AVE CESAR! – A
CONQUISTA DA GÁLIA V1
Quando o ano 552
chegou e o inverno terminou, César estava preparado para uma invasão
de verdade à Britânia. Com cerca de 800 barcos, cinco legiões e
2000 cavaleiros ele atravessou o Canal da Mancha novamente.
Acima Boulogne sur Mer Nord, Pais de Calais. Abaixo Wissant, mesma região. Locais cogitados como porto utilizado por César e seus 800 navios para a invasão da Britânia. |
Logo ao desembarcar ele
marchou, com quatro legiões, ao encontro dos bretões, mas estes não
concediam um combate decisivo, mantendo uma tática de guerrilha, com
ataques surpresa seguidos de fuga. Quando uma tempestade danificou
vários dos barcos romanos, César retornou à praia para
consertá-los e fortificar sua posição.
Ao mesmo tempo os
bretões aproveitaram a oportunidade para aumentar ainda mais suas
tropas, entregues ao comando de Cassivelauno, da tribo dos
Catuvellauni.
Rio Stour, Kent, Inglaterra. Região dos primeiros confrontos entre César e Cassivelauno. |
Com os reparos
assegurados, César marchou novamente para o interior da ilha.
Cassivelauno agora tinha mais cavalaria e carros de combate e seus
ataques obrigaram os romanos a uma marcha cerrada, para evitar serem
isolados e destruídos. Mas quando ele atacou um pequeno destacamento
romano que colhia cereais e, mesmo assim, foi repelido, fugiu, sendo
perseguido pela cavalaria romana.
Em seguida as tropas de
César atravessaram o Rio Tâmisa e tomaram a própria sede dos
Catuvellauni, que Gilliver localiza provavelmente na atual
Wheathampstead.
Rio Tãmisa - Vista da Ponte de Londres. |
Wheathampstead, Inglaterra - Provável sede da tribo dos Catuvellauni. |
Quando perceberam que
os romanos não podiam ser batidos em campo aberto e que tinham
tomado a própria cidade dos Catuvellauni, os outros povos bretões
começaram a se render em massa, o que Cassivelauno acabou por fazer
também. César aceitou a rendição de todos eles e recebeu seus
reféns e os cereais que lhe trouxeram os vencidos.
Antes da chegada do
tempo frio César preparou-se para voltar à Gália novamente. Lá os
problemas que o inverno e colheitas fracas trouxeram iriam trazer
aborrecimentos sérios ao general.
As forças romanas
foram divididas e enviadas a diferentes regiões da Gália, onde
sofreram ataques coordenados. As tropas sob comando de Cota, sediadas
junto ao povo dos eburões, foram atacadas por estes, comandados por
Ambiorix.
Estátua de Ambiorix - Grote Markt, Tongeren - Belgica - Provável localização do acampamento romano. |
O líder eburão
prometeu salvo conduto aos legionários que abandonassem a
fortificação, mas quando eles saíram foram massacrados.
Rio Meuse, Liege - Belgica - Norte das Ardenas - Região dos Eburões.
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Mais a leste, no
território dos nérvios, as tropas romanas sob comando de Quintus
Cicero foram atacadas pelos nérvios e aduáticos, mas não aceitaram
a rendição e nem a retirada, ao contrário, reforçaram as defesas
e tentaram contato com César.
Os nérvios, então,
construíram uma muralha e um fosso ao redor do acampamento romano,
cercando-o totalmente. Também construíram torres de cerco para
tentar a invasão. Mas os romanos resistiram de forma desesperada por
duas semanas aos ataques diurnos e noturnos.
Praça
van Zeeland - Soignies, região de Hainaut, lar dos Nérvios.
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Quando César soube da
situação reuniu duas legiões e uma pequena cavalaria e partiu para
o local. Em marcha forçada as legiões chegaram a percorrer 30km por
dia. Ao chegar, César atacou os nérvios e destruiu seu exército de
cerca de 60.000 homens, libertando as tropas de Cícero que, contudo,
perderam 90% de seus efetivos.
O ano começou muito
bem para César, mas terminou com reveses sérios, apesar de
contornados. Quando o inverno terminasse, uma resposta dura deveria
ser aplicada.
Continua...
Imagens:
1Lembramos
ao leitor a base para esta nossa série de textos é a obra “A
Guerra das Gálias 58-50 a.C. - Roma Constrói seu Império”, de
autoria de Kate Gilliver, publicada pela Editora Osprey.
2Todas
as datas aqui mencionadas são a.C. (antes de Cristo).
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