DEZEMBRO – MÊS DE NAPOLEÃO
Napoleão
nasceu em 15 de agosto, mas Dezembro parece ter sido seu mês de sorte. Dizemos
isso porque dois de seus momentos mais gloriosos ocorreram neste mês.
Em
10/11/1799 começava seu governo, chamado de Consulado, uma forma de a burguesia
consolidar as conquistas da Revolução Francesa através de uma figura popular
que eles acreditavam poder controlar.
Nos
dias atuais, Napoleão seria italiano, pois nasceu na cidade de Ajaccio, Ilha da
Córsega. Mas naquele 15/08/1769 a ilha pertencia à França, de modo que nasceu
francês, filho do advogado Carlo Buonaparte e Maria Letícia Ramolino.
Aos
10 anos o menino Napoleão já era aluno da academia militar, onde se destacava
em Matemática, Geografia e História. Em 1784, aos 15 anos, já estudava na
Academia Militar de Paris, onde também se destacou.
Subiu
na carreira após conhecer Robespierre e servir à Revolução Francesa, alcançando
o posto de mais jovem general da França.
Suas
vitórias militares o tornaram muito popular, a ponto de ser escolhido para
governar nos moldes da República de Roma, como um Cônsul.
Assumindo
o posto, o Cônsul Napoleão realizou um trabalho fabuloso: organizou o sistema
de impostos, fundou o Banco da França, promulgou o novo Código Civil, assinou a
Concordata com a Igreja Católica, organizou a educação, dinamizou o comércio
interno e externo e implantou um programa de obras públicas que gerou emprego e
renda para a população na construção de estradas, modernização de portos,
drenagem de pântanos, etc.
Quando,
cinco anos depois (1804), foi convocado um plebiscito, Napoleão recebeu apoio
maciço do povo para se tornar Imperador, o que ocorreu no dia 02/12/1804.
Naquela
ocasião, que teve lugar na Catedral de Notre-Dame, o próprio Papa Pio VII se
fez presente para coroar o casal imperial francês. Mas Napoleão, em um gesto
político sem precedentes, tomou a coroa das mãos do Pontífice e coroou a si
mesmo, mostrando que seu reinado não dependia do apoio de Roma.
Quando
a influência francesa passou a ser vista como ameaça, as principais monarquias
europeias formaram coligações para combater a França e, neste contexto,
Napoleão obteve, também em um 02/12, uma das mais espetaculares vitórias
militares de todos os tempos.
Corria
o ano de 1805 e os impérios inglês, russo e austríaco formaram a Terceira
Coligação, para atacar a França.
Napoleão
transferiu seu exército, chamado de Grand Armée, do Canal da Mancha para as
margens do Rio Reno, que atravessou. Entre agosto e novembro Napoleão invadiu a
Áustria e tomou Viena, capturando vasto equipamento militar inimigo.
Mas a
distância da França tornava o abastecimento das tropas muito difícil e o tempo
era adversário dos franceses, de modo que Napoleão precisava forçar um combate
decisivo, o que os adversários obviamente evitavam.
Napoleão,
então, colocou em prática um plano para enganar os aliados mostrando fraqueza,
incentivando-os a atacá-lo. Ele dividiu suas tropas, escondeu a maior parte
delas, deixando a menor parte exposta aos olhos dos espiões.
Enviou
emissário aos adversários manifestando desejo de evitar a batalha e aceitou
rapidamente uma proposta de paz feita pelos derrotados austríacos. Não
satisfeito, simulou uma retirada desorganizada de Austerlitz, que havia
conquistado recentemente, e ainda recebeu emissário do Imperador Russo,
simulando ansiedade e nervosismo.
Com
tantas demonstrações de fraqueza, logo quase todos os comandantes da Terceira
Coligação estavam convictos de que o momento de acabar com o francês era aquele
mesmo. Nunca estiveram tão enganados...
A Batalha
de Austerlitz ocorreu perto da atual cidade de Brno, na República Tcheca,
território que fazia parte do Império Austríaco. Napoleão tinha 72 mil soldados
e 157 canhões, enquanto os aliados tinham 85 mil soldados e 318 canhões.
O
plano adotado pelos aliados consistia em atacar primeiro o lado direito das
tropas francesas, por considerarem esse lado mais fraco, o que de fato era, mas
uma fraqueza simulada por Napoleão para enganá-los, pois quando fosse atacado,
seu lado direito seria reforçado por tropas vindas de Viena.
Ele
também imaginou, corretamente, que o ataque ao seu lado direito seria maciço, o
que deixaria o flanco e o centro das tropas adversárias desprotegidos e seria
ali que ele iria desferir o ataque com suas tropas escondidas.
Na
manhã de 02/12/1805, fazendo exatamente como o Imperador francês previra, os
aliados atacaram o lado direito das forças francesas, que recuaram mas
resistiram. E quando o centro das linhas aliadas menos esperavam, o ataque
francês se abateu sobre eles.
A
partir deste momento, Napoleão foi meticulosamente distribuindo suas forças em
direção aos setores chave da batalha, aniquilando um a um. Vitória da França!
Restos
desta batalha ainda podem ser vistos hoje por quem visita Paris. A Coluna de
Vendôme, na praça de mesmo nome, foi feita com o ferro derretido dos canhões
capturados pela Grand Armée em Austerlitz.
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