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quinta-feira, 28 de abril de 2016

DEUSES EGÍPCIOS - BASTET

DEUSES EGÍPCIOS - BASTET

Por Carla Oliveira Santos


A deusa gato do Egito. É como ela é conhecida por nós no ocidente. Não se sabe muito a seu respeito. Era conhecida como a deusa da fertilidade, também.

Bastet desempenhava o papel de protetora das mulheres e dos gatos. Os eclipses solares eram atribuídos a ela, conhecidos como manifestações de sua grandeza e poder.

Sua representação mais conhecida era a de uma mulher com cabeça de gata. Devido a essa representação, o gato era um animal sagrado do Egito, e tê-lo era um sinal de status, assim como era um tributo a essa deusa.

Era bastante comum também encontrar nos lares egípcios objetos em forma de gato, pois significava respeito e era sinal de adoração.

O seu principal centro de culto era a cidade de Bubastis. Era uma divindade muito cultuada desde o Império Antigo. Estava relacionada com a lua, e tida como protetora das mulheres grávidas, protegendo seus partos de espíritos ruins que poderiam trazer doenças.

Sabe-se que as festas em sua homenagem eram alegres e concorridas, atraindo pessoas de todas as idades para brincadeiras harmoniosas, muita cantoria e dança. 

Continua...

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Referência Bibliográfica:
http://www.fascinioegito.sh06.com/gata.htm
Imagens:
http://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Statues_of_Bastet

quinta-feira, 21 de abril de 2016

IT - A COISA: CRÍTICA DE FÃ


PENNYWISE ASSUSTADOR COMO SEMPRE!
Como sabem, raramente nos aventuramos no mundo das críticas de filmes. Isso só acontece quando um filme chama muito nossa atenção, a ponto de sentirmos vontade de falar sobre ele com nossos amigos.
O livro IT, de Stephen King, é uma obra prima incontestável, embora não seja a única do autor, a nosso ver o maior escritor de suspense e terror de todos os tempos, tal a sua quantidade de livros que figuram juntos no topo das obras primas do gênero, superando, a nosso ver, nomes como Bram Stoker, Mary Shelley, H. P. Lovecraft, Robert Louis Stevenson e Edgar Allan Poe.
O filme em cartaz é uma refilmagem, sendo que a representação anterior, de 1990, em forma de minissérie, foi um trabalho muito bom, conduzido pelo diretor Tommy Lee Wallace, que fez o que precisam fazer quaisquer diretores e roteiristas para ter sucesso em uma adaptação de obra de Stephen King: não querer saber mais do que o mestre, ou melhor, serem o mais fieis possíveis ao livro tema. 

As modificações não comprometeram o trabalho como foi o caso da última versão de Cemitério Maldito, uma ofensa em termos de deturpação. 
AS CRIANÇAS DE 1990


Na versão de 1990 os atores crianças eram muito carismáticos e os adultos que as sucederam deram conta do recado mesmo sem ter nomes consagrados de Hollywood no elenco. Não foram brilhantes, mas trouxeram as emoções certas nos momentos certos.
OS ADULTOS DE 1990
O destaque, porém, ficou por conta do ator Tim Curry, que encarnou com maestria o palhaço Pennywise, jogando involuntariamente uma carga pesada nas costas de Bill Skarsgård, que atua nos filmes recentes.  
TIM CURRY, O PENNYWISE DE 1990
Nesta versão atual as crianças são tão ou mais carismáticas do que as de 1990, trazendo no elenco algumas carinhas já conhecidas e amadas como o talentoso Finn Wolfhard de Stranger Things.  
Os atores adultos, alguns deles de já consagrado talento como James McAvoy e Jessica Chastain, também dão conta do recado, sem superar, contudo, a turma de 1990.  
Mais uma vez o destaque vai para o ator escalado para dar vida a Pennywise. Bill Skarsgård entrega um palhaço diferente daquele apresentado por Tim Curry, mas nem por isso menos irônico, debochado e assustador, chegando a babar quando interage com suas vítimas.
A trama traz algumas diferenças e tem mais alterações da obra de Stephen King do que a minissérie, mas, com exceção de duas ausências (a esposa de Bill e o marido de Beverlly, que deveriam interferir de forma incisiva mas não aparecem nos momentos chave, é um erro sério) bem como uma cena desnecessária numa casa de espelhos, as alterações ajudam a contar a estória e não desrespeitam a obra tema.  
As referências sutis à outras obras de Stephen King bem como a empolgante participação do próprio, são cerejas nesse bolo delicioso que é o filme.
Saí do cinema satisfeito enquanto fã e recomendo 3 ações: leiam os livros, assistam os filmes atuais e, depois, assistam à minissérie de 1990 (com o cuidado de desprezar as diferenças tecnológicas de 29 anos que separam as duas filmagens).
E para Stephen King um pedido: em 1957 a Coisa atacou Georgie em Derry, voltando depois em 1984. Mas, considerando que o mal ainda persiste no mundo, que tal trazer A Coisa de volta em nosso tempo, para que a geração Iphone a enfrente? Mãos à obra mestre King!  





