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sábado, 31 de outubro de 2015

REVISTA REINO DE CLIO VII - PUBLIQUE SEU ARTIGO!


REVISTA REINO DE CLIO
ISSN 2358-5218
PUBLIQUE SEU ARTIGO!
Você já viu ou participou de um momento em que teve consciência de que estava testemunhando um momento histórico? Pode ser uma greve, uma ocupação, uma manifestação, uma eleição, um comício, enfim, um momento que pode ser inserido no contexto histórico de sua cidade, estado ou país e até mesmo do mundo? 
Se você é uma Testemunha da História, nos queremos conhecer e compartilhar sua experiência. E por isso vamos lançar uma edição focada nesse tipo de acontecimento.
A REVISTA REINO DE CLIO lança Edital de Publicação para coleta de Artigos Científicos na área de História, para publicação na edição de nº 7, a ser lançada em Abril/2017.
PRAZO PARA RECEBIMENTO DOS TRABALHOS PARA AVALIAÇÃO:
01/02/2017 a 15/04/2017
PRAZO PARA AVALIAÇÃO DOS TRABALHOS:
01/02/2017 a 29/04/2017
PUBLICAÇÃO PREVISTA:
30/04/2017
Para conhecer as Normas de Publicação clique AQUI, acesse a  Revista Reino de Clio e clique na aba "Normas".
Aguardamos seus trabalhos!



quinta-feira, 29 de outubro de 2015

TEMPLOS EGÍPCIOS – LUXOR

O TEMPLO "DA HISTÓRIA"  DO EGITO

Ele não é, posto que foi dedicado a Amon-Rá, mas bem poderia ser o Templo da História do Egito. Construído sobre outro templo menor, da 12ª dinastia, também dedicado a Amon, o atual Templo de Luxor foi iniciado por Amenófis III (ou Amenhotep III) e ampliado por Ramsés II.

O que faz dele uma testemunha da História do Egito é o fato de que recebeu acréscimos por parte de Merenpetah, Seti I, Ramsés III, Ramsés IV, Ramsés VI, Alexandre, o Grande, abrigou uma igreja e, por fim, foi concluído apenas sob domínio muçulmano, recebendo uma mesquita em seu interior!

Mesquita de Abu el-Haggag, dentro do Templo de Luxor
A parte frontal, o pilone norte e o grande pátio foram obra de Ramsés II, enquanto a avenida das esfinges foi obra de Nektanebo. O obelisco que orna o lado esquerdo da entrada não estava sozinho. Seu par, contudo, “...foi transportado, em 1819, a La Place de le Concorde, em Paris, como um presente para o rei Filipe Luís de França por Mohamed Ali (que governou o Egito AD 1805-1850)...1

Avenida das Esfinges - Templo de Luxor

Templo de Luxor - Obelisco e Estátuas de Ramsés II à frente do Piloni.
A entrada do templo é feita pela avenida das esfinges, que faz a ligação com o Templo de Karnak. Ao atravessar a entrada, têm-se, ao lado, a capela de Serapis. Em seguida, o obelisco e, atrás dele, o piloni, medindo cerca de 24m de altura e 65m de comprimento. Guardando as torres, duas estátuas gigantescas de Ramsés II. O piloni apresenta cenas da Batalha de Kadesh, entre outras.

Depois dessa entrada o visitante chega ao pátio de Ramsés II, no qual foi construída a Mesquita de Abu el-Haggag. As colunas desse pátio trazem estátuas do Faraó e sua rainha, Nefertari.



Após o pátio, a colunata, formando um corredor de 14 grandes colunas de 19m de altura que conduzem o visitante ao pátio do sol de Amenófis III e à sala hipóstila, ambos dominados por muitas colunas.
Acima Ramsés II e abaixo Nefertari

Na sequência, o santuário romano, depois a sala do nascimento, o santuário de Alexandre o Grande, a sala das oferendas e o santuário, ou Sala da Estátua.


Continua...




