No
ano 70 d.C., as tropas romanas comandadas pelo
General Tito, invadiam Jerusalém, iniciando a destruição da cidade, inclusive
do Templo de Salomão, reconstruído décadas antes por Herodes, o Grande.
A
tomada da cidade colocava, na prática, ponto final à Grande Revolta Judaica,
iniciada quatro anos antes, em 66 d.C., quando os judeus se revoltaram contra a
ordem de tomada de parte do tesouro do templo, expedida pelo Procurador da
Judeia Géssio Floro, representante de Roma.
Os judeus
se recusaram a entregar o tesouro e a retaliação romana consistiu na
autorização de saque de parte de Jerusalém e na crucificação de alguns judeus
eminentes.
Em
resposta à repressão, a revolta estourou. Liderados por Eleazar, os revoltosos
tomaram o templo e a Torre Antônia anexa, massacrando as tropas romanas mesmo
após terem se rendido.
Outras
fortalezas foram tomadas, tropas massacradas ou cercadas em Massada, Chipre,
Macero e Ascalão.
O Templo de Herodes e a Fortaleza Antônia anexa, no alto à direita.
A
primeira força enviada por Roma contra os rebeldes, liderada pelo recém-nomeado
Governador da Síria, Caio Céstio Galo, foi dizimada e os sobreviventes se
refugiaram na capital da Judeia, Cesareia.
O
Imperador Nero enviou, então, Tito Flávio Sabino Vespasiano (Tito pai) à frente de uma
força tarefa e substituiu Galo por Caio Licínio Muciano.
Vespasiano
marchou para a judeia mas evitou Jerusalém, deixando que os judeus revoltosos,
divididos em facções, e que travavam luta fratricida, se enfraquecessem
mutuamente. Enquanto isso ele foi retomando o controle do restante da
província.
Quando
chegou o momento de atacar Jerusalém, a tarefa coube a outro Tito (o filho de Vespasiano, já que este viajara a Roma onde foi aclamado Imperador após a morte de Nero).
Tito filho cercou Jerusalém, posicionando três legiões no lado oeste e enviando uma legião para o Monte das Oliveiras, cortando as rotas de alimentação e fornecimento de água para a cidade.
Tito filho cercou Jerusalém, posicionando três legiões no lado oeste e enviando uma legião para o Monte das Oliveiras, cortando as rotas de alimentação e fornecimento de água para a cidade.
Flavio
Josefo narra o horror que este cerco trouxe aos moradores da capital:
É então um caso miserável, uma
visão que até poria lágrimas em nossos olhos, como os homens agüentaram quanto
ao seu alimento ... a fome foi demasiado dura para todas as outras paixões... a
tal ponto que os filhos arrancavam os próprios bocados que seus pais estavam
comendo de suas próprias bocas, e o que mais dava pena, assim também faziam as
mães quanto a seus filhinhos... quando viam alguma casa fechada, isto era para
eles sinal de que as pessoas que estavam dentro tinham conseguido alguma
comida, e então eles arrombavam as portas e corriam para dentro... os velhos,
que seguravam bem sua comida eram espancados, e se as mulheres escondiam o que tinham
dentro de suas mãos, seu cabelo era arrancado por fazerem isso... (Guerras dos
Judeus, livro 5, capítulo 10, seção 3).
Quando
as tropas romanas conseguiram destruir partes da muralha de Jerusalém, a cidade
foi invadida, a Fortaleza Antônio retomada, o Templo de Salomão destruído e
seus tesouros saqueados, segundo Sulpício Severo por ordem de Tito, o que é
negado por Flavio Josefo, alegando que não foi possível conter a fúria dos
soldados romanos.
Ainda
segundo Josefo, “foram levados cativos durante toda esta guerra foi verificado
ser noventa e sete mil...”. Tito recebeu o título de Imperator mas recusou a
coroa de oliveira, menosprezando assim o valor de seus adversários.
A
Fortaleza de Massada.
À
direita (rocha mais clara)a rampa construída pelos romanos.
A guerra ainda duraria mais três anos, embora boa parte desse tempo fosse gasto apenas no cerco a Massada, fortaleza de difícil acesso construída por Herodes, o Grande, e ocupada por rebeldes sicários e suas famílias, que terminaram por cometer suicídio coletivo quando a queda da fortaleza era iminente.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_guerra_judaico-romana
https://pt.wikipedia.org/wiki/Destrui%C3%A7%C3%A3o_de_Jerusal%C3%A9m
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cerco_de_Massada
http://www.estudosdabiblia.net/2002322.htm
http://www.arqnet.pt/portal/calendario/agosto.html
Imagens:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Francesco_Hayez_017.jpg
https://www.youtube.com/watch?v=u7dPf35D4X0
http://blogs.universal.org/bispomacedo/2016/05/28/a-revolta-judaica/
11
DE AGOSTO
RODRIGO
BÓRGIA É ELEITO PAPA!
Em um 11 de agosto, do ano de
1492, portanto dois meses antes da chegada de Colombo à América, terminava o
Conclave que elegeu o futuro Papa Alexandre VI.
O novo Papa, nascido Rodrigo de
Borja, nascera em 01 de janeiro de 1431 em Valência, Espanha e era sobrinho do
Papa Calixto III que, na longa tradição de beneficiar a família através do
papado, encaminhou a carreira do jovem Rodrigo.
Não que o rapaz fosse
incompetente, pois se formara em Leis na Universidade de Bolonha, mas, com
ajuda do tio Papa, foi elevado de bispo a Cardeal e Vice-Chanceler da Igreja
tendo servido a nada menos que cinco Papas. Com a nomeação cardinalícia,
Rodrigo entrou na linha de sucessão do trono de Pedro.