MORTE DE OTTO VON  BISMARCK
Em um 30 de Julho como hoje, em 1898, falecia o Chanceler de Ferro da Alemanha, um dos homens mais notáveis de seu tempo na Europa.
Bismarck foi um dos principais responsáveis pela unificação da Alemanha e pela vitória sobre a França em 1870, lançando o 2º Império, ou II Reich, que durou de 1871 a 1918. 
Unificação da Alemanha. Bismarck ao centro de branco.
Ele nasceu em 01/04/1815 na cidade de Schönhausen, filho de Wilhelmine Luise Mencken e Karl Wilhelm von Bismarck. Sua esposa, Johanna von Puttkamer, faleceu em 1894.
Anticlerical apesar de luterano, antissocialista e antiliberal, Bismarck optou pelo uso da força na construção política da nova sociedade alemã unificada.  
Bismarck a cavalo, acompanhando Napoleão III.
A burguesia não tinha muita influência política, mas os ganhos econômicos a mantiveram satisfeita.
Os movimentos sociais não tinham espaço, mas as leis trabalhistas alemãs eram mais avançadas, de modo que não havia muita agitação, sempre sob o rígido controle do governo.
Apesar disso, Bismarck era um conciliador na política externa da Alemanha e assim atuou no Congresso de Berlim em 1878. 
O Kaiser Wilhelm II e Bismarck.
Após desentendimentos com o novo e afoito imperador, o Kaiser Wilhelm II, Bismarck foi demitido em 1890 e se retirou da vida pública.
Bismarck em seu leito de morte.
Não existe “se” na História, mas, acreditamos que se Bismarck não tivesse sido demitido e o Kaiser Wilhelm II persistisse na política conciliatória de seu Chanceler, dificilmente haveria uma Primeira Guerra Mundial e muito menos uma Segunda Guerra Mundial.
Mas, as opções de vida foram outras... 
FIM. 












A MORTE DE NICOLAU II
Em um dia 17/07, no ano de 1918, Nikolái Alieksándrovich Románov, o último Csar da Rússia foi assassinado, juntamente com toda sua família, na cidade de Ecaterimburgo, fuzilado pelos soldados do governo Bolchevique.
Nicolai teve a má sorte de ser um homem de mente atrasada, à frente de um país atrasado, mas no seio do qual crescia o embrião da revolta em um tempo de virada da História.
Nicolai nasceu em 18/05/1868 em Tsarskoye Selo, em um dos palácios da família imperial russa, perto da capital, São Petesburgo. 
Era filho do Csar Alexandre III e de Maria Feodorovna ou princesa Dagmar da Dinamarca, então Csarina Consorte da Rússia.
Aos 13 anos Nicolai se tornou herdeiro direto do trono por conta do assassinato de seu avô, o Csar Alexandre II e a coroação do pai. 
O garoto então se mudou para o Palácio de Gatchina, fora da capital, por questões de segurança. 
Sua educação foi rigorosa, dormia em um quarto sem luxo, de modo a aprimorar sua resistência, aprendeu francês, alemão, inglês, História, geografia, dança, etc. 
Seu tutor incutia-lhe sempre que possível, a importância do exercício do poder absoluto.
Em 1894 Nicolai ficou noivo de Alice de Hesse-Darmstadt contra a vontade de seus pais pois a moça era de origem alemã, contudo, quando Alexandre II adoeceu e sua morte tornou-se iminente, a autorização para o noivado foi dada. 
O Csar faleceu antes do casamento ser realizado. Após a cerimônia Alice passou a se chamar Alexandra Feodorovna, Csarina Consorte da Rússia. 
Nicolai e Alexandra.
O pai de Nicolai providenciou para que fosse rigorosamente educado, mas não lhe preparou para os deveres de Csar e o pouco treinamento de Nicolai nessa área veio por insistência do Ministro das Finanças Serguei Witte. 
A despeito disso, quando chegou o momento, o próprio Nicolai reconheceu seu despreparo.
A Coroação de Nicolai II.
Alexandre III mergulhara de vez a Rússia no atraso ao revogar quase todas as reformas feitas por seu pai, Alexandre II, dentre elas a proibição de acesso às universidades para os russos que não tivessem origem nobre![1]
Claro que tal nível de repressão não poderia ser mantido senão pela força bruta da última monarquia absolutista da Europa onde até mesmo os divórcios deveriam ser aprovados pelo Csar![2]
Assim, o poder de Nicolai ao assumir o trono do país mais atrasado da Europa[3] estava baseado em um tripé de frágil equilíbrio formado pela burocracia, o grande e fraco exército e a polícia, chamada Okbrana.[4]

Os problemas começaram já nas festividades do casamento, quando uma festa preparada para o povo acabou em tumulto e mais de 1400 mortes, ficando conhecida como Tragédia de Khodynka.
Vítima da Tragédia de Khodynka.
No governo, Nicolai se mostrou muito cioso de seu próprio poder absoluto e, ao mesmo tempo, relutante em usá-lo, passando a impressão de fraco e indeciso.
Marcam o período os ataques a judeus, estimulados por propaganda negativa financiada pelo Ministro do Interior e a Guerra Russo-Japonesa na qual a Rússia foi derrotada pelo Japão, perdendo duas frotas navais.
A guerra terminou em 1905, contudo, antes mesmo de seu fim, começariam as revoltas que levariam ao fim da monarquia alguns anos depois.
No dia 21/01/1905 foi anunciada uma marcha pacífica pelas ruas de São Petesburgo. O organizador, Padre Gapon, solicitou a presença do Csar para receber uma petição do povo.
Mas os ministros não avisaram ao monarca e, ao invés disso, convocaram mais tropas para impedir as pessoas de chegar ao Palácio de Inverno.
Em 22/01/1905 a marcha foi iniciada e a cada momento recebia o acréscimo de mais e mais pessoas que caminhavam sob o frio e a neve cantando hinos religiosos e o Hino Imperial "Deus salve o Csar".
Em outras palavras, as pessoas acreditavam que o Csar as receberia como um pai e acolheria suas súplicas.
Mas, ao se aproximarem do Palácio encontraram os bloqueios de soldados que abriram fogo contra a multidão.
O saldo foi de 92 mortos e muitos feridos, número que os boatos que chegavam ao interior do país era muitas vezes multiplicado.

O divórcio entre o povo e seu Csar estava consumado.
A pressão interna e externa foi tamanha que Nicolai aceitou a convocação de um parlamento, chamado Duma, e a nomeação de um Primeiro Ministro, escolhendo Serguei Witte para o posto.

