COMO O CRISTIANISMO TRIUNFOU EM ROMA -
II
O status de Roma como capital estava, à época,
abalado, considerando que vários imperadores pouco permaneciam na cidade,
diante da necessidade de suas presenças em diferentes pontos de crise do
império.
Segundo Lissner2,
Diocleciano, por exemplo, manteve sua corte em Nicomédia e seus antecessores
mais próximos, de reinados muito curtos, nem chegaram a pisar em Roma enquanto
imperadores. Foram nomeados e mortos fora da capital:
Roma, a cidade caprichosa, mimada, cruel, empanturrada de
triunfos, a cidade das arenas, dos teatros e das termas grandiosas, entrava na
sombra. (pg. 453)
Neste período, o título “César” já não se
aplicava ao Imperador propriamente, que utilizava o título de Dominus (Senhor),
acompanhado de Augustus.
Lissner informa que, em 285 d.C., Diocleciano
nomeou Maximiniano como César, encarregando-o de governar a Gália e, no mesmo
ano, concedeu-lhe o título de Augustus, fazendo-o Co-Imperador. (pg. 452)
O Império Romano tornava-se, novamente, uma
diarquia, experiência que não era nova. E a parceria deu excelentes resultados,
como a vitória sobre os “... burgúndios, os alemães, os francos, os
sármatas, os godos e os árabes.”(pg. 453)
Apesar disso, Diocleciano percebeu que seria
preciso descentralizar ainda mais o governo e nomeou dois Césares, um para cada
Augusto. Na prática, cada imperador ganhava um auxiliar de luxo.
Os nomeados foram Galério, César de Diocleciano,
enviado à Gália, e Constâncio Cloro, César de Maximiniano, enviado ao Sul do
Danúbio.
Diocleciano - Maximiniano - Galério - Constâncio Cloro |
Nesse novo arranjo, cada Augusto adotou
seu César como filho, tornando-os sucessores. Para tal estes foram obrigados ao
divórcio e ao casamento com as filhas dos imperadores.
Também foi fixado um prazo de vinte anos para
que os Augustos pudessem renunciar em favor dos Césares. O trabalho tornou-se
bem mais organizado e rendeu excelentes frutos. O império respirava novamente.
Continua...
2 LISSNER, Ivar, Os Césares - Apogeu e Loucura: Trad. de Oscar Mendes. Belo Horizonte: Itatiaia, 1964.
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