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sexta-feira, 31 de julho de 2015

TEMPLOS EGÍPCIOS - WADI ES-SEBUA

WADI ES-SEBUA

Construído por Amenófis III e restaurado por Ramsés II, era “um santuário esculpido na rocha (cerca de 3 metros por 2 metros) fronteado com um pilone de tijolos, um pátio e um salão, com as paredes parcialmente cobertas por pinturas."1 provavelmente dedicado a Hórus no início, mas depois substituído por Amon.
1http://pt.wikipedia.org/wiki/Wadi_es-Sebua



Pátio interno do Templo de Wadi es-Sebua - notam-se as colunas, representando o Faraó, associando-o à divindade.
As representações de Amon foram danificadas durante o período monoteísta de Akhenaton e a restauração de Ramsés II devolveu-lhes a aparência. Sua característica mais bela é o acesso ladeado de esfinges com as características de Ramsés II, claro.




Planta do Templo de Wadi es-Sebua.
Esfinge de Ramsés II à entrada do Templo de Wadi es-Sebua.

Uma das salas internas do Templo de Wadi es-Sebua.

Relevo em uma das paredes internas do Templo de Wadi es-Sebua - representando Ramsés II trazendo oferendas aos deuses.

Alameda de esfinges do Templo de Wadi es-Sebua.
Impressionado com a majestosidade do Templo de Wadi es-Sebua? Pois saiba que estamos apenas começando!

Continua...




Imagens:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:The_Wadi_es-Sebua_Temple_by_Dennis_G._Jarvis.jpg
http://www.touregypt.net/featurestories/sabua.htm
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Sphinx_of_Ramesses_II_from_Wadi_es-Sebua_temple_by_Dennis_G._Jarvis.jpg
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Forecourt_of_Wadi_es-Sebua_temple_by_Dennis_G._Jarvis.jpg
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Temple_relief_from_Wadi_es-Sebua_by_Dennis_G._Jarvis.jpg
http://www.wallpaperdownloader.com/bing-wallpaper/images/name/WadiEsSebua_20100731
http://www.travel-tour-guide.com/egypt/4e_egypt_tour_wadi_es_sebua_kalabsha.htm

quinta-feira, 30 de julho de 2015

NAPOLEÃO BONAPARTE

UMA ÁGUIA NOS CÉUS DA EUROPA!

Ele foi o mais jovem general da História da França. E o maior e melhor de todos eles.
Ele foi um imperialista mas, paradoxalmente, espalhou os ideais da Revolução Francesa pela Europa.
Suas ações transformaram o mundo mas, na própria opinião, foi um avançado código de leis o seu maior legado. E que por ele seria lembrado. 
Mas escreveu seu nome em letras tão garrafais que fez de sua vida um capítulo à parte em qualquer compêndio de História Geral que se preze.
Conheçam Napoleão Bonaparte!
Visite nosso site clicando aqui com o botão direito do mouse, escolha a opção "Abrir em uma nova guia", acesse a aba História Geral, como indicado na imagem acima e, depois, escolha se quer ver em vídeo ou slides nas abas "Napoleão" indicadas pelas setas/círculos da imagem abaixo. Boa semana!


