GREVES, CORRUPÇÃO E DELAÇÕES NÃO PREMIADAS NO EGITO ANTIGO – Parte II
A economia do Egito, durante
o reinado de Ramsés III, estava com sérios problemas. Se, de um lado, o Faraó
cobrava mais impostos e contribuições do povo para sustentar os templos, do outro
a casta de sacerdotes de Amon, 10% da população ligada a seus templos e 13% das
terras a estes pertencentes, eram isentos de qualquer contribuição.
A crise econômica levou ao
atraso de cerca de um mês na entrega dos cereais e do óleo com que os operários
construtores e decoradores de túmulos eram pagos. Quando a situação se tornou
insustentável não houve outra saída a não ser a manifestação.
Os operários acamparam atrás
do Templo de Tutmósis III até que foram recebidos pelas autoridades. Mas
ficaram só na promessa, de modo que, dias depois, os trabalhadores invadiram o
Ramesseum, templo funerário (cenotáfio – um tipo de memorial que não contém a
múmia) de Ramsés II – O Grande.
Uma vez dentro do templo, os
trabalhadores unidos apresentaram suas reivindicações: "Viemos até aqui, chegamos a este ponto,
porque temos fome, sede, estamos sem roupas, pomadas, peixe, óleo e verduras.
Contai isto ao Faraó, o nosso bom deus, e ao vizir. Fazei com que possamos
viver." (1)
A greve foi um sucesso
temporário, pois os salários foram pagos, mas, no mês seguinte novo atraso e
nova paralisação, desta vez encerrada somente após o fechamento de um acordo
que garantiu o pagamento antecipado dos salários.
É interessante notar que, durante as
negociações, denúncias foram feitas contra auditores que deveriam prestar
contas das obras ao vizir, mas estavam enganando a este e, indiretamente, ao
próprio Faraó.
Essa corrupção nos faz voltar à questão do
roubo de túmulos, para analisar um caso em que as duas atividades criminosas
caminharam juntas, durante o reinado de Ramsés IX.
Continua...
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