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quarta-feira, 29 de setembro de 2021

CHURCHILL - Parte 35

CHURCHILL – Parte XXXV [1] [2]
No dia 22/06/1941, em transmissão pela BBC à noite, Churchill disse que todos sabiam que ele havia feito oposição ao bolchevismo durante muito tempo, mas que, naquele momento em que Hitler esperava derrotar os russos antes do inverno e depois voltar toda sua força contra a Inglaterra, “O perigo que a Rússia enfrenta é doravante nosso perigo...” que “a causa de qualquer luta dos russos por sua terra e por seu lar é a causa dos homens e dos povos livres em todos os cantos do mundo” e, portanto, “devemos dar à Rússia toda a ajuda que pudermos”.
E Winston agiu rapidamente para transformar em ações suas palavras ordenando uma série de grandes ataques às instalações militares alemãs na França e na Alemanha com intuito de obrigar Hitler a desviar recursos e tropas para defesa própria, aliviando assim o fardo russo.
Aos poucos o número de cidades alemãs bombardeadas foi aumentando, “Frankfurt foi bombardeada na noite de 7 de julho, Wilhelmshaven em 11 de julho e Hannover, em 14 de julho.
Em pronunciamento, Churchill avisou: “Infligiremos aos alemães o mesmo que, e mais ainda, do que eles infligiram a nós.” e ainda desafiou Hitler: “Você faz seu pior, e nós faremos nosso melhor.” Hamburgo foi o próximo alvo.
Ao mesmo tempo Winston enviava a Stalin todas as informações sobre a URSS que eram decifradas em Bletchley e avisava que daria toda ajuda possível: “...esperamos obrigar Hitler a devolver parte de seu poderio aéreo ao ocidente e gradualmente aliviá-lo de algumas de suas preocupações.
Parece-nos que, finalmente, Churchill estava planejando muito mais ataques do que operações defensivas. A isso soma-se a queda considerável de ataques aéreos sobre a Grã-Bretanha e a redução significativa da perda de comboios de suprimentos vindos da América pois agora eles conseguiam desviar e se esconder dos submarinos graças, mais uma vez, à decifração feita em Bletchley. (<<<<<<pg. 139-142)
No início de Agosto/1941 Churchill viajo a Placentia, na Terra Nova e Labrador - Canadá, para se encontrar com Roosevelt. 
Neste encontro foi decidido que os EUA ajudariam a URSS em coordenação com Churchill, aumentariam os comboios de suprimentos e suas escoltas para a Grã-Bretanha, também fariam entregas de aviões bombardeiros na África com pilotos-treinadores americanos e fariam patrulhamento marítimo até a Islândia.
Os dois países também firmaram um tratado com disposições sobre o pós-guerra que foi denominado Carta do Atlântico.[3]. Quando soube que os próprios alemães já não acreditavam em uma vitória na URSS antes do inverno, Churchill reforçou o envio de suprimentos, tanques e aviões para Stalin e os EUA fizeram o mesmo. 
Clementine lançou uma campanha que arrecadou medicamentos e um novo pacote de ajuda militar acertou o envio de “1.800 caças britânicos, novecentos caças americanos e novecentos bombardeiros para os próximos nove meses, bem como canhões navais, equipamentos de detecção de submarinos, armas antiaéreas e carros blindados.
Winston ordenou, ainda, ataques anfíbios à Noruega e a Sicília, operações que foram vetadas pelos chefes do Estado-Maior. (<<<pg. 142-146)
As boas notícias se multiplicavam. A URSS resistia muito além do que os mais pessimistas alemães poderiam ter previsto. 
Na Líbia as mensagens secretas decifradas em Bletchley davam conta de que Rommel enfrentava uma séria falta de recursos e até de combustível. Dois navios que trariam alívio na falta desse material foram afundados. As tropas britânicas romperam o cerco alemão e retornaram a Tobruk.
Em 07/12/1941 as forças navais do Império do Japão atacaram a base americana de Pearl Harbour. Os EUA não poderiam mais se esquivar de entrar na guerra. Contudo o ataque viera do Japão e o inimigo principal era a Alemanha. Como os EUA fariam guerra contra a Alemanha se esta não lhe atacara?
Quem solucionou a questão foi o próprio Hitler quando, após a declaração de guerra dos estadunidenses contra o Japão, declarou guerra da Alemanha contra os EUA.
Hitler tomou esta atitude fatal esperando que o Japão declarasse guerra a URSS, o que não ocorreu. O Exército Vermelho não só imperida a conquista de Moscou pelos nazistas, como contra-atacava fazendo recuar a Werhmacht pela primeira vez na guerra. (<<<pg. 146-149) Sobre esse tema, sugerimos uma pausa para leitura de nosso texto “A Mãe de Todas as Batalhas” que pode ser acessado AQUI.
Após a entrada dos EUA na guerra Churchill viajou a Washington onde foi hóspede de Roosevelt na Casa Branca. 
Ele permaneceu na capital estadunidense por três semanas e nas conversações ficou decidida a invasão do Norte da África bem como a necessidade de derrotar primeiro a Alemanha e depois o Japão que avançava sobre toda Ásia.
Também acordaram que os aviões americanos usariam as bases britânicas para atacar a Alemanha, que enviariam tropas para a Irlanda, substituindo os soldados do Reino Unido que poderiam ser enviados à África. Tropas americanas seriam deslocadas das Filipinas para Cingapura e mais tropas iriam compor a defesa da Austrália.
No dia 26/12/1941 Churchill discursou no Congresso dos EUA e, à noite, sofreu um pequeno ataque cardíaco na Casa Branca quando tentou abrir uma janela: “Tive de usar uma força considerável e, de repente, notei que tinha dificuldade para respirar. Senti uma forte dor no coração. Deixei de sentir meu braço esquerdo.
Mas o médico, Dr. Charles Wilson não revelou este fato nem mesmo ao paciente, recomendando apenas repouso e evitar esforço físico ao invés das seis semanas na cama que seriam recomendáveis.
CONTINUA