Imagens:
http://commons.wikimedia.org/wiki/Luxor_Temple
http://discoveringegypt.com/rebuilding-ancient-egyptian-temples-in-3d/3d-reconstruction-of-luxor-temple/
https://sites.google.com/site/viagemcairo/home/conhecer-luxor/templo-de-luxor
http://www.touregypt.net/featurestories/luxortemple3.htm
http://www.touregypt.net/featurestories/luxortemple1.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Abu_el-Haggag_R03.jpg
1https://sites.google.com/site/viagemcairo/home/conhecer-luxor/templo-de-luxor

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

E OS CANHÕES FALARAM!
Enquanto o Capitalismo avançava em apenas algumas das grandes nações, o modelo imperialista foi suficiente para sustentar o enriquecimento do mundo.
As mesmas forças econômicas que financiaram os incríveis avanços tecnológicos do final do XIX e início do XX, criaram uma imensa e insustentável desigualdade social. De um lado a Belle Epoque, do outro a realidade duríssima na exploração nas fábricas e colônias.
A partir do momento que outras grandes potências fizeram suas revoluções industriais, logo não havia mais colônias e mercados para atender a todos e quando os esforços diplomáticos falharam, os canhões “falaram”.
Conheçam nossa aula sobre a Primeira Guerra Mundial. Foi feita para adolescentes, mas pode ser útil para relembrar e se divertir.
Visite nosso site clicando aqui, acesse a aba "História Geral", como indicado na imagem acima e, depois, escolha como deseja ver.
Se quer ver em vídeo, clique na aba lateral "I Guerra Mundial". Para ver em slides, clique na imagem "E os Canhões Falaram" indicada pela seta/círculo da imagem abaixo. Boa semana!
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terça-feira, 20 de outubro de 2015

TEMPLOS EGÍPCIOS – KOM OMBO

O TEMPLO DE DOIS DEUSES1

A exemplo do Templo de Hórus/Edfu, Kom Ombo também foi construído durante a dinastia dos Ptolomeus (pós Alexandre o Grande e perto da era do domínio romano), e sua construção passou por vários reinados.

Iniciada entre 180 e 145 a.C., no reinado de Ptolomeu VI, as obras se arrastaram até o reinado de Ptolomeu XIII, que se encerrou em 47 a.C., um intervalo de quase 100 anos do início à conclusão.


A diferença marcante que distingue Kom Ombo é que este templo foi dedicado a dois deuses: o deus criador e da fertilidade, o crocodilo Sobek, e Hórus, o deus falcão. Cada um deles compõe uma tríade, pois são acompanhados por suas esposas e filhos.

Sobek traz consigo a esposa Háthor e o filho Khonsu. Hórus, por sua vez, comparece na companhia de “Tesentnefert (a deusa irmã) e seu filho Panebtawy (senhor das duas terras)2


Ptolomeu VI, ladeado pelos deuses


Tendo sido usado como igreja pelos coptas e como quartel, ao longo do tempo Kom Ombo sofreu com retiradas de materiais, terremotos, com as cheias do Nilo e com a erosão, mas foi parcialmente restaurado por Jacques de Morgan em 1893.

O Templo de Kom Ombo enterrado na areia, antes da recuperação de 1893
O templo conta com altas e belas colunas. Suas salas são decoradas com cenas das atividades religiosas do rei, os símbolos do alto e baixo Egito, a lótus e o papiro, imagens astronômicas, lugas sagrados, deuses e rituais do Egito.

Em seus arredores foram feitas escavações que revelaram múmias de vários crocodilos. Nos dias atuais elas se encontram no Museu do Crocodilo, nas imediações do templo.

Múmias no Museu do Crocodilo de Kom Ombo
Na entrada principal a construção apresenta um texto no qual o Imperador Diocleciano rende homenagens a Sobek, Hathor e Khonsu e há ali, também, um nilômetro com a mesma função do aparelho igual de que é dotado o Templo de Hórus/Edfu.


Nilômetro de Kom Ombo
Os templos de Edfu e Kom Ombo mostram que, se a era ptolomaica trouxe a influência macedônica para a cultura egípcia, não deixou de ser influenciada por ela em larga medida, considerando que os deuses egípcios seguiram tendo papel relevante.

