Total de visualizações de página

segunda-feira, 29 de abril de 2019

VITÓRIA CRISTÃ EM ROMA - FINAL



COMO O CRISTIANISMO TRIUNFOU EM ROMA – Final

A intermediação de Constância conseguiu de Constantino o perdão para seu marido Licínio e a autorização para viverem exilados em Tessalônica. Mas Lissner29 nos informa que logo ele estava novamente conspirando:

o autocrata Licínio era incapaz de viver sem exercer seu poder temível e sem se entregar a nebulosas intrigas. Abriu conversações com os bárbaros das províncias danubianas. Essa violação da palavra dada, era uma traição e provocaram sua detenção. Condenado pelo Senado romano, Licínio foi executado. (pg. 495)

Com a morte de Licínio, e de seu filho, Licínio II um ano depois30, o Império Romano voltava a ter um único soberano.

Sozinho no poder, Constantino implementou seu desejo de, o mais suavemente possível, tornar Roma cristã. O imperador nomeou cristãos para alguns dos cargos mais importantes, inclusive o de Prefeito de Roma, e foi mais além:

As comunidades cristãs receberam subvenções imperiais para construir e restaurar igrejas. Num conselho supremo, os altos dignatários cristãos reuniram-se em torno do imperador. Constantino regulamentou e organizou os negócios da Igreja. (pg. 496)

Veyne31 também destaca a tolerância religiosa do imperador que:

Não força ninguém a se converter, nomeia pagãos para as mais altas funções do Estado, não cria nenhuma lei contra os cultos pagãos [...] e permite que o Senado de Roma insista em atribuir créditos aos sacerdotes oficiais e aos cultos públicos do Estado romano, que continuam como antes...(pg.11)

Podemos concluir nossa série constatando que, a despeito de o batismo de Constantino, e sua conversão oficial ao cristianismo, só ter ocorrido ao final de sua vida, não seria justo afirmar que não era cristão.

O batismo do velho Constantino
Salta aos olhos, também, a maneira extremamente hábil como conduziu o processo, longo e lento, portanto seguro, de cristianizar o império, sem perseguições aos pagãos, porém mantendo sempre à vista do povo sua preferência.

Essa maneira pacífica de agir após a vitória guerreira, conseguida sob um signo cristão, o que sem dúvida lhe conferiu um status não assumido de escolhido pelo céu, também lhe permitiu autoridade para moldar a Igreja ao seu gosto e entendimento, conforme foi possível verificar no Concílio de Nicéia, no qual a Igreja unificou seus ritos e crenças.

Isso, porém, é uma outra História.

FIM.

Perdeu as primeiras partes do texto? Clique aqui.

Para navegar mais por este blog, clique aqui.

Para ler outros textos na seção "A Semana", clique aqui.

Para ir ao nosso site, clique aqui.



1 LISSNER, Ivar. Os Césares – Apogeu e Loucura: Tradução de Oscar Mendes. Belo Horizonte: Itatiaia, 1964.
2Ibid
3Ibid
4Ibid
5Ibid
6Ibid
7Ibid

