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sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

DEUSES EGÍPCIOS - ÍSIS

DEUSES EGÍPCIOS - ÍSIS
Por Carla Oliveira Santos


Esta é sem dúvida a personificação da bondade e da simplicidade na religião do Egito antigo. Foi uma deusa muito cultuada não apenas na região do Nilo, mas também fora dela, como no mundo Greco-Romano.
Sua figura representava a maternidade e a fertilidade. Era comum as famílias terem essa deusa como sua protetora. Isís foi o exemplo da boa esposa e da mãe exemplar e serviu de modelo a todas as mulheres que desejavam manter seu lar em harmonia e paz.
Foi a esposa do deus Osíris e mãe de Hórus. Mas ela foi muito mais que isso. Não foi uma deusa que viveu à sombra do marido ou do filho. Teve seus próprios templos e sacerdotes e também um número grande de fiéis devotos.
Cultuada como a deusa da justiça e da simplicidade, era a protetora de todas as minorias que existiam no Egito antigo, a exemplo dos escravos, artesãos, pescadores, assim como de todos aqueles que eram oprimidos ou diminuídos.
Mas não era uma deusa exclusivista, pois Ísis era cultuada também por indivíduos mais bem colocados na sociedade, como os membros da classe governante. Todos confiavam em seus julgamentos e ações, e conheciam sua força e poder. Era a deusa da natureza e da magia. E por falar em magia, foi por meio desta que conseguiu ressuscitar o corpo de seu marido Osíris e conceber um filho.
Ela foi cultuada em muitas regiões fora do Egito como mencionamos acima. Estudiosos e pesquisadores encontraram templos dedicados a deusas de aspectos e nomes semelhantes ao de Ísis em regiões da Ásia e da Europa, e por associação linguística atribuem muitos desses templos a ela.
Nas ruinas da antiga cidade romana de Pompéia, um templo dedicado a essa deusa egípcia foi encontrado em ótimo estado de conservação. Assim como alguns templos em Roma, Grã-Bretanha, Irlanda e Arábia Saudita.
Ao longo dos anos sua história foi sofrendo alterações bastante significativas. Em outros momentos, Horús, que no princípio era apresentado como seu filho, reaparece como seu esposo.
Porém, a versão que perdura é aquela originalmente apresentada a seus fiéis. A de que, juntamente com Osíris e Hórus, Ísis forma mais uma trindade divina no Egito.
Conheça o Templo de Isis na Ilha de Philae clicando aqui

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Referência Bibliográfica:
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dsis
Imagens:
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dsis
http://pinstake.com/egyptian-winged-goddess-isis-kneeling-this-heavy-sculpture-shows-isis/

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

A ROMA DO GLADIADOR - FIM

A ROMA DO GLADIADOR – FICÇÃO E HISTÓRIA - VI
PÃO E CIRCO!
Sabe-se da importância que era dada aos jogos em Roma (como parte da política do pão e circo) pela quantidade de arenas e anfiteatros espalhados por todo o império, cujas ruínas até hoje dão testemunho.
Os jogos distraiam a atenção do povo oprimido, enquanto o pão lhes matava a fome. Alimentado e bem distraído, o povo não parava para avaliar sua situação social e política, amava os governantes que lhes proporcionavam aquela vida e, indiretamente, davam-lhes a popularidade que precisavam para manter o poder.
Distribuição de pães aos cidadãos no Coliseu
Esta prática de legitimação popular do poder é muito bem representada na obra de Ridley Scott. A necessidade de dramatização, porém, faz com que logo a História saia de cena novamente.
No filme, o Imperador se vê num dilema ao descobrir que seu grande inimigo, Máximus, está vivo e se tornara um gladiador vitorioso.

Como este conquistara o povo com suas vitórias na arena, (e vivia desafiando o imperador, virando-lhe as costas, desobedecendo suas ordens, etc), matá-lo não seria fácil. Como o próprio filme mostra, seria preciso, primeiro, matar-lhe o nome. É o que Comodus tenta fazer quando resolve enfrentar o general na arena.
É sabido que o verdadeiro Comodus venceu torneios de gladiadores, todos arranjados, é claro, pois seus oponentes portavam armas falsas. Há divergências quando a isso, pois se há quem acredite que o imperador fazia apenas algumas apresentações restritas, por outro lado há quem acredite que ele lutava no próprio Coliseu e que cada aparição do imperador custava 1 milhão de sestércios de cachê, segundo as informações extras do filme.

