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sábado, 30 de novembro de 2019

CHURCHILL - Parte 14


CHURCHILL – Parte XIV [1] [2]
No início de setembro/1918 já se ouviam comentários sobre uma iminente derrota alemã, otimismo que Churchill só veio compartilhar alguns dias depois. Nesta época ele trabalhava pelo emprego cada vez maior dos tanques como forma de proteger a infantaria e conseguir avanços maiores, bem como o uso do gás mostarda, mas suas previsões apontavam para o final da guerra apenas em 1919.[3]
Contudo, em 26/09/1918 um grande ataque com gás foi feito sobre as tropas alemãs. No dia seguinte a Bulgária se rendeu e em 15/10/1918 a Alemanha fez seu primeiro pedido de armistício, que foi recusado pelo Presidente dos Estados Unidos Woodrow Wilson [4] afirmando que apenas a rendição seria aceita.
Portanto “o bombardeio britânico de fábricas, depósitos de armamentos e aeródromos alemães intensificou-se.” (<pg. 435)
Em 30/10/1918 o Império Turco-Otomano se rendeu. O Império Austro-Húngaro se rendeu em 03/11/1918.




[1]    GILBERT, Martin. Churchill : uma vida, volume 1. tradução de Vernáculo Gabinete de tradução. – Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2016.

[2]    Em relação às referências das páginas, que fazemos ao final de alguns parágrafos, por uma questão estética e de não ficar sempre repetindo, criamos um código simples com o símbolo “<”. Sua quantidade antes da referência da página indica a quantos parágrafos anteriores elas se relacionam. Exemplo: A referência a seguir se refere ao parágrafo que ela finaliza e mais os dois anteriores  (<<pg.200-202).

[3]   O gás mostarda ou iperita, é um composto químico representado pela fórmula química C4H8Cl2S, em temperatura ambiente é um líquido oleoso, em estado puro, não tem cor e nem cheiro, em estado impuro possui uma cor amarelada e  um cheiro que lembra o de mostarda. Foi desenvolvido em 1822 por Cesar Mansuete Depretz e a partir de então, notou-se que na forma de gás, possui características extremamente perigosas para a saúde humana, pois provoca irritação nos olhos e feridas na pele e nas mucosas internas do sistema respiratório. As queimaduras provocadas pela exposição ao gás podem ser tão graves como as de terceiro grau e podem causar a morte em alguns dias. Em relação aos pulmões, o gás pode causar vesículas e até mesmo edema pulmonar.
      https://osabicao.com.br/o-que-e-o-gas-mostarda-2/.

[4]   Thomas Woodrow Wilson (Staunton, 28/12/1856 — Washington, D.C., 03/02/1924) foi um político e acadêmico americano que serviu como o 28º Presidente dos Estados Unidos de 1913 a 1921.  Em abril de 1917, quando a Alemanha iniciou uma guerra submarina irrestrita e o Telegrama Zimmermann foi enviado, Wilson pediu para o Congresso declarar guerra para "tornar o mundo seguro para a democracia". No começo de 1918, ele divulgou seus princípios para a paz chamados de Quatorze Pontos, e em 1919, após o armistício, ele viajou para Paris, e promoveu a criação da Liga das Nações, e participou da conclusão do Tratado de Versalhes. Após retornar da Europa, Wilson embarcou em uma turnê pelos Estados Unidos em 1919, fazendo campanha pelo tratado, sofrendo um derrame no caminho. Os republicanos no Senado se opunham ao tratado e Wilson se recusava a negociar com Henry Cabot Lodge, o que levou ao fracasso da ratificação do Tratado de Versalhes no Congresso.
     https://pt.wikipedia.org/wiki/Woodrow_Wilson
Sozinha, a Alemanha enviou o segundo pedido de armistício em 07/11/1918. Três dias depois o Gabinete se reuniu em Londres para discutir as negociações:
Às 5h da manhã seguinte, os alemães aceitaram as condições dos Aliados. O combate cessaria às 11h dessa manhã. Dentro de quinze dias, as tropas alemãs evacuariam a França, a Bélgica, Luxemburgo e a Alsácia-Lorena. Todas as tropas alemãs sairiam da Renânia. As tropas aliadas e americanas ocupariam a parte da Alemanha a oeste do Reno. (<pg. 437)
No dia 11/11/1918, em seu escritório, Churchill pensava no que fazer com as fábricas e milhares de operários da indústria bélica cuja produção agora tornara-se desnecessária. Ele descreveu assim o momento em que o Big-Ben deu a badalada das 11 horas, que marcavam o fim da guerra:

Olhei novamente para a avenida. Estava deserta. Das portas de um dos grandes hotéis ocupados por departamentos do governo surgiu a figura frágil de uma funcionária, que gesticulava enquanto soava outra badalada do Big Ben. E, então, de todos os lados, homens e mulheres saíram à rua. Torrentes de pessoas saíram dos edifícios. Todos se levantaram das mesas e deixaram de lado papel e caneta. Bandeiras apareciam como que por encanto. (<pg. 438)
Quatro dias depois, 15/11/1918, nascia o quarto filho de Churchill, uma menina de nome Marigold Frances. A despeito da gravidez, Clementine enfrentava as longas ausências do marido atuando sempre que possível em favor de sua carreira política e, “durante mais de três anos tinha trabalhado para organizar refeitórios para as operárias das fábricas de munição”. (pg. 435/440)
Terminada a guerra Lloyd George convocou eleições gerais para decidir de vez a disputa com os liberais apoiadores de Asquith. Foi uma vitória consagradora da coligação e o Primeiro Ministro se manteve no cargo com ampla maioria no Parlamento.
Churchill também foi reeleito e, neste período, era um dos poucos que defendia uma paz moderada com a Alemanha, para evitar que o bolchevismo se instalasse naquele país.
Também defendia altos impostos sobre os lucros de guerra das empresas, nacionalização das estradas de ferro, controle dos monopólios e a criação da Liga das Nações, para dirimir conflitos futuros e evitar novas guerras. (<<pg. 440-441)
Em 09/01/1919 Churchill foi nomeado para o novo Ministério da Guerra e da Aviação onde tinha a tarefa de atuar dentro do contexto da Guerra Civil na Rússia,[5] na qual a Inglaterra apoiava os anti-bolcheviques inclusive com tropas e armas. Winston, ao contrário, advogava que fosse feito um acordo com eles (ainda que à força) desde que levasse a eleições democráticas no país e o consequente (achava ele) fim do domínio bolchevista pois, pela força, ele não acreditava ser possível vencer.
Apesar disso, defendia o auxílio com armas, suprimentos e voluntários para que os próprios russos anti-bolcheviques pudessem vencer. O Primeiro-ministro Lloyd George, porém, aceitava enviar apoio desde que não fosse muito custoso. As nações estavam cansadas da guerra e não queriam prolongar os combates agora na Rússia, não queriam se envolver e nem davam a mesma importância que Churchill ao perigo do bolchevismo se espalhar. Acreditavam que esse perigo aumentaria se enviassem muitos soldados à Rússia e eles tivessem contato com a ideologia marxista. (<pg. 445-450)




[5]   A Guerra Civil Russa foi um conflito armado múltiplo que eclodiu no território do já dissolvido Império Russo, envolvendo o novo governo bolchevique, alçado ao poder desde a Revolução de Outubro de 1917, e seus opositores, incluindo militares do antigo exército tsarista, conservadores e liberais favoráveis à monarquia, além de grupos ligados à Igreja Ortodoxa Russa e a correntes socialistas minoritárias (mencheviques). A data exata do início do conflito é controversa entre os historiadores: alguns defendem que teria ocorrido logo após a Revolução de Outubro (em 7 de novembro de 1917, segundo o calendário gregoriano), enquanto que, para outros, teria sido na primavera de 1918. A guerra civil perdurou até 1923, embora a maior parte dos combates já tivesse cessado em 1921, com a vitória dos bolcheviques. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_Civil_Russa
Cabia a ele, ainda, a gigantesca tarefa de desmobilizar e trazer para casa os quase quatro milhões de soldados que haviam lutado na guerra e sobrevivido e que estavam muito insatisfeitos, começando a provocar distúrbios. Poucos dias depois ele já possuia um plano justo de desmobilizações no qual os soldados que tinham estado na guerra por mais tempo, bem como os feridos e os mais velhos, poderiam voltar para casa imediatamente. Ao mesmo tempo ele conseguiu manter um exército de um milhão de homens como força de ocupação na região do Rio Reno.  (pg. 441-445)

CONTINUA

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