8Lucio Célio Firmiano Lactâncio foi um autor entre os primeiros cristãos que se tornou um conselheiro do primeiro imperador romano cristão, Constantino I, guiando sua política religiosa que começava a se desenvolver e sendo o tutor de seu filho.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lact%C3%A2ncio
9Eusébio de Cesareia foi bispo de Cesareia e é referido como o pai da história da Igreja porque nos seus escritos estão os primeiros relatos quanto à história do cristianismo primitivo.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Eus%C3%A9bio_de_Cesareia
10https://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_da_Ponte_M%C3%ADlvia
11https://pt.wikipedia.org/wiki/Chi_Rho
12https://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_da_Ponte_M%C3%ADlvia
13VEYNE, Paul. Quando nosso mundo se tornou cristão [312-394]. Tradução de Marcos de Castro. Civilização Brasileira. 2011. Versão eletrônica disp. em:
http://portalconservador.com/livros/Paul-Veyne-Quando-Nosso-Mundo-Se-Tornou-Cristao.pdf
14https://pt.wikipedia.org/wiki/Constantino
15LISSNER, Ivar. Os Césares – Apogeu e Loucura: Tradução de Oscar Mendes. Belo Horizonte: Itatiaia, 1964.
16VEYNE, Paul. Quando nosso mundo se tornou cristão [312-394]. Tradução de Marcos de Castro. Civilização Brasileira. 2011. Versão eletrônica disp. em:
http://portalconservador.com/livros/Paul-Veyne-Quando-Nosso-Mundo-Se-Tornou-Cristao.pdf
17https://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_de_Adrian%C3%B3polis_%28324%29
18Idem
19Idem
20Idem
21Idem
22Idem
23Idem
24Idem
25https://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_de_Cris%C3%B3polis
26Idem
27Idem
28Idem
29LISSNER, Ivar. Os Césares – Apogeu e Loucura: Tradução de Oscar Mendes. Belo Horizonte: Itatiaia, 1964.
30https://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_de_Cris%C3%B3polis
31VEYNE, Paul. Quando nosso mundo se tornou cristão [312-394]. Tradução de Marcos de Castro. Civilização Brasileira. 2011. Versão eletrônica disp. em:
http://portalconservador.com/livros/Paul-Veyne-Quando-Nosso-Mundo-Se-Tornou-Cristao.pdf

Imagens:
https://ourhifive.wordpress.com/2015/04/21/the-cristianism-in-mexico/
La resa di Zenobia ad Aureliano, da un dipinto di Giovanni Battista Tiepolo.
https://it.wikipedia.org/wiki/Campagne_orientali_di_Aureliano#/media/File:Giovanni_Battista_Tiepolo_-_Il_trionfo_di_Aureliano.jpg
http://www.reclaimingthemind.org/blog/2011/10/top-ten-theologians-4-athanasius/
Istanbul - Museo archeologico - Testa di statua dell'imperatore romano Diocleziano (284-305 d.C.)
https://en.wikipedia.org/wiki/Diocletian
Emperor Galerius' portrait head in porphyry, from his palace in Romuliana (Gamzigrad).
https://en.wikipedia.org/wiki/Galerius
Tête de Maximien Hercule au Musée Saint-Raymond de Toulouse.
https://en.wikipedia.org/wiki/Maximian
Emperor Constantius I Chlorus. Cast in Pushkin museum after original in Antik Sammlung, Berlin
https://en.wikipedia.org/wiki/Constantius_Chlorus
http://lightofdesert.blogspot.com.br/2014/04/the-spread-of-christianity-through.html
A Christian Dirce, by Henryk Siemiradzki.
https://en.wikipedia.org/wiki/Persecution_of_Christians
http://www.todayifoundout.com/index.php/2015/11/difference-bce-ce-bc-ad-come/
http://www.juditapalace.com/en-us/interesting-facts/prisca.aspx
http://www.snipview.com/q/Galeria_Valeria
http://truttafario.com/2013/09/03/severo-ii/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Maximino_Daia
Reconstruction of the Palace of the Roman Emperor Diocletian in its original appearance upon completion in 305, by Ernest Hébrard
https://en.wikipedia.org/wiki/Diocletian
Palácio de Diocleciano – dias atuais
https://en.wikipedia.org/wiki/Diocletian
http://www.euratlas.net/photos/time/3rd_century/tetrarchy.html
Termas de Carnuto
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Carnuntum_thermae_2011b.jpg
https://en.wikipedia.org/wiki/File:MMA_bust_02.jpg
https://en.wikipedia.org/wiki/File:Maxentius02_pushkin.jpg
https://en.wikipedia.org/wiki/File:Ponte_Milvio-side_view-antmoose.jpg
The Battle of the Milvian Bridge (1520–24) by Giulio Romano.
https://en.wikipedia.org/wiki/Battle_of_the_Milvian_Bridge
http://galatiansfour.blogspot.com.br/2012/07/why-do-they-use-chi-rho.html
http://www.twcenter.net/forums/showthread.php?683605-Proposal-Chi-Rho-Shields-for-Romans
http://www.beyond-the-pale.org.uk/SantAntounin3.htm
Statue of Constantine the Great outside York Minster
http://www.travelsignposts.com/destination/EnglandWales/York/Statue-of-Constantine-the-Great-York_DSC9445
Sculptural portraits of Licinius (left) and his rival Constantine I (right).
https://en.wikipedia.org/wiki/Licinius
The description from 28th October 312, 'A cross centered on the Sun" fits with modern day photographs of Sun dogs.
https://en.wikipedia.org/wiki/Constantine_the_Great
Tapestry showing the Sea Battle between the Fleets of Constantine and Licinius-cropped

