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quinta-feira, 2 de junho de 2022

CHURCHILL - Parte 40

CHURCHILL – Parte XL [1] [2]
Churchill já saiu de Teerã esgotado e voou para o Cairo e depois para Tunísia, onde o avião pousou em aeroporto errado e ele teve que aguardar no frio. Depois do encontro com Eisenhower ele pretendia voar para a Itália, mas foi constatada uma pneumonia que o obrigou a guardar repouso por alguns dias nos quais, a despeito das recomendações médicas de descansar, seguiu tendo reuniões de trabalho.
Sem o descanso necessário, o coração de Winston começou a falhar gerando receio nos mais próximos de que estivesse morrendo. Para a filha Sarah, contudo, ele se mostrou consolado: “Se eu morrer, não se preocupe... A guerra está ganha.
A guerra pela saúde, no entanto, estava apenas começando. Em 15/10/1943 ele teve um ataque de fibrilação, que é um ritmo de batimentos rápido e irregular do coração.  No dia seguinte teve outro episódio. Mas seguia recebendo visitas e discutindo detalhes da guerra. No Natal já estava convidando comandantes para um almoço, ditando cartas, telegramas e até mesmo o próprio boletim médico.
Ao final de Dezembro/1943 Churchill voou para Marrakesh onde passaria o restante de sua recuperação. Ali recebeu a notícia de que haveria um segundo desembarque na Itália, em Anzio, e que o Exército Vermelho cruzara a fronteira da Polônia de 1939 empurrando os nazistas a marretadas.
Em Marrakesh Winston trabalhava pela manhã e fazia pick nicks no almoço nos quais recebia convidados para discussões menos formais. Quando recebeu De Gaulle em 12/01/1944 tentou persuadi-lo a evitar perseguir os colaboradores do governo de Vichy para que isso não se tornasse um cisma prejudicial e quando o francês relutou disse-lhe:
Ouça! Eu sou líder de uma nação forte e invicta. E, no entanto, todas as manhãs, quando acordo, meu primeiro pensamento é como poderei agradar ao presidente Roosevelt e meu segundo pensamento é como poderei cativar o marechal Stálin. Sua situação é muito diferente. Por que então seu primeiro pensamento ao acordar é como desafiar britânicos e americanos? (<<<<pg. 185-189)
Recuperado, Churchill voltou a Londres onde o trem especial do Rei esparava para levá-lo de Plymouth a Londres. Havia imenso alívio em todos os círculos por seu retorno vivo e saudável. Assim que chegou foi logo à Câmara dos Comuns para responder perguntas e depois foi almoçar com o Rei. (pg. 189-190)
O desembarque em Anzio não obteve o sucesso esperado pois a resistência alemã mostrou-se tenaz de modo que a operação foi assim definida por Churchill: “Esperávamos desembarcar uma fera que estriparia os alemães. Em vez disso, encalhamos uma enorme baleia com a cauda presa na água”.
Os estadunidenses pareciam dispostos a apenas manter as presentes situações na Itália, do que Winston discordava, mas não estava em posição de forçar sua opinião, até porque já estava envolvido no planejamento da Operação Overlord, a futura invasão da França pela Normandia.
E Winston o fazia com a usual energia: “Os aparentemente indolentes ou obstrutivos eram repreendidos; rivalidades eram reconciliadas; prioridades eram determinadas; dificuldades que a princípio pareciam insuperáveis eram ultrapassadas; e as decisões eram traduzidas em ações imediatas.
Foram planejadas ações de despiste que levaram os alemães a pensar que o desembarque se daria em Dieppe ou em Calais, mas não na Normandia. Em fins de Março/1944 o trabalho excessivo cobrou novamente seu preço e Churchill já estava novamente à beira de uma exaustão completa. E a situação era perceptível aos que o rodeavam como foi descrito após uma reunião do Estado-Maior:
Percebemos que ele estava excepcionalmente cansado. Receio que esteja perdendo terreno rapidamente. Parece incapaz de concentrar-se de forma duradoura e distrai-se constantemente. Estava sempre bocejando e disse que se sentia desesperadamente cansado.(<<<<pg. 190-192)
Em Abril/1944 a situação era ainda pior, apesar de o próprio Churchill garantiu que “ainda conseguia dormir bem, comer bem e, em especial, beber bem, mas já não saltava da cama como costumava e sentia que gostaria de passar todo o dia na cama”.
Sua preocupação era que os bombardeios necessários para abrir caminho no Dia-D não matassem muitos franceses, gerando um sentimento anti-aliados após a invasão da França. Temia também as baixas que suas tropas sofreriam nessa invasão pois, lembrando-se do que ocorrera durante a Primeira Guerra, “Uma geração britânica inteira de potenciais líderes havia sido dizimada e o país não podia dar-se ao luxo de perder outra geração”.
CONTINUA




[1]   GILBERT, Martin. Churchill : uma vida, volume 2. tradução de Vernáculo Gabinete de tradução. – Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2016.
[2]   Em relação às referências das páginas, que fazemos ao final de alguns parágrafos, por uma questão estética e de não ficar sempre repetindo, criamos um código simples com o símbolo “<”. Sua quantidade antes da referência da página indica a quantos parágrafos anteriores elas se relacionam. Exemplo: A referência a seguir se refere ao parágrafo que ela finaliza e mais os dois anteriores  (<<pg.200-202).

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