Nesta data, no ano de 1871, era
promulgada a Lei do Ventre Livre, que libertava todos os filhos de escravos
nascido a partir daquele dia. Catorze anos depois (1885), na mesma data, era
aprovada a Lei dos Sexagenários, que libertava todos os escravos que atingissem
a idade de 65 anos.
A Lei do Ventre Livre foi fruto de uma
antiga pressão diplomática da Inglaterra, que pretendia fazer surgir um mercado
consumidor bem maior para seus produtos através da criação de uma grande classe
assalariada no Brasil. Claro que isso não era mencionado, preferindo-se o
argumento de que a escravidão era uma abominação desumana.
A pressão inglesa veio também pela força
das armas pois, com a aprovação do Slave Trade Suppression Act (Ato de
Supressão do Comércio de Escravos), mais conhecido como Lei Bill Aberdeen
(08/08/1845), a marinha real britânica passou a abordar os navios negreiros.
Essa medida, vista como uma intromissão
indevida na soberania nacional, levou à aprovação da Lei Eusébio de Queirós em
04/09/1850, que proibia o tráfico internacional de escravos para o Brasil.
A lei, apesar de conter uma intenção mais
de aparência do que de efetividade, logrou reduzir bastante a entrada de
escravos vindos da África. Mas isso fez aumentar o comércio interno de
escravos, entre as províncias, o que não satisfazia as intenções inglesas.
Por longos anos o país se bateu no dilema
entre a questão humana e econômica até que a libertação dos filhos de escravos
foi visto como uma forma lenta e segura de caminhar para o fim da escravidão
sem grandes prejuízos econômicos para os donos de escravos.
A Lei nº 2040 foi, após meses de discussões
e aprovação da Câmara, aprovada no Senado por 65 votos contra 45, a maioria destes últimos
dados por representantes dos produtores de café de São Paulo, Rio de Janeiro e
Minas Gerais.
O passo seguinte só foi dado catorze anos
depois, quando foi aprovada a lei que libertava os escravos de 60 anos (após
mais três anos de trabalho compensatório a seus proprietários) e imediatamente
os escravos com 65 anos.
O projeto foi apresentado por Souza
Dantas do Partido Liberal em 15/07/1884 e a oposição a ele foi tamanha que
gerou uma crise que acabou com a dissolução da Câmara.
Quem recolocou a ideia novamente em pauta
foi o novo Presidente do Conselho de Ministros, o Barão de Cotegipe (João
Maurício Wanderley). Ele negociou um novo projeto, apresentado pelo Senador
José Antônio Saraiva, com as mudanças de idade e indenização. Ambos eram
membros do Partido Conservador.
A estratégia de Cotegipe para conseguir
os votos conservadores necessários ao novo projeto foi fazer-lhes ver a
aprovação sob aquelas bases menos desfavoráveis como uma forma de calar a
propaganda abolicionista. A lei foi aprovada e promulgada em 28/09/1885.
Na prática, a nova lei, somada a
anterior, colocava um marco temporal para o fim da escravidão no Brasil: quando
o último escravo completasse 65 anos, o que se daria, no mais tardar, em 1936,
sem contar as eventuais (e muitas) fraudes. Mas, felizmente, os abolicionistas
queriam mais. E conseguiram! Menos de três anos depois era aprovada a Lei
Áurea.
Para conhecer o texto da Lei do Ventre
Livre clique aqui.
Para conhecer o texto da Lei dos
Sexagenários clique aqui.
Fontes e Imagens:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_do_Ventre_Livre
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bill_Aberdeen
http://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2015/08/31/lei-dos-sexagenarios-completa-130-anos
http://www.historia.uff.br/curias/modules/tinyd0/index.php?id=14
http://blackpagesbrazil.com.br/?p=2119
http://www.lookfordiagnosis.com/mesh_info.php?term=Escravos&lang=3
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