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quinta-feira, 27 de outubro de 2016

IMPERATRIZ LEOPOLDINA - Parte IV



IMPERATRIZ LEOPOLDINA – MATRIARCA DA INDEPENDÊNCIA
O casamento da irmã de Leopoldina com o pior inimigo da Áustria, fez com que Metternich passasse a ser detestado no restrito círculo das Arquiduquesas, Leopoldina entre elas. Esse malquerer durou a vida inteira da futura imperatriz do Brasil.
Uma revelação de Metternich à sua esposa mostra que a recíproca era verdadeira. Por ocasião da espera por embarcar ao Brasil, quando Leopoldina adoeceu por algum exagero alimentar, o poderoso ministro disse que “Minha pequena arquiduquesa, que, cá entre nós, é uma menina, e se eu fosse o pai bateria nela...1 (pg. 96).
Durante a adolescência, Leopoldina desenvolveu grande interesse por botânica e mineralogia, passando muito tempo a explorar os arredores da cidade e as salas de minerais de instituições de ensino ao dispor.
Em 1812 Napoleão invadiu a Rússia, sofrendo a derrota que abalaria os alicerces de seu Império. No ano seguinte foi derrotado novamente pela coligação de seus inimigos. Enquanto a Imperatriz francesa se desesperava com a perspectiva de futuro, sua irmã Leopoldina exultava pela queda do grande inimigo da família.
Em 1816 seu pai ficou viúvo pela terceira vez. Também começaram as tratativas diplomáticas para encontrar um marido para Leopoldina. Na primeira negociação ela fora preterida pelo noivo em favor da irmã Clementina.
Nesta nova negociação, porém, um dos pretendentes era o filho de D. João VI, Rei de Portugal-Brasil-Algarves. Na verdade, D. Pedro nem sabia que estavam a negociar seu casamento e a reputação da família do futuro noivo, em especial a futura sogra Carlota Joaquina, não era das melhores.2
Mas, agora as negociações matrimoniais conduzidas por Metternich eram feitas mais astuciosamente, de modo a deixar as moças da família real acreditarem que possuíam a palavra final na escolha dos maridos. Ele apresentava dois ou mais nomes dentro dos interesses da Áustria e deixava as moças escolherem.
Não foi diferente com Leopoldina. No dia do casamento de Clementina, o Imperador Francisco I apresentou à filha suas “opções” de futuro esposo: o príncipe da Saxônia, que geraria uma espera de dois anos e a concorrência de outras pretendentes, ou o príncipe de Portugal-Brasil-Algarves, sem espera nem concorrência. Acreditando que seu pai preferia o português, Leopoldina “escolheu” D. Pedro.
Continua...
1 Marsilio Cassotti. A biografia íntima de Leopoldina: a imperatriz que conseguiu a independência do Brasil. São Paulo: Planeta, 2015
2Carlota Joaquina espalhara um boato de que o marido sofria de doença mental e tentara tomar o poder com apoio de alguns fidalgos portugueses.

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