https://en.wikipedia.org/wiki/Battle_of_the_Hellespont

quinta-feira, 18 de abril de 2019

BATALHA DE GALIPOLI

A BATALHA DE GALIPOLI
A Batalha de Galipoli, também chamada de Batalha do Dardanelos, foi a tentativa de invasão da Turquia, para chegar a Constantinopla e pressionar o Império Otomano a pedir a paz.
Os britânicos esperavam abrir o Estreito de Dardanelos à navegação das potências aliadas ou, “No mínimo, [...], forçaria os turcos a concentrar suas forças na defesa de sua capital, aliviando a pressão não apenas sobre os russos no Cáucaso, mas também sobre os britânicos no Egito.[1].
A estratégia consistia de enviar uma coluna de navios pelo estreito, bombardeando a costa até chegar a Constantinopla. Acreditava-se que poderiam ter sucesso utilizando apenas a Marinha na empreitada. Depois da tomada do Canal de Suez, os aliados deslocaram forças para águas turcas.
As forças aliadas contavam com militares da própria Inglaterra, além da França, Austrália e Nova Zelândia. A frota era composta de “...dois modernos navios capitais – o couraçado Queen Elizabeth e o cruzador de batalha Inflexible – apoiados por 16 pré-couraçados (12 britânicos e 4 franceses), além de incontáveis navios menores.[2].

O bombardeio começou em 19/02/1915 e visava destruir as defesas costeiras do estreito para poder adentrar a frota sob menor resistência. A primeira tentativa de entrada ocorreu em 18/03.


As linhas amarelas são as redes de minas submersas e os quadrados são as fortalezas turcas nas margens do estreito. A linha mais abaixo é a rede secreta instalada pelos turcos.
Dois navios foram enviados, mas encontraram resistência da fortaleza de Kum Kale. Após mais bombardeios preparatórios, os turcos recuaram as defesas na entrada do canal.
Em 25/02 os navios aliados penetraram o estreito seguindo os navios caça-minas. A medida em que avançavam, atacavam as defesas turcas e enviavam equipes de demolição para destruir as fortificações. Mas os turcos mudaram de estratégia.
Se as fortificações eram fáceis alvos estáticos, eles passaram a utilizar artilharia móvel, puxadas por cavalos. Esses canhões disparavam nos navios e logo se deslocavam, tornando quase impossível aos inimigos acertá-los da água.
Sob fogo constante o trabalho dos navios caça-minas ficou bastante prejudicado e a situação piorou quando os navios de guerra começaram a bater nas minas não desarmadas e “...um dos pré-couraçados franceses bateu em uma mina e afundou em menos de dois minutos, matando praticamente toda a tripulação.”[3].

Com vários outros navios danificados pela artilharia turca, a frota invasora foi obrigada a se retirar. A pressão por um avanço decisivo, feito à luz do dia, levou à troca do comando da operação e, em 18/03 nova incursão foi realizada.
A frota nos Dardanelos
A frota entrou com 12 navios formados em três linhas de quatro embarcações, mais uma linha com quatro navios de apoio e uma quinta linha, com duas naus de reserva, seguindo os caça-minas.
Mas os turcos haviam implantado, secretamente, uma linha de minas paralela à costa, bem perto do curso dos navios invasores. Desconhecendo o perigo, estes adentraram o estreito e avançaram.