Em um tempo em que o voto de
celibato não era exatamente o mais respeitado entre os clérigos, Rodrigo teve
muitas amantes, duas delas famosas, Vanozza Catarei e Giulia Farnese, além de
sete a oito filhos aos quais beneficiou de todas as formas possíveis dentro do
alcance de seu cargo.
Giulia e Vanozza |
A eleição, realizada na Capela
Sistina, obra do Papa Sisto VI, contou com outros dois candidatos além de
Rodrigo: Ascânio Sforza e Giuliano della Rovere. E, na melhor tradição dos
conclaves da época, o espírito que inspirou o votos do Colégio Cardinalício era
dourado como ouro!
Rodrigo Bórgia usou sua fortuna
para doar grandes somas de dinheiro e terras aos eleitores e também negociou os
principais cargos da Igreja para seduzi-los, além da cessão de bispados,
arcebispados e dioceses que rendiam muito dinheiro para quem os comandasse.
Uma vez no posto tratou de nomear
quase todos os homens da família como cardeais e acumular para seus filhos
postos e fontes de riqueza. As mulheres também não escaparam de casamentos arranjados no interesse do poder familiar, sendo o exemplo mais eloquente a bela Lucrécia Bórgia, mal afamada filha do Papa.
Lucrécia |
Naturalmente a oposição das
tradicionais famiglias italianas foi ferrenha, mas contornada com ouro,
casamentos, acordos dos mais diversos e até mesmo o veneno ou o punhal.
Girolamo Savonarola, que alcançou
grande prestígio com suas pregações moralistas em Florença, acabou
desacreditado e enforcado.
O que não impediu que o próprio
Papa sofresse diversas tentativas de morte e perdesse um de seus filhos, Pedro,
assassinado, com as suspeitas recaindo sobre o irmão Césare Bórgia, aquele a
quem Maquiavel considerava exemplo de príncipe.
Césare Bórgia |
Quando o Papa Bórgia, Alexandre VI
morreu, suspeita-se que envenenado, a Césare também coube a honra da suspeita.
Vale mencionar ainda que foi
durante o papado de Alexandre VI que foram assinados a Bula Inter Caetera e o
Tratado de Tordesilhas, dividindo o Novo Mundo entre Portugal e Espanha.
Tratado de Tordesilhas |
13 DE AGOSTO
QUEDA DE TENOCHTITLÁN
No ano de 1521, provavelmente
no dia 13 de agosto, ocorria a queda da grande cidade asteca de Tenochtitlán,
tomada pelos conquistadores espanhóis liderados por Hernán Cortéz.
Os Astecas, também chamados
Mexicas, viveram onde hoje é o México e o auge de sua civilização foi entre os
séculos XIV e XVI.
Os mexicas, originários de
Aztlán, chegaram às margens do lago Texcoco, vindos de Chapultepec, de onde
haviam sido expulsos. Junto ao lago se estabeleceram e formaram uma aliança de
três cidades que viria a dominar o futuro Império Asteca: Texcoco, Tiacopan e
Tenochtitlán.
A sociedade asteca era
formada pelo Imperador e Chefe Militar (eleito), sacerdotes, demais chefes
militares, artesãos, trabalhadores urbanos e camponeses. Uma outra divisão
comumente aceita pela historiografia era entre nobres (pipiltin), camponeses,
(calpulli) e o povo, (macehualtin). Os pochtecas eram os comerciantes, que
viajavam a fazias as vezes de espiões para o governante.
A região onde se
estabeleceram os astecas era alagada, mas eles desenvolveram técnicas agrícolas
impressionantes, construindo ilhas de cultivo, denominadas Chinampas, canais de
drenagem e aquedutos que traziam água das montanhas.
A própria cidade de
Tenochtitlán, que possuia templos imensos, largas e retas avenidas, foi
construída no meio de um pântano!
Os astecas também se
desenvolveram imensamente nas artes, confeccionando ricos tecidos, trabalhando
com ouro e prata, realizando grandes avanços na pintura e também na matemática,
astronomia e criando uma escrita pictórica.
Eles eram politeístas,
adoravam os astros e as forças da natureza e realizavam sacrifícios humanos em
larga escala.
Em 1519, ano da chegada dos
espanhóis, residiam cerca de 300 mil pessoas em Tenochtitlán e a cidade jamais
seria tomada por menos de 700 europeus, mesmo que reforçados por aliados, se
antes não tivessem aberto as portas a eles. Quando tentaram voltar atrás já era
tarde.
O Imperador Asteca,
Montezuma, recebeu e hospedou os espanhóis com grande deferência quando estes
se apresentaram como representantes do Rei da Espanha, Carlos I. Nestes
primeiros contatos, os espanhóis já deixaram atrás de si o principal inimigo
que haveria de ajudar na dizimação dos astecas: a varíola.
Quando a guerra veio, os
europeus se fortaleceram fazendo alianças com povos rivais dos astecas, para o
que contaram com a ajuda da índia Malinche, que era tradutora dos espanhóis e
se tornou amante de Cortéz.
Tenochtitlán foi cercada
durante sete meses, mas o armamento superior dos espanhóis e o enfraquecimento
dos astecas por conta das doenças, fez com que a resistência chegasse a um fim.
Mais um genocídio europeu nas Américas estava começando.