Supreendente também é a homenagem do Imperador Diocleciano. Sabe-se que os romanos eram bem liberais quanto aos aspectos culturais de suas províncias, inclusive os cultos, mas dai a prestação de homenagens vai uma distância considerável que poucas vezes vimos coberta.

Continua...
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1 http://www.egitoantigo.net/templo-de-kom-ombo.html
2 http://www.girafamania.com.br/africano/materia_egitokomombo.html


Imagens:
http://es.wikipedia.org/wiki/Templo_de_Kom_Ombo
https://www.flickr.com/photos/gatastroficos/8039458915/
http://www.absolutegipto.com/templo-de-kom-ombo/
http://es.dreamstime.com/fotos-de-archivo-jerogl%C3%ADficos-antiguos-en-la-pared-del-templo-de-kom-ombo-image34657493
http://www.allegypthotelsguide.com/luxor_package_valley_of_the_kings17.html
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Kom_ombo_ptolomeo.JPG
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Zangaki._0784._Kom_Ombo,_Temple_de_Sebek_et_Horus.jpg
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Kom-Ombo_Temple.JPG
http://commons.wikimedia.org/wiki/Category:2nd_nilometer_in_Kom_Ombo_Temple
http://sandi-thepurpleturtle.blogspot.com.br/2014/03/a-trip-down-nileedfu-kom-ombo.html
http://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Hypostyle_halls_in_Kom_Ombo_Temple
http://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Night_in_Kom_Ombo_Temple