sexta-feira, 17 de julho de 2015

OS TEMPLOS NO ANTIGO EGITO

A Religião no Egito Antigo estava presente em todos os aspectos da vida das pessoas. De fato, nas crenças egípcias não havia separação entre vida cotidiana e religião pois “...a população encarava os fatos da natureza – como a cheia do Nilo, a seca, ou um ataque de animais, por exemplo – como algo místico.[1]
Os deuses eram os donos da terra, haviam-na governado em passado remoto e cabia a eles a decisão sobre muita coisa que ocorria no dia a dia das pessoas.
Reconstituição do Templo de Ramsés II em Luxor
Contudo, não se pode afirmar uma homogeneidade nessas práticas religiosas e nem sua imutabilidade no passar dos séculos. Se a crença começou politeísta, ao longo dos milênios ela modificou-se e uma divindade passou a figurar sobre as demais, como responsável pela criação de tudo.
De qualquer forma, embora as casas tivessem seus próprios altares, os Templos eram os espaços de interação mais direta entre as divindades e os homens, pois eram as moradas dos deuses, local onde os intermediários diretos, o Faraó e os sacerdotes, faziam os “contatos” com os seres superiores.
Na prática, os Templos eram os locais de poder da casta sacerdotal, um poder que só encontrava paralelo no Faraó, que lhe sobrepujava mas não muito, havendo períodos em que foi maior do que o do soberano.
Os Templos eram, igualmente, espaços de glorificação de seus construtores. Os maiores Faraós do Egito construíram os próprios edifícios, associando sua figura aos deuses. Alguns deles também os ergueram em honra de suas esposas. Essa associação reforçava-lhes a autoridade, transformando-os, a si mesmos, em deuses.
Geralmente os templos seguiam um padrão construtivo que consistia de obeliscos ou estátuas gigantes na entrada, os pilones (grandes paredes e forma de trapézio, ladeando a entrada), um amplo pátio cercado de colunas, possuindo ou não um altar.
Até estes pátios as pessoas comuns podiam entrar e era neles que a estátua da divindade seria exposta nas festividades e onde podiam ser oferecidos sacrifícios. Depois do pátio viria uma sala mais escura, cheia de colunas, chamada de hipostila, que precedia outras salas e o santuário, acessível apenas aos altos iniciados.
Reconstituição de um templo egípcio, com suas estátuas e colorido.
 
Os templos mais importantes podiam, até mesmo, possuir lagos artificiais, eram centros de ensino e várias construções gravitavam em seu redor, como mini cidades dedicadas ao seu funcionamento.
O culto aos deuses era uma atribuição do faraó, mas como este não podia estar presente diariamente em todos os templos, a função era exercida por sacerdotes em nome do rei que, assim, garantia o favor das divindades, mantendo a ordem, a Ma'at.
Procissão do Touro Sagrado de Apis

O culto em si era um cerimonial secreto, do qual apenas poucos e altos sacerdotes iniciados tomavam parte no templo. Ao amanhecer o sacerdote se purificava, “Pegava o incensório, acendia-o e avançava em direção ao santuário, purificando...”. [2]
No recinto mais sagrado, ele, então, quebrava o selo que lacrava o receptáculo da imagem ajoelhando-se e espargindo “...unguentos sobre a estátua, envolve-a com incenso e recita hinos de adoração.[3]
O sacerdote revivia a divindade através da apresentação de um olho de Hórus e uma estátua de Maat. Só então a estátua é retirada do receptáculo para... tomar banho, ser vestida, perfumada e alimentada como uma pessoa comum! A comida era queimada e, então, depois de mais uma purificação, a divindade voltada a seu receptáculo que era novamente lacrado. Fim do culto.
Com algumas variações, este era o início do dia nos templos egípcios e eram essas práticas, para nós tão pitorescas, que mantinham, segundo acreditavam as pessoas da época, as coisas funcionando e em equilíbrio.
Não é de estranhar que, com tal responsabilidade, os templos tenham se tornado centros importantes de poder na sociedade egípcia. Vamos, portanto, conhecer algumas destas maravilhosas construções. Não perca a próxima publicação!

Continua...



[1]     FEIJÓ, Martin Cezar. Antigo Egito – O novo império. O Cotidiano da História. 15ª Edição. São Paulo, SP: Ática. pg. 32
[2]     MONTET, Pierre. O Egito no Tempo de Ramsés. Coleção “A Vida Cotidiana”. Trad. Célia Euvaldo. São Paulo, Cia das Letras-Círculo do Livro, 1989. pg. 289
[3]     Ibidem

O EGITO ANTIGO NO REINO DE CLIO!



EGITO – NOVA FASE

Olá caros leitores e leitoras do Reino de Clio!

