Bonar
Law foi diagnosticado com um câncer
terminal e se demitiu. Em seu lugar assumiu, como novo Primeiro-Ministro,
Stanley Baldwin.[3] Em 1923 Baldwin
convocou eleições e Churchill concorreu por Leicester onde foi novamente
derrotado. Derrotado também foram os Conservadores, que perderam cerca de 100
cadeiras no Parlamento. Liberais e Trabalhistas se uniram e Baldwin perdeu seu
posto de Primeiro-Ministro, sendo substituído pelo trabalhista Ramsay
MacDonald. [4]. (pg. 500-501)
[1] GILBERT,
Martin. Churchill : uma vida, volume 1. tradução de Vernáculo Gabinete
de tradução. – Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2016.
[2] Em relação às
referências das páginas, que fazemos ao final de alguns parágrafos, por uma
questão estética e de não ficar sempre repetindo, criamos um código simples com
o símbolo “<”. Sua quantidade antes da referência da página indica a quantos
parágrafos anteriores elas se relacionam. Exemplo: A referência a seguir se
refere ao parágrafo que ela finaliza e mais os dois anteriores (<<pg.200-202).
[3] Stanley Baldwin, (Bewdley, 03/08/1867 —
Stourport-on-Severn, 14/12/1947) foi um político britânico, por três vezes
primeiro-ministro do Reino Unido pelo Partido Conservador. Em maio de 1923,
Bonar Law foi diagnosticado com um câncer terminal e se retirou da vida
pública. O rei Jorge V nomeia, como primeiro-ministro a Baldwin, ao invés do
aristocrático líder conservador George Nathaniel Curzon, membro da Câmara dos
Lordes. A princípio, manteve seu cargo de Chanceler do Tesouro, até que nomeou
para o cargo Neville Chamberlain. Os conservadores tinham uma clara maioria na
Câmara dos Comuns e puderam governar durante cinco anos sem convocar novas
eleições, mas Baldwin se sentia comprometido com a decisão de Bonar Law de não
introduzir novas tarifas sem novas eleições. Com o país fazendo frente ao
crescente desemprego, Baldwin decidiu convocar eleições em 1923, buscando um
mandato que lhe permitiria introduzir tarifas protecionistas para enfrentar a
situação. Nas eleições, mantiveram a maioria na Câmara dos Comuns, entretanto,
o pacote de tarifas, principal assunto político, não logrou êxito. Permaneceu
como primeiro-ministro até a sessão de abertura do novo parlamento em janeiro
de 1924, momento no qual o governo foi derrotado numa moção de confiança.
Imediatamente, demitiu-se.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Stanley_Baldwin
[4] James Ramsay MacDonald (Lossiemouth,
12/10/1866 — Oceano Atlântico, 09/11/1937), foi um político britânico, um dos
fundadores e dirigentes do Partido Trabalhista Independente e do Partido
Trabalhista, foi o primeiro trabalhista a se tornar primeiro-ministro do Reino
Unido, no reinado de Jorge V. A formação de um governo com a minoria deu-se
pela coalizão com os Liberais, para a formação do primeiro gabinete. Com a
frágil maioria, ainda em 1924, MacDonald convocou eleições gerais, sendo nesta
ocasião derrotado pelos Conservadores. Durante a campanha, um jornal publicou a
famosa “Carta de Zinoviev”. Embora mais tarde ter-se comprovado ser uma fraude,
a carta arruinou as credenciais anti-comunistas de MacDonald. Seu principal ato
durante este primeiro mandato foi o Wheatley Housing Act, que foi um programa
de construção de edifícios com 500.000 apartamentos para o aluguel às famílias
de trabalhadores (proletariado). Durante este primeiro mandato, em setembro,
fez um discurso à Liga das Nações, em Genebra, em que o principal tema era o
desarmamento geral da Europa, que foi recebido com grande aclamação.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ramsay_MacDonald
Stanley Baldwin - Ramsay MacDonald |
Depois
desta derrota, Baldwin passou a se empenhar para que Churchill liderasse os
liberais descontentes com a aliança com os trabalhistas e os conduzisse em
torno de uma ação conjunta com os conservadores. Clementine não via com bons olhos o retorno
do marido ao meio conservador, mas também não se opunha totalmente: “Meu
querido, uma pessoa não concorre se não tiver uma razoável certeza de que
ganhará”, “Em todo o caso, não seja uma pechincha para os tories. Eles o
trataram tão mal no passado que agora devem ser obrigados a pagar.”.
Em
19/03/1924 Churchill foi novamente derrotado. Ele estava receoso de retornar ao
convívio conservador pois não queria abandonar as bandeiras liberais que defendera
nos últimos 20 anos. Por outro lado não via outra legenda com mais chances de
derrotar o socialismo do que os conservadores.