Porém, quando foram manobrar perto da linha minada, o inferno começou. Os navios começaram a bater nas minas e explodir. O primeiro afundou matando toda tripulação. Outros ficaram seriamente danificados e um deles ficou à deriva, tendo que ser abandonado. E os turcos ainda nem tinham usado todo seu potencial defensivo, localizado na parte mais estreita do canal, em Çanakkale.
Logo ficou claro que o estreito não seria tomado apenas pela marinha e que “Para limpar os Dardanelos seria necessário empregar forças terrestres que ocupariam as praias: a Península de Galipoli à esquerda e a costa da Turquia asiática à direita.[4].
No dia 22/03 os ingleses tomaram a decisão de realizar o desembarque de uma grande quantidade de tropas terrestres e os locais escolhidos foram as praias do Cabo Helles, de Gaba Tepe e da Baia de Suvla. 
Acima: tropas no Cabo Helles sob ataque. Abaixo, local atual, no Google Street View.

Mas os turcos previram os locais de desembarque e posicionaram tropas para defender a península a partir de posições mais elevadas em trincheiras e com artilharia. 
Acima: Cabo Helles. Abaixo: região de Gaba Tepe. Google Street View.

Em um 25/04 como este, no ano de 1915, os desembarques começaram e, nos próximos nove dias, os invasores sofreram uma média de mil mortes por dia. Em agosto, quando a retirada começou, as mortes já atingiam a marca de quarenta mil.
Foi um massacre, pois os turcos “...lhes fizeram frente com um mortífero fogo de artilharia e metralhadoras a partir de posições ocultas em terreno alto.[5].  
Acima: Cova Anzac, área de desembarque em Gaba Tepe. Abaixo a Baia de Suvla. Google

A Batalha de Galipoli terminou oficialmente em 09/01/1916 e, dos cerca de 480 mil homens que participaram dos combates em mar e terra, nada menos que 220 mil foram feridos ou mortos.
A ideia de tomar o Estreito de Dardanelos, primeiro apenas com o uso da Marinha (atravessando sua frota em meio ao fogo cruzado de duas costas elevadas) e depois com o desembarque de tropas terrestres, teve como resultado semear a Península de Galipoli com diversos campos como este, da imagem acima.
Os defensores turcos, como o Cabo Seyit, devidamente imortalizado na estátua da primeira imagem deste artigo, mantiveram o Dardanelos fechado aos aliados.
Churchill foi, durante muito tempo, acusado de culpa pela tragédia de Galípoli, mas seu biógrafo Martin Gilbert, na obra Winston Churchill – Uma Vida,[6] desmente essa informação.
Gilbert afirma que em Janeiro/1915 Churchill estava mais entusiamado com ações britânicas no Mar do Norte do que com Galípoli e que foi o Primeiro Ministro Asquith quem decidiu que as prioridades seriam uma ação no Mar Adriático, para pressionar a Itália, bem como o ataque a Galipoli, estipulando, inclusive, a data: fevereiro. (pg. 322)
Segundo Gilbert, Churchill não foi o responsável direto pelo planejamento e nem pela operação de Galipoli, mas levou a culpa que se espalhou a despeito da documentação com provas em contrário das acusações que recebia.(pg. 335-336)
Quando falou na Câmara dos Comuns sobre a operação, o Primeiro Ministro Asquith, apesar de munido destes documentos, não “defendeu Churchill da principal acusação que faziam a ele, de passar por cima de seus conselheiros navais.” e quando um novo Gabinete foi formado, Winston não foi incluído. Pediu para ser nomeado para outro posto mas não obteve sucesso. Também não foi demitido até que pediu demissão em caráter irrevogável.(pg. 355-356)
A derrota foi um golpe duríssimo na carreira de Winston Churchill, que, após renunciar ao posto de Primeiro Lorde do Almirantado, terminou se alistando para combater na França.