Fazendo jus às informações históricas de lutas arranjadas, Ridley Scott mostra o Imperador ferindo Maximus antes do confronto, para ficar em vantagem. Como o povo não estaria ciente da situação, ele espera ganhar a fama por derrotar o grande campeão na arena. Mas Maximus é tão melhor guerreiro que, mesmo ferido e desarmado, consegue matar o Imperador com a própria arma deste!
Contudo, o verdadeiro Comodus não morreu na arena. Uma conspiração, que envolveu até mesmo sua amante preferida, logrou introduzir um lutador chamado Narciso nos aposentos do Imperador onde o matou estrangulado.
Esta foi a morte real do Imperador que, se por um lado demonstrava pouco apreço pelo posto que ocupava e pela governança, por outro nomeou administradores militares e políticos competentes, garantiu o abastecimento alimentício de Roma e demonstrou inclinação pelos menos favorecidos, a exemplo dos cristãos, a quem pouco perseguiu, agindo menos contra estes do que seu pai, tão humanista.

Como se vê, uma personalidade bem diferente daquela dicotomia “bem x mal” que o filme apresenta para deleitar os expectadores.
Enfim, morto o vilão, o filme caminha rapidamente para o final, prisioneiros livres, Roma livre, pronta para a democracia. Maximus pode, então, seguir para a outra vida e reencontrar sua família, pode, finalmente, “voltar para casa”.
Na verdade, após a morte de Comodus, Roma atravessou um período de grande instabilidade que só terminou com a posse de Septimo Severo em 193 d.C. Roma jamais voltou a ser uma República.

FIM
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1 GIBBON, Edward. Declínio e queda do Império Romano. Tradução e notas suplementares de José Paulo Paes. Editora: COMPANHIA DAS LETRAS. São Paulo, 1980.
2 ROSTOVTZEFF, M. História de Roma. Rio de Janeiro; Zahar Editores, 1961.
3 LENDERING, Jona. Legio IIII Flavia Felix. Disp. em http://www.livius.org/le-lh/legio/iiii_flavia_felix.html - Cap. em 14/09/15

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

DEUSES EGÍPCIOS - OSIRIS

DEUSES EGÍPCIOS - OSIRIS

Por Carla Oliveira Santos
Esse é um deus egípcio muito conhecido no mundo ocidental e tem uma história bastante trágica e conturbada.
No começo Osíris era associado à vegetação, à natureza, depois, porém, lhe foi dada a atribuição de ser o deus da vida no além.
Na religião egípcia, Osíris, juntamente com seus irmãos Isis, Néftis e Seth, formavam os primeiros deuses, descendentes de Geb e Nut.
Ele se casou com sua irmã Isis e passou a governar o Egito. Era considerado um deus muito importante, pois foi ele quem ensinou aos homens a vida em civilização, incluindo a agricultura e também a domesticação de animais, sem as quais sabemos que não seria possível a raça humana desenvolver-se.
Mas, enquanto a Osíris foi dado ensinar aos homens e, também, governar com justiça e paz a Terra, a seu irmão Seth foi dado apenas o direito de governar o deserto e o que nele havia.
Isso fez crescer a inveja em Seth e acabou por colocar um irmão contra o outro. Seth então criou uma armadilha contra Osíris e o matou.
Osíris teve seu corpo cortado em quarenta pedaços que foram espalhados pelo Egito. Sua esposa Ísis os reuniu e juntou novamente, com exceção do pênis, não encontrado. Usando de magia Ísis o ressuscitou e eles fizeram amor, gerando nesse momento o deus Hórus.
Esse fato inaugurou uma nova fase da vida de Osíris, que passou então a governar o mundo dos mortos. De senhor supremo dos vivos a deus do submundo.
É em seu tribunal que os mortos egípcios são julgados segundo o Livro dos Mortos, tema de outra etapa de textos desta série egípcia do Reino de Clio. 
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Referência Bibliográfica:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Os%C3%ADris
Imagens:
http://www.worldphotosonline.com/AfricaMiddleEast/Egypt/Hieroglyphs-Reliefs/i-TwwgGtR
http://pt.wikipedia.org/wiki/Os%C3%ADris

