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sexta-feira, 1 de abril de 2022

CHURCHILL - Parte 39

CHURCHILL – Parte XXXIX [1] [2]
A invasão da Sicília começou em 09/07/1943 e terminou com sucesso em 17/08/1943. Em 25/07/1943 Mussolini foi demitido do cargo. A Itália rejeitava seu Duce prendendo-o em Gran Sasso de onde foi resgatado por forças paraquedistas alemãs. Mas o “Partido Fascista fora dissolvido e o Grande Conselho Fascista, seu instrumento de governo, abolido.
Churchill logo se prontificou a negociar com os italianos: “Agora que Mussolini se foi, devo poder ter conversações com qualquer governo italiano não fascista que possa resolver os assuntos”. 
Victorio Emanuele III - Mussolino - Pietro Badoglio
Pouco depois, ele viajou com Clementine e a filha Mary para a Conferência de Quebec.
Lá ficou decidido que o ano de 1944 seria dedicado a preparar a invasão da França pelo Canal da Mancha, com a finalidade de “atacar o coração da Alemanha e destruir suas forças militares”. Essa operação teria prioridade sobre todas as outras, também seria feito um desembarque no Sul da França, para dividir as forças defensivas dos alemães.
A invasão da Itália não ultrapassaria a linha entre as cidades de Pisa e Ancona, e as operações nos Balcãs seriam restritas a dar apoio aos guerrilheiros. Saindo do Canadá Churchill foi de trem para os EUA onde soube da rendição da Itália e do desembarque das tropas aliadas em Salerno.
Neste momento a preocupação de Winston já era com o pós-guerra, qual seria a situação da Alemanha, se, e como, seria dividida, bem como a forma de agir em relação à URSS. Ele acreditava que a URSS se tornaria uma superpotência, mas que a união dos britânicos aos estadunidenses poderia manter o equilíbrio na fase de reconstrução da Europa.
Em 06/09/1943 ele viajou a Harvard para receber um grau honorífico, retornando logo a Washington de onde partiu de regresso à Inglaterra no dia 12/09/1943. (<<<<<pg. 176-180)
Churchill em Harvard
No final de Setembro/1943 as notícias eram quase todas animadoras: o Exército Vermelho retomara Smolensk e as tropas nazistas estavam em constante retirada sendo violentamente empurradas a despeito da monótona ordem de Hitler de nunca recuar, resistir até o último homem, etc., na Itália os aliados entravam em Nápoles e as ilhas da Córsega e da Sardenha se rendiam com pouca resistência e o couraçado alemão Tirpitz foi inutilizado na Noruega por mini submarinos, facilitando mais a vida dos comboios de suprimentos, a despeito dos novos torpedos acústicos dos U-boats alemães.
O entusiasmo de Churchill era tamanho que não se conseguia mais controlar sua ânsia por atacar. De seu ponto de vista “A dificuldade não está em ganhar a guerra, e sim em tentar persuadir as pessoas a deixarem-nos ganhá-la, em tentar persuadir tolos.” (<pg. 180-181)
Em Novembro/1943 Churchill estava de volta ao Cairo onde recebeu Roosevelt e o levou para conhecer as Pirâmides e a Esfinge. 
Na chamada Conferência do Cairo não se chegou a nenhuma decisão importante e, em seguida, ambos os governantes viajaram em aviões separados para Teerã, onde se encontrariam com Stalin.
Na noite anterior aos encontros oficiais houve um jantar do qual Churchill não participou pois estava exausto. No dia do encontro, Roosevelt e Stalin conversaram por uma hora antes de se encontrar com Churchill e Stalin convenceu Roosevelt a priorizar a invasão da França em detrimento da campanha na Itália que Churchill defendia com apoio de Eisenhower.
No próprio encontro, porém, Roosevelt defendeu ampliar o avanço na Itália enquanto Churchill defendeu uma invasão ao Sul da França, com o que Stalin concordou. À noite foi a vez de Roosevelt faltar ao jantar por um mal estar de modo que Churchill e Stalin decidiram o pós-guerra na Alemanha e na Polônia. Esta última perderia territórios para a URSS a Leste e ganharia a Oeste, tomando-os da Alemanha.
No último jantar, oferecido por Churchill no dia de seu aniversário, muitos brindes o saudaram. Em dado momento, o próprio Winston ergueu sua taça: “Bebo às massas proletárias”, o que levou Stálin a erguer seu copo e dizer: “Bebo ao Partido Conservador.” Churchill disse a Stálin: “A Inglaterra está cada vez mais cor-de-rosa.” “É sinal de boa saúde”, contrapôs Stálin.” Este, ao final da conferência, saiu de Teerã tendo conseguido praticamente tudo o que queria. (<<<pg. 181-185)
E, informação não constante no livro de Gilbert, Stalin ainda recebeu das mãos de Churchill uma espada cerimonial enviada pelo Rei George VI em homenagem à extraordinária resistência do povo de Stalingrado à invasão nazista. Na espada havia, em tradução livre, a inscrição: 
Ao espírito de aço dos cidadãos de Stalingrado, o presente do Rei George VI, como símbolo da homenagem do povo britânico.” O líder soviético a recebeu e beijou com os olhos rasos d'água.
CONTINUA 



[1]   GILBERT, Martin. Churchill : uma vida, volume 2. tradução de Vernáculo Gabinete de tradução. – Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2016.
[2]   Em relação às referências das páginas, que fazemos ao final de alguns parágrafos, por uma questão estética e de não ficar sempre repetindo, criamos um código simples com o símbolo “<”. Sua quantidade antes da referência da página indica a quantos parágrafos anteriores elas se relacionam. Exemplo: A referência a seguir se refere ao parágrafo que ela finaliza e mais os dois anteriores  (<<pg.200-202).