Fontes:
http://reino-de-clio.com.br/Hist-Geral.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tenochtitl%C3%A1n
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cerco_de_Tenochtitlan
https://pt.wikipedia.org/wiki/Conquista_do_Imp%C3%A9rio_Asteca
Imagens:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:The_Conquest_of_Tenochtitlan.jpg
https://www.youtube.com/watch?v=hKeTFa4m7cQ
http://www.dailystormer.com/the-history-of-the-conquest-of-mexico-the-battle-on-the-causeway-and-the-fall-of-tenochtitlan/
https://ensaiosfragmentados.com/2013/05/09/tenochtitlan-o-planejamento-urbano-asteca/
15 DE AGOSTO
No dia deste nosso aniversário, e peço perdão pela pouca modéstia, posto nossa situação diminuta de mero escriba dos fatos, destacamos três acontecimentos que mudaram a História da humanidade:
NASCE NAPOLEÃO
BONAPARTE
No ano de 1769, no dia 15 de
agosto, na pequena cidade de Ajaccio, na Ilha da Córsega, nascia o filho do
casal Carlo e Maria Letícia Ramolino, uma criança destinada a mudar o mundo:
Napoleão Bonaparte!
Carlo Maria Buonaparte e Maria Letícia Ramolino
eram pequenos nobres italianos, cujas famílias haviam chegado à ilha no século
XVI. Carlo era advogado e chegou a ser nomeado representante da ilha na corte
de Luis XVI em 1777.
A educação do menino Napoleone di Buonaparte
(nome original depois afrancesado para a forma que ficou famosa) foi rígida e
muito boa e as conexões políticas de seu pai permitiram que entrasse nas
escolas militares onde se destacou em matemática, história e geografia. A
partir dai sua ascensão foi meteórica.
INAUGURAÇÃO DO CANAL DO
PANAMÁ
No ano de 1914, no dia 15 de agosto, ocorria a
inauguração do Canal do Panamá, obra que liga os oceanos Atlântico e Pacífico
atravessando o território do Panamá, país da América Central.
Escavado em longos trechos e fazendo uso de
barragens, eclusas, lagos e rios, o canal parte do Mar do Caribe, percorre 77 quilômetros até
chegar ao Oceano Pacífico, encurtando em milhares de quilômetros as distâncias
para o transporte de cargas entre a Ásia e as nações banhadas pelo Oceano
Atlântico e vice-versa.
Apesar do nome, a região de construção do canal
mudou de posse várias vezes, passando da Colômbia para França, depois para os
EUA e só foi entregue ao Panamá em 1999.
A obra começou em 1880, chefiada por Ferdinand
de Lesseps, “diplomata e empresário francês” que construíra o Canal de Suez.
Lesseps fracassou por conta de “...diferenças de tipo de terreno, relevo e
clima [...] Chuvas torrenciais, enchentes, desmoronamentos e altíssimas taxas
de mortalidade de trabalhadores devido a doenças tropicais, nomeadamente a
malária e a febre amarela...”. Lesseps faliu e a obra parou em 1889.
Os EUA, interessados na obra incentivaram a
independência do Panamá contra a Colômbia e reiniciaram os trabalhos em 1904,
concluindo dez anos depois.
RENDIÇÃO
DO JAPÃO NA II GUERRA
No ano de 1945, no dia 15 de agosto, após
vencer uma tentativa de golpe de estado por alguns militares, o Imperador
Hiroito do Império do Japão anunciava ao povo, em cadeia de rádio, que o país
aceitava os termos impostos pelos aliados para rendição incondicional do país.
Durante a Conferência de Potsdam, realizada na
Alemanha de 17 de julho e 2 de agosto de 1945, Truman (EUA), Stalin (URSS) e
Churchill/Clement Attlee (Grã Bretanha), deram um ultimato ao Japão: rendição
incondicional ou aniquilação.
Diante da recusa japonesa, foram lançadas as
bombas atômicas em Hiroshima (6/8) e Nagasaki (9/8). Já no dia seguinte o
imperador aceitava a rendição, mas o anúncio formal só foi feito cinco dias
depois, culpando pela capitulação “uma
nova e mais cruel bomba, cujo poder destrutivo é incalculável, levando à morte
grande quantidade de vítimas inocentes."
Dezessete dias depois, em 02/09/1945, a
rendição seria formalmente assinada pelo General Umezu Yoshijiro, a bordo do
navio USS Missouri, na baía de Tóquio. Terminava o mais sangrento conflito da
História humana.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Napole%C3%A3o_Bonaparte
https://pt.wikipedia.org/wiki/Canal_do_Panam%C3%A1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ferdinand_de_Lesseps
http://www.japaoemfoco.com/aniversario-da-rendicao-do-japao/
http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/5701/conteudo+opera.shtml
https://pt.wikipedia.org/wiki/Confer%C3%AAncia_de_Potsdam
Imagens:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Napole%C3%A3o_Bonaparte
http://thehayride.com/tag/labi/
http://voos.rumbo.pt/voos/baratos/marselha-ajaccio
http://www.usnews.com/opinion/blogs/world-report/2014/08/15/what-100-years-of-the-panama-canal-says-about-global-trade
http://voos.rumbo.pt/voos/baratos/marselha-ajaccio
http://www.usnews.com/opinion/blogs/world-report/2014/08/15/what-100-years-of-the-panama-canal-says-about-global-trade
http://henstridgephotography.com/FHP%20Volume%203%20Issue%209/
https://www.youtube.com/watch?v=Pv0upmpPw3c
http://www.nytimes.com/2015/08/15/world/asia/shinzo-abe-japan-premier-world-war-ii-apology.html?_r=0
http://iotwreport.com/original-sound-of-japan-emperors-war-end-speech-released/
http://www.gettyimages.com/event/the-asahi-shimbun-108296450#-picture-id482830334
18 DE AGOSTO
MORTE DE GENGIS KHAN
No ano de 1227, no dia 18 de
agosto, morria o lendário líder mongol Gengis Khan, conquistador responsável
pela construção de um dos maiores impérios já existentes sobre a Terra.
