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terça-feira, 6 de novembro de 2018

CRÍTICA DE FÃ - BOHEMIAN RHAPSODY

Embora não seja algo que façamos corriqueiramente, na verdade esta é apenas a segunda crítica de filme que escrevemos, abrimos uma “exceção de ausência”, por assim dizer, para o filme sobre o Queen, ou Freddie Mercury, dada a dimensão gigantesca de sua figura face aos demais membros do grupo.
Não creio que seja possível entregar spoilers sobre o filme, pois a vida do artista é suficientemente conhecida para que haja mistérios a serem revelados. Se podemos considerar spoilers, eles estarão nos detalhes que ampliam nossa visão sobre aquilo que já sabíamos e sobre isso tentaremos não escrever.
Também não se pode considerar que esses detalhes sejam a expressão pura da verdade, considerando que a influência dos demais membros da banda, todos felizmente ainda vivos e atuantes, foi determinante sobre a produção e o roteiro. Prova disso é a substituição do ator Sasha Baron Cohen (Borat) por Rami Malek, por divergências com a banda justamente nestes aspectos. Clique aqui para saber mais.
O filme
Sobre o filme em si, atende nossa expectativa e quase 100% do que se espera está realmente lá, ainda que suavizado ao ponto de a maior parte das representações serem quase simbólicas, como o uso das drogas, as orgias, os conflitos dentro da banda e da família de Freddie e os fracassos. Não acho ruim que assim seja, pois não há como mostrar tudo e dar destaque a um aspecto seria reduzir outro e Freddie Mercury era tudo aquilo junto, e intensamente, para o bem e para o mal.
Destaques
Concordo com o destaque dado à importância de Mary Austin durante toda a vida do artista, pois ele mesmo destacou essa importância ao torná-la sua principal herdeira. Em outras palavras, segundo Bohemian Rhapsody, o grande amor da vida de Freddie Mercury foi fruto de uma relação heterossexual. Clique aqui para saber mais.
Contudo o bissexualismo do artista não é escondido como alguns gostariam, nem está destacado a um ponto que hipoteticamente justificasse as vaias que o filme tem recebido no Brasil, talvez por parte das mesmas pessoas que tentaram explicar as músicas do Pink Floyd para Roger Waters. Clique aqui para saber mais. Se você é um destes, por favor, nos favoreça com sua ausência.
Não é um filme para crianças, e os pais devem estar atentos a isso. Nem para ser exibido na Sessão da Tarde, e isso é assunto para o governo e as emissoras. Mas também não é um filme pornográfico.
Ninguém é obrigado a assistir, mas se pagar o ingresso para ver uma cinebiografia sobre Freddie Mercury é preciso admitir que ele era bissexual e que isso deve estar no filme se houver alguma pretensão de fidelidade à realidade.
Pode-se discutir a forma de abordagem desse aspecto, mas querer apagar é absurdo, como seria absurdo fazer um filme sobre Churchill sem mostrá-lo fumando e bebendo como só ele conseguia.
Técnicas
No aspecto técnico, do qual entendo pouco, posso dizer que o elenco foi escolhido a dedo para ter a aparência das pessoas retratadas, mas isso não quer dizer que o talento de representar tenha sido esquecido. Eles se saem muitíssimo bem.
A exceção na aparência é justamente o ator principal, Rami Malek. Entretanto a caracterização muito bem feita e sua performance interpretativa excelente nos fazem relevar isso. Em outras palavras, não é Gary Oldman como Churchill, mas dá conta do recado.
Os efeitos especiais nos fazem esquecer que não estamos vendo performances ao vivo da banda e isso é ótimo.
E é surpreendente conhecer o processo pelo qual a voz de Freddie Mercury nos diálogos normais foi construída. Clique aqui para saber mais.
Detalhes
Dos detalhes, o que podemos dizer sem entregar spoilers é que foi muito bom ver o processo de criação de algumas músicas icônicas e as disputas com as gravadoras. E emocionantes os momentos em que a doença de Freddie é abordada.
Erros
Identificamos dois erros, um grande e um menor. O grande erro foi misturar as apresentações no Brasil, a saber os shows de 1981 (Morumbi) e 1985 (Rock in Rio), ambos de importância capital na História da banda. E em ambos Freddie já usava o visual com cabelo curto e bigode.


