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terça-feira, 4 de novembro de 2014

MUSEU HISTÓRICO NACIONAL


MUSEU HISTÓRICO NACIONAL

O Reino de Clio inicia, nesta semana, uma grande série de visitas virtuais a alguns dos mais importantes museus do Brasil.

Ao longo dos anos temos visitado museus, lugares e cidades históricas em nosso país e feito os registros fotográficos que nos permitem, agora, começar a fazer publicações que vão enriquecer muito nosso site e proporcionar a nossos leitores uma experiência excepcional.

Acesse, divulgue, utilize com seus alunos. E quando puder, visite pessoalmente. Nada substitui a vivência de uma visita a um museu.

A primeira instituição que vamos apresentar é o MUSEU HISTÓRICO NACIONAL, situado à Praça Marechal Âncora, s/n - Centro, Rio de Janeiro.

O Museu Histórico Nacional, criado em 1922, é um dos mais importantes museus do Brasil, reunindo um acervo de mais de 348.515 itens, entre os quais a maior coleção de numismática da América Latina.
O conjunto arquitetônico que abriga o Museu desenvolveu-se a partir do Forte de Santiago, na Ponta do Calabouço, um dos pontos estratégicos para a defesa da cidade do Rio de Janeiro.1



Sem mais perda de tempo! Aproveite a viagem e volte, pois na semana que vem tem mais!

Inicie sua visita clicando aqui.



1http://www.museuhistoriconacional.com.br/

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

AVE CESAR! – A CONQUISTA DA GÁLIA - FINAL

AVE CESAR! – A CONQUISTA DA GÁLIA - FINAL1

Nos anos 51 a 502 César dedicou-se a consolidar a conquista definitiva das Gálias e dividiu as legiões, enviando-as aos diversos pontos do território para punir os revoltosos e proteger o único povo que ficou a seu lado, os remos.

Ainda no inverno foram atacados os bitúriges e os carnutos. Ma primavera foi a vez dos belovacos, eburões, tréviros e, de novo, os carnutos.
  
Bourges, antiga Avaricum, sede dos Bituriges.
Chartres, antiga Autrico,sede dos Carnutos.
Beauvais, França - Antiga Cesaromagno, sede dos  Belovacos.

Rio Meuse, Liege, Bélgica - região dos Eburões.

Trier, Alemanha - região dos Treviros.

Apenas os sénones, sob liderança de Drappés, e os cadurcos, so liderança de Luctério, ofereceram resistência ao tomar a praça forte de Uxelodunum.

Logo a cidade foi cercada pelas legiões e as fortificações de cerco começaram a ser construídas. Ao tentar uma saída para buscar suprimentos, Drappés foi capturado.

César posicionou suas fortificações de modo que os acessos às duas únicas fontes de água dos rebelados foram cortados. Qualquer um que se aproximasse poderia ser atingido pelos romanos. Ao mesmo tempo foram escavados túneis em direção à fonte, para secá-la.

Os ataques contra essas defesas foram rechaçados. Quando a fonte secou os gauleses pensaram que era um sinal dos deuses e renderam-se. César poupou suas vidas mas mandou cortar-lhes as mãos para servir de exemplo.

Sens, Rio Yonne - Antiga Agedincum, sede dos Senones.

Cahors, França. Ponte Valentre sobre o Rio Lot. Antiga sede dos Cadurcos.
A Gália estava conquistada e quase totalmente pacificada. Essa paz passou a ser mantida pelas legiões que foram estabelecidas em todas as regiões.

Quem assistiu a série Roma, da HBO, verificou a representação da rendição de Vercingetórix e sua execução durante o triunfo de César, após a guerra civil.

