RODRIGO
BÓRGIA É ELEITO PAPA!
Em um 11 de agosto, do ano de
1492, portanto dois meses antes da chegada de Colombo à América, terminava o
Conclave que elegeu o futuro Papa Alexandre VI.
O novo Papa, nascido Rodrigo de
Borja, nascera em 01 de janeiro de 1431 em Valência, Espanha e era sobrinho do
Papa Calixto III que, na longa tradição de beneficiar a família através do
papado, encaminhou a carreira do jovem Rodrigo.
Não que o rapaz fosse
incompetente, pois se formara em Leis na Universidade de Bolonha, mas, com
ajuda do tio Papa, foi elevado de bispo a Cardeal e Vice-Chanceler da Igreja
tendo servido a nada menos que cinco Papas. Com a nomeação cardinalícia,
Rodrigo entrou na linha de sucessão do trono de Pedro.
Em um tempo em que o voto de
celibato não era exatamente o mais respeitado entre os clérigos, Rodrigo teve
muitas amantes, duas delas famosas, Vanozza Catarei e Giulia Farnese, além de
sete a oito filhos aos quais beneficiou de todas as formas possíveis dentro do
alcance de seu cargo.
Giulia e Vanozza |
A eleição, realizada na Capela
Sistina, obra do Papa Sisto VI, contou com outros dois candidatos além de
Rodrigo: Ascânio Sforza e Giuliano della Rovere. E, na melhor tradição dos
conclaves da época, o espírito que inspirou o votos do Colégio Cardinalício era
dourado como ouro!
Rodrigo Bórgia usou sua fortuna
para doar grandes somas de dinheiro e terras aos eleitores e também negociou os
principais cargos da Igreja para seduzi-los, além da cessão de bispados,
arcebispados e dioceses que rendiam muito dinheiro para quem os comandasse.
Uma vez no posto tratou de nomear
quase todos os homens da família como cardeais e acumular para seus filhos
postos e fontes de riqueza. As mulheres também não escaparam de casamentos arranjados no interesse do poder familiar, sendo o exemplo mais eloquente a bela Lucrécia Bórgia, mal afamada filha do Papa.
Lucrécia |
Naturalmente a oposição das
tradicionais famiglias italianas foi ferrenha, mas contornada com ouro,
casamentos, acordos dos mais diversos e até mesmo o veneno ou o punhal.
Girolamo Savonarola, que alcançou
grande prestígio com suas pregações moralistas em Florença, acabou
desacreditado e enforcado.
O que não impediu que o próprio
Papa sofresse diversas tentativas de morte e perdesse um de seus filhos, Pedro,
assassinado, com as suspeitas recaindo sobre o irmão Césare Bórgia, aquele a
quem Maquiavel considerava exemplo de príncipe.
Césare Bórgia |
Quando o Papa Bórgia, Alexandre VI
morreu, suspeita-se que envenenado, a Césare também coube a honra da suspeita.
Vale mencionar ainda que foi
durante o papado de Alexandre VI que foram assinados a Bula Inter Caetera e o
Tratado de Tordesilhas, dividindo o Novo Mundo entre Portugal e Espanha.
Tratado de Tordesilhas |
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