[1] SONDHAUS, Lawrence. A Primeira Guerra Mundial – História Completa. Trad. Roberto Cataldo. Editora Contexto, 2011. pg. 175.
[2] Ibid. pg. 176.
[3] Ibid. pg. 177.
[4] PIMLOTT, John. A Primeira Guerra Mundial. Bogotá, Colômbia: Editora Norma. pg. 34. Tradução livre.
[5] Ibid. pg. 35.
[6] GILBERT, Martin. Churchill : uma vida, volume 1. tradução de Vernáculo Gabinete de tradução. – Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2016.

quarta-feira, 3 de abril de 2019

CHURCHILL - Parte 6



CHURCHILL – Parte VI [1] [2]
Mudo diante da futura esposa, eloquente diante de multidões. Sobre os dotes discursivos de Churchill, Alexander MacCallum Scott, autor da primeira biografia do político, escreveu:
Ele toma a atitude inevitável na qual ninguém ainda pensara, tem a ideia original que é tão simples e óbvia uma vez proferida e diz a frase feliz que exprime o que todos os homens ansiavam por dizer e que subsequentemente surge de forma tão conveniente na linguagem de todo mundo. (pg. 191)
E todo esse potencial era usado em críticas severas ao governo do Partido Conservador, que à época tinha como Primeiro Ministro Arthur Balfour[3], e na defesa do livre comércio, contra as taxações protecionistas defendidas pelos conservadores.
Tais ataques, desferidos principalmente da tribuna da Câmara dos Comuns chegaram a ser razão de severa repreensão do próprio Rei Eduardo VII.[4] (pg. 192) Churchill acreditava que tais medidas iriam isolar o Reino Unido, conforme um de seus discursos:
Não queremos ver o império britânico degenerar numa confederação insociável, como uma cidade medieval separada por muralhas das regiões circundantes, abastecida de víveres para um cerco e contendo dentro do círculo de suas ameias tudo o que é necessário para a guerra. Nós queremos que nosso país e os estados associados a nós participem livremente e com imparcialidade no intercâmbio geral entre nações comerciais. (<<pg. 190-192) 


[1]    GILBERT, Martin. Churchill : uma vida, volume 1. tradução de Vernáculo Gabinete de tradução. – Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2016.

[2]    Em relação às referências das páginas, que fazemos ao final de alguns parágrafos, por uma questão estética e de não ficar sempre repetindo, criamos um código simples com o símbolo “<”. Sua quantidade antes da referência da página indica a quantos parágrafos anteriores elas se relacionam. Exemplo: A referência a seguir se refere ao parágrafo que ela finaliza e mais os dois anteriores  (<<pg.200-202).

[3]    Arthur James Balfour, 1.º Conde de Balfour (Whittingehame, 25/07/1848 – Woking, 19/03/1930) foi um político e estadista britânico, Primeiro-ministro do Reino Unido entre 1902-1905. É conhecido internacionalmente por ter dado seu nome, quando ministro do Exterior, à "Declaração de Balfour" através da qual o Governo britânico apoiou em 1917 as aspirações sionistas de criação de um estado nacional judeu na Palestina. Eduardo VII (Londres, 9 de novembro de 1841 – Londres, 6 de maio de 1910) foi rei do Reino Unido e dos domínios britânicos e imperador da Índia de 22 de janeiro de 1901 até sua morte, sendo o primeiro monarca britânico da Casa de Saxe-Coburgo-Gota.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Arthur_Balfour

[4]    Eduardo VII nasceu em 09/11/1841 no Palácio de Buckingham, Londres, Reino Unido, e faleceu no mesmo local em 06/05/1910. Filho da rainha Vitória e do príncipe Alberto de Saxe-Coburgo-Gota, ele foi o segundo herdeiro aparente que por mais tempo sustentou o título de Príncipe de Gales em toda a história, superado em 11 de agosto de 2017 pelo Príncipe Carlos. Durante o longo reinado de sua mãe, ele foi afastado dos assuntos de Estado e personificou a elite ociosa, tão em voga na época. Eduardo viajou pelo reino realizando vários deveres cerimoniais e representou o Reino Unido no exterior. Suas viagens pela América do Norte em 1860 e pela Índia em 1875 foram grandes sucessos, porém sua reputação de príncipe libertino corroeu a relação com sua mãe.
      https://pt.wikipedia.org/wiki/Eduardo_VII_do_Reino_Unido
Primeiro Ministro Arthur Balfour - Rei Eduardo VII - Primeiro Ministro Henry Campbell-Bannerman
A despeito disso, Churchill tinha, surpreenden-temente, admiradores entre os mais improváveis conservadores como o próprio Primeiro Ministro Balfour e Hugh Arnold-Forster, autor da proposta de gastos do Exército. (pg. 190/192).
Quando Balfour renunciou ao cargo, quem assumiu o governo foi Henry Campbell-Bannerman.[5] Chegava a hora de os liberais mostrarem seu valor. Churchill foi nomeado Secretário de Estado no Ministério das Colônias. Para garantir maioria no parlamento o novo gabinete convocou eleições gerais e Churchill, lançou-se candidato, com a plataforma anti sistema tarifário e:
a favor de “uma redução de gastos em armamento” e da aplicação de impostos sobre o valor das terras. Quanto à Irlanda, […] veria de bom grado que fosse concedido ao povo irlandês o poder de decidir seu próprio orçamento, sua própria educação e suas próprias obras públicas de acordo com ideias irlandesas. (<pg. 194)