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

CÓDIGO DRÁCULA - II

O CÓDIGO DRÁCULA – II
Seguimos em nossa jornada para desvendar o Código Drácula. Conhecemos o autor e agora nossos caminhos vão nos levar das agitadas ruas de Dublin, passando pela enevoada Londres, até as misteriosas montanhas dos Cárpatos.
A Inglaterra, a quem a provável maioria dos irlandeses via como opressora, vivia sob o reinado da Rainha Vitória, na chamada Era Vitoriana, um período de expansão e enriquecimento do Império, aumento da população, sucesso da Revolução Industrial e grandes avanços tecnológicos.
Assumindo a posição de superpotência global, a Inglaterra regulava e influenciava o mundo levando sua cultura, seus produtos e seus interesses a todos os continentes.
Dentro do círculo vermelho a Inglaterra. Do outro lado da Europa, a Romênia.
A Romênia, por outro lado, era uma terra ainda semi medieval, desconhecida da maioria dos europeus, mas que provavelmente chamara a atenção dos meios mais bem informados, no qual Bram Stoker estava certamente inserido, ao conquistar o reconhecimento de sua independência em 1878, nos tratados de San Stefano4 e de Berlim5, após a guerra Russo-Turca.
É possível imaginar que foram esses eventos que chamaram a atenção de Bram Stoker sobre a Romênia e não é absurdo imaginar que este tenha tido a curiosidade de saber mais a respeito do misterioso novo país.
É, portanto, plausível crer que foi nessa pesquisa despretensiosa que os dois personagens mais importantes de nossa investigação se cruzaram. Bram Stoker finalmente encontrou o Drácula!
Mas quem era esse desconhecido príncipe valaquio que chamou a atenção do irlandês?
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sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

DEUSES EGÍPCIOS - NUT

DEUSES EGÍPCIOS - NUT

Por Carla Oliveira Santos

A respeito dessa deusa podemos dizer que foi a verdadeira deusa mãe. E falamos isso porque ela foi a mãe dos quatros grandes deuses: Isís, Néftis, Osíris e Seth. Era a divindade que representava o céu em sua totalidade.
Segundo relatos, Nut teve seus quatros filhos de uma única gestação. Ela era também irmã-esposa de seu marido Geb e eles eram filhos dos deuses Shu e Tefnut.
Assim como o esposo não existem muitas coisas produzidas a seu respeito. É limitado o conhecimento que chegou até nós. Porém, sabemos que muitos a invocavam para proteção, a exemplo do faraó Tutancâmon, a figura egípcia mais conhecida no mundo contemporâneo. Esse faraó invocou Nut em morte, como provavelmente a invocava em vida.
Frequentemente era representada como uma vaca, embora a iconografia a representasse também como uma mulher de rara beleza, adornada com estrelas, com um disco solar sobre a cabeça.
Novamente aqui vemos o grande astro ligado diretamente aos deuses, talvez porque, para os egípcios, o Sol era a maior e mais evidente manifestação divina.
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Referência Bibliográfica:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nut
Imagens:
http://en.wikipedia.org/wiki/Nut_%28goddess%29
http://www.landofpyramids.org/nut.htm

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

O PERÍODO ENTRE GUERRAS

A SERPENTE PÕE SEUS OVOS...
O fim da Primeira Guerra Mundial legou ao mundo uma nova superpotência. Em lugar da Inglaterra, profundamente desgastada pelo conflito, emergia os Estados Unidos da América, que se tornou o destino da maior parte do ouro do mundo.

Tal prosperidade elevou imensamente o padrão de vida da classe média americana que se tornou o modelo a ser seguido dentro da nova ordem consumista.

Mas, quando a produção superou a demanda e os salários não acompanharam a evolução, o consumo caiu, as ações se desvalorizaram e, de repente, a Bolsa de Nova York quebrou arrastando o mundo consigo. O Capitalismo balançava.

Quem mais sofreu foram as nações endividadas pela guerra, com a Alemanha à frente. Em desespero, o povo votou maciçamente no partido de alguém que apontava culpados e prometia salvação: Adolf Hitler. A semente do mal germinava.



Assista nossa aula sobre o Período Entre-Guerras. É um conteúdo valioso, principalmente nestes tempos de crise econômica, tentações golpistas e pregações anti democráticas. A aula foi pensada para adolescentes, mas sempre é bom lembrar.