[1]    GILBERT, Martin. Churchill : uma vida, volume 2. tradução de Vernáculo Gabinete de tradução. – Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2016.

[2]    Em relação às referências das páginas, que fazemos ao final de alguns parágrafos, por uma questão estética e de não ficar sempre repetindo, criamos um código simples com o símbolo “<”. Sua quantidade antes da referência da página indica a quantos parágrafos anteriores elas se relacionam. Exemplo: A referência a seguir se refere ao parágrafo que ela finaliza e mais os dois anteriores  (<<pg.200-202).

[3]   A Carta do Atlântico (Atlantic Charter) foi negociada na Conferência do Atlântico (codinome Riviera) pelo primeiro-ministro britânico Winston Churchill e pelo presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt, a bordo do HMS Prince of Wales, na Argentia, em Terra Nova e foi emitida como declaração no dia 14 de Agosto de 1941. A Carta do Atlântico estabeleceu uma visão Pós-Segunda Guerra Mundial, apesar dos Estados Unidos ainda não estarem na guerra. Os participantes esperaram, em vão, a adesão da União Soviética, que tinha sido invadida pela Alemanha Nazista em 1941. Em resumo, os oito pontos eram:
1. Nenhum ganho territorial seria buscado pelos Estados Unidos ou pelo Reino Unido;
2. Os ajustes territoriais devem estar de acordo com os desejos do pessoal interessado;
3. As pessoas têm direito à auto-determinação;
4. Barreiras comerciais devem ser excluídas;
5. Há de ser uma cooperação econômica global e avanço do bem-estar social;
6. A liberdade de desejo e medo seria executada;
7. Há de ter a liberdade dos mares;
8. Desarmamento das nações agressoras em comum após a guerra seria feito.
     https://pt.wikipedia.org/wiki/Carta_do_Atl%C3%A2ntico

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