Mas o Csar não pretendia abrir mão do próprio poder, de modo que logo entrou em confronto com os congressistas e a Duma foi dissolvida.
Nicolai e Alexandra na instalação da Duma.
A segunda Duma passou a funcionar em 1907 com Piotr Stolypin como Primeiro Ministro, o qual se encarregou de dissolver este segundo parlamento tão logo teve oportunidade, com apoio do Csar.
A terceira Duma foi mais prudente e deixou de atacar diretamente o governo, passando a se concentrar em questões econômicas conseguindo alguns avanços apesar da oposição de grande parte da nobreza ao trabalho de Stolypin e da Duma que eles classificavam como usurpação ao poder do Csar.

Mas não foi essa oposição que prejudicou Stolypin, foi o ódio que a Imperatriz Alexandra lhe devotava por conta da oposição deste à presença do Monge Rasputin na corte. Nicolai e Alexandra tiveram cinco crianças, sendo as quatro primeiras mulheres (Olga, Tatiana, Maria e Anastásia) e um filho, Alexei, o sonhado herdeiro do trono.
Nicolai II e família.
Mas Alexei tinha a doença real, hemofilia, e por isso inspirava cuidados redobrados.
Nas crises, porém, somente Rasputin alcançara algum sucesso no restabelecimento do príncipe herdeiro, de modo que Alexandra, e o próprio Csar, não queriam prescindir da presença do Monge que, obviamente, tirava proveito desse favorecimento, de onde surgiram boatos de que influenciava o Csar em suas decisões de governo.
Em 1912, com o início da quarta Duma, esses rumores encontraram eco até mesmo entre defensores da monarquia.
A despeito de tudo, porém, a população uniu-se em torno do Csar quando a Primeira Guerra Mundial começou.

Esse apoio porém só durou até que as ações do exército se tornassem uma série catastrófica de derrotas que resultaram em 215 mil baixas somente em 1914.
A derrota russa em Tannenberg.
Mas, em 1917 a situação das forças armadas era muito pior, pois “No início de 1917, o exército russo tinha perdido 2,7 milhões de homens, mortos ou feridos, e mais de 4 milhões de prisioneiros.[5]A desilusão com os rumos da guerra exauriu o apoio a ela entre os próprios soldados.
E, no caso específico do fracasso militar, a imagem do Csar não escapou incólume, pois Nicolau II “...insistiu em assumir pessoalmente o comando do exército em 1915, isolando-se [...] ao se mudar para o quartel general longe da capital.[6].
O desabastecimento se instalou entre os anos de 1916-1917 quando “Por causa do rigor invernal, que aumenta as dificuldades de transporte, as reservas de farinha na capital estavam quase escotadas. Em fins de fevereiro o governo se viu obrigado a estabelecer um estrito racionamento e as padarias se viram incapazes de trocar todos os cupons.[7]. 


E se na própria capital a situação era esta,  no campo o quadro era ainda pior, de modo que as penúrias econômicas também influíram decisivamente nos eventos que se desencadearam logo a seguir.

Quando a falta de carvão obrigou o fechamento de fábricas que, por sua vez, iniciaram demissões em massa, gigantescas manifestações eclodiram no país: “...em Petrogrado, 150 mil trabalhadores entraram em greve. Um grande número de manifestantes também tomou as ruas em Moscou [...] Carcóvia e Baku.[8].

As manifestações foram se agigantando até 09 de Março, quando “... ocorreram os primeiros choques entre os grevistas e a polícia.[9].
E, a partir da adesão dos socialistas às manifestações dos trabalhadores, estas deixaram de ser contra a incompetência “...dos serviços administrativos, […] mas atacavam o regime político.[10].

O governo ordenou às tropas que atirassem na multidão. Desta vez, contudo, havia muitos soldados apoiando o povo. As tropas sediadas em Petrogrado “onde o grosso dos efetivos era formado por reservistas sensíveis à propaganda dos militantes, paralisou a resistência dos poderes públicos.[11].
Sem suporte militar, o regime desmoronou.  
Poucos dias depois, Nicolau II abdicou:
Nestes dias decisivos na vida da Rússia, consideramos nosso dever fazer o que pudermos para ajudar nosso povo a se unir e juntar todas as forças para a [...] vitória. Por essa razão, nós, de acordo com a Duma de Estado, consideramos melhor abdicar do trono...[12]
Nicolau II tentou emplacar seu irmão Miguel no trono, mas este se recusou a assumir, de modo que foi instalado um governo provisório de orientação liberal, sob comando do Príncipe Georgy Lvov e Alexander Kerenski no Ministério da Guerra.
Nicolai foi preso junto com toda sua família e assim ficou enquanto a Rússia seguia em convulsão.
Quando os bolcheviques assumiram o poder a situação da família imperial começou a declinar até que veio a ordem de Lênin e Sverdlov para a execução que ocorreu em Ecaterimburgo na noite de 16 para 17 de julho. 
Reunião do Soviet de Petrogrado.
Soldados armados entraram no quarto onde estava a família e começaram a atirar. Nicolai morreu primeiro, alvejado muitas vezes e suas filhas morreram por último, a golpes de baioneta. Também morreram neste dia o médico, o cozinheiro, o criado e a empregada da família.
Os restos mortais dos Romanov permaneceram sepultados em Ecaterimburgo até 1998, quando foram desenterrados em parte. Em 2008 foram encontrados os restos de Alexei e de uma de suas irmãs. Neste mesmo ano a Suprema Corte Russa reabilitou suas figuras, reconhecendo terem sido vítimas de repressão política.