 
Visite nosso site clicando aqui, acesse a aba "História Geral", como indicado na imagem acima e, depois, escolha como deseja ver.
Se quer ver em vídeo, clique na aba lateral "Entre Guerras". Para ver em slides, clique na imagem "O Período Entre Guerras" indicada pela seta/círculo da imagem abaixo. Boa semana!


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segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

DEUSES EGÍPCIOS - GEB


Olá caro leitor! Nunca é demais renovar nossos votos de um Feliz 2016 para você e todos aqueles a quem ama. Iniciamos hoje uma nova mini série, componente da grande série "O Reino de Clio no Egito Antigo": Os Deuses do Egito Antigo!
Para esta etapa, convidamos nossa amiga e colega de universidade, Carla Oliveira, para pesquisar e escrever sobre alguns dos principais deuses do panteão egípcio.
Pedimos a ela algo bem simples, considerando que nossa intenção primeira é apenas contar boas histórias e não cansar nossos leitores com um conhecimento acadêmico profundo, escrito naquela linguagem iniciática.
Para nossa felicidade, e com sacrifício pessoal, Carla Oliveira aceitou pesquisar e escrever. Os textos que se seguirão são da autoria dela, com pequena colaboração nossa na transformação da escrita acadêmica para a linguagem do blog.

OS DEUSES DO EGITO ANTIGO
 GEB

Por Carla Oliveira Santos

Diferente do que alguns possam acreditar, no Egito Antigo não havia um sistema religioso simples, o que existia era uma delicada e complexa teia, formada por vários deuses e deusas, que representavam, em sua maioria, as forças da natureza, e que eram os legítimos donos do solo e de tudo o que nele havia.
Desde o princípio da civilização egípcia, esse sistema passou por diversas evoluções e foi se enquadrando em muitas categorias; politeísta, henoteísta, monoteísta, politeísta novamente.
Cada cidade egípcia se dedicava ao culto de um ou vários deuses e para adorá-los vários templos e santuários públicos e particulares foram erguidos. Alguns ainda são encontrados hoje em áreas remotas do Egito, a exemplo do Templo de Luxor.
Esses templos eram encarados pela população como a casa dessas divindades e serão tema da próxima etapa de textos.
Uma das divindades mais antigas é GEB. Esse é o deus da terra egípcia, pai de outros quatros deuses. Sabe-se muito pouco a seu respeito.
O conhecimento que chegou até nós foi a imagem de um deus que cuidava de tudo relacionado a agricultura, pois a terra era seu maior domínio. Era ele quem assegurava uma colheita farta, pois tornava o solo fértil com as enchentes do rio Nilo.
Geb era representado como um homem com a cabeça de uma cobra, embora seu animal fosse um ganso e esse o representasse muitas vezes também. As cores que o definiam eram o verde que representava a vida e o preto que representava a lama do Nilo.
Nossa escrita sobre esse deus é, obviamente, limitada ao que foi produzido sobre ele. Seus filhos se tornaram muito mais conhecidos e cultuados.
Enquanto Geb foi um deus primitivo, que parece não ter sobrevivido muito além no tempo, sua prole formou os pilares fundamentais da religião do antigo Egito.

Referência Bibliográfica:
Imagens:
http://en.wikipedia.org/wiki/Geb

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

A HISTÓRIA POR TRÁS DO NATAL

UMA FESTA CRISTÃ EMBRULHADA EM PAGANISMO

A celebração ocidental do nascimento de Jesus é uma construção cultural milenar que envolveu uma festa cristã em elementos pagãos.

Vamos verificar os mais importantes elementos componentes dessa comemoração e encontrar a História de cada um deles:

A Data Natalícia:

Se a nosso ver não há dúvidas da existência de Jesus, considerando como fonte o que o insuspeito Flavio Josefo1 escreveu sobre Ele2, por outro lado, sobre Seu nascimento em 25 de dezembro há certeza em contrário por pelo menos três motivos, um bíblico, outro Histórico e, por fim, a palavra de um Papa.

O rigoroso inverno de Israel
Na Bíblia, em Lucas 2:8, afirma-se que pastores “estavam no campo, e guardavam, durante as vigílias da noite, o seu rebanho”. Considerando a época de inverno no Hemisfério Norte, os pastores não estariam no frio guardando rebanho algum, de modo que Jesus deve ter nascido em outra estação do ano.

A celebração tinha datas diferentes ao longo do ano3 até que foi estabelecida para a época do início do inverno romano e da festa pagã do Sol Invictus. Os responsáveis por isso foram o Papa Júlio I, que estabeleceu a data no ano 350 d.C. e o Imperador Justiniano, que instituiu o feriado em 529 d.C.4

Papa Julius I - Imperador Justiniano - Papa João Paulo II
Em 22/12/1993 o Papa João Paulo II admitiu que a data de nascimento de Jesus não era conhecida e que a escolha do 25/12 tinha relação com a festa do Sol Invictus5.

A Árvore de Natal:

Embora seja muito bonita a teoria de que Martinho Lutero foi o instituidor do uso do pinheiro enfeitado, que ele teria visto coberto de neve com o céu estrelado ao fundo, inspirando o desejo de ter árvore igual dentro de casa6, povos muito mais antigos que os alemães já usavam as árvores com uma simbologia própria, ligando-as às suas divindades:

Na Assíria a deusa Semiramis havia feito uma promessa aos assírios, de que quem montasse uma árvore com enfeites e presentes em casa no dia do nascimento dela, ela iria abençoar aquela casa para sempre.

Entre os egípcios, o cedro se associava a Osíris. Os gregos ligavam o loureiro a Apolo, o abeto a Átis, a azinheira a Zeus. Os germânicos colocavam presente para as crianças sob o carvalho sagrado de Odin.

Nas vésperas do solstício de inverno, os povos pagãos da região dos países bálticos cortavam pinheiros, levavam para seus lares e os enfeitavam de forma muito semelhante ao que faz nas atuais árvores de Natal. Essa tradição passou aos povos Germânicos.7

O Presépio Natalino:

Um dos poucos símbolos natalinos de origem realmente cristã, o presépio teria sido criado por Francisco de Assis, em 1223, na floresta de Greccio, na Itália, fazendo uso de figuras de argila com o intuito de mostrar às pessoas como fora o nascimento de Jesus.8

Com o tempo a prática foi copiada nas igrejas e catedrais, depois passou a ser adotada pelos nobres e, por fim, foi popularizada, espalhando-se pela Europa e o restante do mundo.9

O Papai Noel:

Há duas pessoas reais por trás da figura do bom velhinho que traz presentes no fim de cada ano.

Um deles é o Bispo Basílio de Cesaréia (na Capadócia – atual Turquia), conhecido como São Basílio Magno. Influente teólogo, apoiador do Credo de Niceia, adversário do arianismo e das ideias de Apolinário de Laodiceia.10, consta que era muito dedicado a cuidar dos pobres e no dia dedicado a ele, 01/01, é momento de trocar presentes na Grécia.

Bispo Basílio - Bispo Nicolau
O segundo, e que parece ser a maior inspiração para a figura do Papai Noel, é o Bispo Nicolau de Mira, ou Nicolau de Bari, benemerente e especialmente dedicado às crianças, ele é o padroeiro “...da Rússia, da Grécia e da Noruega. É o patrono dos guardas noturnos na Armênia e dos coroinhas na cidade de Bari, na Itália, onde estariam sepultados seus restos.11

Sua associação ao Papai Noel, que ocorreu na Alemanha e depois se espalhou pelo mundo, viria da suposta prática sigilosa que adotava para ajudar os necessitados, colocando sacos de moedas nas chaminés das casas.12

Mas, a imagem de São Nicolau, que sempre foi retratado como um bispo católico, não guarda semelhança com o Papai Noel que vemos nas lojas e enfeites natalinos.

Essa imagem foi criada, “...na segunda metade do século 19 pelo ilustrador e cartunista americano Thomas Nast.13

Thomas Nast e sua criação
Em 1915 a primeira campanha publicitária utilizando a imagem criada por Nast foi produzida pela Companhia de Água Mineral White Rock Beverages, e repetida em 1923.13

O Papai Noel levando sua carga de água mineral
Contudo, foi somente em 1931 que a imagem se tornou mundial, através de uma campanha publicitária da Coca-Cola que mostrava o barbudinho “...tomando uma garrafa de Coca-Cola na casa das crianças bondosas.13

A peça publicitária foi criada a partir de uma agência que, a pedido da Coca-Cola, criou o bom velhinho “...caloroso, amigável, agradavelmente gordo e humano, pintado pelo artista Haddon Sundblom.13

Conclusão

Essas constatações servem, além da óbvia informação, para mostrar o quanto a celebração natalina cristã se afastou se seu verdadeiro objetivo, que é celebrar o nascimento de Jesus Cristo.