Esclarecendo para nossos novos seguidores, este blog, e o site no qual ele se insere, não possui finalidade comercial. Eu o faço, e mantenho com recursos próprios, apenas pelo amor à História. É meu passatempo, meu prazer.

É também minha contribuição para tornar a História diferente daquele emaranhado de teorias e teóricos chatos que preenchem os cursos. Sim, eles são imprescindíveis, mas isso não nos obriga a gostar deles não é mesmo?

Assim, faço este trabalho (prazer) para oferecer leituras agradáveis voltadas à nossa disciplina favorita. Queremos que as pessoas tenham vontade de ler História!

Nesta última semana publicamos o último texto da sub-série dedicada aos principais faraós, dentro da nossa Grande Série Egito. Na próxima semana vamos iniciar a nova sub-série, dedicada aos principais templos egípcios. Enquanto isso, se quiser reler os textos anteriores, clique aqui!

Continue conosco!

Obrigado por sua visita, e volte sempre!

Marcello Eduardo.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

OS GRANDES FARAÓS - CLEÓPATRA

CLEOPATRA VII – UMA RAINHA PARA ROMA
A última soberana do Egito realmente livre encerrou a dinastia Ptolomaica, iniciada por Ptolomeu, general de Alexandre, O Grande.
Filha de Ptolomeu XII e de Cleópatra Trifena (provável), ela nasceu em 69 a.C. e foi co-governante do Egito junto com seu pai e, depois, em conjunto com seus irmãos-esposos, Ptolomeu XIII e Ptolomeu XIV.
Em 49 a.C. os irmãos regentes apoiaram Pompeu em sua luta contra Júlio César, fornecendo barcos ao romano. No ano seguinte Cleópatra foi expulsa do trono pelo irmão.
Com a derrota na batalha de Farsália, Pompeu fugiu para o Egito onde esperava ser recebido por Ptolomeu XIII. Mas o rei, pensando apoiar César, mandou decaptá-lo. Quando o general romano chegou a Alexandria ficou chocado com o destino de seu adversário.
Como o Egito era um dos maiores fornecedores de cereais para Roma, César decidiu intervir na disputa de poder entre Ptolomeu XIII e Cleópatra, pendendo para o lado desta.
A rainha apresentou-se ao romano de forma secreta, enrolada em um tapete. Sua inteligência seduziu César e eles tornaram-se amantes, selando assim a sorte de Ptolomeu XIII.
Este aliou-se a sua irmã mais nova, Arsínoe, que foi declarada rainha, com apoio do exército egípcio. Mas este não era páreo para as forças romanas e logo foram derrotados. Arsínoe foi presa e Ptolomeu XIII se afogou no Nilo.
A regência do Egito passou a ser feita, conjuntamente, entre Cleópatra e seu irmão mais novo, Ptolomeu XIV. Em 47 a.C. nasceu Ptolomeu XV, ou Cesarion, o filho da rainha com Júlio César, que logo retornou a Roma.
No ano seguinte Cleópatra, o irmão e o filho foram a Roma atendendo a um convite de César. Ele a instalou perto de sua própria casa e chegou a colocar uma estátua de ouro da rainha no templo de Vênus.
Em 44 a.C., com a morte de César, assassinado no Senado, Cleópatra voltou ao Egito onde ordenou o assassinato de seu irmão e passou a reinar em co-regência com Cesarion.
Cleópatra e Cesarion
Dois anos depois começou o romance da rainha com o General Romano Marco Antônio, que governava Roma junto com Otávio César e Lépidus. Essa união gerou três filhos, Cleópatra Selene, Alexandre Hélio e Ptolomeu Filadelfo.
Marco Antônio passou a viver com Cleópatra, apesar de ser casado com a irmã de Otavio César, Otávia, a quem abandonou. Para sua nova família o romano doou os territórios da Armênia, Média, Pártia, Cirenaica, Líbia, Fenícia, Síria, Chipre e Cilícia, todos pertencentes a Roma.
Esse gesto foi visto em Roma como uma terrível traição e o Senado declarou guerra ao Egito em 31 a.C. Otávio César reuniu uma frota para atacar Marco Antônio e Cleópatra.
O confronto ocorreu na costa da Grécia, em Accio, e Marco Antônio foi derrotado. Ele e Cleópatra fugiram para o Egito onde ambos cometeram suicídio.
Antes de morrer Cleópatra ainda tentou fazer com que seu filho Cesarion escapasse, despachando-o com um tesouro rumo ao Mar Vermelho, de modo que ele só manteve o trono por curto período. Sua morte, aos 17 anos, é controversa. Segundo Plutarco ele foi persuadido a retornar ao Egito onde foi preso e executado por ordem de Otávio César.
Com as mortes de Cleópatra e de seu filho, o Egito passou a ser província de Roma.
Sempre envolta em véus de mistério e sensualidade, Cleópatra VII comumente foi retratada na ficção como uma fêmea fatal que conquistou César por seus atributos físicos, quando as poucas imagens que se tem da rainha mostram que não foi nenhuma Nefertiti.
Hoje se admite que seu fascínio vinha muito mais de sua grandiosa cultura poliglota e prodigiosa inteligência do que de sua beleza.
Parece-nos que a extraordinária rainha foi fruto de seu tempo e equilibrou-se o máximo possível em meio ao confronto de forças titânicas que marcou sua época. Escolheu o aliado certo na disputa com seus irmãos, mas estava do lado perdedor quando assumiu posição diante da guerra civil romana seguinte. Isso custou-lhe a vida, a descendência e o trono.
FIM