Gengis Khan era príncipe de
sangue por ser um suposto bisneto de Kabul Khan, que governara a Mongólia
unificada décadas antes. Seu nome original era Temujin, filho do casal Yesugei
e Hoelun.
Temujin nasceu,
provavelmente, em 1162, às margens do Rio Orhon e sucedeu seu pai aos treze
anos de idade. Consta que assassinou o próprio irmão mais velho por conta de
uma disputa de caça.
Sua primeira vitória militar
ocorreu em 1203, contra a tribo dos Keraites e, a partir dai, não parou mais,
recebendo o título de Gengis Khan (Imperador Universal) e iniciando uma
campanha de conquistas que durou 25 anos de guerras.
Neste período os mongóis
conquistaram grande parte da China, vastas áreas na Rússia e na Pérsia, Hungria
e Polônia, chegando a ameaçar a Europa Ocidental.
O tamanho do Império
Mongol, comparado ao Império Romano. Ambos não coexistiram.
Ao contrário do que se pode
pensar, Gengis Khan era um planejador meticuloso e suas campanhas militares
eram precedidas de vários meses de planejamento com o “reconhecimento das
estradas, do envio de batedores e espiões e de armazenamento de víveres nas etapas
previstas.”
Após uma conquista, quando
não raras vezes todos os inimigos, suas famílias e até animais domésticos eram
assassinados, Gengis Khan ordenava a reconstrução das localidades destruídas,
realocando populações sob novas administrações e implantando sistemas que
unificavam o império:
No Império Mongol, que ele
levou 20 anos para criar e outros tantos para consolidar, era possível ir da
China ao Oriente Médio e à Europa por uma rede de estradas protegidas, ao
comercializar produtos usando padrões de peso e câmbio definidos por um poder
centralizado. No século 13, já circulava pelas terras tomadas por Gêngis Khan o
papel-moeda, impresso em gráficas, 200 anos antes de Johannes Gutemberg criar a
impressão com tipos móveis no Ocidente. Iletrados, os mongóis mantinham pessoas
de cada povo conquistado em importantes postos da administração pública.
Recrutavam especialistas de outras nações para seguir com eles: astrônomos
muçulmanos, engenheiros chineses (que construíam canhões), mineiros
germânicos... Gente de culturas e religiões distintas conviviam pacificamente.
Em 1227 Gengis enviara tropas
para mais conquistas na Rússia e Ucrânia. Quando estourou uma revolta entre o
povo dos tangutes, o próprio Khan retornou para combatê-los e vencê-los. Mas,
após esta última vitória, Gengis Khan foi acometido de febre e dores de cabeça
que o levaram à morte.
Além do legado cultural,
Gengis Khan pode ter deixado atrás de si uma herança genética que unifica nada
menos que 12 milhões de pessoas, ou cerca de 8% da população que vivem entre o
Oceano Pacífico e o Mar Cáspio.
É o que supõe geneticistas
britânicos da Universidade de Oxford quando examinaram cromossomos de homens da
Ásia. Esse Gengis Khan era mesmo um conquistador!
Fontes:
http://www.sohistoria.com.br/biografias/gengis/
http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/ele_fez_o_mundo_tremer.html
http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/conheca-historia-lider-mongol-gengis-khan-706646.shtml
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gengis_Khan
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u8334.shtml
Imagens:
http://www.terminals.hol.es/genghis-khan-essay.html
https://en.wikipedia.org/wiki/Genghis_Khan_Equestrian_Statue
http://acsmongols.weebly.com/extent-of-influence.html
Google Street View
22 AGOSTO
ENTRADA DO BRASIL NA II GUERRA MUNDIAL
No
ano de 1942, no dia 22 de agosto, após o torpedeamento de vários navios na
costa nordestina, o Brasil declarou guerra contra a Alemanha nazista.
O
Presidente Getúlio Vargas mantivera o Brasil na posição de neutralidade, pois
isso dava ao país condições de tirar vantagem dos dois lados do conflito e o
país era cortejado tanto pelos aliados, em especial os EUA, quanto o Eixo.
Foi
com essa estratégia que Getúlio conseguiu apoio americano para construção da
Siderúrgica de Volta Redonda, que veio a colocar o país finalmente no rumo da
industrialização.
Getúlio
fez essa situação de neutralidade vantajosa perdurar o quanto foi possível, até
que o sistemático afundamento de navios brasileiros fez a opinião pública
clamar pela guerra.
Em
Março de 1942 bens de alemães, italianos e japoneses foram confiscados e em
Maio do mesmo ano foi decretado o Estado de Beligerância. Os ministros de
Getúlio que eram favoráveis ao Eixo deixaram o governo.
Também
em 1942, um encontro de diplomatas americanos rompeu relações do continente com
o Eixo, exceto Chile e Argentina.
Apesar
de todos esses movimentos, foi somente com o afundamento dos navios brasileiros
na costa de Sergipe que a guerra foi finalmente declarada.
Chegava
o momento de o Brasil enviar seus filhos para defender a liberdade e a
humanidade em seu momento mais sombrio.