[1]    CARTER, Miranda. Os Três Imperadores. Três primos, três impérios e o caminho para a Primeira Guerra Mundial. Trad. Clóvis Marques. Rio de Janeiro, Objetiva, 2013. pg. 69
[2]    Ibid. pg. 61
[3]    SONDHAUS, Lawrence. A Primeira Guerra Mundial – História Completa. Trad. Roberto Cataldo. Editora Contexto, 2011. pg. 25.
[4]    RODRIGUES, Luiz César B. A Primeira Guerra Mundial – Discutindo a História. São Paulo, Atual, 1994. pg. 26
[5]    SONDHAUS, Lawrence. A Primeira Guerra Mundial – História Completa. Trad. Roberto Cataldo. Editora Contexto, 2011. pg. 318.
[6]    PIMLOTT, John. A Primeira Guerra Mundial. Bogotá, Colômbia: Editora Norma. pg. 26.
[7]    RENOUVIN, Pierra. La Primera Guerra Mundial. Em língua espanhola. Trad. Jordi García Jacas. Barcelona-Espanha, Editora Montserrat, 1990. pg. 30. Tradução Livre.
[8]    SONDHAUS, Lawrence. A Primeira Guerra Mundial – História Completa. Trad. Roberto Cataldo. Editora Contexto, 2011. pg. 317.
[9]   RENOUVIN, Pierra. La Primera Guerra Mundial. Em língua espanhola. Trad. Jordi García Jacas. Barcelona-Espanha, Editora Montserrat, 1990. pg. 30. Tradução Livre.
[10]    Ibid pg. 30.
[11]    Ibid pg. 30.
[12]  Fonte: Documents of Russian History, 1914-1917, ed. Frank Alfred Golder (New York: The Century Co., 1927), 297-99. Mencionado em: SONDHAUS, Lawrence. A Primeira Guerra Mundial – História Completa. Trad. Roberto Cataldo. Editora Contexto, 2011. pg. 317.  


Fontes e Imagens:
CARTER, Miranda. Os Três Imperadores. Três primos, três impérios e o caminho para a Primeira Guerra Mundial. Trad. Clóvis Marques. Rio de Janeiro, Objetiva, 2013.. pg. 69
SONDHAUS, Lawrence. A Primeira Guerra Mundial – História Completa. Trad. Roberto Cataldo. Editora Contexto, 2011. pg. 25.
RODRIGUES, Luiz César B. A Primeira Guerra Mundial – Discutindo a História. São Paulo, Atual, 1994. pg. 26
PIMLOTT, John. A Primeira Guerra Mundial. Bogotá, Colômbia: Editora Norma. pg. 26.
RENOUVIN, Pierra. La Primera Guerra Mundial. Em língua espanhola. Trad. Jordi García Jacas. Barcelona-Espanha, Editora Montserrat, 1990. pg. 30. Tradução Livre.
http://educacao.uol.com.br/biografias/klick/0,5387,1755-biografia-9,00.jhtm
http://www.grupoescolar.com/pesquisa/czar-nicolau-ii.html
http://escola.britannica.com.br/levels/fundamental/article/Nicolau-II/482045
https://seuhistory.com/biografias/nicolau-ii
https://www.ebiografia.com/nicolau_ii/
http://www.suapesquisa.com/quemfoi/czar_nicolau_II.htm
https://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_Feodorovna_(Dagmar_da_Dinamarca)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Alexandra_Feodorovna
https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_Russo-Japonesa
https://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_de_Tsushima
https://pt.wikipedia.org/wiki/Domingo_Sangrento_(1905)
https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Russian_Revolution_of_1905
https://en.wikipedia.org/wiki/Russian_Revolution
https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Battle_of_Tannenberg_(1914)

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NASCIMENTO DE JOÃO BATISTA
Em 2 a.C. (ou 7 a.C.), em um suposto dia 24 de junho, nascia João Batista, parente de Jesus, preparador de Seu caminho e responsável por Seu batismo nas margens do Rio Jordão.
João era filho do sacerdote Zacarias e de Isabel, filiada à sociedade Filhas de Aarão e prima de Maria (mãe de Jesus).
Por ser filho de sacerdote, João teria tido uma educação esmerada na cidade de Engedi (Qumram), sede da Irmandade Nazarita, na qual João teria ingressado.
Os nazaritas abstinham-se de bebidas alcoólicas, de contato com cadáveres, usavam os cabelos longos, vestiam-se e se alimentavam com muita simplicidade, características que a Bíblia menciona a respeito de João (alimentando-se de gafanhotos e mel, vestindo-se com peles), além da pregação que conclamava o arrependimento e a preparação para a vinda do Messias. 
O batismo de Jesus teria sido realizado na região de Pela. A prisão de João Batista, por ordem de Herodes Antipas I teria ocorrido em Pereia, por volta de 26 d.C.. A decaptação ocorreu no ano seguinte.
Além da Bíblia, mais uma fonte histórica confirma a existência de João Batista. Flávio Josefo faz referência a ele em Antiguidades Judaicas:
Para alguns judeus a destruição do exército de Herodes pareceu intervenção divina, certamente uma punição pelo tratamento dado a João, o chamado Batista. Porque Herodes condenara-o à morte, mesmo ele tendo sido um homem bom e tendo exortado os judeus a levar uma vida correcta, praticar a justiça para com o próximo e a viver piamente diante de Deus, e fazendo por se batizar; porque a lavagem seria aceitável para ele, se o fizessem não para o perdão de pecados mas apenas para a purificação do corpo; pressupondo uma alma previamente purificada por uma conduta de rectidão. Quando outros também se juntaram à multidão em torno dele, pelo facto de que eles eram agitados ao máximo pelos seus sermões, Herodes ficou alarmado. Eloquência com tão grande efeito sobre os homens poderia levar a alguma forma de sedição. Porque dava a impressão de que eles eram liderados por João em tudo que faziam. Herodes decidiu então que seria melhor agir antes, executando João, do que arrepender-se mais tarde. Por esta suspeita de Herodes, João foi trazido acorrentado a Machaerus, a fortaleza de que falamos antes, e lá executado. Porém o veredicto dos Judeus era de que a destruição que atingiu o exército de Herodes foi um castigo, um sinal de desagrado de Deus. 1
O suposto dia do nascimento de João Batista é marcado, no Brasil, pela festa junina de São João, onde a população, especialmente no interior, celebra com o consumo de comidas típicas, fogueiras, fogos de artifício e apresentação de quadrilhas, cuja origem teria sido inspirada nas danças de salão das cortes reais europeias.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nascimento_de_Jo%C3%A3o_Batista
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Batista
(1)Antiguidades Judaicas, XVIII, 5, 2
http://quem-escreveu-torto.blogspot.com.br/2012/09/evangelhos-canonicos-historia-segundo.html