Imagens:
http://impressivemagazine.com/2013/07/15/queen-cleopatra/
http://jabajabba.com/oculardelusions/secrets-of-egypt-cleopatra/
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Il_guercino,_morte_di_cleopatra.JPG
https://gregaeudaimonia.wordpress.com/tag/cleopatra/
http://lisztrangel.blogspot.com.br/2012/05/cleopatra-bela-e-fera.html
http://aloucadosperfumes.com/2012/09/07/cleopatra-a-rainha-perfumada/
http://www.smithsonianmag.com/history/rehabilitating-cleopatra-70613486/?no-ist
http://en.centralemontemartini.org/collezioni/percorsi_per_sale/sala_macchine/copie_da_originali_greci/ritratto_di_cleopatra
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Denderah3_Cleopatra_Cesarion.jpg
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Alexandre_Cabanel_-_Cl%C3%A9opatre_essayant_des_poisons_sur_des_condamn%C3%A9s_%C3%A0_mort.jpg
http://en.wikipedia.org/wiki/File:%D0%9A%D0%BB%D0%B5%D0%BE%D0%BF%D0%B0%D1%82%D1%80%D0%B0_VII.jpg

sexta-feira, 3 de julho de 2015

OS GRANDES FARAÓS - RAMSÉS II



A BATALHA DE KADESH

Contada pelo Faraó como uma grande vitória, a célebre batalha foi, no máximo, um empate e, por pouco, não encerrava logo no início o governo mais grandioso da História do Egito.


No quinto ano de reinado, Ramsés II reuniu mais de 20 mil soldados e marchou para a atual Síria com objetivo de expulsar os Hititas, o império rival do Egito na região.

As forças do Faraó eram compostas de 4 divisões: Amon, Ré, Ptah e Set, nomes de deuses egípcios, que tinham como alvo a cidade de Kadesh, uma fortaleza na qual Ramsés II esperava fixar uma base e poder lançar ataques.

Colina onde ficava a cidade-fortaleza de Kadesh

As divisões egípcias foram divididas. Três delas (Amon, Ré e Ptah) marchavam com Ramsés II diretamente para Kadesh, chegando pelo Sul, enquanto a divisão Set foi enviada pelo litoral, de onde deveria chegar pelo Leste, cercando a cidade.

Nas imediações de seu alvo, os batedores egípcios capturaram dois beduínos que, provavelmente pagos pelos hititas, mentiram para seus captores, informando que Kadesh estava desguarnecida e que as forças hititas estavam bem mais ao Norte.

