Constantino se apresentou para a
batalha decisiva comandando 200 navios de guerra, mais 2 mil navios
de carga, 120 mil soldados e mais 10 mil homens, entre marinheiros e
cavaleiros. Licínio possuia 350 navios de combate, 150 mil soldados
e 15 mil cavaleiros.17
Este último acampou em
Adrianópolis, na Trácia, para onde Constantino rumou até chegar às
margens do Rio Hebro, à frente da cidade. Sua frota estacionou na
foz do mesmo rio.
As tropas de Licínio estavam melhor
posicionadas, em uma colina com ampla visão da região, o que gerou
impasse pois enquanto estas vacilavam em abandonar a posição
vantajosa, Constantino também evitava cruzar o rio e lutar em
terreno desfavorável.
Edirne (Turquia), antiga Adrianópolis - Local da Batalha (Google Street View) |
Quando a batalha finalmente começou,
Constantino enviava seu estandarte com o símbolo cristão para os
pontos do combate onde suas tropas pareciam em desvantagem,
estimulando os soldados a lutar mais. 19
Quando a noite chegou e os combates
foram interrompidos, Licínio havia perdido mais de 30 mil soldados e
retirou-se derrotado para Bizâncio.20
Constantino cercou Bizâncio
enquanto seu filho, Crispo, travava a Batalha Naval do Helesponto
(Estreito de Dardanelos).21
Crispo destacou 80 navios de sua
frota e invadiu o estreito, onde o Almirante Abanto comandava 200
navios na tentativa de cercar o inimigo. 22
Estreito de Dardanelos (Turquia) - o antigo Helesponto (Google Street View) |
No dia seguinte, com as frotas
reagrupadas para novo confronto, uma tempestade destruiu nada menos
que 130 navios de Abanto. O restante foi afundado ou capturado pela
frota de Crispo, restando somente quatro deles.24
Com esta derrota naval Licínio
ordenou a seu exército que atravessasse o Estreito de Bósforo para
a Ásia, enquanto Constantino, podendo receber reforços, rumou para
o mesmo destino.
O confronto final foi a Batalha de
Crisópolis, na atual cidade de Üsküdar, Turquia.25
Região de Usküdar (Turquia) vista da ponte sobre o Estreito de Bósforo (Google Street View) |
Licínio moveu suas tropas para o
Norte, em direção a Crisópolis, mas Constantino chegou lá
primeiro e decidiu partir logo para o ataque direto.
O aspecto religioso do conflito se
fazia presente ao longo de todo o campo de batalha. As tropas de
Licínio ostentavam os deuses pagãos em seus estandartes, enquanto
as legiões de Constantino se apresentavam sob o signo cristão com
que venceram Maxêncio na Ponte Mílvia.27
É possível imaginar que a mente
supersticiosa do homem antigo tenha desenvolvido sentimentos
extremados opostos em relação ao símbolo cristão das tropas de
Constantino.
Os soldados deste último certamente
se sentiam fortes sob ele, enquanto as tropas de Licínio
dificilmente não o olhariam com temor, considerando a
invencibilidade que Constantino mantinha desde que adotara as
iniciais gregas de Cristo.
Tolamente Licínio incentivou esse
temor em escala monumental ao proibir seus homens de olhar e atacar
os estandartes do inimigo quando qualquer recruta sabe que a
derrubada ou captura de um estandarte inimigo é a maior façanha que
se pode realizar em um campo de batalha, abaixo apenas da vitória e
da captura dos comandantes adversários.
Com toda essa vantagem, Constantino
avançou sem recorrer a qualquer manobra diversionista e logo as
forças de Licínio estavam em debandada, deixando atrás de si cerca
de 30 mil mortos.28
O Mar de Mármara visto de Izmit (Turquia), antiga Nicomédia (Google Street View) |
Continua...
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