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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

O BONDE DA HISTÓRIA



O Vagão n° 2419 D
A foto acima mostra a Clareira do Armistício, na Floresta de Compiègne, França.
Neste local, em 11/11/1918, dentro do Vagão n° 2419 D, pertencente ao Marechal Francês Ferdinand Foch, o representante alemão Matthias Erzberger, assinou o Armistício que encerrou a Primeira Guerra Mundial.
Nas imagens abaixo, fotos do dia do evento. O Marechal e sua equipe ao lado do vagão e uma imagem da clareira, no dia da assinatura.

Uma estátua do Marechal foi erguida, assim como um monumento onde uma águia caída representa a derrota alemã. Em 1927 os franceses construíram um museu especialmente para proteger o vagão. Em 1929 uma enorme placa foi gravada com a frase: “Aqui, no décimo primeiro aniversário de 1918, sucumbiu o criminoso orgulho do Império Alemão. Vencido pelos povos livres que ele tentou escravizar.” (tradução livre). Nas imagens abaixo, os monumentos que circundam a clareira e o vagão, dentro do museu.




Mas, geralmente muito lenta, a roda da História por vezes gira de forma mais rápida. Onze anos depois da colocação da placa, os alemães estavam de volta. Em uma operação militar fulminante, a Wermacht atravessou a Floresta das Ardenas, cercou as tropas aliadas na Bélgica e conquistou a França. Então o Vagão n° 2419 D foi retirado de seu repouso e recolocado no mesmo local onde estivera em 1918.
Dentro dele, no dia 22/06/1940, os franceses general Charles Huntziger e o embaixador Léon Noël, compareceram perante Adolf Hitler, que logo retirou-se, e assinaram a rendição francesa. Nas imagens abaixo, a retirada do vagão do museu, Hitler e Goering observando a estátua de Foch, soldados observando o monumento da águia caida e um Hitler sorridente e saltitante por conseguir sua vingança.





Após a assinatura da rendição francesa, o Vagão n° 2419 D foi levado para Alemanha onde foi exposto e depois incorporado à rede ferroviária do III Reich. Quando a derrota da Alemanha tornou-se inevitável, em Abril de 1945, o 2419 D foi levado para Vila de Crawinkel pela SS, destruído e queimado, para evitar que assistisse a uma nova rendição alemã.
Nas imagens abaixo, fotos recentes da Clareira do Armistício e de uma réplica do Vagão n° 2419 D, recolocada no museu.



Por mais que se tente, e ainda que as tentativas sejam feitas por forças imensas e terríveis, nada pode ser mais poderoso, dentro dos registros da História, do que a inexorabilidade do tempo e suas voltas. A História do Vagão n° 2419 D, que assistiu a queda de impérios, mostra que Clio não se deixa contornar. Abaixo o Ato de Rendição Militar da Alemanha, de 07/05/1945, com a assinatura do Marechal Jodl, Chefe do Alto Comando.