Afoito, Ramsés II levantou acampamento e correu para a cidade. Nem mesmo a divisão Amon, que estava com ele, conseguiu acompanhá-lo e o resultado é que as forças egípcias estavam muito separadas umas das outras e sem comunicação entre si.

Isso não teria sido um grande problema se os Hititas não estivessem muito próximos, escondidos. Logo, o Rei Hitita Muwatalli II destacou seus carros de combate para atacar a divisão Ré pelo flanco direito destroçando-a.

O desenvolvimento da Batalha de Kadesh: as divisões do Faraó separadas, o ataque lateral Hitita, o cerco à Ramsés II e à divisão Amon e o equilíbrio com a chegada da divisão Ptah.


Sem oposição, os hititas fizeram a volta e atacaram a divisão Amon pela retaguarda e, logo, Ramsés II se viu na iminência de ficar cercado e ser capturado. A maior parte de seus oficiais superiores fugiu, deixando-o em situação precária.

Talvez por uma desesperada falta de opção e uma coragem suicida, Ramsés II reuniu o restante da divisão Amon e entrou na batalha. Neste momento, se Muwatalli II tivesse enviado o restante de suas forças, teria vencido a luta, mas, inexplicavelmente não o fez.


Quando a divisão Set chegou e entrou em combate a sorte da batalha começou a mudar. Muwatalli II enviou mais carruagens de combate, mas estas foram atacadas pela divisão Ptah, que também chegava ao campo da matança.

Ao final do dia, com imensas perdas de ambos os lados foram os hititas os primeiros a se retirar e pedir a abertura de negociações. Dada a situação desesperada inicial, não é de estranhar que Ramsés II tenha cantado vitória.

Quem mais perdeu, porém, foram seus oficiais fujões. Foram capturados e mortos pelo próprio Faraó.



As hostilidades com os hititas ainda prosseguiram por alguns anos e terminaram com um tratado de paz que promoveu o casamento de Ramsés II com a filha do novo Rei Hitita Hatusilli III (tio de Muwatalli II a quem depôs) e estabeleceu fronteiras e ajuda mútua contra os Assírios.

O Tratado de Paz Egípcio-Hitita


Após esta batalha Ramsés II ainda reinou por cerca de 60 anos e a assinatura do tratado, que trouxe o fim da guerra contra os hititas, permitiu ao Faraó dedicar-se à sua imensa obra construtiva. 

O Egito teve muitos Faraós importantes, mas nenhum deles faz mais juz ao título de Ramsés II: O Grande!



Continua...


Imagens:
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/7/7d/Colossus_of_Ramesses_II_restored.jpg
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e1/Temple_of_Derr_relief_of_Ramesses_II.jpg
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d3/Ramesseum_siege_of_Dapur.jpg
http://ramessesthesecond.weebly.com/battle-of-kadesh.html
http://euler.slu.edu/~bart/Paintings-2.html
http://studentreader.com/kadesh-treaty/
http://john844.org/images/battle-kadesh-1274-bc-egyptians-vs-hittites?size=_original

AS CRUZADAS



O CONFRONTO DAS DUAS FÉS!

Nesta nova aula vamos ver que, em nome a fé, algumas das piores atrocidades da História foram cometidas.

 
Nossa aula aborda o assunto e esperamos que possa ser de interesse para você e/ou seus alunos. 

Veja os slides clicando aqui e indo até a aba "Cruzadas" indicada pela seta/círculo. 





