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terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

IMPERATRIZ LEOPOLDINA - Parte VI


IMPERATRIZ LEOPOLDINA – MATRIARCA DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL – Parte VI

Em fevereiro de 1817 o Marquês de Marialva chegou a Viena para o casamento trazendo riquíssimos presentes e, dentre eles, um retrato de D. Pedro, em forma de medalhão. Ao recebê-lo, Leopoldina parece ter-se apaixonado, pois declarou que “...as feições do noivo coincidiam com a ideia que ela fazia das virtudes morais possuídas pelo augusto original delas.” (pg. 78).

Também revelou à Duquesa de Parma que achou o noivo “extraordinariamente belo”, com “olhos magníficos e um belo nariz”, que “passava o dia inteiro olhando seu retrato”, que ele “a enlouquecia”. (pg. 81).

Por outro lado, a noiva escreveu diretrizes para si mesma, visando a convivência futura com o marido. Essas “normas” auto impostas permitem perceber quais defeitos a moça acreditava ter, e queria combater:

Reprimir minha veemência, ser boa com minha criadagem com a finalidade de me acostumar à brandura e condescendência […] Evitar todo pensamento menos casto […] Trabalhar com zelo para meu aperfeiçoamento […] Aplicar todos os meus esforços para dizer sempre a verdade […] Proibir-me algum prato da refeição, manter silêncio durante algum tempo, falar nas conversas com muita prudência e nunca demais em minha posição. (pg. 86)

Assim, foi uma Leopoldina enamorada, esperançosa e auto-controlada que embarcou (em 15/08/1817) para enfrentar nada menos que 85 dias de viagem de navio rumo ao Brasil após uma espera escruciante pelos navios que a transportariam.

Depois da espera, era hora de enfrentar os dissabores da viagem que Leopoldina registrou, como por exemplo, a tempestade que a frota atravessou: “Minha cama subia como um balão, e para não cair eu me amarrei com uma corda, mas mantive a coragem e o bom humor.” (pg. 102)

A chegada, porém (05/11/1817), parece ter compensado qualquer dissabor, conforme se depreende do que a moça escreveu: “A entrada do porto não tem comparação […] a primeira impressão que o paradisíaco Brasil dá a todo estrangeiro é impossível de descrever com qualquer pluma ou pincel” (pg. 103)

A recepção da família real foi feita ainda antes do desembarque, quando abordaram o navio em uma galeota. Na apresentação Leopoldina ajoelhou-se perante o Rei D. João VI e recebeu de D. Pedro uma caixa de ouro contendo diamantes.

O relato dá conta de certa timidez entre os noivos neste primeiro contato, olhares furtivos de ambas as partes. Leopoldina certamente procurava no moço os traços que vira no retrato, enquanto D. Pedro, que não consta ter visto qualquer representação da noiva, talvez procurasse ver mais de seu rosto, por trás do véu fino que usava.

Em 06/11/1817 ocorreu o desembarque, o percurso de carruagem até a Capela Real onde a cerimônia religiosa foi realizada. A residência do casal foi estabelecida na Quinta da Boa Vista, mesma morada da família real.

Na noite de núpcias a cerimônia que a corte portuguesa mantinha fez com que os pombinhos fossem conduzidos ao leito e despidos3 na presença dos familiares e cortesãos que só abandonaram o quarto quando o casal já estava deitado na cama.

Do que veio depois, Leopoldina escreveu que D. Pedro não a “...deixou dormir a noite toda.” e que era “...não somente belo, mas também bom e sensato.” (pg. 109)

Continua...
1Marsilio Cassotti. A biografia íntima de Leopoldina: a imperatriz que conseguiu a independência do Brasil. São Paulo: Planeta, 2015
3À época ser despido não significava ficar completamente nu. D. Pedro deve ter ficado de camisa e ceroulas, enquanto Leopoldina deve ter ficado de camisolão.
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