Imagens:
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/37/Hermitagetintorettobirthofjohnthebaptist.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Gregorio_Fern%C3%A1ndez_-_Bautismo_20140703.jpg

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BATALHA DO RIACHUELO
Em um dia 11/06, no ano de 1865, a Marinha do Brasil conquistava uma vitória decisiva sobre as forças navais do Paraguai no Rio Riachuelo, afluente do Rio Paraguai.
Solano Lopes, o ditador paraguaio, que sofrera dias antes outra derrota decisiva na Batalha do Tuiuti, enviava tropas pela margem do Rio Paraguai e estas ameaçavam de invasão a região Sul do Brasil. 
Para conter essa invasão e isolar o Paraguai do exterior, a Marinha do Brasil recebeu a missão de cortar o acesso fluvial ao país inimigo, de modo que a frota brasileira foi dividida em três grupos, um ficando na foz do Rio da Prata e outros dois sendo enviados para efetuar o bloqueio dos Rios Paraná e Paraguai.
O avanço paraguaio foi detido quando a cidade de Corrientes foi bombardeada e tomada por breve período. A presença naval brasileira no rio era uma ameaça ás tropas terrestres de Solano Lopes, de modo que a frota do Brasil deveria ser eliminada. 
A Nau Capitânia, Fragata Amazonas
No teatro da batalha a frota brasileira contou com nove navios, um a mais que a frota paraguaia, que dispunha de oito embarcações.
A iniciativa foi do Paraguai, que planejou usar o nevoeiro da madrugada para aproximar-se da frota brasileira e capturá-la ou destruí-la. Mas o efeito surpresa se perdeu, pois um dos navios teve problemas e atrasou todo o avanço paraguaio.
Nos navios brasileiros todos já tinham tomado o café da manhã e se preparavam para a missa quando a canhoneira Mearim sinalizou a aproximação inimiga e a quantidade de navios que chegavam.
O comandante da frota brasileira, Almirante Francisco Manuel Barroso da Silva, logo sinalizou ordem, a partir da Nau Capitânia Amazonas, para a mobilização urgente.
Logo os navios brasileiros estavam em posição de combate e nova sinalização veio da Fragata Amazonas: “O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever. Atacar e destruir o inimigo o mais de perto que puder. 
Os navios paraguaios avançaram e a artilharia começou. Duas embarcações paraguaias, chamadas de Chatas, foram afundadas e outra ficou danificada, mesma situação do navio Jejui, que se aproximou da margem para reparos.
Após esse primeiro combate a frota brasileira desceu o rio fez a volta e retornou para combater, enquanto a frota paraguaia se posicionava perto da margem, ao lado de uma bateria de 22 canhões posicionados em terra, o que lhe dava grande vantagem.
Essa artilharia quase afundou a corveta brasileira Belmonte, primeira da nossa frota a avançar. Na seqüência os navios brasileiros avançaram pelo mesmo caminho e, mesmo em meio ao intenso bombardeio, conseguiram atravessar.
A exceção é foi nau Jequitinhonha que encalhou, ficando sob intenso fogo dos navios inimigos e dos canhões em terra. A nau Parnaíba, que veio em seu socorro, foi avariada no leme, ficando sem capacidade de manobra.
Aproveitando-se dessa situação, três navios paraguaios cercaram o Parnaíba, os marinheiros paraguaios invadiram o navio e conseguiram tomar a bandeira brasileira! 
Quando os navios brasileiros se aproximaram em socorro os navios paraguaios se afastaram. O Almirante Barroso sinalizou a mensagem sustentar o fogo que vitória é nossa” e jogou a Fragata Amazonas sobre o Jejui que se partiu ao meio e afundou, mesmo destino de uma das chatas paraguaias que assaltavam o Parnaíba. A bandeira brasileira voltou ao mastro. 

Mais dois navios paraguaios foram atacados e postos foram de combate por essa antiga tática do choque de embarcações. Batalha terminada, vitória brasileira. 

Com mais essa derrota, Solano Lopes ficou impedido de invadir o Sul do Brasil e isolado de contato externo, uma vez que o bloqueio naval se estabeleceu firmemente. Seus dias estavam contados. 







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Fontes e Imagens:

https://www.todamateria.com.br/batalha-naval-do-riachuelo/

http://www.estudopratico.com.br/batalha-do-riachuelo/

http://brasilescola.uol.com.br/historiab/batalha-naval-riachuelo.htm

https://seuhistory.com/hoje-na-historia/travada-batalha-naval-do-riachuelo-umas-da-mais-importantes-da-guerra-do-paraguai

http://www.historiadobrasil.net/brasil_monarquia/batalha_riachuelo.htm

https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Battle_of_Riachuelo?uselang=pt