É curioso verificar, porém, que os personagens principais da série, Titus Pullo e Lucius Voreno, de fato existiram. Ambos eram centuriões (na série apenas Voreno era) e disputavam atos de bravura, conforme o próprio César registrou em sua obra, Comentarii De Bello Galico: 
 
Havia nesta legião dois mui esforçados centuriões, que já se aproximavam das primeiras graduações, de nomes, T. Pullo e L. Voreno. Andavam estes em perpétuas disputas de qual seria o preferido, e contendiam todos os anos com inimizades sobre os primeiros lugares. Destes, no maior ardor do combate junto às trincheíras, diz Pullo: Por que é que hesitas, Voreno? Ou que ocasião esperas para mostrar o teu valor? Este dia será juiz de nossas competências. E ao dizer isto, salta fora das trincheiras, e arremete contra aquela parte em que os inimigos pareciam mais cerrados. Nem tão pouco Voreno se deixa ficar dentro, mas segue-o pelo receio de parecer menor na geral opinião. Restando medíocre espaço, lança Pullo o pilo contra os inimigos, e atravessa um da multidão que corria ao seu encontro; enquanto alguns protegem com os escudos o ferido que expirava, todos arremessam dardos contra ele, e tiram-lhe a possibilidade de voltar. É o escudo traspassado a Pullo, e fica-lhe o dardo preso no cinto. Este caso desvia-lhe a bainha, demora-lhe a mão direita no arrancar da espada, e o deixa embaraçado no meio dos inimigos que o cercam. Acode-lhe o inimigo Voreno, indo em seu socorro neste aperto. Logo toda a multidão se volta contra este abandonando Pullo. Atacando de improviso, combate Voreno de perto à espada, e morto um, consegue repelir por um pouco os mais; mas, enquanto aperta com mais ardor, cai, faltando-lhe o pé, num lugar inferior. A este cercado pelo seu turno socorre igualmente Pullo, e ambos com sumo louvor recolhem-se sãos e salvos para as trincheiras, deixando a muitos mortos no campo. De tal sorte provou a fortuna a um e outro, quer na competência, quer no combate, que, sendo um inimigo do outro, levou socorro e salvação a seu inimigo, sem que se pudesse decidir qual o mais valoroso.

A conquista da Gália por César foi a demonstração de como a política em Roma era capaz de influenciar as vidas dos povos de grande parte do mundo antigo. 
 
Se a guerra de César na Gália proporcionou a execução e o registro de feitos militares fabulosos, e a posterior romanização da região, o que significou um incremento civilizatório, também extinguiu a liberdade e a auto-determinação, embora os romanos fossem bem liberais quanto aos costumes culturais dos povos conquistados.

Milhares de gauleses, homens, mulheres, crianças e velhos foram mortos ou escravizados, outros tantos mutilados e um incontável número de mulheres violadas. Cidades e vilas inteiras foram destruídas, assim como colheitas e rebanhos.

Nos anos seguintes a dor da guerra seria levada ao coração de Roma, quando seus principais líderes entrariam em disputa mortal pelo poder total. 
 
Em uma análise bem ampla, a guerra na Gália financiou parte significativa da morte da República de Roma e o nascimento do Império.

FIM.

Imagens:

http://www.lashorasperdidas.com/index.php/2010/03/06/hoy-es-un-gran-dia/
http://www.dualshockers.com/2013/12/02/caesar-travels-conquers-gaul-in-new-total-war-rome-ii-dlc-campaign-pack/
http://www.flickriver.com/photos/lyon_photography/4953192699/
http://linnetmoss.com/tag/hbos-rome/
http://dvdbash.wordpress.com/2012/03/07/rome-hbo-complete-dvd-series/rome-hbo-dvd-polly-walker-kerry-condon-kevin-mckidd-ray-stevenson-james-purefoy-52/
http://dvdbash.wordpress.com/2012/03/07/rome-hbo-complete-dvd-series/rome-hbo-dvd-polly-walker-kerry-condon-kevin-mckidd-ray-stevenson-james-purefoy-48/

1Lembramos ao leitor a base para esta nossa série de textos é a obra “A Guerra das Gálias 58-50 a.C. - Roma Constrói seu Império”, de autoria de Kate Gilliver, publicada pela Editora Osprey.
2Todas as datas aqui mencionadas são a.C. (antes de Cristo).

