CHURCHILL
– Parte XIII [1] [2]
Em oposição a esta
atividade frenética os adversários de Churchill gastavam o tempo em atacá-lo. Os
Conservadores e a imprensa atacavam publicamente. Os
liberais e até mesmo membros do governo procuravam o Primeiro Ministro Lloyd
George com reclamações e picuinhas.
Alguns reclamavam
por Winston falar nas reuniões do Gabinete, das quais ele só participava quando
eram tratados assuntos relativos ao seu Ministério das Munições. (<pg. 421)
Enquanto isso os
alemães planejavam ganhar a guerra depois da saída da Rússia do conflito, por
decisão do novo governo bolchevique, após a Revolução de 1917.
Os alemães
planejaram vencer na primavera-verão de 1918 com uma grande ofensiva que visava
romper as linhas defensivas dos aliados e tomar o rumo de Paris.
Essa ofensiva foi
dividida em etapas que levaram a batalhas menores, fruto de partes específicas
do plano geral, e que foram travadas ao longo da frente ocidental.
Entre 21/03 a
05/04/1918 o Plano Michael deslocou 700 mil soldados, “...6.600 canhões e
quase 1.100 aeronaves, contra um setor de 113 km entre Arras e o rio
Oise.”[3] para enfrentar um terço disso na
Segunda Batalha do Somme.
Utilizando apenas
um bombardeio prévio, e aproveitando-se do nevoeiro, os alemães
conseguiram expulsar os britânicos e avançar “...até 50km em seis dias...”[4].
Diante da
catástrofe iminente, os comandantes ingleses e franceses se reuniram em 26/03 e
mudaram o comandante geral, nomeando o General Foch para o posto. E ele logo
começou a agir.
Foch deslocou
tropas francesas e da reserva para reforçar a linha. Os alemães, contudo,
seguiam avançando e haviam conquistado, até 05/04, mais terreno, chegando a
apenas 110km de Paris.
O custo desse
avanço foi que “...eles sofreram 239 mil baixas, mas infligiram 248 mil (178
mil à Grã-Bretanha e seu império, 70 mil à França), enquanto faziam 90 mil
prisioneiros...”[5]. O butim veio na forma de nada menos que
“1.300 canhões.”.
Na sequência do
Plano Michael, os alemães colocaram em ação o Plano Georgette, que levou à
Quarta Batalha de Ypres, entre 09 e 29/04/1918.
Também se valendo
da concentração de efetivos muito superiores em um local específico, as forças
do Kaiser conseguiram avançar 20km em cinco dias. A linha defensiva aliada não
foi rompida, mas Passchendaele e Ypres foram retomadas.
Menos de um mês
depois nova etapa do plano alemão começou. Entre 27/05 e 06/06/1918 foi
executado o Plano Blücher-Yorck, com a Terceira Batalha do Aisne.
Desta vez não houve
segredo e os alemães pulverizaram as defesas aliadas quando nada menos que “...3.700
canhões dispararam dois milhões de projéteis em apenas quatro horas e meia...”[6]. O avanço foi de espetaculares 20km em um
único dia, crescendo para 50km oito dias depois. Estavam novamente no Marne e,
agora, a 90km de Paris.
A desesperada
resposta do comando aliado foi colocar boa parte da capacidade de navegação
aliada na tarefa de transportar tropas americanas para a Europa e no final de
junho“...mais de 250.000 soldados estadonidenses […] haviam chegado...”[7].
Cada vez mais
divisões norte-americanas começavam a participar dos combates retomando áreas
conquistadas pelos alemães.
Em 09/06 começou a
quarta etapa do avanço alemão, o Plano Gneisenau que conseguiu avançar 10
km no primeiro dia. Mas desta vez os defensores franceses conseguiram
bloquear o avanço e contra-atacar. A batalha decisiva estava prestes a começar.
A Segunda Batalha
do Marne foi o ponto culminante da tentativa alemã de obter a vitória final na
guerra. Quando o momento finalmente chegou, porém, as condições das forças opositoras
eram bem diferentes das iniciais.
Do lado aliado, o
General Foch deslocara tropas de várias frentes para reforçar a região do
Marne, contando também com as divisões norte-americanas, que possuiam muito
mais soldados que o usual na Europa.
Do lado alemão, a
Gripe Espanhola dizimava as tropas, exaustas e mal alimentadas. A despeito
disso o comandante alemão, Ludendorff, ordenou novo ataque.
Em 15/07 tropas
alemãs avançaram em Champagne, enfrentando os franceses e os americanos. Também
avançaram em Reims, onde atacaram tropas francesas.
Na Quarta Batalha
de Champagne os aliados conseguiram barrar o avanço, mas em Reims os alemães
conseguiram cruzar o Rio Marne em vários pontos utilizando barcos e
conquistaram várias áreas, iniciando a construção de pontes.
Somente em 17/07 as
forças francesas e americanas combinadas conseguiram deter o ataque. Em 18/07
os aliados contra-atacaram pesadamente.
O General Foch
mobilizou “...quatro exércitos franceses [...] reforçados por oito grandes
divisões da AEF (americanos – inserção nossa), quatro divisões
britânicas e duas italianas.”[8] e mais 350 tanques que avançaram
sobre os alemães em Château-Thierry, obrigando-os a recuar.
A retirada alemã
começou em 20/07 e uma linha defensiva foi estabelecida entre Ourcq e Marfaux.
Novo recuo, em 27/07 trouxe a frente até Fère-en-Tardenois. Em 06/08 o
contra-ataque foi detido e os alemães se estabeleceram entre Soissons e Reims.
A batalha terminou
em 08/08/1918 e as perdas dos aliados, embora muito superiores às alemãs,
bloquearam o último grande avanço inimigo e salvaram Paris. Em números, “...os
franceses tiveram mais baixas, com 433 mil, seguidos pelas forças britânicas e
seu império, com 418 mil...”[9].
A despeito disso, o
lado aliado comemorou uma grande vitória, apesar de não decisiva. O General
Foch foi promovido a Marechal da França.
[1]
GILBERT, Martin. Churchill : uma vida, volume 1. tradução de
Vernáculo Gabinete de tradução. – Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2016.
[2]
Em relação às referências das páginas, que fazemos ao final de alguns
parágrafos, por uma questão estética e de não ficar sempre repetindo, criamos
um código simples com o símbolo “<”. Sua quantidade antes da referência da
página indica a quantos parágrafos anteriores elas se relacionam. Exemplo: A
referência a seguir se refere ao parágrafo que ela finaliza e mais os dois
anteriores (<<pg.200-202).
[3]
SONDHAUS, Lawrence. A Primeira Guerra Mundial – História Completa.
Trad. Roberto Cataldo. Editora Contexto, 2011. pg. 522.
[6]
SONDHAUS, Lawrence. A Primeira Guerra Mundial – História Completa.
Trad. Roberto Cataldo. Editora Contexto, 2011. pg. 527.
[7]
PIMLOTT, John. A Primeira Guerra Mundial. Bogotá, Colômbia:
Editora Norma. pg. 31. Tradução livre.
[8]
SONDHAUS, Lawrence. A Primeira Guerra Mundial – História Completa.
Trad. Roberto Cataldo. Editora Contexto, 2011. pg. 529.