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sexta-feira, 18 de julho de 2014

A BATALHA DE MOSCOU - Parte II


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A BATALHA DE MOSCOU1

A Wehrmacht avançava mais lentamente que o previsto. A resistência soviética aumentava muito além do previsto. Apesar de tudo, em meados de Julho, após a tomada de Smolensk, o Grupo de Exércitos do Centro, comandados por Fedor von Bock, estava pronto para iniciar o avanço final rumo a Moscou, se recebesse os reforços que deveriam vir do Norte e do Sul, concentrando forças para derrubar a cabeça da URSS.
Mas então Hitler deu uma força para seu colega ditador Stalin: exitou por cerca de 3 semanas expedindo diretivas para consolidar as operações em Leningrado, em Kiev e no Cáucaso. As ordens para Bock eram de assumir posição de defesa!
Apenas em setembro veio a ordem do avanço a Moscou. E mais uma vez os soviéticos levaram uma desvantagem terrível. Em Vyasma as forças vermelhas foram cercadas e aniquiladas em quase 100%. No início de outubro tanques alemães já estavam a cerca de 150km de Moscou. Mas, também nesta época caiu a primeira neve e na metade do mês as chuvas já ameaçavam o avanço alemão. Além disso, dois novos generais estavam para entrar em ação: Zhukov e o Inverno.
Kiev - Capital da Ucrânia - bombardeada.

Vyasma sob a invasão nazista.

Vyasma nos dias atuais.
O General Soviético Georgy Zhukov, responsável pela resistência de Leningrado, fora nomeado por Stalin para a defesa da capital e tentou, com apenas 90 mil homens, atrasar o máximo possível o avanço alemão até Moscou. O objetivo era ganhar tempo para fortalecer as defesas da cidade, obras para as quais todos os cidadãos foram convocados.
Mas em 16 de outubro, apesar de todo o preparo, da chuva e da neve que chegaram, a aproximação dos alemães fez com que Moscou sucumbisse ao pânico. Setores inteiros do governo, o corpo diplomático, fábricas inteiras eram evacuados e o que não podia ser transportado foi minado de explosivos.
Os serviços públicos deixaram de funcionar e a ausência da polícia representava o fim da ordem e a chegada do caos e da lei do mais forte. Os saques se espalharam das lojas de alimentos para todas as outras e, depois, para as residências abandonadas.
Nas estações ferroviárias lotadas a maioria dos que conseguiam embarcar deixavam quase todos os pertences para trás e quem tinha carro era, muitas vezes, arrancado de seus volantes, espancado e abandonado à própria sorte.
Por outro lado, também havia muitos que se juntavam às forças de defesa para lutar contra os alemães em proteção ao pais.
Stalin, após dias de exitação, decidiu permanecer em Moscou. Ele reassumiu as rédeas do governo da forma como sabia fazer melhor: instalou mais terror decretando a Lei Marcial em 19 de outubro. E logo o caos amainou e os saques pararam. E a construção das defesas da cidade se acelerou pois “...equipes de mulheres, ao lado de rapazes jovens demais para servir, construíam enormes redes de trincheiras, armadilhas antitanque e barreiras feitas de árvores derrubadas, entrelaçadas por arame farpado que, consideradas em conjunto, estendiam-se por milhares de quilômetros nas estradas que levavam à cidade.” (pg. 154).
Vítimas do terror de Stalin.

Mulheres de Moscou trabalhando nas defesas da cidade.
Ao mesmo tempo os soviéticos se prepararam para a eventual perda da capital. A maior parte dos edifícios mais importantes, inclusive o Teatro Bolshoi, foi preparada para demolição com explosivos quando os alemães estivessem instalados e agentes da NKVD (que depois viria a ser a KGB) receberam a missão de sabotar o inimigo e matar nazistas sempre que possível.
As defesas anti-aéreas da cidade eram fabulosas e causaram pesados danos aos alemães chegando a uma taxa estratosférica de 50% de abatimentos em um relato. Entre Dezembro/41 e Janeiro/42, 250 mil soldados foram deslocados da Sibéria (onde aguardavam um eventual ataque japonês que, descobriu-se pela espionagem, não viria), para defender a capital.
Mas o que elevou mesmo o moral das tropas vermelhas foi a parada de 07 de Novembro de 1941, 24º aniversário da Revolução Russa. 
07/11/1941 - As tropas soviéticas desfilam na Praça Vermelha, diante do "Camarada" Stalin.
Sob nevasca os soldados desfilaram na Praça Vermelha e os boatos sobre a fuga de Stalin chegaram ao fim, pois os soldados viram que o líder estava ali e marchavam diante dele. A notícia logo espalhou-se pelas frentes de combate, reavivando os ânimos.
Continua... 

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1Todas as informações desta série são baseadas na obra “A Batalha de Moscou” de Andrew Nagorski, tradução de Paulo Castanheira, Editora Contexto.

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