Fontes:
http://reino-de-clio.com.br/Hist-Brasil.html
Imagens:
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Navios_brasileiros_afundados_na_Segunda_Guerra_Mundial
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24 AGOSTO
ERUPÇÃO DO VESÚVIO
600 a 800 anos a.C., era próspera por conta de
suas terras férteis, que incentivavam a agricultura que proporcionava a
produção de azeite e vinho. A riqueza também provinha do movimentado porto,
onde o comércio variado fazia circular todos os tipos de produtos e escravos.
Plínio, o Jovem, narra a
coragem e a presença de espírito de seu tio Plínio, o Velho, que mobilizou a
esquadra romana para socorrer as vítimas, vindo a morrer no processo.
O Vesúvio, com essa erupção,
soterrou as cidades a seus pés, matando milhares de pessoas. Por outro lado,
criou sob suas cinzas, uma cápsula do tempo, congelando um momento específico
da História que hoje pode ser estudado nas ruínas das cidades atingidas.
Fontes e Imagens:
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24 AGOSTO
No ano 79 d.C., no dia 24 de
agosto, ocorria a erupção do vulcão Vesúvio, na Baia de Nápoles, Itália,
atingindo as cidades de Pompéia, Herculanum, Oplontis e Estábia, dentre outras.
Pompéia, a cidade mais famosa
das três, fora erguida por volta de
É pouco provável que a
erupção do Vesúvio não tenha sido precedida por tremores de pequena magnitude,
mas a longa convivência com a montanha inativa e a perda da memória da última
erupção, ocorrida quase dois mil anos antes, teria feito com que os sinais não
tenham sido notados.
O vulcão provavelmente foi
despertado pelo terremoto ocorrido em 05/02/62 d.C., que pode ter causado
fissuras que permitiram a subida do magma que depois viria a explodir na
erupção.
Sabe-se que a manhã daquele
dia trágico foi normal e silenciosa, pois as pessoas podem ter dormido até mais
tarde, após a celebração, no dia anterior, da festa de (suprema ironia)
Volcano, o deus do fogo.
A narrativa de Plínio, o
Jovem, descreve as fases clássicas de uma erupção: a explosão, seguida da
formação de uma imensa coluna de fumaça, a escuridão causada pelo encobrimento
da luz do Sol, a chuva de pedras e cinzas e os fluxos piroclásticos.
A explosão e a escuridão
repentina devem ter chamado a atenção das pessoas que, ao sairem de suas casas
para observar, teriam sido fatalmente atingidas pela chuva de pedras lançadas pela
explosão.
Depois disso a causa das
mortes foi muito variada, envolvendo desabamentos de telhados pelo peso das
pedras e cinzas, asfixia, pisoteamentos e soterramentos:
Uma
mulher, de cerca de 30 anos, morreu do lado de fora de um hotel. Levava consigo
uma certa quantidade de jóias, incluindo um bracelete de ouro com a inscrição:
do mestre para sua escrava. Um homem de negócios, que carregava pelas ruas uma
bolsa cheia de ouro, morreu sentado, encostado em uma pilastra. Mesmo quem
resolveu aproveitar a fuga em massa para tentar enriquecer deu-se mal. Um
saqueador morreu sobre o telhado da “Loja do Salvius” (é exatamente essa a
inscrição sobre a porta da casa onde foi encontrado), que vendia anéis e peças
de ouro. Uma rica e elegante senhora, usando jóias caras, foi soterrada no
galpão em que moravam os gladiadores.(1)
Erupção do Monte Vesúvio em 1944 |
As ruínas de Pompéia aos pés do Monte Vesúvio |
O Vesúvio destruiu Pompéia e,
ao mesmo tempo, a eternizou.
Fontes e Imagens:
(1)
http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/furia-vulcano-pompeia-433930.shtml
http://www.eyewitnesstohistory.com/pompeii.htm
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pompeia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ves%C3%BAvio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pl%C3%ADnio,_o_Jovem
https://pt.wikipedia.org/wiki/Erup%C3%A7%C3%A3o_do_Ves%C3%BAvio_de_79
http://ww2today.com/9-may-1944-the-black-market-flourishes-in-italy
http://artnc.org/works-of-art/eruption-mt-vesuvius
24 AGOSTO
24 AGOSTO
SUICÍDIO
DE GETÚLIO VARGAS
No ano de 1954, no dia 24 de
agosto, o Presidente Getúlio Vargas cometia suicídio na sede do Governo
Federal, o Palácio do Catete, no Rio de Janeiro.
Getúlio, que fora ditador
entre 1930-1945, fora eleito Presidente da República em 1950 e, em meados de
1954 enfrentava uma séria crise política.
O país vivia sob o Governo
Dutra e uma nova Constituição, promulgada em 18/12/1946, que reinstituia a
figura do Vice-Presidente, fixava em cinco anos o mandato presidencial, tornava
o voto obrigatório a partir dos 18 anos e mantinha as conquistas sociais da
Carta Magna de 1934.
A despeito disso, o contexto
da Guerra Fria contaminara a política nacional e o PCB fora fechado, assim como
vários sindicatos e as relações do Brasil com a URSS foram rompidas.
O Governo Dutra se revelou
incompetente e era impopular, de modo que quando as eleições de 1950 chegaram,
a população estava saudosa dos tempos getulistas. Vargas venceu com 48,7% dos
votos, em uma época em que não havia segundo turno.
Ao assumir o governo, Vargas
encontrou um país onde a classe industrial cresceram em tamanho e poder, assim
como as massas assalariadas e a classe média urbana.
As forças políticas estavam
divididas entre liberais entreguistas, que defendiam a abertura da economia à
influência dos EUA, e os nacionalistas, que defendiam o incentivo ao capital
nacional.