Qualquer olhar minimamente crítico vai constatar que há muito Jesus deixou de ser o centro das atenções na Própria festa, substituído pelo Papai Noel, o consumismo, a comilança e a bebedeira, as falsidades em muitas reuniões familiares, enfim, uma deturpação avassaladora. Lamentamos isso.

Assim sendo, o Reino de Clio conclama todos a que, neste Natal, Nosso Senhor Jesus Cristo seja lembrado em profunda reflexão e que Seu exemplo, e sua determinação de Amor ao Próximo, possam prevalecer nos corações, por um mundo melhor, mais inclusivo e mais pacífico em 2016.

E recomendamos relembrar um texto do ano passado, que relata um momento maravilhoso da História, no qual a paz prevaleceu entre os homens que tiveram Boa Vontade. Clique aqui e leia, no final da página, o texto “Trégua de Natal”.

Desejamos a todos os nossos leitores, e suas famílias, um Natal cheio de paz, alegria e Amor. Tudo de bom a todos!

Marcello Eduardo

1Flávio Josefo, ou apenas Josefo (em latim: Flavius Josephus; 37 ou 38 — ca. 100 ), também conhecido pelo seu nome hebraico Yosef ben Mattityahu (יוסף בן מתתיהו, "José, filho de Matias [Matias é variante de Mateus]") e, após se tornar um cidadão romano, como Tito Flávio Josefo (latim: Titus Flavius Josephus), foi um historiador e apologista judaico-romano, descendente de uma linhagem de importantes sacerdotes e reis, que registrou in loco a destruição de Jerusalém, em 70 d.C., pelas tropas do imperador romano Vespasiano, comandadas por seu filho Tito, futuro imperador. As obras de Josefo fornecem um importante panorama do judaísmo no século I.

CONTEÚDO aberto. In: Wikipédia: a enciclopédia livre. Disp.: http://pt.wikipedia.org/wiki/Fl%C3%A1vio_Josefo

2Nessa época havia um homem sábio chamado Jesus. Seu comportamento era bom, e sabe-se que era uma pessoa de virtudes. Muitos dentre os judeus e de outras nações tornaram-se seus discípulos. Pilatos condenou-o à crucificação e à morte.

3http://www.suapesquisa.com/historiadonatal.htm

4https://pt.wikipedia.org/wiki/Natal

5http://www.paralerepensar.com.br/josevalgode_aorigemdonatal.htm

6http://www.suapesquisa.com/historiadonatal.htm

7https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rvore_de_Natal

8www.suapesquisa.com/natal/presepio_natal.htm

9https://pt.wikipedia.org/wiki/Pres%C3%A9pio

10https://pt.wikipedia.org/wiki/Bas%C3%ADlio_de_Cesareia

11https://pt.wikipedia.org/wiki/Nicolau_de_Mira

12https://pt.wikipedia.org/wiki/Papai_Noel


13http://noticias.terra.com.br/coca-cola-e-papai-noel-saiba-como-a-lenda-se-tornou-simbolo,cac46b1cad17a410VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html

Imagens:
http://imperfectlyhappy.com/wp-content/uploads/2014/11/the-nativity.jpg
http://www.globallightminds.com/wp-content/uploads/2011/12/birth-of-jesus.jpg
http://morroporcristo.blogspot.com.br/2014/11/35-papa-sao-julio-ano-337-352.html
https://es.wikipedia.org/wiki/Justiniano_I
http://www.acidigital.com/joaopauloii/
http://marldonchristmastrees.co.uk/about-us/
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Rajecka_Lesna_Christmas_crib_detail.jpg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nicolau_de_Mira
http://catholikblog.blogspot.com.br/2014/01/oficio-de-lectura-tenemos-depositada-en.html
http://mikelynchcartoons.blogspot.com.br/2011/12/thomas-nast-cartoonist-icon-and-bigot.html
http://www.history.com/topics/christmas/history-of-christmas/pictures/history-of-santa-claus/by-thomas-nast-3
http://itthing.com/the-history-of-santa-claus
http://allgodwallpaper.com/?titile=jesus-christ-wallpaper
https://forum.ableton.com/viewtopic.php?f=40&t=200541