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

MANIFESTO PELA TOLERÂNCIA

https://www.pinterest.com/pin/527202700098820745/
MANIFESTO PELA TOLERÂNCIA
Fui vítima de uma inacreditável violência virtual. Sumariamente excluído e bloqueado em um ambiente de internet apenas porque um dos membros não concordou com meu texto sobre o Êxodo “Hebreu” do Egito.
Não declinarei nomes pois a intenção não é acusar, mas convidar todos à reflexão. Contudo, talvez seja recomendável ler o texto em questão antes de prosseguir. Clique aqui e forme sua própria opinião.
Após a postagem, a seriedade do texto foi questionada. A figura de Moisés, que a maior parte da historiografia e a arqueologia se abstém de confirmar ou negar a existência, foi taxada de mito, mas nenhuma prova foi dada desta acusação. Foi dito que o Êxodo contraria as leis da física.
Minha formação foi questionada e meu texto foi surpreendentemente acusado de pregação religiosa. Foi dito que publicações devem ser confrontadas com outras, no que evidentemente concordo, pois “Julgamos a “precisão” dos relatos dos historiadores vis-à-vis as interpretações de outros historiadores...”1, mas nenhuma confrontação entre textos foi feita e nenhuma prova contrária ao meu texto foi apresentada.
No meio da argumentação, quando estava escrevendo uma resposta, o post foi apagado e logo depois eu fui bloqueado. Sem qualquer chance de defesa ou apelação. Creio, portanto, que a pessoa em questão seja administrador do ambiente virtual.
http://www.historyplace.com/worldwar2/timeline/einsatz.htm
O recurso do bloqueio é um instrumento necessário dentro das redes sociais. E não questiono o direito de um administrador excluir ou bloquear um membro.
Meu questionamento é: um administrador de grupo deve fazer uso desse instrumento contra um membro apenas por discordar de um texto que não se encaixa no próprio pensamento? E os demais membros? Não têm direito de opinar?
O Reino de Clio é um site feito com muito amor e dedicação. Não dá lucro financeiro, ao contrário. Mas dá um retorno imensurável em satisfação pessoal.
É um site dedicado à História. Mas não àquela História feita para iniciados, para o clubinho, naquela linguagem acadêmica para ser lida apenas pelos entendidos.
Nossos textos são feitos para todos, pois todo mundo adora uma boa História e as pessoas são assim desde que sentavam ao redor de uma fogueira e escutavam os idosos contarem seus mitos sobre a criação do mundo e do homem.
Neste sentido, a História, desde a época dos mitos, tem um papel que é, como bem define MARROU, “... fornecer à consciência do homem que sente, que pensa, que age, uma abundância de materiais sobre os quais exerce o seu juízo e a sua vontade...2. Note-se que não se discrimina um tipo de homem. O termo homem designado por Marrou é a humanidade inteira.
Fora do ambiente da sala de aula e dos debates acadêmicos, nosso objetivo é o prazer da escrita e da leitura, a descoberta do detalhe daquele personagem ou momento histórico, da possibilidade deste ou daquele acontecimento ainda não provado. Eis a razão de ser do Reino de Clio.
Neste espírito, temos recontado várias Histórias e, neste ano de 2015, estamos dedicados ao Egito Antigo, seus principais faraós, templos, deuses e o Livro dos Mortos.
Mas, o sucesso do filme de Ridley Scott (Exodus: Deuses e Reis) e da novela da Record (Os Dez Mandamentos), nos levou a fazer uma pausa na sub-série sobre os templos egípcios, introduzindo o Êxodo nas publicações. E por isso fomos eliminados.
http://www.ft.com/cms/s/2/fdce5cea-ff5f-11e0-aa11-00144feabdc0.html
Nossa busca foi verificar se aqueles eventos extraordinários seriam possíveis dentro das Leis da Natureza, e acreditamos que sim.
Dentro dessa linha, nossa narrativa, títulos, sub-títulos e postagens podem, de fato, ter feito uso de frases de efeito e instigações. Mas este é um recurso válido para atrair a atenção do leitor potencial e “Até o cronista mais empírico precisa criar estruturas narrativas para dar forma ao tempo e ao espaço.9
Evidentemente agimos com método. Recorremos a diversas fontes para compor nossos textos, pois a História, como afirma Lucien Febvre, é “...o estudo, cientificamente conduzido, das diversas atividades e das diversas criações dos homens de outrora...3. Mas sem perder de vista a linguagem acessível a todos.
Não aceitamos que o tema Êxodo seja tabu, por ter apenas uma única fonte. Não estamos escrevendo nenhuma dissertação ou tese mas, apenas, exercitando nosso direito ao prazer da investigação.
Ademais, quem disse que uma única fonte não pode servir como inspiração para uma investigação histórica, quando nas novas modalidades até mesmo processos criminais podem render obras valiosas?
Quem pode ir contra Jacques Le Goff quando afirma que “... a História se afirma como nova ao anexar novos objetos que até agora lhe escapavam e se situavam fora de seu território.4. Por acaso é inválido investigar a possibilidade de um acontecimento?
