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sexta-feira, 20 de maio de 2016

O CÓDIGO DRÁCULA – IV


O CÓDIGO DRÁCULA – IV
Conhecemos, no texto anterior, quem foi o verdadeiro Drácula, o transilvano Vlad Draculea, cuja figura histórica Bram Stoker se apossou passando a moldá-la, transformando-a em um ser sobrenatural maléfico.
Muitos teóricos concordam, e nós também, que essa transformação criou um personagem metafórico, cercado por outros de semelhante importância na representação do tempo vivido pelo autor. As supostas metáforas são variadas, diferentes, assim como a que estamos tentando demonstrar.
Entretanto, para essa demonstração, precisamos analisar a obra em busca das pistas necessárias à nossa demanda.
O livro “Drácula” é um romance da chamada Literatura Gótica6, apresentado em forma de fictícias correspondências e transcrições dos diários dos personagens.
Destes, os que nos interessam mais detidamente, e em ordem de importância, são:
CONDE DRÁCULA – Vampiro da Transilvânia que compra terras em Londres.
QUINCEY P. MORRIS – Milionário Texano, pretendente de Lucy.
MINA MURRAY HARKER – Noiva/esposa de Jonathan, vítima de Dracula.
Os demais são:
LUCY WESTENRA – Vítima do vampiro em Londres, amiga de Mina.
ABRAHAM VAN HELSING – Medico chamado para ajudar Lucy.
JONATHAN HARKER – Advogado, noivo/esposo de Mina, vai à Romênia vender terras à Dracula e torna-se seu prisioneiro.
ARTHUR HOLMWOOD – Milionário, escolhido noivo por Lucy.
JOHN SEWARD – Psiquiatra de Carfax, pretendente de Lucy.
RENFIELD – Primeiro advogado a visitar Dracula na Romênia, ele enlouquece à espera de seu mestre em Londres.
No enredo, bem resumidamente, o Conde Drácula compra terras em Londres, começa a atacar pessoas e dá o próprio sangue para Mina, a quem deseja como companheira, iniciando um processo de transformação desta em vampira.
Para combatê-lo e auxiliar o casal Mina/Jonathan Harker, unem-se os amigos John Seward, Quincey Morris e Arthur Holmwood, auxiliados pelo Dr. Abraham Van Helsing.
A leitura da obra vai suscitar algumas perguntas cruciais para nossas investigações:
Por que Vlad Tepes foi a figura escolhida para encarnar o Vampiro, considerando que Stoker jamais esteve na Romênia?
Por que um cientista como Van Helsing valoriza tanto o poder religioso?
Por que somente as mulheres são transformadas em vampiras?
O que faz um típico cowboy americano neste romance gótico da Era Vitoriana?
Continua...
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4O Tratado Preliminar de Santo Estêvão (3 de março de 1878) foi o acordo que o Império Russo impôs ao Império Otomano após vencer os turcos na guerra russo-turca de 1877-1878. Foi assinado em Santo Estêvão (grego: Agios Stephanos, atualmente Yeşilköy), vilarejo ao oeste de Istambul, na Turquia, pelo conde Nicolau Pavlovitch Ignatiev e Alexandre Nelidov por parte do Império Russo e pelo ministro de assuntos exteriores Safvet Paxá e o embaixador na Alemanha Sadullah Bey por parte do Império Otomano.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_Santo_Est%C3%AAv%C3%A3o

5O Tratado de Berlim, concluído em 13 de julho de 1878, foi acordado entre as principais potências da Europa e o Império Otomano, e determinou o estabelecimento de um verdadeiro regime de controle permanente sobre a administração interna do império, de maneira a garantir o que os europeus invocavam como um mínimo aceitável de direitos, em particular a "liberdade religiosa" para os cidadãos submetidos à lei turca[1] .

Assinado no final do Congresso de Berlim, modificou o Tratado de Santo Estêvão, ao qual se opunham o Reino Unido e o Império Austro-Húngaro, e que instituía a "Bulgária Maior".

Tratado de Berlim reconheceu a independência dos reinos da Roménia, em 1881, da Sérvia, em 1882, de Montenegro, em 1910 e a autonomia da Bulgária, embora esta última permanecesse sob tutela formal do Império Otomano e fosse dividida em três partes: o Principado da Bulgária, a província autónoma da Rumélia Oriental e a Macedónia, devolvida aos otomanos, impedindo os planos russos para uma Bulgária Maior russófila[2] . A província otomana da Bósnia e Herzegovina, bem como o antigo Sanjak de Novi Pazar, foram colocados sob ocupação austro-húngara, embora formalmente continuassem a integrar o Império Otomano.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_Berlim_%281878%29

6A literatura gótica inicia-se no século XVIII, na Inglaterra, com a obra O Castelo de Otranto (1764), de Horace Walpole. Costuma-se destacar, como algumas das principais características desse tipo de literatura, os cenários medievais (castelos, igrejas, florestas, ruínas), os personagens melodramáticos (donzelas, cavaleiros, vilões, os criados), os temas e símbolos recorrentes (segredos do passado, manuscritos escondidos, profecias, maldições).

Outras leituras possíveis da literatura gótica envolvem destacar nos romances o uso da psicologia do terror (o medo, a loucura, a devassidão sexual, a deformação do corpo), do imaginário sobrenatural (fantasmas, demônios, espectros, monstros), das reflexões sobre o Poder (colonialismo, o papel da mulher, sexualidade), da discussão política (monarquismo, republicanismo, as Revoluções, a industrialização), dos aspectos religiosos (catolicismo, protestantismo, a Inquisição, as Cruzadas), das concepções estéticas (neoclassicismo, romantismo, o Sublime) e filosóficas (a Natureza, Platão, Aristóteles, Rousseau), além de outras possíveis chaves interpretativas.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura_g%C3%B3tica

7REZENDE, João Bosco de Almeida. Por trás das sombras: uma análise das representações em Drácula. UFS, São Cristóvão, 2007

8(p. 119 – L&PM 2009)

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