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sexta-feira, 25 de julho de 2014

A BATALHA DE MOSCOU - FINAL

A BATALHA DE MOSCOU1
A parada de 07 de Novembro de 1941, 24º aniversário da Revolução Russa, elevou muito o moral do Exército Vermelho. Mas nos parece que era mesmo o medo do terror stalinista o maior incentivador do soldado soviético.
Só isso explicaria o relato que Andrew Nagorski apresenta em sua obra, coletado de um soldado alemão sobrevivente, sobre um avanço soviético em ondas de soldados: “A 600 metros abrimos fogo e seções inteiras da primeira onda simplesmente desapareceram, deixando aqui e ali alguns sobreviventes caminhando resolutamente para frente. Era estranho, inacreditável, desumano.” (pg. 183)
Mas, o avanço alemão ainda tinha de enfrentar a lama que quase paralisou o avanço e dificultou o reabastecimento. Quando a lama endureceu com o frio, permitindo movimento mais rápido, os soldados passaram a sofrer com o frio que chegava a congelar o lubrificante dos veículos. 
Rasputitsia - A incontornável lama russa.
O frio foi tão intenso que os alemães passaram a se vestir até mesmo com roupas de mulher por sobre as fardas para se aquecer e chegavam a ter estalactites de gelo formados no rosto.
Soldados alemães semi-congelados no inverno russo.
Soldados alemães combatendo no inverno russo.
O filho de Stalin, prisioneiro dos alemães.
Muitos morreram congelados, como se lê no relato do veterano russo Albert Tsessarsky sobre o que viu nas margens do Rio Moscou, em Mozhaisk, e que Nagorski apresenta: “Um alemão morto usava um sutiã enrolado na cabeça, evidentemente para tentar proteger as orelhas do congelamento. Os outros estavam enrolados em tudo que encontraram para lutar contra o frio, e só usavam botas leves de couro.” (pg. 202)
As tropas siberianas que mudaram o curso da guerra marchando rumo ao combate.
Some-se isso tudo com a chegada dos tanques T-34 russos, bem superiores aos Panzer, a chegada das tropas siberianas, bem mais resistentes ao inverno, e entende-se como o pânico mudou de lado. A tomada de Moscou pelos alemães estava afastada, o recuo tornou-se inevitável e logo já estava entre 70 e 100km.
Rio Moscou - Mozhaisk - região de combates conhecida como "Vale da Morte".
Khimki - Periferia de Moscou - região mais perto da capital soviética na qual os alemães chegaram.
Em nossa opinião, o que se viu na Batalha de Moscou foi um confronto de ideologias mas, acima de tudo, um confronto entre dois sistemas de terror que se auto-alimentaram. Ao final, triunfou aquele que teve mais carne para enviar ao moedor.
Apesar de todo o atraso na invasão alemã e no avanço final a Moscou, causado por Hitler, do General Inverno e da capacidade militar do General Zhukov em organizar as defesas da capital soviética, foi o terror alemão que levou a população, inicialmente receptiva à invasão, a voltar a apoiar a URSS. E foi o terror stalinista que impulsionou soldados desarmados a lançarem-se ao ataque contra tanques e metralhadoras e a preferirem a morte ao recuo.
Dois monstros equivalentes se enfrentaram diante de Moscou. Infelizmente, apenas um deles foi derrotado.

FIM...
A infame Diretiva 21 -as ordens de Hitler para invasão da URSS.

1Todas as informações desta série são baseadas na obra “A Batalha de Moscou” de Andrew Nagorski, tradução de Paulo Castanheira, Editora Contexto.

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