Recentemente o professor Steve Collins, da Universidade Trinity do Novo México (EUA), anunciou a descoberta de uma cidade no Vale do Rio Jordão que pode ser a Sodoma bíblica5. Futuramente isso vai ser comprovado ou não.
Por acaso isso faz dele um pregador religioso? Sua formação deve ser questionada pela descoberta que fez? Seu trabalho deve ser escondido do público, ou eliminado? Ele deve ser demitido da Trinity?
http://www.historyplace.com/worldwar2/timeline/einsatz.htm
Nossa intenção jamais foi provar acima de qualquer dúvida que o Êxodo aconteceu e nem reconstituir totalmente aquele eventual momento pois é evidente que “...passado e História são coisas diferentes […] existem livres um do outro; estão muito distantes entre si no tempo e no espaço.6 e “Nenhum relato consegue recuperar o passado tal qual ele era, porque o passado são acontecimentos, situações, etc., e não um relato.7
É evidente também que escrevemos partindo de nossas próprias escolhas e crenças porque “Ninguém, não importando quão imerso esteja no passado, consegue despojar-se de seu conhecimento e de suas pressuposições.8, mas nosso texto pode ser acusado de tudo, menos de ter um viés religioso.
Cada texto componente da mini-série Êxodo x História mostra, a partir de fontes confiáveis, que o Êxodo, se aconteceu (nós acreditamos que sim e dissemos isso claramente), foi diferente do que diz a Bíblia. Mas mostra que, dentro das leis da natureza, que incluem as leis da física, seria possível ocorrer.
É biologicamente possível um arbusto arder espontaneamente, assim como a água ficar vermelha, causando fuga de anfíbios e morte de peixes. Infestações de insetos e pragas de gafanhotos ocorrem em vários lugares, assim como chuvas de pedras provenientes de erupções vulcânicas.
Esses fatos são irrefutáveis. Isso é ciência e, portanto, História, pois tudo é História! Apesar de que BESSELAAR poderia discordar um pouco de tal afirmação:
... a História não corresponde às exigências da definição escolástica: cognitio rerum per causas, visto lhe servirem de objeto material os atos humanos, os quais são contingentes, não necessários, e concretos, não universais. Logo, a História não é ciência no sentido próprio da palavra, podendo sê-lo apenas em sentido derivado...10
Contudo, ciência pura ou derivada, História foi o que fizemos com os textos do Êxodo. Certamente não definitiva, nem acima de qualquer questionamento, pois “... a História é determinada pelo ilógico comportamento humano, e não por grandes leis científicas imutáveis, que está fora do nosso poder desviar.11
Por outro lado nosso texto não foi, absolutamente, de forma nenhuma, uma pregação de púlpito religioso. Muito ao contrário, e a todos os momentos, quando mostra a possibilidade natural dos fenômenos narrados na Bíblia, tiramos deles o caráter arbitrário da intervenção divina. Esta, ao agir, usou as próprias leis da natureza.
http://www.sott.net/article/244113-The-Medical-Inquisition-and-Human-Rights-Violations-in-21st-Century-France
Seria até esperado que, por conta disso, palavras de crítica partissem daqueles mais aferrados à Bíblia. Surpreendentemente isso não ocorreu, partindo de onde menos se esperava.
Assim sendo fica caracterizada, a nosso ver, a arbitrariedade e a intolerância intelectual contidas no ato unilateral de nos excluir do ambiente virtual. Por que isso ocorreu?
É possível que o ato esteja na raiz daquele pensamento iluminista que descarta tudo que não possa ser materialmente comprovado. Pode-se concordar ou discordar desse pensamento.
Mas o bloqueio do diálogo e da exposição do pensamento vai contra tudo o que o iluminismo lutou em sua gênese e se assemelha muito ao comportamento da Igreja nos piores anos da Inquisição.
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Inquisition.jpg
Também sinaliza que aquele que bloqueia, seja pelo incômodo do contraditório, seja por insegurança do alicerce das próprias construções intelectuais, precisa garantir que apenas a sua versão permaneça, conforme bem desvenda Jenkins:
...os dominados, tanto quanto os dominantes, têm suas próprias versões do passado para legitimar suas respectivas práticas, versões que precisam ser tachadas de impróprias e assim excluídas de qualquer posição no projeto do discurso dominante.12
Assim sendo, tal intolerância, que vem se apresentando sob muitas faces em nosso país ultimamente, precisa ser combatida em todos os ambientes, em especial no ambiente universitário, físico e virtual, que deve primar pela pluralidade de pensamentos e versões, na busca por contribuir com as construções internas individuais.
O Reino de Clio se posiciona indignado contra o extermínio da visão diferente e conclama todos os estudantes e profissionais da História para que reflitam e combatam a intolerância de pensamento em seus ambientes.
Obrigado.