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

AVE CESAR - A BATALHA DE ALÉSIA

ESTÁTUA DE VERCINGÉTORIX EM ALISE-SAINTE-REINE - FRANÇA
A BATALHA DE ALÉSIA 1

O ano 522 registrou uma das mais importantes e épicas batalhas da História: A Batalha de Alésia! Nela dois gênios militares se enfrentaram e a disciplina das tropas e dos comandados foi determinante para o resultado final.

Alésia era uma colina de difícil acesso, com um planalto no alto, cercada quase totalmente por dois rios, o Oze e o Ozerain e nas imediações de um terceiro, o Brenne. A Noroeste o Monte Rea e ao Sul, o Monte de Flavigny. O povo que a habitava eram os mandubios. Nos dias atuais a colina de Alésia abriga a cidade de Alise-Sainte-Reine, na França. 
 
ALISE-SAINTE-REINE - A ANTIGA ALÉSIA.

ALISE-SAINTE-REINE - A ANTIGA ALÉSIA.
RIO BRENNE, AO NORTE DE ALISE.

RIO OZE, A LESTE DE ALISE.

RIO OZERAIN AO SUL DE ALISE.





os solossoldVercingetórix posicionou seu exército na parte leste e deixou que os romanos o cercassem. Seu plano era cercar os romanos pela retaguarda com um exército de apoio maior ainda e, então, atacar pelos dois lados.

Por seu turno, César ordenou que toda a colina fosse cercada em um trabalho de escavação de fossos, valas, construção de muralhas, paliçadas e torres por cerca de 18Km. 

os soldSete acampamentos foram erguidos ao longo das fortificações. Para se proteger de ataques da retaguarda, César mandou erguer outra linha, com 23Km, que envolvia a primeira. 
 

Nas bordas das valas e dentro delas havia toda sorte de armadilhas, conforme César descreve em sua obra Comentarii De Bello Gallico:

...cortavam-se troncos de árvores com ramos muito firmes, que descascados se aguçavam em ponta, e faziam-se covas contínuas de um metro e meio de profundidade. Nestas, lançavam-se aqueles estrepes, que se prendiam pela parte de baixo, para que não pudessem ser arrancados, e ficavam expostos pela parte dos ramos. Havia deles cinco ordens conjuntas e entrelaçadas, nas quais quem entrava, achava-se cravado por pontas. Chamavam-lhes cepo. Diante destes, em ordens obliquamente dispostas em grupos de cinco, faziam-se outras covas de noventa centímetros de profundidade, e um pouco mais estreitas para baixo. Nestas se colocavam estacas da grossura da coxa com pontas endurecidas ao fogo, com dez centímetros para fora da terra, e para cuja firmeza e estabilidade calcava-se um pé de terra em cada cova, sendo o resto para ocultar a cilada, coberto de vimes e mato. Havia oito grupos de estacas a noventa centímetros umas das outras. Chamavam-lhes lírios pela semelhança com a flor. Diante destes escondiam-se enterrados, e espalhados por toda parte com pequenos intervalos, estacas de trinta centímetros com pontas de ferro, os aguilhões.


NESTA IMAGEM LOGO ACIMA E NAS DUAS ABAIXO, A RECONSTITUIÇÃO DAS DEFESAS DE CÉSAR, LOCALIZADAS NO MUSEU DE ALISE-SAINTE-REINE.
O MUSEU VISTO DA ESTRADA, COM ALISE AO FUNDO.




os solossoldAo final dos trabalhos, que duraram cerca de 30 dias apesar dos constantes ataques dos gauleses, César estava dentro de um cerco e Vercingetórix estava dentro de dois, mas antes dos trabalhos serem concluídos o gaulês dispensou sua cavalaria com ordens de percorrer toda Gália e reunir o maior exército possível e enviá-lo a Alésia. 

