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terça-feira, 25 de março de 2014

UM MASSACRE - MUITAS HISTÓRIAS

COVARDIA E DESONRA...


O turista que pegar seu carro, em uma ensolarada tarde da primavera russa, em direção a Smolensk pela excelente estrada A141 verá, cerca de 20km antes da cidade, à direita, duas simpáticas igrejinhas em estilo ortodoxo. Se resolver parar no estacionamento, poderá contemplar uma placa, em russo e inglês, com os dizeres: Memorial de Katyn.
 
A bucólica beleza do local esconde uma das muitas terríveis histórias da II Guerra Mundial.
Em 05/03/1940 a Polônia estava dividida entre o III Reich e a URSS. Na parte leste do ex-país, atuava a polícia secreta soviética, denominada Comissariado do Povo para Assuntos Internos (NKVD), chefiada por Lavrentiy Beria.
Neste dia o Sr. Beria, que na foto aparece perto do chefe, ao fundo, com a filha deste no colo, pediu e Stalin (com apoio de outros 3 membros do Politburo: Vyacheslav Molotov, Kliment Voroshilov e Anastas Mikoyan) autorizou, a execução de mais de 20 mil prisioneiros poloneses, a nata militar do país, policiais e intelectuais.
Entre os meses de abril e maio daquele ano a ordem foi cumprida e os corpos enterrados justamente no bucólico local, hoje marcado pelo memorial.
A uma média de 250 por noite, os prisioneiros foram executados com tiros na cabeça em salas acusticamente isoladas. Os corpos eram colocados em caminhões que os transportavam para a floresta.
Em 1943, quando a Alemanha já invadira a URSS, as covas foram descobertas e uma grande operação de propaganda nazista foi montada, inclusive com peritos de vários países e prisioneiros de guerra como testemunhas, para denunciar o crime dos soviéticos.
Nas imagens abaixo os prisioneiros poloneses, as covas coletivas onde foram enterrados, a exumação promovida pelos alemães e os prisioneiros de guerra que foram trazidos pela Wehrmacht como testemunhas do crime soviético.
Quando a URSS retomou o território, conduziu investigações fraudulentas nas quais as conclusões culpavam os alemães.
Várias investigações foram feitas e sabe-se que Churchill e Roosevelt sabiam que os soviéticos eram os culpados. Porém, no contexto da guerra, preferiram não culpar o aliado Stalin, em detrimento da história verdadeira dos inimigos alemães. Os resultados que culpavam os soviéticos foram ignorados ou censurados. A “operação abafa” durou, surpreendentemente, até os anos 70, em plena Guerra Fria.
Apenas em 1989 a verdade veio à tona e em 1990 o massacre foi admitido por Mikhail Gorbachev.
Nas imagens abaixo pode-se ver detalhes do memorial. Sob as árvores, placas de metal sinalizam a localização das covas coletivas das quais os corpos foram retirados. Ao final, a solicitação de execução dos prisioneiros enviadas por Beria a Stalin.
Que descansem em paz aqueles que tombaram sem chance de defesa, diante da suprema covardia.

Imagens:
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Lavrenti_Beria_Stalins_family.jpg
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/fe/KatynPL-kontury.jpg
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/dc/KatynPL-wejscie.jpg
http://en.auschwitz.org/m/index.php?option=com_content&task=view&id=758&Itemid=8
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/8f/Je%C5%84cy1.jpg
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/c1/Katyn_-_decision_of_massacre_p1.jpg
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/9a/Katyn_Massacre_-_Mass_Graves_2.jpg
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b8/Katy%C5%84%2C_ekshumacja_ofiar.jpg
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/82/Katyn_massacre_4.jpg