1JENKINS, Keit. O que é História. A História Repensada. São Paulo: Contexto, 2001.

Todas as citações foram retiradas da compilação feita para disciplina Intrudução à História de 2007, da UFS, feita pelo Prof.Dr. Francisco Alves.


2MARROU, Henri. A utilidade da História. Do Conhecimento Histórico.Lisboa: ASTER, 1975

3FEBVRE, Lucien. Combates pela História. 2ª Ed. Lisboa: Presença, 1985

4LE GOFF, Jacques; NORA, Pierre. Apresentação. História: Novos Problemas. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1979.

5https://br.noticias.yahoo.com/cidade-b%C3%ADblica-pode-ter-sido-encontrada-no-vale-do-jord%C3%A3o-185132680.html

6JENKINS, Keit. O que é História. A História Repensada. São Paulo: Contexto, 2001.

7Ibid.

8Ibid.

9Ibid.

10BESSELAAR, Jose van den. A História é uma ciência moral. Introdução aos  estudos históricos. 4ed. São Paulo: EDUSP, 1974

11TUCHMAN, Barbara. A História é um guia para o futuro? A prática da História. 2ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1995

12JENKINS, Keit. O que é História. A História Repensada. São Paulo: Contexto, 2001.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

ÊXODO X HISTÓRIA - Final

http://www.deityandhumanity.com/12-mt-sinai--second-coming-compared.html
O ÊXODO E A HISTÓRIA –Final

Depois de escapar dos soldados do Faraó, o que seria mais lógico para Moisés, que, como pastor, conhecia bem a região: Adentrar mais ainda o território que queria deixar ou tomar o caminho mais curto para fora dele?

A resposta a essa pergunta vai colocar por terra a atual localização do Monte Sinai! Porque é óbvio que Moisés buscaria sair o mais rápido possível do Egito, mas, se fosse em direção à Península do Sinai, estaria entrando mais profundamente na terra de Ramsés II.

Assim sendo, o atual Monte Sinai, não é o Monte Horebe da Bíblia! E isso se dá por dois motivos:

(1) Conforme a Bíblia “... o monte Sinai fumegava, porque o Senhor descera sobre ele em fogo; e a sua fumaça subiu como fumaça de uma fornalha, e todo o monte tremia grandemente.” (Êxodo 19:18). 
Sabe-se que montanhas que tremem e soltam fumaça só podem ser de um tipo: vulcões. E o atual Monte Sinai não é um vulcão.

(2) A Península do Sinai, e o monte nela, pertenciam ao Egito na época de Ramsés II, de modo que Moisés jamais adentraria ainda mais profundamente o território egípcio quando conhecia bem os caminhos e queria justamente sair dele.

Mas, onde fica, então, o Monte Sinai mencionado na Bíblia?

É preciso lembrar que Moisés o conheceria bem, pois levava seus rebanhos a pastar em seus arredores, de modo que não poderia ficar muito longe de Midiã, onde morava com Zípora.

E a própria Bíblia confirma essa constatação em duas passagens distintas:

E apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote em Midiã; e levou o rebanho atrás do deserto, e chegou ao monte de Deus, a Horebe. (Êxodo 3:1)

Ora, esta Agar é Sinai, um monte da Arábia, ... (Gálatas 4:25)

Portanto, sabendo que o Monte Sinai da Bíblia fica na Arábia, qual seria o verdadeiro? Há duas opções:

(1) O monte Jebel el Lawz13, que tem pedras escuras no cume, que dão a aparência de queimadas, e em cuja região os arqueólogos encontraram muitos artefatos e símbolos israelitas e egípcios desenhados nas rochas.
http://www.cntravelre.com/sight/saudi-arabia/jabal-al-lawz
(2) O Monte Hala-'l Bedr, ou Monte Bedr14, mais distante de Pi-Ramsés, mas que é um vulcão de verdade.15

Qualquer que seja o correto, parece surgir diante de nós o provável acontecimento do Êxodo, muito mais plausível, dentro das Leis da Natureza e, mesmo assim, sem ofuscar a participação divina em todo processo.

Vemos essa participação na condução de Moisés, no uso de ocorrências simples para levar a um desfecho, na junção e no encadeamento de fenômenos naturais, na sua concentração sobre um ponto espaço-temporal específico. Só a força divina pode fazer tal coisa dentro da mais perfeita lógica e dentro das próprias Leis.

Aqui estamos colocando a nossa crença, o que é nosso direito. E construímos nossa narrativa diante dela. Escrevemos de forma a instigar os crentes e descrentes: àqueles mostramos a possibilidade, a estes questionamos a forma. E o vice-versa é igualmente válido.

