IMPERATRIZ LEOPOLDINA – MATRIARCA DA
INDEPENDÊNCIA DO BRASIL – Parte VII1
A lendária infidelidade do marido Pedro começou a
operar no dia seguinte ao casamento, quando levou a esposa à casa que abrigava
seu guarda-roupa, na qual ele podia ver Noémi Thierry, filha de um artista
francês por quem estava apaixonado desde que seu casamento era arranjado sem
seu conhecimento.
Sem saber de nada disso, Leopoldina escreveu
que emocionara-se com a recepção que recebera e que, os que a cercavam eram,
todos, “...anjos de bondade, especialmente meu querido Pedro...” (Cassotti
- pg.112)
Nos primeiros meses de casamento as cartas de
Leopoldina permitem imaginar que foi feliz. Escrevia sobre as qualidades do
marido, propunha-se a instruí-lo e o acompanhava sempre em passeios.
As cartas de Leopoldina. |
Testemunhar um ataque epilético brando de D.
Pedro também abalou a princesa e a solidão da vida no Rio de Janeiro começou a
afetá-la, chegando a escrever que sentia falta de ir ao teatro e de interagir
socialmente com pessoas diferentes, faltas que ela procurou preencher com aulas
de “canto, português e latim” nas manhãs, e passeios à tarde.
Os primeiros conflitos entre o casal surgiram
por questões financeiras. Os rendimentos da princesa acabavam sempre indo parar
nas mãos do marido, impedindo-a de cumprir compromissos assumidos.
Outros problemas foram causados por
desentendimentos entre as servidoras austríacas da princesa e os portugueses. A
maioria delas se tornou aliada de Carlota Joaquina e acabou substituída por
criadas portuguesas.
Em 1818 as cartas de Leopoldina começam a
revelar que ela já percebia as falhas de caráter do esposo, escrevendo que “...
com toda a franqueza ele diz tudo que pensa, isso às vezes com certa
brutalidade. Acostumado a executar sempre sua vontade, todos devem se adequar a
ele. Até eu sou obrigada a aceitar algumas respostas ácidas.” (Cassotti -
pg.125)
A má fama de sua sogra ela agora podia
testemunhar pessoalmente: “seu comportamento é vergonhoso, e, infelizmente,
já se vêem as tristes consequências em suas filhas menores...” (Cassotti -
pg.126)
Neste época tornaram-se frequentes os passeios
de Leopoldina que buscava, no isolamento da natureza deslumbrante, ficar
afastada o quanto possível das pessoas e situações que a cercavam.
Continua...
1Marsilio
Cassotti. A biografia íntima de Leopoldina: a imperatriz que conseguiu
a independência do Brasil. São Paulo: Planeta, 2015
Se perdeu alguma parte anterior desta série,
clique aqui e
na imagem correspondente.
Compre nosso livro CAMINHOS DO IMPERADOR - D.
Pedro II em Sergipe clicando aqui.
Para ler outras mini-séries do Reino de Clio,
clique aqui.
Para acompanhar nossa série sobre o Egito
Antigo, clique aqui.
Para conhecer nossa seção de História Geral,
clique aqui.
Para conhecer nossa seção de História do
Brasil, clique aqui.
Para fazer visitas virtuais a alguns dos mais
importantes museus do país, clique aqui.
Para conhecer a Revista Reino de Clio, clique aqui.
Conheça e curta nossa página no Facebook,
clicando aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário