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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

LIBERTAÇÃO DE AUSCHWITZ

O INFERNO NA TERRA
Naquele sábado, 27 de Janeiro de 1945, o Exército Vermelho entrou no inferno e o encontrou quase vazio, em comparação ao que já fora no auge de seu funcionamento.
Os soldados soviéticos encontraram o complexo de campos de concentração de Auschwitz, em Oswiecin, atual Polônia, dentre os quais estava Auschwitz II, ou Auschwitz-Bierkenau, o Campo de Extermínio, destino final de cerca de um milhão e trezentas mil pessoas, das quais aproximadamente um milhão e cem mil acabaram mortas.
O complexo era formado por três campos principais. O primeiro data de 1940, o segundo (extermínio) teve sua construção iniciada em 1941 e o terceiro em 1942.
Várias fábricas alemãs instalaram-se em seus arredores para fazer uso da mão-de-obra escrava dos trabalhadores residentes nos campos, entre elas a IG Farben e a BMW1. Quem ficava impedido, por qualquer motivo, de trabalhar, fosse por doença, acidente, fraqueza, etc, era imediatamente enviado para as câmaras de gás.
Os trens lotados de prisioneiros chegavam o tempo todo e a triagem era feita por médicos alemães, dentre os quais o famigerado Josef Mengele, que fazia experiências com crianças (gêmeos principalmente), e viveu tranquilamente no Brasil depois da guerra. Ele vistoriava os recém-chegados e separava os que aparentavam melhor condição física.

Estes eram enviados aos campos de concentração para trabalhos forçados. Sua expectativa de vida a partir deste momento era de três meses. Os demais eram conduzidos por um corredor com a promessa de um banho e desinfecção.
Eles deixavam seus pertences e suas roupas e entravam nus nas brausebad (casa de banho), que na verdade eram as câmaras de gás, mas que tinham vários chuveiros instalados no teto, dando a ilusão de serem, realmente, banheiros.
Câmara de Gás
Com as luses apagadas e as portas hermeticamente trancadas, soldados posicionados no teto despejavam o conteúdo das latas de Zyclon B, um pesticida em formato de grãos, que se dissolviam em um gás mortífero, matando todos os prisioneiros em poucos minutos, causando convulsões, rigidez muscular e paralisia respiratória.
O Zyclon B
Depois as câmaras eram abertas e os corpos encaminhados aos crematórios, onde eram incinerados. Este processo só foi interrompido quando os disparos da artilharia soviética já podiam ser ouvidos no campo.
Os fornos crematórios
Então as forças nazistas esvaziaram o campo, mataram tantos prisioneiros quanto puderam, deixaram cerca de sete mil deles para trás e partiram com 60 mil, em marcha forçada, para outro lugar. Mais de 15 mil destes ficaram pela estrada, mortos de exaustão ou assassinados por não poderem caminhar.
Os horrores perpetrados em Auschwitz-Bierkenau foram tão terríveis que se tornam quase inacreditáveis e sempre sucitam a mesma pergunta: como a humanidade foi capaz de descer tão profundamente no abismo do mal, a ponto de planejar e fazer funcionar com tamanha precisão um lugar como aquele?
1http://www.ushmm.org/outreach/ptbr/article.php?ModuleId=10007718

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