cidades inglesas seguiam e o número de civis mortos chegou à casa dos 30 mil.
Churchill atuava, com base nas informações decifradas em Bletchley, tentando convencer o Japão a não atacar as possessões britânicas na Ásia, bem como municiar Stalin de informações sobre as concentrações de tropas alemãs na fronteira com a URSS.
Em 10/05/1941 ocorreu o pior ataque a Londres até aquele momento, 1400 civis morreram e a cidade ardeu por três dias. O prédio da Câmara dos Comuns foi atingido novamente e Churchill disse ao filho que “Os hunos, amavelmente, escolheram um momento em que nenhum de nós estaria lá”. 
Em meio a esse tsunami de más notícias, o afundamento do encouraçado alemão Bismarck foi um pequeno bálsamo nas inúmeras feridas britânicas. As retiradas sangrentas da Grécia e da África, porém, trouxeram a dura realidade de volta. Mas, em 22/06/1941 as forças alemãs invadiram a URSS. (<<<<pg. 130-138)
Todos os conselheiros e amigos com quem Churchill conversou eram da opinião de que a URSS não resistiria nem por dois meses à invasão alemã. Então Winston fez mais uma de suas “profecias”: “Aposto um monkey contra uma mousetrap em como os russos ainda estarão lutando vitoriosamente daqui a dois anos.” o que significava 500 libras contra 1 na linguagem das corridas de cavalos.
CONTINUA


[1]    GILBERT, Martin. Churchill : uma vida, volume 2. tradução de Vernáculo Gabinete de tradução. – Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2016.

[2]    Em relação às referências das páginas, que fazemos ao final de alguns parágrafos, por uma questão estética e de não ficar sempre repetindo, criamos um código simples com o símbolo “<”. Sua quantidade antes da referência da página indica a quantos parágrafos anteriores elas se relacionam. Exemplo: A referência a seguir se refere ao parágrafo que ela finaliza e mais os dois anteriores  (<<pg.200-202).