Se, por um lado, acreditamos no acontecimento, por outro isso não nos impediu de questionar a fonte (Bíblia) a todo momento, até mesmo com provas contrárias, como no caso do primogênito de Ramsés II. 
É bem verdade que o Faraó do Êxodo, considerando ser um evento real, pode nem ser Ramsés II. Mas não é impossível que seja, pelo conhecimento que se tem hoje.

As chamadas “Pragas do Egito” muito provavelmente não atingiram todo o país, mas não é impossível que tenham assolado a capital. 
Não há registro de uma chuva de fogo na época, mas há pedras pomes no Egito, onde não existem vulcões.

Não há registros dos israelitas no Egito nos tempos de Ramsés II e antes, mas as cidades que os israelitas alegam ter construído existiram de fato.

Enfim, é certo que não foram encontrados registros do Êxodo no Egito. Mas não significa que eles não existam.
Isso é algo que não permite confirmar o acontecimento, mas também não permite negar. Deixa a situação em suspenso.

Por outro lado, sabe-se agora que quase todos os eventos fantásticos da narrativa bíblica são possíveis. É uma possibilidade, portanto, que o Êxodo tenha ocorrido. Acredita-se nela ou não.

Nós acreditamos em Deus e acreditamos que o Êxodo ocorreu, assim como outras passagens relatadas na Bíblia. Mas não todas e, certamente, não literalmente.

E por isso, fazemos a diferenciação de que nada pode ocorrer fora das Leis da Natureza, o que contradiz a narrativa bíblica em muitas partes. Mas isso não a torna, para nós, um tabu.

Pois é natural que o homem antigo, carente das explicações científicas que dispomos hoje, relatasse tudo como obra dos deuses.

Nosso objetivo, porém, foi alcançado. O Êxodo continua sendo um evento relatado apenas por fonte única, mas sabemos que a maior parte daquela narrativa extraordinária é fisicamente possível.

Se ocorreu ou não, é questão íntima de cada um acreditar. Para os que acreditam, porém, os textos possibilitaram uma visão mais realista do evento.

Para os que não acreditam, até que surja uma prova irrefutável, oferecemos a reflexão interessante de que, ao menos, não é impossível que tenha ocorrido.

Assim, atendemos ao objetivo que sempre move o Reino de Clio: contar uma boa História!

FIM

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14   Conteúdo Aberto In: https://es.wikipedia.org/wiki/Hala-%27l_Badr
      Redação Super. Milagres naturais - Os milagres do Êxodo sempre atraíram o interesse da ciência. E ela tem hipóteses para explicar cada um deles. Disp. e acessado em 25/06/2015 em: http://super.abril.com.br/historia/milagres-naturais
15  LOPES, Ana M. de Souza. Monte Bedr – o verdadeiro monte dos dez mandamentos - Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo. Disp. e acessado em 25/06/2015 em:
        http://observatoriocristao.com/monte-bedr-%E2%80%93-o-verdadeiro-monte-dos-dez-mandamentos/

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

ÊXODO x HISTÓRIA - 6

http://d4nations.com/webpubl/300-aog---the-miracle-of-crossing-the-red-sea-took-place-on-the-seventh-day-of-the-celebration-of-the-feast-of-unleavened-bread.html
O ÊXODO E A HISTÓRIA – Parte VI

Após a morte dos primogênitos, finalmente o Faraó concordou em libertar seus servos. Uma vez livres, e autorizados a sair do Egito, para onde foram?

A Bíblia descreve que a marcha era guiada por sinais: “E o Senhor ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo para os iluminar, para que caminhassem de dia e de noite.”(Êxodo 13:21)

Essas colunas de fumaça e fogo seriam, na verdade, sinais utilizados pelos exércitos da época para manter coesas e direcionadas as marchas de seus soldados, técnica copiada por Moisés.11.

