O CERCO A STALINGRADO
Após a derrota na periferia
de Moscou em 1941, e a consequente primeira retirada da Wehrmacht na guerra,
Hitler conseguira reorganizar suas forças e já tinha um novo alvo.
Seus generais aconselhavam
que juntassem tudo que tinham em um novo e definitivo ataque à capital russa,
mas Hitler preferiu rumar para o Sul da URSS, de olho nos cereais da Ucrânia e
no Petróleo do Cáucaso, região que ele poderia ter tomado sem luta no ano
anterior.
Mas o Sul da URSS também
possuía um alvo de importância simbólica que fascinava o ditador alemão:
Stalingrado, a Cidade de Stalin, às margens do Rio Volga.
Situada na entrada do
Cáucaso, Stalingrado era uma cidade modelo soviética, muito bonita e cheia de
fábricas importantes.
Com outras forças engajadas
na África, onde Erwin Rommel fora encarregado de tomar o Cairo e rumar para o
Irã em busca do petróleo do Oriente Médio, Hitler se colocou numa posição de
tudo ou nada pois, com suas forças tão divididas, ninguém receberia reforços ou
suprimentos suficientes.
Em 28/06/1942 a ofensiva
alemã começou e a tática da Blitzkrieg novamente se revelou devastadora,
obrigando os soviéticos a recuar em todos os setores.
Entretanto, novamente, como
no caminho rumo a Moscou no ano anterior, quanto mais longo o avanço alemão,
maiores as dificuldades de abastecimento.
Ao chegar nas imediações do
Cáucaso, as forças alemãs foram divididas, cabendo ao 6º Exército, sob comando
do General von Paulus tomar Stalingrado, enquanto as demais forças deveriam
atravessar as montanhas e tomar os campos petrolíferos de Maikop.
As forças soviéticas que
defenderiam a cidade eram comandadas pelo General Vassili Chuikov. O
planejamento era feito pelo Marechal Andrei Yeremenko e pelo comissário
político Nikita Kruschev.
Os exércitos de apoio
italianos, romenos e húngaros eram utilizados para proteger os flancos do
exército alemão. Mas essas linhas se alongavam tanto que as defesas ficavam
tênues, enfraquecidas por terem de guardar áreas tão extensas. E esse foi um
erro fatal.
Inicialmente, porém, o ataque
alemão foi muito bem sucedido. A Luftwaffe (força aérea nazista), sob comando
do Marechal do Ar Wolfram von Richthofen (primo do lendário Barão Vermelho),
quase eliminou as linhas de defesa e suprimentos dos soviéticos dos dois lados
do Rio Volga com seus ataques aéreos e transformou Stalingrado em uma montanha
de ruínas fumegantes.
A despeito disso, porém, a
população civil, que Stalin não deixou ser evacuada, e os soldados, resistiam
bravamente em cada rua, cada casa, cada quarto, sala e porão causando pesadas
baixas aos alemães em uma luta desesperada.
Diante do colapso total iminente, Stalin chamou aquele que já provara seu valor como estrategista militar do Exército Vermelho: o General Zukhov, defensor de Moscou, para se encarregar da estratégia para Stalingrado, junto com Aleksandr Vasilievsky.
Ao final de outubro os alemães já estavam perto das margens do Rio Volga, o que significava que tinham dominado mais de 90% da cidade, levando Hitler, enganado, a anunciar a vitória.
Contudo, na Colina Mamayev,
na Fábrica de Aço Outubro Vermelho e na Casa de Pavlov, pequenos grupos de
soldados soviéticos resistiam contra tudo que os alemães lançavam contra eles.
Nas
imagens acima, pela ordem, a Colina Mamayev, a Fábrica Outubro Vermelho e a
Casa de Pavlov.
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Atiradores de elite
soviéticos, como Vasily Zaitsev (espantosas 242 mortes computadas só em
Stalingrado), não davam descanso aos invasores e minavam o moral das tropas
alemãs.
Friedrich von Paulus, Vassili Chuikov, Wolfram von Richthofen e Vasily Zaitzev. |
Enquanto isso, o estrategista Zukhov conseguiu reunir,
quase em segredo, um grande exército do outro lado do rio, enquanto os
problemas de abastecimento só faziam diminuir as forças alemãs, principalmente
a Luftwaffe.
Em 19/11/1942 foi deflagrada
a Operação Urano. Os soviéticos cruzaram o Rio Volga e atacaram as tropas
romenas ao Norte e, no dia seguinte, o ataque começou pelo Sul.
Os romenos resistiram no início,
mas não possuíam armamento anti-tanque, de modo que as forças blindadas
soviéticas logo os colocaram em debandada.
O Comando Alemão, embora
dispusesse da 16ª e 24ª Divisões Panzer (tanques) em Stalingrado, enviou o
desgastado 48º Corpo Panzer, com apenas 100 tanques, para reforçar a posição
dos romenos, mas já era tarde.
Embora as tropas ao Sul tenham
resistido mais tempo ao avanço soviético, em 22/11/1942 o cerco se fechou e, em
23/11 estava consolidado ao repelir os contra-ataques que buscavam desfazê-lo.
Ao saber do cerco Hitler não
permitiu novas tentativas de escapar de Stalingrado, pois ele queria que a
cidade fosse tomada, e Göering o convencera de que a Luftwaffe poderia
abastecer as tropas pelo ar, tarefa que o Marechal do Ar Wolfram von Richthofen
sabia ser impossível, pois a necessidade do 6º Exército de von Paulus era de
800 toneladas de suprimentos por dia.
Começava a longa e lenta
agonia do 6º Exército Alemão dentro das ruínas de Stalingrado, pois, mais uma
vez, o inverno estava chegando!
Fontes e Imagens:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_de_Stalingrado
https://pt.wikipedia.org/wiki/Opera%C3%A7%C3%A3o_Urano
https://pt.wikipedia.org/wiki/Wolfram_von_Richthofen
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vassili_Zaitsev
https://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%A1brica_de_A%C3%A7o_Outubro_Vermelho
https://pt.wikipedia.org/wiki/Casa_de_Pavlov
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mamayev_Kurgan
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