No Comentarii De Bello Gallico, César descreve o discurso que Vercingetórix teria feito aos cavaleiros que partiam:

Que vão cada qual para as suas cidades, e reunam para esta guerra a todos os que estiverem em idade de pegar em armas. Põe-lhes diante dos olhos todos os serviços, que lhes havia prestado, e conjura-os a atenderem à sua segurança, e a não abandoná-lo aos inimigos, para sofrer torturas, a ele benemérito da liberdade comum; pois, se fossem negligentes em socorrê-lo, haviam de com ele perecer juntamente oitenta mil homens de flor. Que dado balanço nos bastimentos, mal tinha trigo para trinta dias, mas — esse podia aturar mais algum tempo poupando-se

Em pouco tempo, porém, a fome grassava no acampamento dos gauleses que, isolados, não podiam receber auxílio. Logo reinava uma discórdia entre os líderes que sugeriam a Vercingetórix a rendição ou um ataque surpresa. A única decisão, porém, foi retirar da colina seus habitantes, os mandubios, que foram implorar a César que os alimentasse. Mas os romanos não os atenderam e muitos morriam à mingua à vista dos dois exércitos.

Quando o exército de apoio chegou, liderado por Cómio, logo foi iniciado o assalto às fortificações de César. Os ataques partiam de fora e da colina, seguindo o plano de Vercingetórix, e aconteciam dia e noite, mas os romanos os repeliam todos com disciplina e mobilização de tropas de reforço para os lugares mais críticos.
Quando os gauleses avançavam os romanos os atingiam com dardos, flechas e tiros de catapultas e escorpiões. Quando se aproximavam morriam ou se feriam aos montes nas armadilhas das valas e fossos.

O momento mais crítico da batalha também foi o momento decisivo. Os gauleses de Cómio reuniram mais de 50 mil dos melhores homens, conhecedores da região, e os enviaram ao ponto mais vulnerável das fortificações romanas. Foram à noite e esconderam-se, descansaram e por volta do meio dia atacaram.

Ao mesmo tempo, em manobras diversionistas, a cavalaria e os demais gauleses atacavam em outras partes. O exército de Vercingetórix também atacou pela parte interna do cerco, tentando a todo custo invadir a área romana.
César percebia os acontecimentos e despachava tropas de reforço a todas as partes. Percorria os postos incentivando a resistência. No momento crucial, o derradeiro ataque romano se deu quando a resistência não deteria os gauleses por muito mais tempo. As tropas de Labieno investiram por um lado, a cavalaria e outras tropas por outro, de modo que os gauleses viram-se cercados.

A carnificina foi imensa no exército de Cómio. Vendo a tragédia, Vercingetórix retirou seus soldados de volta a Alésia. Muitos fugiram mas a perseguição seguinte da cavalaria romana os capturou aos milhares. 

 
Na sequência, um conselho foi convocado entre os gauleses para decidir o que fazer. As ordens de César eram para entregar as armas e os chefes. Vercingetórix se rendeu aos romanos e muitos gauleses foram feitos prisioneiros. 

os soldA maioria destes foi escravizada e dividida entre os soldados romanos, com exceção dos éduos e dos arvernos, pois César quis mostrar clemência a estes, por sua influência diante das demais tribos.
A RENDIÇÃO DE VERCINGÉTORIX A CÉSAR.


Na Batalha de Alésia César demonstrou toda sua capacidade de liderança e sua genialidade militar. As obras de cerco e proteção que comandou ainda hoje causam espanto. Mas não se pode esquecer que a lendária disciplina das legiões também foi decisiva no resultado da batalha, considerando a situação e a disparidade de números diante das forças gaulesas.

A Gália inteira estava derrotada.


Continua...

Imagens:

https://maps.google.com.br/maps?hl=pt-BR&tab=wl
http://www.forumromanum.org/literature/caesar/maps.html
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Alise-Sainte-Reine_-_Fouilles_08.JPG
http://www.dualshockers.com/2013/12/02/caesar-travels-conquers-gaul-in-new-total-war-rome-ii-dlc-campaign-pack/
http://www.flickriver.com/photos/lyon_photography/4953192699/
http://www.capsulecomputers.com.au/2013/12/new-rome-ii-panorama-snapshots-the-battle-of-alesia/

1Lembramos ao leitor a base para esta nossa série de textos é a obra “A Guerra das Gálias 58-50 a.C. - Roma Constrói seu Império”, de autoria de Kate Gilliver, publicada pela Editora Osprey.
2Todas as datas aqui mencionadas são a.C. (antes de Cristo).

terça-feira, 7 de outubro de 2014

AVE CESAR! – A CONQUISTA DA GÁLIA VII - 52 a.C.