Acima e abaixo, representações da coluna de fumaça e fogo, do documentário Batalhas a.C. - Moisés Fugindo da Morte - History

https://www.youtube.com/watch?v=SqkX3Y4YzLU
Estes sinais vinham de um recipiente contendo uma pequena fogueira, carregada por um mensageiro atrás de quem as pessoas seguiam. Conforme se depreende do relato bíblico, estes sinais foram usados para despistar os perseguidores egípcios pois antes da travessia do mar, o sinal mudou: “E o anjo de Deus, que ia diante do exército de Israel, se retirou, e ia atrás deles; também a coluna de nuvem se retirou de diante deles, e se pôs atrás deles.” (Êxodo 14:19).

Note-se que, primeiro a Bíblia informa que o Senhor ia à frente. Depois é o Anjo que ia. Ou um ou outro não é mesmo? E o detalhe curioso é que, conforme a tradição bíblica, anjos são mensageiros, de modo que pode ter ocorrido um erro de tradução que faz pensar em algo sobrenatural, quando, na verdade, o homem que carregava o vaso com brasas seria apenas isso mesmo, um homem.

E, então, chegou o momento mais emblemático de toda a epopéia: a travessia do Mar Vermelho. Teria sido como nos filmes?

Conforme a Bíblia, “...Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o Senhor fez retirar o mar por um forte vento oriental toda aquela noite (grifo nosso); e o mar tornou-se em seco, e as águas foram partidas.(Êxodo 14:21) 12

Os filmes já ficam, assim, descartados, pois a abertura do mar demorou a noite toda, não foi repentina como mostrado no cinema. Mas é uma ausência o item mais gritante do versículo acima: a Biblia não fala em Mar Vermelho!

O que estamos vendo é o relato de uma região relativamente rasa, perto do litoral e sob a influência das marés. Isso exclui uma travessia nas partes mais largas dos golfos de Suez e Ácaba.

A possibilidade mais comumente aceita é que a travessia ocorreu no área do Mar de Juncos, uma região pantanosa, no Delta do Nilo, que à época também era chamada de Mar Vermelho.
http://www.biblearchaeology.org/post/2008/08/New-Evidence-from-Egypt-on-the-Location-of-the-Exodus-Sea-Crossing-Part-I.aspx
Quando a maré baixou, os israelitas tiveram tempo de atravessar, naquela mesma noite, pois os egípcios estavam enganados pelos sinais de fogo. Quando, ao amanhecer, perceberam o erro e entraram no pântano em perseguição, ficaram presos na lama com seus carros. Estavam na armadilha pois naquela manhã, as águas retornaram:

Então Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o mar retornou a sua força ao amanhecer, e os egípcios, ao fugirem, foram de encontro a ele, e o Senhor derrubou os egípcios no meio do mar.

Porque as águas, tornando, cobriram os carros e os cavaleiros de todo o exército de Faraó, que os haviam seguido no mar; nenhum deles ficou. (Êxodo 14:27,28)

Essas constatações tornam muito mais verossímeis os relatos bíblicos, afastam as fantasias e os efeitos especiais do cinema, deixando os acontecimentos como eles realmente foram e como devem ser vistos.

Assim sendo, a nosso ver, tanto as pragas quanto a travessia de fato ocorreram, mas dentro da lógica e sem ferir as Leis de Deus que regem a Natureza. Como Moisés era um conhecedor da região pela qual fugira e onde fora pastor de rebanhos, não é de se estranhar que tenha seguido pelos melhores e mais rápidos caminhos.


Continua...
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11 Segundo o Dr. Richard A. Gabriel, do Royal Military College of Canadá no documentário “Batalhas a.C. Moisés Fugindo da Morte”, do History Channel, que faz uma análise do Êxodo sob o ponto de vista militar.
12 Bíblia versão Almeida, Corrigida e Revisada Fiel. Em todas as versões de Língua Portuguesa que pesquisamos não é usado o termo “escravidão”, com exceção da Nova Versão Internacional. Todas as versões tradicionais pesquisadas, inclusive a versão do Rei James, usam a palavra “servidão” ou “servir”.