Com habilidade, Getúlio
adotou o que considerou a melhor parte das duas visões. Permitiu o capital
externo, mas somente em associação com empresas nacionais, manteve os setores
estratégicos sob controle do Estado e incentivou ainda mais a industrialização
e produção internas.
Mas os EUA não gostaram nada
dessas medidas e os empréstimos ao Brasil foram reduzidos. A situação interna
também não era tranquila, com muitas greves que eram coibidas por força de lei.
Getúlio então, para pacificar
os trabalhadores, deu 100% de aumento no salário mínimo, o que gerou feroz
oposição da imprensa e dos militares. Estes, junto com a classe política,
começou a tramar a deposição do Presidente.
Tal tarefa nefasta foi
facilitada pelo suposto atentado contra jornalista opositor Carlos Lacerda,
pois as investigações revelaram que o atirador, Climério Eurides de Almeida,
bem como o mandante, Gregório Fortunato, eram membros da segurança
presidencial.
A crise se tornou
insustentável quando as Forças Armadas, a oposição e a mídia exigiram a
renúncia do Presidente. Mas ele preferiu cometer suicídio a renunciar.
Tal gesto gerou uma onda
generalizada de revolta do povo. A embaixada americana foi quase destruída, os
caminhões de entrega do Jornal O Globo (sempre ela!) foram atacados e Carlos
Lacerda teve que fugir do país. Os planos dos golpistas fracassaram e foram
engavetados por 10 anos.
Mas eles sempre voltam. Não é
Mimimi?
Conheça mais um acontecimento
marcante desta data em nossa seção Histórias Extraordinárias: A Erupção do
Vesúvio e a Destruição de Pompéia! Clique aqui!
Fontes e Imagens:
http://reino-de-clio.com.br/Hist-Brasil.html
28 DE AGOSTO
DISCURSO
DE MARTIN LUTHER KING
No ano de 1963, no dia 28 de
agosto, o pastor protestante e líder político Martin Luther King Jr. proferia o
célebre discurso “Eu Tenho um Sonho”, das escadarias do Lincoln Memorial, em
Washington – EUA.
Nascido em 15/01/1929, em
Atlanta – Geórgia, King participou dos movimentos civis em Montgomery - Alabama,
incluindo o boicote aos ônibus, após Rosa Parks, mulher negra da cidade, se
negar a dar seu lugar a um branco dentro do transporte público. O movimento foi
vitorioso e logrou acabar com a discriminação racial nos transportes coletivos
dos EUA.
Após esta vitória, King
participou da fundação da Conferência da Liderança Cristã do Sul, movimento que
praticava a desobediência civil. As ações do grupo, que geralmente atingiam os
racistas onde era mais doloroso (o bolso), eram combatidas com violência pelas
forças da lei, o que gerou uma onda de indignação nos EUA.
Uma dessas ações foi a Marcha
de Washington por Empregos e Liberdade, durante a qual King proferiu seu
discurso para cerca de 200 mil pessoas.
Suas palavras, consideradas
um dos mais belos discursos da História, ajudaram na aprovação do Ato de
Direitos Civis de 1964 e do Ato de Direitos do Voto de 1965, nos quais a
discriminação racial legalizada sofreu duríssimos golpes nos EUA.
Vejamos seu discurso abaixo,
que podemos assistir no vídeo posterior:
Eu Tenho Um Sonho
“Estou feliz por estar hoje
com vocês num evento que entrará para a história como a maior demonstração pela
liberdade na história de nosso país.
Há cem anos, um grande
americano, sob cuja simbólica sombra nos encontramos, assinou a Proclamação da
Emancipação. Esse decreto fundamental foi como um grande raio de luz de
esperança para milhões de escravos negros que tinham sido marcados a ferro nas
chamas de uma vergonhosa injustiça. Veio como uma aurora feliz para pôr fim à
longa noite de cativeiro.
Mas, cem anos mais tarde,
devemos encarar a trágica realidade de que o negro ainda não é livre. Cem anos
mais tarde, a vida do negro está ainda infelizmente dilacerada pelas algemas da
segregação e pelas correntes da discriminação.
Cem anos mais tarde, o negro
ainda vive numa ilha isolada de pobreza no meio de um vasto oceano de
prosperidade material. Cem anos mais tarde, o negro ainda definha nas margens
da sociedade americana estando exilado em sua própria terra. Por isso,
encontramo-nos aqui hoje para dramatizar essa terrível condição.
De certo modo, viemos à
capital do nosso país para descontar um cheque. Quando os arquitetos da nossa
república escreveram as magníficas palavras da Constituição e a Declaração da
Independência, eles estavam a assinar uma nota promissória da qual todo
americano seria herdeiro. Essa nota foi uma promessa de que todos os homens
teriam garantia aos direitos inalienáveis de “vida, liberdade e à procura de
felicidade”.
É óbvio que a América de hoje
ainda não pagou essa nota promissória no que concerne aos seus cidadãos de cor.
Em vez de honrar esse compromisso sagrado, a América entregou ao povo negro um
cheque inválido devolvido com a seguinte inscrição: “Saldo insuficiente”.
Porém recusamo-nos a
acreditar que o banco da justiça abriu falência. Recusamo-nos a acreditar que
não haja dinheiro suficiente nos grandes cofres de oportunidade desse país.
Então viemos para descontar esse cheque, um cheque que nos dará à vista as
riquezas da liberdade e a segurança da justiça.
Viemos também para este lugar
sagrado para lembrar à América da clara urgência do agora. Não é hora de se dar
ao luxo de procrastinar ou de tomar o remédio tranquilizante do gradualismo.
Agora é tempo de tornar reais as promessas da democracia.