https://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_Naval_do_Riachuelo



ONDE MORREU ADOLF HITLER? - Parte I
Em um dia 23/04, no ano de 1945, Adolf Hitler e sua namorada Eva Braun, estavam vivendo em um bunker de concreto, sob os escombros da Chancelaria do Reich, a sede do governo alemão. Alguns dias depois ambos estariam mortos, vítimas de suicídio, ela ingerindo cianeto, assim como ele, que ainda desferiu um tiro de pistola contra a própria cabeça.
Essa é a versão, digamos assim, oficial e aceita pela grande maioria dos historiadores.
Contudo, há quem discorde dessa informação, afirmando que Hitler não morreu no bunker da Chancelaria do Reich, mas fugiu, sobrevivendo à guerra e à destruição do III Reich.
E se, durante décadas, esses discordantes foram taxados de teóricos de conspiração, documentos recém desclassificados (liberados ao público) pelo FBI, fizeram com que a tese da fuga de Hitler se tornasse mais plausível.
A Versão “Oficial”
Sabe-se que em 21/04/1945 os primeiros ataques terrestres do Exército Vermelho atingiram uma Berlim já bem castigada pelos ataques aéreos dos aliados.
Hitler, Eva Braun e seus cães.
No dia seguinte Hitler transferiu residência e salas de trabalho para o bunker construído sob o jardim da Chancelaria, um ambiente construído de concreto, muito resistente mas de pouca ventilação.
O homem Hitler que desceu as escadas para o subsolo era apenas uma pálida sombra do líder que conduzira a Alemanha a vitórias avassaladoras sobre seus adversários, submetendo quase toda Europa a seu domínio de terror.
Viciado nas drogas ministradas por seu médico, com labirintite e sinais de mal de Parkinson, sofrendo as sequelas do atentado cometido durante a Operação Valquíria, Hitler tremia e cambaleava, alterando momentos de euforia utópica, abatida prostração e fúria retumbante, por vezes vivendo em uma irrealidade na qual a vitória sobre os soviéticos ainda era possível.
A despeito disso, neste mesmo dia 22/04 Hitler anunciou que não fugiria e nem se renderia, que cometeria suicídio.
No dia seguinte chegou ao bunker uma carta de Hermann Göring se oferecendo, enquanto vice, para assumir o governo, ao que Hitler respondeu destituindo-o de todos os postos que ocupava.
No dia 28/04 Mussolini foi executado e seus restos mortais foram expostos e vilipendiados em Milão. No mesmo dia Hitler recebeu a notícia da fuga de Himmler e de suas tentativas de negociar a paz com os aliados, o que o deixou absolutamente furioso a ponto de ordenar a prisão do Reichsführer-SS e a morte de seu representante Hermann Fegelein, cunhado de Eva Braun.
Hitler em sua provável última foto.
No dia 29/04 Hitler se casou com Eva Braun em uma cerimônia discreta realizada no bunker mesmo e nesta noite ditou seu testamento para a secretária Traudl Junge. O documento teria sido assinado às 04:00hs da madrugada.
Depois do meio dia de 30/04, em reunião com o responsável pela defesa da capital, General Helmuth Weidling, Hitler foi informado que a resistência ao avanço soviético ficaria virtualmente impossível por falta de munição naquela noite.
Após essa terrível notícia e com o Exército Vermelho a menos de um quilômetro de distância do bunker, Hitler almoçou e às 14:30hs retirou-se com Eva Braun para seus aposentos particulares onde um tiro foi ouvido às 15:30hs.
A entrada do bunker de Hitler.
A morte do casal foi constatada pouco depois. Seguindo as ordens dadas anteriormente por Hitler, quase duzentos litros de gasolina foram reunidos para incinerar os corpos. Após receber a notícia do que ocorrera com Mussolini, o ditador alemão quis garantir que seus restos mortais não tivessem o mesmo destino. E aqui começam os motivos para dúvidas...




ONDE MORREU ADOLF HITLER? - Parte II
Os registros informam que os corpos foram colocados em uma cratera, que foi cheia de combustível, e incendiados, porém não teriam sido totalmente consumidos, mas que depois foram atingidos por uma bomba! Convenhamos, caro leitor, que é difícil crer que possa sobrar algo de corpos queimados sob 200 litros de gasolina!
Supostos corpos de Hitler e Eva Braun.
Depois de não serem consumidos por 200 litros de gasolina em chamas e uma bomba, a situação dos corpos de Hitler e Eva ficou ainda mais nebulosa. Inicialmente os soviéticos negaram ter encontrado os corpos, mas depois admitiram. Após estudos, eles teriam enterrado os restos em um bosque perto da cidade de Ratenow ainda em 1945.
Em 1946 os restos foram exumados e reenterrados em Magdeburg onde ficaram até 1970 quando foram desenterrados novamente, incinerados e as cinzas jogadas no Rio Elba.
Rio Elba em Magdeburgo.
Mas talvez seja sintomático que, no ambiente da Guerra Fria, Stalin tenha acusado os aliados de dar fuga a Hitler. Os aliados, por sua vez, desconfiavam da versão soviética sobre os corpos.