A apresentação do Live Aid não foi um retorno do Queen aos palcos após anos de ausência, considerando que poucos meses antes haviam feito um show na África do Sul do Apartheid, sendo muito criticados por isso, passagem solenemente esquecida no filme.
http://www.queenvenezuela.com/2016/08/el-inesperado-adios-de-freddie-mercury.html
Faltou filme
A meu ver o filme poderia ter mais 30 minutos sem problema. Para incluir de forma correta as apresentações icônicas no Brasil, bem como na África do Sul, na Hungria, em Wembley e em Knebworth Park, todas de importância histórica dentro do contexto da banda. Não defendo que se mostrasse a decadência física do cantor, mas que se mostrasse pelo menos uns 90% da apresentação no Live Aid, e poderia ser com imagens reais mesmo. Pra gente ter em dvd com qualidade digital.
Êxtase
Sobre a mencionada apresentação no Live Aid, eleita em algumas pesquisas como a melhor performance da História do Rock, o filme tem seu ponto alto, desde o enfoque nos momentos antecedentes daquele dia até o arrebatamento que foram aqueles 20 minutos eletrizantes.
Prepare-se para ser colocado no meio dos mais de 70 mil felizardos presentes em Wembley naquele histórico 13/07/1985, prepare-se para estar ombro a ombro com eles e sentir o poder avassalador daquela apresentação. O filme é vitorioso nesse intento deliberado.

E agora, se me permitem o domínio da emoção, é por ai que as lágrimas afloram e o mesmo sentimento de perda que senti em 1991 volta à tona e permanece por horas, mesmo após o filme já ter acabado. Que pena Freddie... Por que não se cuidou cara? Droga cara...
Eu e minha esposa voltamos para casa praticamente em silêncio. Nesta volta não liguei o som do carro pois qualquer música que não fosse do Queen seria inadequada. E ouvir o próprio Queen poderia atrapalhar a necessária atenção ao volante.
Long Live The Queen!
PS. Outro dia, quando a emoção diminuir, assista a apresentação completa do Queen no Live Aid clicando aqui.


Imagens

https://brasil.estadao.com.br/blogs/arquivo/o-inesquecivel-show-do-queen-no-morumbi/

https://www.youtube.com/watch?reload=9&v=lSwncBS2Yl4

http://wnilsen.blogspot.com/2016/11/25-anos-sem-freddie-mercury-relembre-o.html

https://www.biography.com/news/freddie-mercury-mary-austin

http://wnilsen.blogspot.com/2016/06/live-aid-em-20-minutos-queen-mudou.html

http://wnilsen.blogspot.com/2013/02/por-lucas-em-050911-edicoes-passadas-se.html

http://www.virgula.com.br/musica/dia-mundial-do-rock-foi-criado-por-radios-e-so-e-comemorado-no-brasil/

http://www.queenvenezuela.com/2016/08/el-inesperado-adios-de-freddie-mercury.html



2 comentários:

  1. Bom dia Eduardo!! De todos os comentários que vi até agora o seu foi certeiro pois quando assisti percebi que era o show de 1981 no Morumbi e os outros comentários aqui do Brasil fala que é de 1985 no Rock in Rio.....nada a ver ..... sinto que os comentários daqui do país só fala da homossexualidade dele....pouco importa, o importante foi a criação de cada música. ....tem uma FALA do filme que ele o Freddie diz na música I want tô break free sobre a crítica do clip dos americanos....." FALSOS MORALISTAS da sociedade e em 4 paredes são escrotos " amei e é verdade.... única ressalva que falo do filme é o show do Morumbi ......amei de paixão o filme eu e minha mãe de 78 anos saímos flutuando e extasiadas ....

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    1. Perdoe a demora Ingrid! Não recebi aviso deste comentário. Agradeço suas palavras gentis. Convido vc a conhecer nosso site www.reino-de-clio.com.br e nossas redes sociais:
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