BASTIDORES DA II GUERRA – II

A AGONIA DE LONDRES1
É difícil, quando se vive tempos de paz, imaginar uma grande metrópole como Londres na linha de frente de combates mortais. Por mais que tenhamos fotos e filmes, elas não são capazes de transportar quem observa para dentro de todo aquele horror. Fotos e filmes não têm cheiro, o som das explosões não colocam nossas vidas em risco.
Na Londres de 1940, e até 1945, o medo e as privações (estas alongadas muito além do final da guerra), eram companheiros constantes dos londrinos, sem distinção de classe, principalmente com o advento das bombas voadoras.
Tal atmosfera sombria, porém, já se desenhava bem antes dos ataques:

Em Londres, os sinais da guerra estavam por todos os cantos. Barricadas de sacos de areia e de arame farpado protegiam o Parlamento, o nº 10 de Downing Street e outros prédios governamentais, enquanto balões de barragens, presos a cabos, flutuavam sobre a cidade. Soldados e policiais montavam guarda em pontes e túneis, atentos contra possíveis sabotadores. As vitrines das lojas eram cobertas por painéis de madeira ou tinham coladas faixas de papel marrom para evitar que estilhaçassem com as explosões das bombas. Os espalhafatosos anúncios luminosos de Picadilly Circus e as marquises iluminadas dos teatros do West End permaneciam apagados em virtude de blackout, e as águas não mais dançavam nos chafarizes de Trafalgar Square.(pg. 42)

Quando, a partir de 07/09/1940, as ordens de Hitler desviaram os aviões da Luftwaffe das bases da RAF para as cidades, tornou-se comum a audição do ronco dos motores, o avistar das imensas formações de bombardeiros e a impressionante vista da cidade mergulhar em explosões, colunas de fumaça e o céu se avermelhar com os incêndios, desmoronamentos, gritos, choro.

...Londres iria sofrer cinquenta e sete noites seguidas de incessante bombardeio. Até então, nenhuma outra cidade na história havia sido submetida a tão furioso ataque;(pg. 46)

Bombardeios da Luftwaffe
Esquadrilhas de bombardeiros cruzam o Canal da Mancha rumo a Inglaterra
Vigiando os céus de Londres.
Pilotos da RAF partem para atacar os invasores.
A artilharia anti-aérea inglesa em plena atividade noturna.
Os programas de Edward Murrow foram muito bem sucedidos na transmissão da resistência do povo londrino e na identificação dos verdadeiros heróis:

Na Batalha de Londres, as tropas da linha de frente não eram os ricos e bem-vestidos do West End, e sim os bombeiros, os guardas, os médicos, as enfermeiras, os clérigos, os reparadores de linhas telefônicas e outros trabalhadores que todas as noites arriscavam suas vidas para ajudar os feridos, coletar os mortos e fazer a cidade assediada voltar à vida.(pg. 48)

O povo comum, sem função pública diretamente relacionada aos consertos, também enfrentava bravamente as adversidades, andando vários quilômetros para chegar ao trabalho depois de noites mal dormidas nos abrigos, enfrentando desvios dos bairros atingidos.

A despeito do medo, da dor e da destruição causados pela Blitz, havia uma excitação no ar, uma aura de energia quanto a viver em Londres durante aquele período que, na opinião de muitos que lá estavam, jamais seria igualado. A ameaça da morte parecia apenas engrandecer o regozijo e a elevação da alma pela sobrevivência...(pg. 49)

Rua recém bombardeada desobstruída e pessoas transitando em Londres.
A busca de proteção nos túneis durante os ataques nazistas.
Bombeiros combatendo incêndios após bombardeio.
Noites e noites passadas nos abrigos.
A despeito da coragem resoluta, Londres emagrecia. O trabalho dos submarinos alemães no isolamento da ilha estava dando resultados crescentes em tonelagens de navios afundados. Lynne Olson informa que a Inglaterra chegou “...perto da extrema fome como jamais esteve durante toda a guerra...” e que legumes, verduras e frutas simplesmente desapareceram e o racionamento de alimentos chegou ao extremo de permitir o consumo de “trinta gramas de queijo e a uma quantidade mínima de carne por semana, e a 250 gramas de presunto e margarina por mês...”.
Com a interminável sucessão de semanas e meses, porém, a moral do povo começou a declinar. O Embaixador Winant afirmou, segundo Lyne Olson, que:

A fadiga e a monotonia... os transportes interrompidos... a poeira... as roupas esfarrapadas e gastas... o tédio que surge com o desejo de coisas... nenhum vidro para reparar as vidraças ... tropeçar no blackout a caminho de casa... racionamento de eletricidade e combustível — tudo isso contribui para uma desanimadora imagem mesmo para os mais determinados. (pg. 74)

Quando, após o ataque japonês contra Pearl Harbour, os EUA finalmente entraram na guerra, isso não significou muito alívio ao sofrimento inglês. Em poucos meses o país recebeu a invasão de quase dois milhões de combatentes americanos que ocupavam cada metro disponível de solo.
Se, por um lado, isso trouxe uma movimentação da economia nos serviços demandados pelos exércitos, por outro a gritante diferença entre o tratamento dispensado às tropas americanas, que dispunham de tudo do bom e do melhor em artigos que não eram disponibilizados aos ingleses, gerou um sentimento de inferioridade e ressentimentos.
Com a execução da Operação Overlord, o desembarque na Normandia, e a partida da maioria dos soldados, a Luftwaffe praticamente desapareceu dos céus da Inglaterra, mas em seu lugar chegaram as bombas voadoras.
As bombas V-1, disparadas dia e noite de bases na França e na Holanda, chegavam zunindo como um motor de motocicleta e semeavam terror e destruição. Segundo Lyne Olson elas “Choveram sobre a capital e seus arrabaldes, matando e ferindo mais de 330 mil pessoas, destruindo cerca de 25 mil casas e danificando 800 mil outras.

Bomba V-1
Flagrante de bomba V-1 prestes a atingir Londres.

A singela e ineficaz tentativa de proteção.
Ninguém estava a salvo pois as bombas não possuiam alvo definido que não fosse Londres e quando uma delas se aproximava era preciso imaginar, pelo barulho, onde iria cair: “um silvo distante que ia escalando até um alto rugido, seguido de alguns momentos agonizantes de silêncio quando o motor parava e a V-1 mergulhava na direção do solo. Para muitos, o estresse de ouvir a bomba desligar e esperar pela explosão se tornou quase insuportável.” (pg. 240)

Churchill visita Manchester.

O Rei George VI e a Rainha Elisabeth.

A Princesa (e futura Rainha) Elisabeth, voluntária no serviço de ambulâncias.

Inverno gelado em uma cidade cheia de ruínas e com o carvão para aquecimento racionado.

Flagrante do momento exato de uma explosão nas docas.
Os próprios Eisenhower e George Patton estiveram com suas vidas em risco pelos ataques das V-1. As memórias de Churchill, citadas por Olson revelam o pesadelo que os londrinos viveram naqueles dias:

O homem que voltava de noite para casa nunca sabia o que encontraria; a esposa, sozinha o dia todo com os filhos, não tinha a certeza do retorno do marido em segurança. A cega natureza impessoal do míssil fazia com que a pessoa em terra se sentisse indefesa. Havia pouca coisa que se podia fazer, nenhum inimigo humano que pudesse ser abatido. (pg. 239)

Mas, quando parecia que a situação não poderia piorar, as V-1 foram substituídas pelas V-2. Elas eram maiores, carregavam mais explosivos e chegavam aos alvos em silêncio, tornando a busca de refúgio virtualmente impossível. Mais de mil dessas caíram sobre a cidade vitimando cerca de três mil pessoas e obrigaram mais de um milhão a deixar a capital. Londres ficou quase deserta.

Bomba V-2 em sua plataforma de lançamento.

V-2 iniciando da descida rumo ao alvo.
Gigantesca explosão em Londres.
Socorro aos feridos.