AVE CESAR! – A CONQUISTA DA GÁLIA VII1

O ano 522 começou com a ameaça de uma grande revolta gaulesa no ar. A percepção de que a Gália estava se tornando província romana, de que uma união de todos poderia expulsar a força invasora e a ameaça de tomada das terras sagradas onde viviam os carnutos e onde os Druidas se reuniam, foram os ingredientes que uniram a maioria das tribos contra o inimigo comum: Roma!
Acima e abaixo: Chartres, França - Antiga Autrico dos carnutos.


Quando a revolta estourou as primeiras vítimas foram os legionários estacionados na cidade de Cenabum, atual Orleãs. Durante o massacre dos romanos um jovem guerreiro destacou-se e assumiu o comando de uma aliança entre as tribos: Vercingétorix!
Orleans, França - Antiga cidade de Cenabum.
Ciente dos acontecimentos César marchou, ainda antes do fim do inverno, para Agedinco, terra dos senones, onde planejava impedir o ataque dos arvernos à capital dos boios, aliados de Roma, Gorgobina. No caminho ele tomou e saqueou as cidades de Velaunoduno, Cenabum e Novioduno com o objetivo de marcar uma presença aterrorizante e desencorajadora e de abastecer as tropas para a longa campanha.
Sens - Antiga Agedinco.

Rio Allier em Cuffy - região onde ficava a antiga Gorgobina.
Vercingétorix então passou a atacar as linhas de suprimento romanas, sem oferecer qualquer combate aberto com as legiões. Ao mesmo tempo ele fez as populações serem transferidas para as cidades mais fortificadas e adotou uma prática de terra arrasada, para privar os romanos de alimentos e abrigo.
Dordive, França - região da antiga Velaunodunum.

Jublain, França - antiga Noviodunum.
A contragosto, Vercingetórix concordou em defender a cidade de Avaricum, atual Bourges, lar dos bitúriges, pois estes clamaram para que sua cidade não fosse destruída como as demais. Com isso, foi proporcionado um combate mais aberto, o que era desejo de César.
Bourges, França - antiga Avaricum.
Apesar da região de difícil acesso, César construiu uma plataforma de cerco com mais de 20m de altura e as tentativas de Vercingetórix para deter o romanos foram em vão, levando-o a abandonar a cidade. A artilharia romana conseguiu abrir uma brecha nas defesas e as legiões entraram na cidade saqueando e massacrando dezenas de milhares de pessoas.
Vercingetórix fora derrotado em Avaricum, mas ganhou a adesão de muitos éduos, antes aliados dos romanos, mas agora sublevados. Apesar de vários éduos permanecerem fiéis a César, suas linhas de abastecimento estavam em situação crítica.
Então o general romano enviou quatro legiões e a cavalaria contra os parísios e os sênones e foi, ele próprio, pelo rio Allier, contra a cidade de Gergóvia, forçando Vercingetórix a enfrentá-lo, pois esta era uma cidade do povo dele, os arvernos.
Rio Allier, Pont du Chateu. Imediações de Clermont-Ferrand, França - Antiga Gergovia.
César dominou uma colina em frente à cidade, na qual estava a principal fonte de água, depois construiu uma fortificação e uma vala para unir os dois acampamentos romanos. Em seguida enviou os legionários para tomar outra colina ainda mais próxima da cidade, mas seus legionários foram rechaçados com quase 800 baixas.
César decidiu abandonar o cerco, de modo que a reputação de Vercingetórix cresceu muito entre os gauleses e mais e mais tribos aderiram à revolta. Os ataques às marchas e linhas de abastecimento prosseguiram e aumentaram
Mas César conseguiu apoio entre alguns povos germanos que passaram a proteger o avanço das legiões, rechaçando os ataques de cavalaria.
O próximo destino de César e de Vercingetórix foi uma cidade cuja disputa colocou para sempre seu nome na História das Batalhas: Alésia!

Continua...