Ele
encontrou um ponto em comum no combate ao empréstimo que o governo trabalhista
concedeu à Rússia bolchevique e então pode discursar pregando uma união
liberal-conservadora contra o trabalhismo e seu apoio à Rússia.
Como
esse discurso tinha apelo popular, nas eleições de 29/10/1924 Winston foi
eleito com larga margem de votos sobre seus concorrentes. Também foi uma grande
vitória para os conservadores que conquistaram “419 lugares contra 151 para
os trabalhistas e apenas 40 para o Partido Liberal”. Stanley Baldwin voltou
ao posto de Primeiro-Ministro.
Embora
não acreditasse que fosse chamado para ocupar cargo no governo, Churchill foi
convocado para o Ministério das Finanças e aceitou, contra o desejo da esposa,
que preferia a Saúde. (<<<<pg. 502-507)
Como
Ministro das Finanças do Governo Conservador, Churchill logo começou a colocar
em prática sua agenda liberal, “...arquitetando e financiando um alargamento
substancial do sistema nacional de seguro”, redução de impostos para “...profissionais,
pequenos comerciantes e homens de negócios — toda a espécie de gente que
trabalha com o cérebro”, programas sociais (para os vulneráveis como
viúvas, órfãos e velhos) e de construção de casas populares.
Na
política externa ele conseguiu estabelecer um calendário de pagamento para a
dívida da Inglaterra com os EUA, bem como para as dívidas de “França, da
Bélgica, da Itália e do Japão, […] Brasil, Tchecoslováquia, Romênia e Sérvia”
para com a Inglaterra.
Como
débitos eram menores que créditos, ele garantiu uma entrada de recursos. Também
conseguiu economizar dinheiro reduzindo o orçamento da Marinha. (<<pg.
508-512)
Sua
intenção era garantir recursos para suas reformas sociais voltadas aos
desamparados. Mas ele não fazia isso apenas movido pelo sentimento da caridade,
embora ele fosse predominante. Aos nossos olhos é possível ver o planejamento
de uma colcha de proteção social que servisse também como defesa contra a
entrada de ideias socialistas no país:
Se
posso usar uma metáfora militar, não são as fortes tropas a marchar que
necessitam de um prêmio extraordinário ou de indulgência. É aos que ficaram
para trás, os fracos, os feridos, os veteranos, as viúvas e os órfãos que devem
dirigir-se as ambulâncias do Estado”. (<pg. 512)
Nosso
objetivo é o apaziguamento do azedume entre as classes, a promoção de um
espírito de cooperação, a estabilização de nossa vida nacional e a construção
de nossos planos sociais e financeiros numa base de três ou quatro anos. (pg.
513)
Negociações do Tratado de Locarno |
Churchill também trabalhou no sentido de não isolar a Alemanha, mas
incluí-la no esquema de proteção das fronteiras dos países. Também sugeriu à
Polônia cultivar a amizade com a Alemanha no intento de não ficar isolada entre
esta e a Rússia se um acordo russo-alemão fosse costurado. Segundo Martin
Gilbert, essas ideias resultaram no Tratado de Locarno.[5]
(pg. 513)
Como
se vê, sempre que possível, Churchill optava pela ação conciliadora, como se
veria logo após, em mais uma greve dos mineiros. Winston conseguiu evitar
demissões garantindo subsídios do governo às mineradoras. (pg. 513)
CONTINUA
[5] Por meio dos sete Tratados de Locarno,
negociados em Locarno, Suíça, em 16 de outubro de 1925, e assinados em Londres
em 1 de dezembro de 1925, as potências da Europa Ocidental aliadas na Primeira
Guerra Mundial buscaram a manutenção das fronteiras entre a Bélgica e a
Alemanha, assim como aquelas da França com a Alemanha. Foram fiadores do
Tratado o Reino Unido e a Itália, apesar de não terem tomado, efetivamente,
nenhuma providência no sentido de honrarem sua promessa. Nenhum comprometimento
militar ou planejamento de defesa para os territórios envolvidos foi feito. Nos
termos do tratado principal (o "Pacto de Estabilidade" ou "Pacto
Renano", entre Alemanha, Bélgica, França, Reino Unido e Itália), os
signatários ofereciam garantias de que a Alemanha não seria reocupada pelos
Aliados; em troca, a Alemanha aceitava manter desmilitarizada a área da Renânia
- o que já era previsto no Tratado de Versalhes, mas não era realmente aceito
pelo governo alemão, que encarava aquilo, até então, como mais uma das
imposições cruéis que o pacto pós-Primeira Guerra tinha criado. O governo
alemão, porém, recusou-se a negociar um "Locarno no Leste", deixando
claro que estava descontente com a então configuração das fronteiras orientais.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tratados_de_Locarno
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