A destruição catastrófica.
Com a derrota e rendição da Alemanha, e o fim da guerra na Europa, a partida dos aliados que tinham seus quartéis-generais em Londres deixou a cidade ainda mais solitária. E com o agravante de que não havia mais a movimentação da economia que a presença dos estrangeiros, especialmente os americanos, proporcionava.
E se o leitor acha que o pior já passara, pode achar isso em termos militares, porque o pior em termos de privações estava apenas começando, pois logo os suprimentos do programa Lend-Lease, as exportações americanas, foram cortados:


Oito dias após a rendição do Japão, Harry Truman, sucessor de FDR, cancelou os embarques de suprimentos alimentícios do Lend-Lease para a Inglaterra, sem qualquer aviso prévio ao governo britânico. […] No outono de 1945, a oferta de alimentos para os ingleses alcançou seu menor nível em seis anos. Em vez de ser suspenso quando a guerra acabou, o racionamento de alimentos no país se tornou consideravelmente mais restritivo. A porção de bacon foi reduzida em 25 por cento apenas dias após ser declarada a vitória sobre o Japão, e as filas do pão, das batatas e de outros vegetais, muitas vezes aumentaram um quarteirão no comprimento. (Pão e batatas logo também seriam racionados.) (pg. 267)



A destruição deixada pelos ataques da Luftwaffe e das bombas voadoras deixou um saldo de 40% das casas da cidade inutilizáveis por longo tempo e a Inglaterra sofreu um processo de favelização de suas cidades, por conta dos barracos e acampamentos que proliferaram para atender aos milhões de desabrigados.
Por fim os americanos concordaram em ajudar a reconstrução da ilha por meio de empréstimo e desconto no pagamento das mercadorias do Lend-Lease. Apesar disso, as feridas inglesas permaneceram ainda por longo tempo:
...os Estados Unidos concordaram em ajudar a Inglaterra a sair de sua crise financeira com um empréstimo de 3,5 bilhões de dólares, pagáveis em cinquenta anos, e com generoso desconto no pagamento da ajuda do Lend-Lease já proporcionada. Dos 21 bilhões de dólares de débitos do programa Lend-Lease os ingleses deveriam saldar apenas 650 milhões. Mas a ajuda veio atrelada a um excessivo — e, do ponto de vista inglês, altamente injusto — preço: o endosso inglês a um plano de 1944, formatado em Bretton Woods, New Hampshire, que criava uma nova ordem econômica internacional, tornaria o dólar a moeda-referência do mundo, eliminaria o sistema de preferência imperial britânico e, de forma geral, beneficiaria substancialmente o comércio dos Estados Unidos. (pg. 269)

A última parcela do pagamento desse empréstimo foi quitada pela Inglaterra ao final de 2006.

Continua...


1Este artigo tem como fonte a obra de Lynne Olson, “Churchill e Três Americanos em Londres”, da Globo Livros (SP, 2013), Tradução de Joubert de Oliveira Brízida.

Imagens:
http://www.warhistoryonline.com/war-articles/medals-battle-britain-auctioned.html
http://www.ducksters.com/history/world_war_ii/battle_of_britain.php
http://www.yenra.com/battle-of-britain/
http://ww2history.com/blog/category/ww2-people/
http://www.theatlantic.com/infocus/2011/07/world-war-ii-the-battle-of-britain/100102/
http://www.dailymail.co.uk/news/article-1214041/The-Queen-Mother-She-loved-owls-fairies-miners-She-hated-oysters-LibDems-kissed-U-S-president-And-lived-day-last.html
http://news.bbc.co.uk/local/manchester/hi/people_and_places/history/newsid_8234000/8234329.stm
http://www.warhistoryonline.com/war-articles/world-war-iis-doodlebug-hunters-lost-story-told.html
http://ww2today.com/16-june-1944-the-v1-doodlebugs-begin-hitting-london
http://www.indianamilitary.org/FreemanAAF/WarePhotos/300%20dpi/WareAlbum-Part4.htm
http://www.warhistoryonline.com/war-articles/v2-attack-london-september-8th-1944.html
http://www.dailymail.co.uk/news/article-2211558/Hitlers-lethal-weapon-Seventy-years-deadly-V-2-rocket-launched.html
http://bombsight.org/explore/greater-london/city-of-london/