Agora é hora de sair do vale
escuro e desolado da segregação para o caminho iluminado da justiça racial.
Agora é hora de retirar a nossa nação das areias movediças da injustiça racial
para a sólida rocha da fraternidade. Agora é hora de transformar a justiça em
realidade para todos os filhos de Deus.
Seria fatal para a nação não
levar a sério a urgência desse momento. Esse verão sufocante da insatisfação
legítima do negro não passará até que chegue o revigorante outono da liberdade
e igualdade. Mil novecentos e sessenta e três não é um fim, mas um começo. E
aqueles que creem que o negro só precisava desabafar e que agora ficará
sossegado, acordarão sobressaltados se o país voltar ao ritmo normal.
Não haverá nem descanso nem
tranquilidade na América até o negro adquirir seus direitos como cidadão. Os
turbilhões da revolta continuarão a sacudir os alicerces do nosso país até que
o resplandecente dia da justiça desponte.
Há algo, porém, que devo
dizer a meu povo, que se encontra no caloroso limiar que conduz ao palácio da
justiça: no processo de ganhar o nosso legítimo lugar não devemos ser culpados
de atos errados. Não tentemos satisfazer a sede de liberdade bebendo da taça da
amargura e do ódio. Devemos sempre conduzir nossa luta no nível elevado da
dignidade e disciplina.
Não devemos deixar que o
nosso protesto criativo se degenere na violência física. Repetidas vezes,
teremos que nos erguer às alturas majestosas para encontrar a força física com
a força da alma.
Esta nova militância
maravilhosa que engolfou a comunidade negra não nos deve levar a desconfiar de
todas as pessoas brancas, pois muitos dos irmãos brancos, como se vê pela
presença deles aqui, hoje, estão conscientes de que seus destinos estão ligados
ao nosso destino.
E estão conscientes de que
sua liberdade está intrinsicamente ligada à nossa liberdade. Não podemos
caminhar sozinhos. À medida que caminhamos, devemos assumir o compromisso de
marcharmos em frente. Não
podemos retroceder.
Há quem pergunte aos
defensores dos direitos civis: “Quando é que ficarão satisfeitos?” Não
estaremos satisfeitos enquanto o negro for vítima dos indescritíveis horrores
da brutalidade policial. Jamais poderemos estar satisfeitos enquanto os nossos
corpos, cansados com as fadigas da viagem, não conseguirem ter acesso aos
hotéis de beira de estrada e das cidades.
Não poderemos estar
satisfeitos enquanto a mobilidade básica do negro for passar de um gueto
pequeno para um maior. Não podemos estar satisfeitos enquanto nossas crianças
forem destituídas de sua individualidade e privadas de sua dignidade por placas
onde se lê “somente para brancos”.
Não poderemos estar
satisfeitos enquanto um negro no Mississippi não puder votar e um negro em Nova Iorque achar que
não há nada pelo qual valha a pena votar. Não, não, não estamos satisfeitos e
só estaremos satisfeitos quando “a justiça correr como a água e a retidão como
uma poderosa corrente”.
Eu sei muito bem que alguns
de vocês chegaram aqui após muitas dificuldades e tribulações. Alguns de vocês
acabaram de sair de pequenas celas de prisão. Alguns de vocês vieram de áreas
onde a sua procura de liberdade lhes deixou marcas provocadas pelas tempestades
de perseguição e pelos ventos da brutalidade policial.
Vocês são veteranos do
sofrimento criativo. Continuem a trabalhar com a fé de que um sofrimento
injusto é redentor. Voltem para o Mississippi, voltem para o Alabama, voltem
para a Carolina do Sul, voltem para a Geórgia, voltem para Luisiana, voltem
para as favelas e guetos das nossas modernas cidades, sabendo que, de alguma
forma, essa situação pode e será alterada. Não nos embrenhemos no vale do
desespero.
Digo-lhes hoje, meus amigos,
que, apesar das dificuldades e frustrações do momento, eu ainda tenho um sonho.
É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.
Eu tenho um sonho que um dia
essa nação levantar-se-á e viverá o verdadeiro significado da sua crença:
“Consideramos essas verdades como auto-evidentes que todos os homens são
criados iguais.”
Eu tenho um sonho que um dia,
nas montanhas rubras da Geórgia, os filhos dos descendentes de escravos e os
filhos dos descendentes de donos de escravos poderão sentar-se juntos à mesa da
fraternidade.
Eu tenho um sonho que um dia
mesmo o estado do Mississippi, um estado desértico sufocado pelo calor da
injustiça, e sufocado pelo calor da opressão, será transformado num oásis de
liberdade e justiça.
Eu tenho um sonho que meus
quatro pequenos filhos um dia viverão em uma nação onde não serão julgados pela
cor da pele, mas pelo conteúdo do seu caráter. Eu tenho um sonho hoje.
Eu tenho um sonho que um dia
o estado do Alabama, com seus racistas cruéis, cujo governador cospe palavras
de “interposição” e “anulação”, um dia bem lá no Alabama meninos negros e
meninas negras possam dar-se as mãos com meninos brancos e meninas brancas,
como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje.
Eu tenho um sonho que um dia
“todos os vales serão elevados, todas as montanhas e encostas serão niveladas;
os lugares mais acidentados se tornarão planícies e os lugares tortuosos se
tornarão retos e a glória do Senhor será revelada e todos os seres a verão
conjuntamente”.
Essa é a nossa esperança.
Essa é a fé com a qual eu regresso ao Sul. Com essa fé nós poderemos esculpir
na montanha do desespero uma pedra de esperança. Com essa fé poderemos
transformar as dissonantes discórdias do nosso país em uma linda sinfonia de
fraternidade.