Dúvidas e Teorias
Os soviéticos desconfiavam dos aliados e os aliados desconfiavam dos soviéticos em tudo, de modo que não seria diferente com o paradeiro do corpo de Hitler.
Foi neste jogo de empurra que começou a ganhar corpo a teoria da fuga do verdadeiro Hitler e da morte de um sósia em seu lugar, versão que ganha força quando ficamos sabendo que uma foto do corpo do Führer, divulgada  na época em quase todos os jornais, na verdade era de Gustav Weber, que realmente trabalhou como sósia do ditador alemão!
Gustav Weber, o sósia de Hitler.
E há pouco, documentos liberados pelo FBI dão conta de que um informante (cujo nome é coberto com uma tarja preta no relatório) contou ao escritório do FBI de Los Angeles que ajudou “... seis altos oficiais argentinos a esconder Adolf Hitler quando desembarcou por submarino na Argentina.1
Primeira página do relatório do FBI.
Neste mesmo relatório, o informante diz que ele e mais três homens encontraram pessoalmente Hitler e Eva Braun quando ambos “... desembarcaram de dois submarinos na Argentina, aproximadamente duas semanas e meia após a queda de Berlim.1
O informante do FBI relata que ao todo vieram cerca de 50 pessoas e que altos oficiais argentinos providenciaram cavalos para transportar os pertences dos alemães.
Na ocasião, “...à luz do dia, todos os suprimentos foram carregados nos cavalos e uma viagem de um dia inteiro para o interior dos montes do sul dos Andes foi iniciada.1
A informação é de que os submarinos aportaram na Península de Valdez, no Golfo de San Katias, onde haviam vários pequenos vilarejos, nos quais os alemães foram abrigados por famílias locais. Segundo o informante, Hitler estava “... sofrendo de asma e úlceras, raspou seu bigode e tem uma longa cicatriz em seu lábio superior.1
Quem reconheceria Hitler sem o bigode?
O arquivo do FBI possui 203 páginas e demonstra o interesse do bureau no assunto, tanto que envolve diversas correspondências recebidas e enviadas por ninguém menos que o próprio J. Edgar Hoover, de modo que não é tarefa imprópria dar alguma atenção à teoria da fuga de Hitler. Hoover declarou que "Os oficiais do exército americano na Alemanha não localizaram o corpo de Hitler, nem há nenhuma fonte confiável que diga definitivamente que Hitler está morto".2
Carta assinada por J. Edgar Hoover.
Em resumo, a teoria é de que Hitler teria escapado ao Exército Vermelho através de um túnel secreto, que ligaria o bunker a um local onde pudesse embarcar em um avião. De lá, seguiu para Áustria e, depois, para a Espanha, onde embarcou no submarino que o trouxe até a Argentina.
O submarino teria desembarcado Hitler em Caleta de los Loros de Rio Preto, de onde a comitiva rumou para o Oeste do país, mais precisamente a Villa La Angostura, perto de Bariloche, onde foi hóspede na Casa Inalco, no Departamento Los Lagos – Neuquén.
Suposta área do desembarque de Hitler.
Hitler teria vivido na Argentina até o fim da ditadura de Perón, quando, então, mudou-se para o Paraguai, onde morreu.
Bem... sem encontrar o corpo, que estaria enterrado em algum lugar da América do Sul, e fazer o exame de DNA, não há como afirmar com certeza que Hitler realmente escapou do cerco soviético em Berlim. Mas podemos analisar a teoria para saber se teria sido possível.
Acima e abaixo a Casa Inalco, onde Hitler teria vivido.

A primeira pergunta a ser feita é como Hitler teria escapado de seu bunker e a teoria da fuga aponta para um túnel secreto, construído especialmente como rota de escape do subsolo. Não é de se esperar mesmo que os metódicos alemães fossem construir uma caixa de concreto embaixo do chão que possuísse apenas uma rota de entrada/saída.
E, segundo os produtores do documentário Hunting Hitler, do History, realmente há um túnel, que seguia na direção do Aeroporto Tempelhof, mas que não terminava, faltando pouco mais de 100 metros para chegar lá. Como esse espaço teria sido percorrido pelo alquebrado Hitler?
Como ele não iria se expor aos olhos de algum observador inimigo e nem ao risco de ser atingido, deveria existir, em algum lugar, um outro túnel que completasse o percurso. E foi exatamente o que o Hunting Hitler acredita ter descoberto!
Na atual estação de metrô de Luftbrücke, há uma parede falsa, que os aparelhos sonares comprovaram que esconde um espaço vazio por trás.
Acima a entrada da Estação Luftbrücke. Abaixo, a parede que esconde o suposto túnel da fuga de Hitler.

Os documentaristas informam ainda que, em 21/04/1945, após a última  aparição pública de Hitler, ocorreu uma grande fuga de nazistas pelo aeroporto e pelo menos oito aviões teriam sido carregados de objetos pessoais do ditador.2
O jornalista argentino Abel Basti pesquisou o tema e afirma, em seu livro “O Exílio de Hitler”, que o ditador alemão fugiu realmente para a Argentina.
Citando documentos dos Serviços Secretos alemães e ingleses, Basti afirma que Hitler voou para a Áustria, depois para a Espanha e, de lá, partiu em submarino para a Argentina, fazendo escala nas Ilhas Canárias.3
Aeroporto Tempelhof - 1945.
A teoria dos submarinos também não é descartável, pois sabe-se que as belonaves U-530 e U-977 renderam-se na Argentina em julho e agosto de 1945, embora a ordem de rendição tenha sido expedida em 08 de maio.4
E o detalhe mais significativo: a tripulação foi processada na Inglaterra para descobrir se tinham dado fuga a líderes nazistas! Me parece que, quando os detalhes vão sendo somados, a suposta fuga de Hitler parece menos impossível.
Submarino U-977

Submarino U-530.
Por fim, em entrevista a Léo Gerchmann do Jornal Zero Hora,5 Abel Basti afirma que Hitler e Eva Braun viveram na propriedade do pai do Rei da Holanda e em Bariloche, em meio à comunidade alemã.
Ele afirma ainda que o governo dos EUA tinha conhecimento da situação, mas que não desejava que Hitler caísse nas mãos dos soviéticos.
É uma afirmação de comprovação quase impossível.
Por outro lado, recentemente foi revelado o conteúdo do diário de JFK, o Presidente Kennedy, onde ele escreveu: "A sala onde Hitler deveria ter encontrado a sua morte mostrou paredes chamuscadas e vestígios de fogo" e escreveu ainda: "Não há evidência completa, entretanto, que o corpo encontrado era o corpo de Hitler."6
Assim, Hitler teria vivido sob a proteção do governo argentino até a deposição de Perón, quando se transferiu para o Paraguai, onde o ditador Stroessner passou a protegê-lo, assim como a vários outros nazistas.
Nas palavras de Abel, “Hitler morreu em 3 de fevereiro de 1971. Seu corpo está enterrado no Paraguai. Está em uma propriedade privada, em um bunker secreto, que atualmente é o porão de um hotel paraguaio, em Assunção.
Claro que tais afirmações são muito questionadas. Em texto enviado para o mesmo Léo Gerchmann do Jornal Zero Hora,7 o Professor Waldemar Dalenogare Neto8 contesta Abel Basti.
A meu ver a crítica de Neto é deselegante quando acusa o autor de não ser acadêmico, nem pesquisador e nem notório, como se isso fosse pressuposto para credibilidade. Penso que a crítica a um texto deve ser  feita ao texto e não por meio da desqualificação do autor.
Mas Neto não está errado quando afirma que a versão do suicídio é corroborada por gente do calibre de Hugh Trevor-Roper, Ian Kershaw, Joachim Fest, William L. Shirer e Richard J. Evans.
E ele levanta duas questões importantes que devem ser respondidas: a “Viabilidade da fuga de Berlim” e o “Motivo da fuga de Berlim”.
Para Neto, baseando-se nos autores citados, a última chance de fuga de Berlim teria se dado em 22/04/1945, quando da visita de Albert Speer ao bunker. 
Mas isso apenas mostra que até esse dia, após a partida de Speer, a fuga ainda teria sido possível. Dada a decepção de Hitler por Speer não ter cumprido sua ordem de "Terra Arrasada", não seria de admirar que o ditador tivesse deixado seu assistente de fora do plano.
Mas, o que impediria os auxiliares diretos de Hitler, com sua reconhecida fidelidade canina ao ditador, de tomar parte em um plano de fuga e contar todos uma mesma sequência de acontecimentos com alguns dias de diferença entre fatos e versão? É impossível? Não creio. Mas também seria preciso provar isso, o que é quase impossível hoje, quando todos estão mortos.