Imagens:

http://www.forumromanum.org/literature/caesar/map15.jpg
http://www.forumromanum.org/literature/caesar/maps.html
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1Lembramos ao leitor a base para esta nossa série de textos é a obra “A Guerra das Gálias 58-50 a.C. - Roma Constrói seu Império”, de autoria de Kate Gilliver, publicada pela Editora Osprey.
2Todas as datas aqui mencionadas são a.C. (antes de Cristo).

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

AVE CESAR! – A CONQUISTA DA GÁLIA VI - 53 a.C.

AVE CESAR! – A CONQUISTA DA GÁLIA VI1

No ano 532 o plano de César era punir os revoltosos do ano anterior, assim como seus aliados, e submetê-los todos ao domínio de Roma. Ele recrutou duas legiões novas e pediu mais uma a Pompeu, atingindo um total de dez legiões, o que perfazia um número entre 40 e 50 mil legionários.
Tal contingente permitiu ao general atacar pontos distintos, por vezes simultaneamente. O primeiro alvo foram os nérvios com objetivo de tomar ou destruir seus pertences e apreender gado e pessoas.
Ruínas em Bavay, antiga Bavaco, capital dos Nérvios.
O segundo alvo foram os senones, atacados de surpresa antes de poderem refuriar-se em sua fortaleza, atual cidade de Sens – França. Sem outra alternativa diante da situação, eles renderam-se.
Sens - Rio Yonne - Antiga Capital dos Senones.

Sens - Rue de la Republic. O leitor pensa que só no Brasil tem feira da sulanca?
O próximo objetivo, as tribos dos menápios, já se revelara difícil antes, pois o delta do Rio Reno era região pantanosa e conhecida dos menápios, que para ela se retiravam sempre que em perigo. César mobilizou, então, nada menos que sete legiões e conseguiu chegar ao alvo, pois os legionários construíram passagens sobre as terras úmidas dos pântanos.
Gante, Bélgica - Região das tribos dos Menápios.
Os menápios foram derrotados, seus bens foram destruídos, seu gado aprisionado, assim como muitas pessoas, o que obrigou-os à rendição. Os gauleses iam descobrindo, às custas de muito sangue, que não havia lugar onde se esconder dos romanos e sua engenharia.
Os treviros foram derrotados por Labieno que os enganou com uma estratégica simulação de fuga, aparentando ser um alvo fácil. Quando os treviros atacaram, antes da chegada dos reforços germânicos que esperavam, estavam em terreno muito desfavorável sendo logo rechaçados, perseguidos pela cavalaria e obrigados à rendição.
Trier, Alemanha - Antiga Treveroro, capital dos Treviros.

Trier, Alemanha - Termas Imperiais de Constantino.
Após tantas vitórias César atravessou novamente o Rio Reno para punir os germanos que enviavam ajuda aos gauleses e para desencorajar futuras invasões. Outra ponte foi construída e as legiões passaram.
Contudo, problemas com a logística do abastecimento abreviaram a permanência dos romanos que, desta forma, preferiram evitar um confronto com os povos suevos.
Urmitz, Alemanha - Provável região da segunda ponte de César sobre o Rio Reno.

Na sequência César dividiu seis legiões em dois grupos de três e as enviou para a área da floresta das Ardenas, onde elas tinham a missão de semear destruição e fazer prisioneiros. Por conta dessa ação as tribos daquela região renderam-se, inclusive os rebeldes eburões.
Floresta das Ardenas.
Com a aproximação de mais um inverno, chegava ao fim mais um ano militar de campanhas vitoriosas para César, mas... nada como uma primavera depois de um inverno...

Continua...

Imagens:

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http://www.panoramio.com/photo/10453617
http://www.emersonkent.com/map_archive/gallic_revolt_53_52_bc.htm
http://www.panoramio.com/photo/52300292
http://www.urmitz.de/unser-urmitz/sehen-und-erleben/rheinbruecke/?id=10785

1Lembramos ao leitor a base para esta nossa série de textos é a obra “A Guerra das Gálias 58-50 a.C. - Roma Constrói seu Império”, de autoria de Kate Gilliver, publicada pela Editora Osprey.
2Todas as datas aqui mencionadas são a.C. (antes de Cristo).