[5]    Henry Campbell-Bannerman (Glasgow, 07/09/1836 — Londres, 22/04/1908) foi um político britânico, Primeiro-ministro do Reino Unido pelo Partido Liberal. Foi Secretário de Guerra e Secretário para a Irlanda no Gabinete de William Ewart Gladstone. Campbell-Bannerman não era um exímio orador, mas tinha uma boa reputação por ser um grande operador político, sendo bem articulado e em 1898, se transformou no líder liberal da Câmara dos Comuns. Opôs-se a Primeira Guerra dos Bôeres e lutou por reformas sociais, tornando-se uma das figuras mais importantes na ala progressiva do partido. Assumiu o Gabinete com a renúncia de Arthur Balfour, a convite de Eduardo VII. Em seu governo, realizou um acordo com a Rússia, introduziu diversas reformas liberais e aprovou o "Trades Disputes Act" (Lei das disputas no Comércio) e o " Provision of School Meals Act" (Lei para a Provisão das Refeições nas Escolas). Faleceu logo após renunciar, ainda na residência oficial dos primeiros-ministros britânicos, em 10 Downing Street.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Henry_Campbell-Bannerman
Churchill concorreu por Manchester e venceu. O resultado geral foi uma vitória devastadora dos liberais:
Os liberais conquistaram 377 lugares, seus aliados do Partido Trabalhista ficaram com 53 e os nacionalistas irlandeses, com 83, em um total “ministerialista” de 513 lugares. Contra esse grupo formidável havia apenas 157 tories, 11 dos quais antigos aliados de Churchill, os Unionistas pelo Comércio Livre . (<pg. 195)
Como  Secretário de Estado no Ministério das Colônias Churchill voltou sua atenção especialmente para a África do Sul, onde trabalhou para igualar ingleses e bôeres, elaborar uma constituição e um governo eleito para o Transvaal e o Estado Livre de Orange e encerrar os contratos de trabalho semiescravos a que trabalhadores chineses eram submetidos nas minas daquele território. (pg. 196-202)
Infelizmente o fim da administração direta britânica deixou a maioria negra a mercê dos governos bôeres, o que terminaria por resultar no Apartheid. Obviamente Churchill não tinha como saber disso, nem que seu evidente prazer em caçadas no Quênia iria ferir o sentimento do politicamente correto atual (pg. 208), embora o liberal Churchill defendesse causas que hoje seriam vistas como esquerdistas:
A causa dos pobres e dos fracos em todo o mundo […] precisa ser apoiada; assim, em toda a parte os povos pequenos terão mais espaço para respirar e em toda a parte os impérios serão encorajados por nosso exemplo a avançar em direção ao brilho de uma era mais afável e mais generosa. (pg. 202)
Em 1907 Churchill aproveitou uma longa viagem de férias para visitar várias algumas colônias e planejar melhorias de caráter econômico, notadamente a construção de estradas de ferro para ampliar o domínio britânico e, consequentemente, as possibilidades de comércio.
Em suas cartas Winston também defendia a adoção de uma lesgislação de proteção social semelhante ao que fora adotado na Alemanha, pois nele “existem determinações uniformes e simétricas para assegurar os trabalhadores contra acidentes e doenças, providências em favor dos idosos e vários serviços contra o desemprego”. (<pg. 211)


CONTINUA