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segunda-feira, 14 de novembro de 2016

O GOLPE DA REPÚBLICA

O GOLPE DE 15 DE NOVEMBRO
As mudanças econômicas e sociais do final do Séc. XIX fizeram emergir, enquanto forças sociais, as classes comerciantes e banqueiros.
A vitória na Guerra do Paraguai também conferiu unidade, força e prestígio ao Exército.
Nenhum desses possuía representatividade na estrutura política do Império, pois os principais postos de governo e cargos políticos estavam nas mãos da aristocracia rural.
Os descontentes formaram então, em 1870, o Partido Republicano, com objetivo de refazer as estruturas de poder sob nova forma de governo.
Para seu sucesso vários fatores contribuíram, além da abolição.
Questão religiosa
No Brasil a religião era ligada ao estado pelo padroado, onde D. Pedro II tinha o poder de acatar ou não as decisões do Papa, mas também nomeava os bispos, construía igrejas e pagava o salário dos religiosos.
Mas, em 1864 o papa editou a Bula Syllabus, na qual proibia religiosos maçons e condenava o liberalismo. Essa norma foi trazida ao Brasil pelos bispos Vital Gonçalves e Antonio Macedo Costa.
Eles expulsaram os maçons das irmandades, o que criou atrito com o Império, pois a lei dizia que apenas o governo poderia intervir nelas.
Os bispos foram condenados a trabalhos forçados, mas anistiados por pressão popular.
Questões militares
O Exército possuía um quadro de oficiais de origem nas classes médias e seu fortalecimento após a Guerra do Paraguai levou-os a uma oposição à elite rural dominante.
Em 1883 o Ten-Cel. Sena Madureira fez críticas a um projeto de reforma do Exército através da imprensa, o que levou à proibição deste tipo de manifesto por parte de oficiais.
O mesmo oficial foi demitido e preso quando fez homenagem a um jangadeiro cearense (Francisco Nascimento), que se recusou a transportar escravos em sua jangada.
Em 1885 o Cel. Cunha Matos discutiu, via imprensa, com um deputado do Piaui, sendo preso. O Marechal Deodoro apoiou-o e foi demitido.
O Movimento Republicano
Enquanto as relações do governo com o Exército pioravam, com prisões, demissões e libertações, crescia o movimento político pela República.
Em 1870 foi lançado o Manifesto Republicano e em 1872 uma dissidência do Partido Liberal fundou o Partido Republicano, que realizou convenções em São Paulo e Itu em 1873.
Em 1887 o Exército, descontente com a monarquia, lançou, sob liderança de Benjamin Constant, o Manifesto à Nação, aliando-se aos republicanos.
A reação do governo foi de forte repressão aos republicanos, que preparavam um golpe para o dia 17/11/1889.
O golpe
O temor de que o governo organizasse uma defesa eficiente fez com que o golpe fosse antecipado, aproveitando-se que D. Pedro II estava em Petrópolis.
Divulgou-se a falsa notícia da prisão de Deodoro e Benjamin Constant, o que fez as tropas ficarem agitadas.
Enganado pela notícia de que o novo chefe de gabinete nomeado pelo Imperador seria um desafeto seu, Deodoro aceitou liderar a tropa em 15/11/1889 e ocupou a sede do governo.
A Proclamação da República foi redigida por José do Patrocínio e nomeou Deodoro como Presidente. Como D. Pedro II não quis reagir militarmente, a monarquia caiu...
FIM

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