Com essa fé poderemos
trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, ser presos juntos, defender a
liberdade juntos, sabendo que um dia haveremos de ser livres. Esse será o dia,
esse será o dia quando todos os filhos de Deus poderão cantar com um novo
significado:
Meu país é teu, doce terra da
liberdade, de ti eu canto.
Terra onde morreram meus
pais, terra do orgulho dos peregrinos, que de cada lado das montanhas ressoe a
liberdade!
E se a América quiser ser uma
grande nação, isso tem que se tornar realidade.
E que a liberdade ressoe
então do topo das montanhas mais prodigiosas de New Hampshire.
Que a liberdade ressoe das
poderosas montanhas de Nova Iorque.
Que a liberdade ressoe das
elevadas montanhas Allegheny da Pensilvânia.
Que a liberdade ressoe dos
cumes cobertos de neve das montanhas Rochosas do Colorado.
Que a liberdade ressoe dos
picos curvos da Califórnia.
Mas não só isso; que a
liberdade ressoe da montanha Stone da Geórgia.
Que a liberdade ressoe da
montanha Lookout do Tennessee.
Que a liberdade ressoe de
cada montanha e de cada pequena elevação do Mississippi. Que de cada encosta a
liberdade ressoe.
E quando isso acontecer,
quando permitirmos que a liberdade ressoe, quando a deixarmos ressoar de cada
vila e cada lugar, de cada estado e cada cidade, seremos capazes de fazer
chegar mais rápido o dia em que todos os filhos de Deus, negros e brancos,
judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão dar-se as mãos e cantar as
palavras da antiga canção espiritual negra:
Finalmente livres! Finalmente
livres!
Graças a Deus Todo Poderoso,
somos livres, finalmente."
Martin Luther King
Fontes e Imagens:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Eu_Tenho_um_Sonho
https://pt.wikipedia.org/wiki/Martin_Luther_King_Jr.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rosa_Parks
https://pt.wikipedia.org/wiki/Boicote_aos_%C3%B4nibus_de_Montgomery
http://anoticia.clicrbs.com.br/sc/mundo/noticia/2013/08/confira-a-traducao-na-integra-do-discurso-feito-por-martin-luther-king-ha-50-anos-4248603.html
http://okok1111111111.blogspot.com.br/2013/08/martin-luther-king-jr-i-have-dream.html
http://www.history.com/topics/black-history/martin-luther-king-jr/pictures/martin-luther-king-jr/martin-luther-king-giving-dream-speech
http://genius.com/Martin-luther-king-jr-i-have-a-dream-annotated
http://www.sandiegouniontribune.com/news/2013/aug/28/martin-luther-king-i-have-a-dream/
31 DE AGOSTO
31 DE AGOSTO
SURGE JACK, O ESTRIPADOR
No ano de 1888, no dia 31 de
Agosto, Jack Estripador fazia sua primeira vítima, de acordo com estudiosos do
tema.
A vítima foi Polly, apelido
de Mary Ann Nichols, como era conhecida em Whitechapel. Ela
nascera em Shoe Lane
(26/08/1845) e era mãe de 05 filhos, 03 homens e 02 mulheres.
Polly morreu na noite de
30/08 ou madrugada de 31/08 na rua Buck's Row, atual Durward Street, onde seu
corpo foi descoberto às 03:40hs.
Sua morte foi extremamente
violenta, ocasionada por cortes profundos na garganta além de vários cortes no
abdomen e esviceração.
Registro de Óbito de Mary Ann Nichols |
Várias outros assassinatos
foram cometidos depois, sempre com violência extrema.
A partir de Setembro o
assassino teria escrito cartas à Scotland Yard, sendo 03 delas consideradas
genuínas. Na primeira, de 25/09/1888, o assassino se autodenominou Jack, o
Estripador.
Na segunda carta, datada de
01/10/1888 ele assumiu um duplo homicídio e na terceira, de 15/10/1888, Jack
enviou junto com a carta um pedaço do rim de uma das vítimas, alegando ter
comido o restante.
A primeira carta de Jack |
A famosa carta, intitulada "Do Inferno". |
A polícia não conseguiu encontrar o assassino e
a investigação da época, em torno de sete, depois doze suspeitos, não levou a
nada.
Mas em 2014, através de exames de DNA
mitocondrial realizado no xale de uma das vítimas (Catherine Eddowes), que
nunca fora lavado, Russell Edwards e Jari Louhelainen afirmaram que Jack
Estripador seria Aaron Kosminski, um dos suspeitos da polícia na época.
Aaron Kosminski era um “...imigrante judeu de 25 anos, que veio do então Império Russo, que vivia
com sua mãe e irmãs.”(1)
Jack Estripador não foi o maior serial killer
da História mas foi, com certeza, o mais famoso de todos, embora (e talvez por
isso mesmo) sua suposta identidade só tenha sido conhecida mais de um século
após os crimes que cometeu. Que esteja bem quente ai embaixo Jack!
Fontes e Imagens:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jack,_o_Estripador
https://pt.wikipedia.org/wiki/Suspeitos_do_caso_Jack,_o_Estripador
(1)
http://seuhistory.com/noticias/apos-mais-de-um-seculo-identidade-de-jack-o-estripador-e-finalmente-revelada
http://www.aljazeera.com/mritems/Images/2014/9/8/2014983945211734_20.jpg
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/55/Wanted_poster.jpg
http://i.telegraph.co.uk/multimedia/archive/02750/ripper_2750609b.jpg
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