Seguindo no roteiro de duas perguntas de Neto, a nosso ver o motivo para a fuga de Berlim é óbvio. Se Hitler realmente tentou fugir da cidade, o fez para sobreviver e para não cair nas mãos dos soviéticos. Mas Neto não discorre sobre isso, restringindo-se a criticar os métodos de Basti.
Ainda a nosso ver, a versão de Basti peca quando não apresenta os documentos secretos nos quais se baseia, mas sua refutação total só pode ser feita com a apresentação de outros documentos e fontes que comprovem a falsidade de suas afirmações.
A versão do suicídio em Berlim possui muitos depoimentos mas nenhum  corpo. Possui uma arcada dentária guardada na Rússia, mas nenhum exame de DNA 100% definitivo. Possui um pedaço de crânio que se dizia ser de Hitler mas que foi comprovado como sendo de uma mulher.
Por tudo isso, embora para nós a versão mais comumente aceita do suicídio seja a mais plausível e até desejável (pois seria muito duro saber que após cometer todas aquelas atrocidades Hitler teria escapado para morrer tranquilamente no Paraguai), não descartamos 100% a versão de Basti, ainda mais depois da liberação dos documentos do FBI.
Como se vê, Hitler segue sendo um assunto inesgotável na História e só podemos afirmar com certeza que hoje ele está morto. Só não sabemos dizer onde...
FIM
1 FBI – Los Angeles – Arquivo 105-410 - 21/09/1945
2 http://www.express.co.uk/news/history/611229/Adolf-Hitler-tunnel-freedom
3 https://zap.aeiou.pt/tunel-secreto-em-berlim-reforca-teorias-de-que-pode-ter-fugido-no-fim-da-guerra-85799
4 http://www.sharkhunters.com/book1.htm
5 http://dc.clicrbs.com.br/sc/noticias/noticia/2016/09/pesquisador-reune-relatos-de-que-hitler-viveu-na-argentina-7484679.html?pagina=7
6 http://www.brasil247.com/pt/247/mundo/287210/Di%C3%A1rio-de-Kennedy-revela-que-ele-acreditava-que-Hitler-sobreviveu-%C3%A0-guerra.htm
7 http://zh.clicrbs.com.br/rs/opiniao/colunistas/leo-gerchmann/noticia/2016/09/historiador-sustenta-historia-oficial-e-contesta-tese-segundo-a-qual-hitler-viveu-na-argentina-e-no-paraguai-7511598.html
8 Doutorando em História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Bacharel, Licenciado e Mestre em História na mesma universidade.
  Disp: 
 https://www.escavador.com/sobre/8884985/waldemar-dalenogare-neto
Fontes e Imagens:
https://chicomiranda.wordpress.com/tag/verdades-sobre-a-morte-hitler/
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/artigos/morte_hitler.htm
http://acervo.oglobo.globo.com/fatos-historicos/cercado-por-tropas-russas-num-bunker-em-berlim-adolf-hitler-teria-se-matado-16018175
http://www.express.co.uk/news/history/611229/Adolf-Hitler-tunnel-freedom
http://dc.clicrbs.com.br/sc/noticias/noticia/2016/09/pesquisador-reune-relatos-de-que-hitler-viveu-na-argentina-7484679.html?pagina=7
http://zh.clicrbs.com.br/rs/opiniao/colunistas/leo-gerchmann/noticia/2016/09/historiador-sustenta-historia-oficial-e-contesta-tese-segundo-a-qual-hitler-viveu-na-argentina-e-no-paraguai-7511598.html
http://br.blastingnews.com/mundo/2016/01/fbi-revela-que-a-morte-de-adolf-hitler-foi-uma-farsa-e-que-ele-fugiu-para-a-espanha-00729675.html
https://es.wikipedia.org/wiki/U-530_(1942)
https://pt.wikipedia.org/wiki/U-977
https://zap.aeiou.pt/tunel-secreto-em-berlim-reforca-teorias-de-que-pode-ter-fugido-no-fim-da-guerra-85799
http://www.jn.pt/mundo/interior/restos-mortais-de-hitler-foram-cremados-1441974.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Morte_de_Adolf_Hitler
https://pt.wikipedia.org/wiki/Adolf_Hitler
http://vcsabiadisso.blogspot.com.br/2014/10/casa-de-hitler-na-argentina.html
http://www.planetpropertyblog.co.uk/2011/11/25/hitlers-secret-hideout-for-sale/
http://www.panoramio.com/photo/64639758


https://www.noticiasaominuto.com/mundo/466904/tunel-secreto-em-berlim-sugere-que-hitler-pode-nao-ter-morrido